Nunca Fui Beijada escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 7
Lindo Mentiroso


Notas iniciais do capítulo

Olá. Passei rapidinho só pra mais um capitulo.
Vou postar todo final de semana, por causa das minhas provas, mas vou postar. Ou sabado ou domingo.
Espero que gostem.
Boa leitura.



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Pov Dimitri

Dizem que na há solução pra tudo.

Mas haverá para corações partidos?

Se não houver, eu já estou pagando meus pecados. Ela nunca foi tão linda...

Agora, próximo para perceber seus olhares irônicos, suas carrancas e suas teimosias, eu me culpo por ter aceitado aquela aposta. E quanto mais eu me próximo com dúvidas sobre o trabalho ou com as noites extras... Mais eu queria beijá-la. Mas não pela aposta. Mas pela aposta.

Eu tinha dois “mas”. E não sabia como usá-los.

Eu estava ficando louco.

Rose era divertida, engraçada e debaixo de todas aquelas roupas estranhas do dia a dia, era linda. Eu adorava vê-la trabalhar. Era outro mundo pra ela.

Ela sorria e se vestia diferente... De modo sexy, o que realmente me deixava com raiva pelos olhares que ela recebia. Ela era diferente da Rose que caiu no primeiro dia na escola.

Ela tentou me ajudar ao máximo. Eu consegui aprender a abri as garrafas apenas batendo-as no balcão e me senti incrível com isso já que eu tinha tudo na mão. Era bom ser útil.

Lissa também me ensinou o truque de pular o balcão, mas em uma das minhas tentativas, eu vi Rose rebolando enquanto limpava a mesa, já com o bar fechado. Ai eu caí. Muito feio. Parecia ter entrado em uma briga. Foi difícil explicar pra minha mãe que eu apenas tinha caído, quando muitas vezes, eu me metia em brigas por causa da bebida.

Vikka e Rose já estavam como melhores amigas. Ela nunca mais foi na minha casa e eu queria entender o motivo, mas ao mesmo tempo, eu não queria me envolver demais. Ela estava me mudando e eu estava sentindo isso. Eu queria ser mudado.

Vikka já amava Rose e por mais que namore Mason, não soube da aposta. E eu queria assim. Mason e ela já tinham saído da mesa dos populares para sentar com Rose, Lissa, Eddie e Adrian...

Eu também gostaria disso, mas Adrian e eu não nos dávamos bem, e o jeito que ele a olhava dizia que eu tinha uma grande concorrência. Talvez o amor que ele estivesse sentindo por Rose fosse o que a salvaria da aposta.

Mas e o que eu estava sentindo?

Rose me deixava feliz, não seria nenhum sacrifício. Mas e quanto ao depois? E se ela descobrir? E se ela sofrer? E se ela não olhar mais na minha cara? Vou decepcioná-la. Vou fazê-la sofrer.

Mas também não posso desistir da aposta. Jesse ficaria com raiva e contaria tudo para Rose e ela descobriria o canalha que eu fui ao me aproximar só para conseguir o beijo. O beijo que ela queria que fosse especial.

Eu estava a um mês, observando-a. Rindo e tentando entender a cabeça confusa de Rose. Enquanto, ela me entendia apenas com o olhar. Ela tinha uma conexão comigo, que até no silencio, eu gostava da companhia dela.

Jesse e Tasha estavam cada vez mais próximos. E eu percebia os olhares que Tasha lançava para Rose, que tentava não entender. Ivan e Cristian também tinham se aproximado de Rose e Lissa. Cristian estava cada vez mais feliz por ter conhecido a irmã de Rose, enquanto eu estava tentando não surtar com as piadinhas de Ivan sobre a bunda de Rose.

Esse final de semana Rose não teve uma ligação de emergência para cuidar da irmã mais nova de Cristian, nem desmarcou com uma desculpa esfarrapada. Ela finalmente tinha aceitado ir à praia com a gente e com muito esforço. Lissa tinha prometido o mundo para que ela fosse.

E eu também prometeria o que ela quisesse.

***

– Dimitri. – gritou Rose.

– Estou aqui. – gritei de volta.

Eu estava colocando as latas de ervilha no estoque. Eu poderia ser alto, mas aquelas latas deveriam ficar na primeira prateleira e eu tive que usar um banquinho. Se Vikka estivesse aqui, riria de mim... Eu gargalhei com isso.

Escutei um barulho vindo da escada. Eu detestava aquele galpão. Era escuro até os fins das escadas de pedra. Janine pagou alguém para colocar as lâmpadas na parte aonde colocávamos o estoque, mas eu ainda tinha medo daquelas escadas. Principalmente quando Rose vinha aqui embaixo.

Era desastrada. Sempre se arranhava tentando segurar nas paredes ou escorregava nos degraus. Para uma garota que canta tão bem e sabe rebolar, seu jeito desastrado era encantador.

Escutei outro barulho e um grito. Larguei a lata de qualquer jeito em cima da prateleira e corri para as escadas. Aquele avental era horrível, então, assim que senti o chão no meu pé arranquei-o e joguei-o em qualquer parte do lugar.

Janine tinha pedido para que eu trabalhasse de jeans e blusa branca se possível. Eu tinha algumas, então as colocava na bolsa e trabalhava depois da escola. Rose estava todo o dia no bar agora, ao contrário de Lissa, que estava ajudando-a somente nos fins de semana agora.

Andei em passos largos e me deparei com Rose, agora sentada no ultimo degrau, com a mão na coxa. Eu me senti aliviado por ver que aparentemente era só a dor na coxa e não em outro lugar.

Ajoelhei-me à sua frente e tirei sua mão do lugar aonde ela tinha a sua. Sua calça rasgada me fez ter melhor visão do lugar da perna machucada. Não tinha nada ainda ali, mas algo me dizia que faria um roxo muito feio. Ela gemeu, reclamando quando eu apertei.

– Desculpe. – disse para mim. – Eu tenho que prestar mais atenção.

– Tudo bem. – falei. Eu dei-lhe um pequeno sorriso. – Você está sentindo dor em algum outro lugar? – perguntei, retirando minha mão da sua coxa. Ela engoliu a seco.

– Não. – disse. Ela tentou levantar rápido, mas a dor na sua perna foi mais forte. Tentei segurá-la, mas ela se escorou na parede. – Preciso que me ajude.

– Claro. – falei. – Eu só preciso que espere um pouco. Tenho que terminar de colocar as latas de ervilha na prateleira.

– É. – falou. – A minha mãe já foi, e eu já coloquei a plaquinha na porta. Só temos eu, você e o cozinheiro que esta de saída.

– Oh Claro. – falei. Nem tinha me dado conta de como passava rápido a hora aqui. – Já estava acabando.

– Eu posso ajudar.

Eu gargalhei. Ela me encarou curiosa.

– Com essa perna? – perguntei. Ela deu de ombros.

– Posso te passar as latinhas, camarada. – rosnou. – Não desafie minha inteligência.

– Tudo bem. – falei, levantando as mãos em sinal de paz. – Eu aceito a ajuda.

Coloquei o braço em volta da sua cintura e a ajudei a andar até o banquinho. Eu deixei algumas latas para colocar na primeira fileira quando estivesse sozinho, no momento, eu doaria o banquinho para Rose se sentar.

Ela me passou mais algumas latinhas, mas depois que acabou, ela me fez dar gargalhadas e sentar no chão à sua frente. Ela me fazia tão bem, me deixava tão leve. Ela me permitia coisas que pensei nunca mais ter.

Eu riria mais com ela, se não tivemos escutado um barulho. Ela já estava com menos dor da pancada e conseguiu andar melhor até o pé da escada do porão. Eu fui atrás dela. Olhamos para a porta fechada e ela começou a subir as escadas.

Fui atrás para o caso dela escorregar novamente.

Ela chegou até a porta de madeira depois de alguns degraus e forçou a porta como se não fosse nada. Mas foi alguma coisa, ela tentou de novo, mas não abriu. Nem se mexia. A porta parecia estar trancada.

Ela murmurou alguma coisa, enquanto tentava forçar a porta, mas apenas conseguia alguns rangidos. Eu estava quase me metendo quando uma ideia me passou pela cabeça. E se estivéssemos realmente trancados?

Olhei para Rose, que já parecia desesperada. Tomei a sua frente e tentei abrir a porta. Ela estava realmente trancada e não se via luz por baixo dela. Olhei para Rose e vi seu olhar. Ela esperava uma resposta sobre tudo aquilo e eu só tinha uma na minha cabeça.

– Estamos trancados. – falei por fim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Sabado tem mais. Com sorte, eu posto na sexta. Beijos
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