Light Up the Sky escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 1
Me deixe iluminar o céu pra você


Notas iniciais do capítulo

Se você está lendo isso, dá cá um abraço, meu amigo fã de OP e, muito provavelmente, fã de LuNa! E muitísso obrigada à chance que está dando para essa minha one que eu fiz com tanto amor por esse shipp ^-^



Espero que gostem e boa leitura ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/633057/chapter/1

— Fiquem vivas. – Foi o que disse a mulher de cabelos róseos, abraçada às suas filhas pelo que seria a última vez.

Ela se levantou, pronta para encarar seu destino, enquanto as duas meninas, uma com onze anos e a outra com oito apenas, eram impedidas de avançar em sua direção graças a um amigo da família.

Gen também sabia que não havia mais escapatória para Bellemere e por isso não deixaria que o sacrifício dela fosse em vão. Mesmo que Nojiko e Nami o odiassem por isso, ele as manteria afastadas.

Bellemere ficou frente a frente com Arlong, e mesmo toda quebrada (pelo próprio à sua frente), ela ainda o encarava sem medo nem arrependimento. O tritão apenas sorria desdenhoso, erguendo a pistola.

— Morra por causa de seu amor patético.

Mas Bellemere ainda tinha mais uma coisa a dizer:

— Nojiko! Nami!

— Por favor, não morra!! – A garotinhas gritaram desesperadas.

A mulher virou o rosto e, com um sorriso pequeno e lágrimas nos olhos, disse uma última coisa para as filhas:

— Eu amo vocês.

E graças ao tiro da pistola de Arlong no mesmo segundo, foi também a última coisa que disse em vida.

—---------------------------------------------

Após esse dia, a vida de todos na Vila Kokoyashi mudou para sempre. Mas a principal delas, foi a de uma das duas garotinhas daquele dia.

Nami fez um trato com Arlong. Pelos mapas que ela desenhava tão bem, ele a deixaria juntar cem milhões de Berryes para comprar de volta a sua vila, e eles estariam livres do reinado dos tritões.

As pessoas da vila passaram a vê-la como uma traidora por ter se juntado ao bando do Arlong, mas ela não ligava. Ninguém de Kokoyashi lhe dirigia mais a palavra, mas ela não se importava.

Pois Nami lutaria sozinha. Salvaria a todos sozinha!

Este foi o único caminho que conseguiu. O caminho que seguiu.

Você fez a escolha de viver assim

Oito anos se passaram desde então.

Oito anos em que Nami, ou desenhava mapas, ou saía por aí roubando de piratas para atingir a sua quantia.

O bando dos chapéus de palha, o bando de Luffy, era para ser só mais um em sua lista.

Mas não foi.

Porque, de algum modo, ela acabou se apegando a eles. Ao rabugento e preguiçoso Zoro, ao mentiroso e medroso Usopp, e principalmente ao Luffy idiota, mas com um sorriso que pareceu iluminar seus dias.

Só que Nami ignorou seus laços, tão recentes, porém tão verdadeiros, com aqueles garotos. E partiu de volta para a Arlong Park, com o navio deles e todos os tesouros que nele havia.

Ela não poderia desistir agora que estava tão perto.

E todo esse barulho

Eu sou o silêncio

— ARLONG! ARLONG! ARLONG! ARLONG! – Nami berrava sem parar, sua voz parecendo jorrar ácido tamanha era sua raiva.

Ela não sentia mais a terra em que estava ajoelhada, nem as lágrimas que caíam sem controle e permissão; o movimento que fazia para a faca enterrar-se em seu ombro, sobre aquela tatuagem maldita, era quase automático; o sangue que jorrava da ferida que causava em si mesma não lhe trazia nada mais que um conforto temporário.

Sim, conforto, pois a dor daquele machucado lhe distraía minimamente da dor e raiva interna que sentia.

Tão perto, ela estava tão perto. Só faltavam mais sete milhões de Berryes! Com a experiência que adquirira durante os anos, mais um saque e tudo estaria acabado. Mas aquele maldito capitão da marinha tinha que chegar e conficar tudo, todos os seus esforços e esperanças de oito anos!

Como pôde ter sido tão ingênua?! Acreditar que Arlong cumpriria sua promessa de bom grado?! Mesmo dizendo que nunca descumpria algo envolvendo dinheiro, ele sempre daria um jeito de trapacear! Sempre, sempre, sempre! Ele nunca a deixaria ir...

— ARLONG! ARLONG! ARLONG! ARLO-

Ela repentinamente parou. Na verdade, foi impedida de continuar. Sentiu alguém agarrar o punho que levava a faca, impedindo-a de golpear-se ainda mais. Sua voz sumiu no mesmo instante também.

Virou o rosto, com lágrimas ainda caindo inconscientemente, e ficou espantada com quem viu ali.

Era Luffy quem segurava seu punho, com tanto vigor, impedindo-a de continuar machucando a si mesma. A expressão dele era séria como ela nunca tinha visto, mas nos olhos do moreno, Nami conseguiu enxergar algo que o resto da postura dele não mostrava, e algo que há muito tempo ela não via: Preocupação.

Ele estava realmente preocupado com ela.

Mas mesmo assim, Nami negou. Negou a preocupação dele, gritou com ele, mandou-o embora.

Até não aguentar mais.

Ela não aguentava mais lutar sozinha, não aguentava mais carregar aquele fardo e a vida infernal que levava sozinha. Ela queria ter alguém para confiar e pedir ajuda. Mesmo que seu orgulho doesse ao admitir, ela precisava de ajuda.

— Luffy... – Chamou-o, praticamente balbuciando. – Me ajude.

Nós já sabemos como isso vai terminar essa noite

Você corre no escuro em fogo cruzado

E eu explodiria só pra salvar sua vida

Sim eu explodiria

Ahh, com toda certeza ele a ajudaria. Luffy já estava louco para arrebentar a cara desse tal Arlong.

Ele nunca sentira tanta raiva como naquele momento, nem mesmo quando aqueles piratas ridicularizaram Shanks na sua frente, ou quando aquele pirata na ilha do Usopp tratou os próprios companheiros como se fossem lixo. Nada era comparado a ver Nami chorando.

Para tentar confortá-la, para que ela soubesse que ele não a desapontaria, Luffy retirou seu inseparável chapéu de palha e pousou-o sobre os cabelos ruivos de Nami. Nem ele próprio entendeu plenamente o porquê daquilo, nunca confiou aquele chapéu a ninguém; claro que confiava em todos os seus companheiros, mas não chegaria ao ponto de entregar seu tesouro à Zoro, Sanji ou Usopp. Nami, por algum motivo, era especial. Ele confiava nela mais que em qualquer um.

E agora, que ela também confiava nele a ponto de pedir, de permitir que ele ajudasse, Luffy iria acabar com o motivo das lágrimas de sua navegadora. Ele iria se certificar para que ela pudesse sorrir, para que ela fosse livre.

Iria iluminar o céu para ela.

Deixe-me iluminar o céu

Iluminá-lo pra você

Deixe me dizer o porquê

Eu morreria por você

Deixe-me iluminar o céu

— É PRA JÁ!! – Luffy berrou para os céus, erguendo os punhos para o alto e com toda a força que tinha nos pulmões.

E então, juntamente com Sanji, Usopp e Zoro, que estavam ali apenas esperando suas ordens, os quatro partiram para o Arlong Park.

Não consigo encontrar uma parede para pregar isso

Eles estão todos caindo desde que encontrei você

Eles chegaram na entrada da enorme construção. Os cidadãos da Vila Kokoyashi, que eram barrados por Jonny e Yosaku, abriram passajem.

— Saiam da frente. – Luffy pediu para os dois espadachins.

O capitão preparou o punho. Lembrou-se mais uma vez das lágrimas de Nami e seus dentes só faltaram trincar de tanta fúria. Ah, aquela porta seria só um aquecimento.

BOON!, o portão de metal foi completamente derrubado, levantando uma cortina de poeira. Luffy ouviu alguns dos tritões perguntado o que estava acontecendo e todos olharem diretamente para ele quando a poeira baixou. Mas não estava interessado neles, ele só queria saber de uma coisa:

— Qual de vocês é o Arlong?

Eu só quero estar aonde você está esta noite

Você corre no escuro procurando por alguma luz

E como saberemos se não tentarmos

Nós nunca saberemos

— Arlog sou eu. – Respondeu o Tritão sentado numa cadeira e que tinha o nariz longo e afiado. Ele olhava com superioridade para Luffy. – E quem é você?

— Luffy. – O moreno respondeu, começando a se aproximar.

— Então, Luffy, o que você é? - Uma barricada de tritões se juntou na frente de Arlong, para defendê-lo.

— Um pirata. – Mas por nem um momento Luffy recuou.

— E o que um pirata quer comigo?

Luffy não respondeu, pois ele repentinamente sumiu aos olhos da barricada de tritões. E reapareceu no mesmo instante na frente de Arlong, dando-lhe um soco tão forte que fez o chefe do lugar voar contra a parede.

Mas, apesar do grande golpe, Arlong não pareceu sequer se ferir. Só que agora o olhar dele exalava ira e descrença.

Mas para empatar o jogo, Luffy não estava em sua maior calma também. Olhando para o tritão de tal modo que parecia querer mata-lo só com isso, praticamente rugiu:

Não se atreva a fazer a minha navegadora chorar!!

Deixe-me iluminar o céu

Iluminá-lo pra você

Deixe-me dizer o porquê

Eu morreria por você

Deixe me iluminar o céu

Iluminá-lo pra você

Deixe que eu torne isto meu

Esta noite pra você

Muita luta aconteceu depois disso. Os tritões menores foram rapidamente derrotados e os três assistentes principais de Arlong foram vencidos por Zoro, Usopp e Sanji cada um.

Agora só restava que Luffy derrotasse Arlong. A luta deles já tinha destruído o pátio inteiro e, de algum modo, eles acabaram parando dentro do prédio de Arlong Park.

Mais precisamente em um certo quarto.

Deixe-me iluminar o céu

Só pra você esta noite

Deixe me ajudá-la a voar

Porque você não terá tempo

— Que lugar é esse? – Luffy perguntou olhando em volta.

E com um sorriso de superioridade, o tritão respondeu:

— Esse é o quarto que eu fiz para ela desenhar os mapas. Aquela garota é um verdadeiro gênio, sabia? Você pode procurar no mundo todo, mas pouquíssimos conseguem fazer mapas tão bons.

Luffy passou os olhos ao redor. Não entendia nada de mapas, mas aqueles realmente eram bem feitos. Foi quando seu olhar recaiu sobre uma caneta, caída ali perto dele.

Uma caneta manchada de sangue.

A raiva voltou a tomar conta de seu ser ao constatar o óbvio, que tanto a caneta quanto o sangue pertenciam à Nami.

— Esta caneta... – Pegou o objeto em mãos, olhando para ele fixamente para se certificar de que era real. – Tem sangue nela.

O quanto ela deveria ter sofrido naquele quarto? Quanto tempo ela deveria ter passado lá, sem parar de desenhar, para que suas mãos até sangrassem? Luffy não sabia e nem queria saber. Tudo o que queria era fazer Arlong sangrar do mesmo modo que ele a fez por oito anos.

Cubra seus olhos

Pegue seu disfarce

Eles não vão perguntar o porquê

Eles só vão assistir você morrer

— Desenhar mapas aqui é a maior felicidade da Nami. Pelo bem da minha ambição. – Arlong continuava a falar. Ergueu sua lâmina de modo que encaixo o pescoço de Luffy entre dois dos dentes da arma. – Quando eu tiver mapas de todos os mares do mundo, ninguém poderá me parar. Eu dominarei o mundo! – Estreitou os olhos para seu adversário, que ainda se encontrava sentado no chão, encarando a caneta. – De que modo você pode usá-la melhor do que eu?

Aquela foi a gota d´agua para Luffy.

E é tão difícil ser quem você é

Então você interpreta esse papel

O show continua

O moreno soltou a caneta e agarrou o dente da lâmina a sua frente, tornando assim impossível que Arlong a movesse.

Usar Nami? Como aquele tritão maldito podia dizer algo assim?! Nami é uma pessoa, não um objeto para ser usado pelos outros! E Luffy não admitiria que ela fosse tratada desse jeito!

Com esse pensamento, ele usou um pouco mais de força na mão, quebrando o dente da lâmina em pedacinhos. Levantou os olhos para Arlong, olhos exalando fúria.

— Usá-la?!

Você veio até aqui com o coração partido

Sim você veio até aqui

E você está ferida

Apesar de se surpreender com a força do adversário, Arlong não se deixou abater. Ele continuou tagarelando sobre como Nami continuaria a fazer mapas para ele pelo resto da vida, enquanto Luffy se erguia. Ouvir o tritão chamar Nami de companheira, tratando-a do modo como a tratava, só fez com que sua ira aumentasse mais.

Mas Luffy não iria se descontrolar. Ele tinha um plano certo agora, sabia o que deveria fazer.

E foi usando o poder de sua gomu gomu no mi que ele chutou uma parte do quarto, quebrando a parede e fazendo com que a escrivaninha fosse arremessada longe.

— Maldito! – Arlong rugiu. - O que está fazendo?

O que ele estava fazendo? Estava libertando sua companheira. Se aquele era o lugar onde Nami sofreu por tantos anos, o lugar onde ela foi feita prisioneira, então ele destruiria aquele lugar. Para que Nami fosse livre, para que ela sorrisse mais para si mesma, para todos, para ele!

Luffy fazia questão de iluminar o céu para ela.

Deixe-me iluminar o céu

Ilumina-lo pra você

Deixe me dizer o porquê

Eu morreria por você

— Pare já com isso! – Gritou um Arlong furioso.

Porém, quando o tritão foi tentar golpear Luffy, o mesmo desviou, fazendo com que Arlong acertasse seus preciosos mapas.

Luffy não revidava os ataques de seu oponente, só escapava deles e continuava com seu dever: Destruir a jaula de Nami. Mesmo quando Arlong o agarrou pelo pescoço e pressionou contra a parede, ele continuou a quebrar as paredes e tudo mais naquele quarto.

O moreno reparou também que os mapas estavam todos voando para fora. Por um breve momento, ele deu um mínimo sorriso. Esperava que, de todos lá embaixo, Nami estivesse vendo; assim, depois que saísse moído dessa luta, ele seria recebido com um sorriso dela. O que faria tudo valer a pena.

Deixe me iluminar o céu

Ilumina-lo pra você

Deixe me fazer isto meu

Esta noite pra você

Esta noite pra você

— Seu maldito desgraçado! Eu vou te matar! – Agora Arlong estava mesmo fulo. Todos os mapas, sem exceção, haviam sido destruídos! – Além dos meus mapas, está querendo destruir meu parque?!

— Seu parque inteiro, não. – Luffy conseguiu responder, mesmo com a força que fazia para tentar se livrar de Arlong. – Mas este quarto... – Agarrou o nariz do tritão. – Este quarto... – E conseguiu torce-lo, fazendo com que Arlong o largasse. – É o lugar onde ela não quer estar. Por isso, vou destruir esse lugar!

E com um golpe final, o Gomu Gomu Ono, terminou de demolir a estrutura que era o Arlong Park, além de derrotar também o próprio Arlong.

Mas sabem... Luffy não conseguiu sair antes do lugar vir abaixo.

Deixe me iluminar o céu

Ilumina-lo pra você

Deixe me dizer o porquê

Eu morreria por você

Todos estavam aflitos, olhando para os escombros que sobraram do Arlong Park. Porém, em pior estado estava Nami. Não era só preocupação de quem tinha vencido, como a maioria ali, mas sim o bem estar de Luffy. Ela estava preocupada com ele. Se ele morresse só para salvá-la, ela iria mata-lo!

Algo começou a se mover nos escombros e todos focaram os olhos na mesma direção, esperançosos. Uma onde de alívio tomou o corpo de Nami, seu coração só faltou saltar de alegria e o sorriso quase rasgava seu rosto.

Luffy estava bem! Cansado e ferido, sim, mas ele estava vivo e havia vencido! Graças aos céus.

"— Céus...?”— Ela pensou de repente. Instintivamente, olhou para cima, admirando o belo céu azul sobre sua cabeça. Ele sempre fora tão iluminado assim?

E é tão difícil ser quem você é

Mas mesmo assim você veio até aqui

com um coração partido

E é tão difícil ser quem você é

Mas mesmo assim você veio até aqui

com um coração

— NAMI!!! – O grito de Luffy chamou a atenção da navegadora de volta para ele. Mesmo distante, ele conseguia acha-la no meio daquela multidão. Claro, afinal ela estava com seu chapéu. Completamente intacto. Seu tesouro ficou seguro com ela. – Você é... Minha... COMPANHEIRA!!

Companheira?, ele mesmo estranhou um pouco chama-la assim. Mas até que encontrasse um nome para aquele sentimento, aquela preocupação a mais com ela, continuaria considerando-a somente como sua companheira.

E sempre iluminaria o céu para ela.

Iluminar o céu

Deixe-me iluminar o céu


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Espero que tenham gostado, dei meu melhor nessa one! Mas qualquer crítica construtiva também é bem vinda se tiverem.


Fico na espera de suas opiniões nos reviews. Até, minna-san!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Light Up the Sky" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.