Férias Inesquecíveis. escrita por Júnionline


Capítulo 14
A Cigana e a Guia Turista.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/633217/chapter/14

A noite mais uma vez chegava na vida patética das pessoas daquele grupo. Linnah, Mandinha e Igor já estavam arrumados, eles iam para o centro de Santo Peter ter uma conversa com aquele Padre que havia conversado com a Paula. Paula, Cris e Gus iriam atrás estavam conversando com a polícia sobre o quê havia acontecido com Gabriel:

— Eu não entendo, ele tá esfaqueado - Paula apontava para o corpo de seu namorado ensanguentado no chão - Como isso pode ter sido uma morte de causas naturais ?!

— Olha, moça, eu fiz curso pra isso - O Policial dizia calmamente - E se eu to dizendo que ele morreu de causa natural, ele morreu de causa natural.

— Eu tenho certeza que não é só um curso que você precisa fazer - Gus dizia desconfiado.

— Enfim, vamos encaminhar até o IML - O policial entregou uma ficha para Paula - Pode assinar a autorização aqui?

— Não é os responsáveis que tem que fazer isso?

— Somos bem evoluídos aqui em Santo Peter - O Policial botou a mão na cintura e sorriu - Sabia que somos a 1° cidade do Brasil a permitir casamento entre pessoas do mesmo sexo e entre animais.

— Legal - Cris disse até perceber o olhar estranho dos seus amigos - To falando do casamento entre pessoas, não animais.

— Okay... - Paula e Gus se olharam com aquele ar desconfiado.

Depois que Paula assinou a permissão, o Policial levou o corpo de seu namorado e ela e seus amigos foram para a beira da praia descansar e repensar.

No centro, Linnah e Mandinha entravam na Igreja, enquanto Igor as esperava na frente. Grandes janelas com desenhos e um longo corredor as faziam lembrar do estilo gótico. O Padre estava de costas para entrada e quando elas se aproximaram, ele logo se virou para elas.

— Pois não ?

— Ah, oi - Mandinha se assustou - Uma amiga minha veio aqui esses dias, Paula.

— Ah, sim - Ele se lembrou facilmente - Era uma menina bem bonita.

— Pois é ... - Mandinha lançou um olhar para Linnah, a pedindo para continuar.

— Pode nos dar mais alguma informação sobre a Marybelle - Linnah respirou fundo - Qualquer coisa, por favor.

— Bom, existe mais uma pessoa envolvida na história.

— Quem? - Linnah e Mandinha perguntaram ao mesmo tempo.

— Uma cigana, adoradora do diabo - Padre resmungou - Ela tá cada vez mais roubando meus seguidores, digo, fiéis.

— Qual o nome dela?!

— Nome não tenho - Ele deu um papel para elas - Mas tenho um endereço.

Elas saíram da Igreja rapidamente, chegaram lá fora e entregam o endereço para Igor. Os três rapidamente foram atrás do endereço e não ligaram para o fato de que acabaram em uma cabana na parte escura da floresta.

Na pousada, Paula, Cris e Gus se encontravam no quarto, tentando adivinhar quem havia matado seus amigos. Foi quando eles chegaram no hospital local de Santo Peter e encontraram um mar de mortos. Não sabiam o quê dizer ou fazer, mal podiam sair do lugar, o fedor os estava matando-os.

— O quê aconteceu aqui?! - Paula falava com a mão sobre a seu rosto.

— Precisa mesmo perguntar ?! - Gus a respondia também prendendo a respiração - Lógico que foi um massacre.

— Marybelle?? - Cris deu de ombros.

— Não acho que ela seja a única assassina - Paula se lembrava da noite anterior da morte de seu namorado - Vamos conversar lá fora por favor.

Enquanto eles saiam, Paula pensava se contava ou não para eles o quê havia acontecido naquela noite. Eles conversavam enquanto andavam de volta para a pousada, enquanto isso, Mandinha, Linnah e Igor adentravam aquela barraca velha e assustadora que fedia a morte. No interior, havia uma mesa com um pano de estampa psicodélico, cartas espalhadas em volta a uma bola de cristal e, sentada na cadeira, uma mulher de pele morena, cabelos enrolados e escuros, aqueles olhos claros em volta da maquiagem preta podiam ler a sua alma.

— Sejam bem vindos - Ela os encarou - Eu estava esperando vocês.

— Claro, por quê você é um vidente de "verdade" - Igor fez um gesto de aspas com a mão enquanto dava uma risada nervosa.

— Podem fingir o quanto quiser, mas eu vejo suas auras podres - Ela sorriu - Vocês zombam da situação, pois não querem encarar o fato de que isso esteja acontecendo com vocês, mas adivinhem só: Está acontecendo, sim.

— Bem - Mandinha sentou em volta da mesa meio nervosa - Nós queríamos perguntar sobre Marybelle.

— Eu... - Quando ela ia falar, foi interrompida por Linnah.

— Espera aí - Linnah sorriu - Eu sabia que já tinha te visto antes, é a mulher que nos guia no ônibus de turismo.

— Pior - Igor se aproximou - É você mesmo.

— Ser guia é meu emprego, e o que quê tem?!

— Achei que você ganhasse dinheiro lendo mãos e coisas do tipo - Igor apontou pras cartas sobre a mesa.
— Escuta aqui garoto, você acha que eu faço truques baratos em troca de dinheiro sujo que vocês arranjam do governo imundo ?! - Ela se levantou irritada e foi na direção do Igor - Eu levo minhas habilidades paranormais muito a sério, então acho bom você começar a me respeitar antes que eu te transforme em sapo ou coisa pior - Ela o olhou de cima a baixo - Apesar de que qualquer coisa seria uma melhora para você.

— Por favor estamos com pressa - Mandinha se pôs em frente a Cigana - Qual sua relação na história de Marybelle?

— Eu nem sempre fui tão profissional, sabe ? - Ela se sentou - Antigamente eu realmente fazia feitiços e coisas do tipo por dinheiro, então quando o Fundador perdeu a filha, ele veio me procurar.

— Para fazer uma boneca ?! - Igor perguntou confuso.

— Sim, ele queria que eu fizesse uma boneca do tamanho real da filha dele e trouxesse o espírito da filha para o boneca - A Cigana baixou a cabeça - Mas Marybelle não era uma criança normal, ela simplesmente não era boa como as outras crianças, não tem explicação, algumas pessos apenas são más.

— Ela era tão má assim? - Mandinha sentou ao seu lado.

— Uma verdadeira peste, quando ela fez uma ano de idade ela simplesmente mordeu a cabeça de um pombo e a arrancou - A Cigana olhava fixamente para a bola de cristal, talvez ela visse algo - Ela nem tinha todos os dentes, nem falar podia, mas quando ela morreu com mais ou menos uns 5 ou 8 anos, ela foi direto pro inferno, nem precisou ficar na Penumbra, a Dona Morte sabia que ela era do mal.

— Então - Linnah a olhou - Quando você a trouxe de volta...?!

— Imaginem um ser que por si só já era maligno, agora imaginem esse ser voltando a vida depois de passar um tempo no inferno - Ela pegou uma carta e mostrou para os três, era O Bobo da Corte - Quando eu percebi o que eu havia feito, precisei tentar consertar, mas não podia, a única solução seria prende-la naquela casa que por anos foi seu refúgio.

— A casa do fundador, certo?

— E só tinha uma regra: NÃO DEIXEM A PORRA DA PORTA ABERTA - Ela gritou e em seguida socou a mesa - E vocês a libertaram.

— Mas..

— MOLEQUES INTROMETIDOS, CURIOSOS, VOCÊS LIBERTARAM O MAL NA CIDADE E AGORA ESTÃO AÍ, TENTANDO DESCOBRIR QUEM ESTAVAM ENVOLVIDOS NA HISTÓRIA ORIGINAL, MAS NÃO ACEITAM QUE QUEM CAUSOU TUDO FORAM VOCÊS.

— A gente pode ajudar - Mandinha disse.

— NÃO, eu vou arranjar um jeito de prende-la de volta - Ela abriu a cortina da saída - Agora saiam, vocês já ajudaram o suficiente.

Eles saíram assustados, totalmente perdidos, sem saberem o quê fazer. Olharam em volta e perceberam quê não se lembravam o caminho para fora da floresta, mas quando tentaram voltar para perguntar a Cigana, já não sabiam onde estava a sua barraca.

No caminho para a pousada, Paula, Gus e Cris conversavam sobre todas as possibilidades sobre quem seria O Assassino Mundano que podia estar ou não trabalhando com Marybelle.

— Katsy - Gus disse estalando os dedos - É óbvio, ela é a única do nosso grupo que teria coragem de matar.

— Ela nem veio - Cris disse - Parem de pegar no pé dela.

— Ela disse "Eu não posso ir pois to ocupada com a faculdade", mas podia muito bem tá mentindo.

— Você tá parecendo o OJ.

— Eu sentindo falta dele pegando no pé dela, mas o quê tem?! Ainda pode ser ela.

— Não é ela - Paula os interrompeu chegando na frente da Pousada.

— Como você sabe?

— Por quê ela não tem um pênis.

— Quê ?? - Os dois perguntaram ao mesmo tempo.

— Na noite que o Gabriel morreu O Assassino veio no meu quarto, estava escuro, eu não o vi direito, então... - Ela os olhou e depois entrou na pousada.

— Então é o OJ - Cris disse sorrindo.

— Isso não faz sentindo.

— OJ que disse para nós vimos passear em Santo Peter, toda essa "aventura" foi ideia dele - Cris foi aspas com as mãos - E você mais do quê ninguém sabe que ele teria coragem de matar alguém.

— Mas a ideia não foi dele, alguém tinha falado para ele que Santo Peter foi interessante - Gus parou no corredor do quarto para pensar - "Gus, o ... disse que Santo Peter é ótimo para passar as férias" Mas não lembro quem disse para ele...

Eles entraram no quarto enquanto Gus ainda pensava, lá dentro encontraram o quarto revirado e um O Assassino parado em pé na cama. Ele puxou uma peixeira com a mão esquerda e com direito mandou um "oi".

— Chega, eu sei muito bem que é você - Gus deu um passo para frente - Katsy.

— Katsy?! - O Assassino riu enquanto tirava a máscara - Tente novamente.

— Gerson ?!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Férias Inesquecíveis." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.