A outra escrita por Aleh


Capítulo 15
Dia 12 - A única


Notas iniciais do capítulo

Capitulo final



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Leo

O verão estava se aproximando em pairava pelos corredores aquela típica energia dos alunos logo antes das férias, faltando uma semana para o fim das aulas a professora responsável pela sal Sra. Thorn fez um anuncio.

Entrou na sala pouco depois que o sinal tocou e, em pé na frente da sala, olhou para cada um dos alunos antes de começar a falar.

–Eu conversei com o diretor - Começou mais foi interrompida

–Shippo muito! - Gritou um aluno no fundo da sala que foi calado por um olhar ameaçador da professora.

–Eu conversei com o diretor sobre as notas dessa turma - continuou - É uma das melhores da escola, e por isso nós concordamos em fazer algo para recompensá-los por seu trabalho duro em tirar boas notas.

–Festa!- Comemoraram um grupo de garotas na frente.

–Não é uma festa - respondeu Thorn silenciando os sons de descontentamento antes de continuar - Faremos um acampamento de verão, o dono da imobiliária local concordou em nos alugar algumas cabanas já que não estamos na temporada de caça ainda, então peço que peguem um formulário na minha mesa quando saírem e tragam amanhã com a assinatura do seu responsável e a taxa das despesas. A aula será livre - informou saindo.

Todos estavam animados com a ideia de um acampamento de verão, afinal naquela região o único lugar que tinham era o antigo camp mas este havia sido comprado e o dono da imobiliária mantinha as cabanas trancadas até a temporada de caça quando alugava para os caçadores de outras cidades.

Leo estava mais que animado ele estava exultante, repousou a cabeça na mesinha a sua frente enquanto olhava pras pontas do cabelo negro de Lucy.

–Diga que você vai

–Não sei - respondeu ela também colocando a cabeça na mesa para olhá-lo - Meu pai não vai querer pagar a taxa, além do mais eu não sei se quero ir com o pessoal da nossa turma - justificou e logo depois continuou com um sussurro - Acho que eles me odeiam.

–Eles não te odeiam! Não se preocupe com a taxa, eu pago pra você -sorriu pegando a mão dela por baixo da mesa.

–Não quero que você pague nada pra mim, eu não me sentiria bem, não se preocupe eu dou um jeito.

–Próxima semana.

–Próxima semana.

A semana passou como um borrão, tantas coisas pra se fazer e tão pouco tempo, ele saía de casa quase sempre sem tomar café e passava na casa da namorada para buscá-la todos os dias então poderiam ir pra escola juntos, ele tentava prestar atenção nas aulas e matava tempo com os garotos da banda do colégio então esperava ela sair do clube para irem pra casa e estudar juntos, na verdade , não sobrava muito tempo pras outras coisas, não que ele realmente se lembrasse de qualquer coisa fora da sua rotina .

No último dia de provas ele respondeu tudo em menos de 1 hora, mas ainda tinha que esperar mais um tempo antes de poder sair.

"Zero ou dez " pensou ao notar que havia sido o primeiro a terminar.

O som dos vários adolescentes escrevendo ao mesmo tempo, o lento avançar dos ponteiros do relógio, o cheiro de morangos do shampoo de Lucy e os sapatos verde limão da professora, ele queria lembrar de tudo aquilo, ele queria lembrar daquilo como um momento da sua vida que nunca aconteceria de novo, um momento único entre milhares de outros momentos únicos do tempo em que estudava.

Quando o sinal tocou não esperou a morena entregar a prova antes de sair e desejou que ela não tivesse notado.

Estragaria tudo.

Lucy

A prova estava mais difícil do que esperava e Leo ter terminado antes que ela só a deixou ainda mais nervosa, ele não esperou que ela terminasse então ela não se sentiu pressionada a terminar rápido para não o deixar esperando.

Permitiu-se demorar um pouco mais nas últimas duas questões e quando terminou olhou por vários instantes para aquela folha de papel antes de entregá-la pra professora Thorn.

Quando saiu da sala viu Elizabeth e seu amigo ainda fazendo a prova. O corredor estava cheio de alunos falando animadamente sobre seus planos para as férias e coisas que fizeram no verão passado. Naquele clima ela não conseguia ficar triste mas mudou de ideia quando um esquadrão de líderes de torcida uniformizadas correu em sua direção.

Lucy olhou em volta para saber se era com ela e estranhou ainda mais, não havia ninguém a sua volta mesmo que o resto do corredor estivesse cheio. As duas líderes de torcida que vinham na frente sorriram para ela e uma de cada lado passaram seus braços pelo de Lucy.

–Você não tem o direito de protestar. - falaram a direita e a esquerda em uníssono.

Enquanto metade das cheerleaders afastavam os alunos as outras faziam uma espécie de escolta.

A sua escolta. Quem diria que logo ela, seria escoltada pra fora por líderes de torcida uniformizadas no último dia de aula?

No entanto elas não estavam indo pra saída e sim pra quadra externa. As garotas a levaram até a arquibancada molhada e deixaram-a no primeiro andar enquanto tomavam seus lugares nos degraus de cima. Menos de um minuto depois alguns outros alunos apareceram, alguns usavam roupas azuis e vermelhas e outros estavam vestidos como pioneiros. Lucy não sabia o que estava acontecendo mas por algum motivo não conseguia para de sorrir quando a banda da escola com suas roupas engraçadas entrou pela lateral da escola tocando seus instrumentos como em uma marcha se juntando às outras 15 pessoas que já estavam lá.

Aquilo não parecia real, parecia um sonho bobo de quando Lucy era criança e ela estava adorando tudo. Estranhou quando a banda parou de tocar, os outros alunos já começavam a se amontoar e volta pra ver o que estava acontecendo, perfeitamente sincronizados a maioria dos garotos da banda se afastaram indo metade deles para a esquerda e a outra para a direita, todos menos um.

Um que ela não notara, um que não carregava nenhum instrumento, Leo.

Com um sorriso de orelha-a-orelha ele tentou falar por cima de todas aquelas crianças cochichando.

–Eu sei que isso pode ter sido um pouco demais - confessou - Mas pra mim isso não chega nem perto do que eu sinto a cada dia que estou com você, como um quatro de julho no meu coração, com desfiles, música e fogos de artifício.

–Você deve estar bem cheio mesmo! - Gritou alguém no meio da multidão.

–Eu sempre soube como me sentia e agora você sabe também , mas eu não posso dizer que tudo são desfiles , porque isso não seria verdade,eu também fico zangado - olhou pra seus amigos que o olhavam incrédulos - Sim , até mesmo eu fico zangado, talvez não zangado mas extremamente chateado - corrigiu-se - Porque eu nunca realmente a pedi em namoro.

–Ah meu deus não - sussurrou Lucy corada já sabendo o que estava por vir.

–E agora, diante da escola toda eu vou fazer a pergunta que me arrependo por não ter feito antes. - Informou ajoelhando-se - Lucy você quer... você gostaria de ser a minha namorada? - perguntou

Ela não conseguia falar nada, era como se algo estivesse preso na sua garganta, todos fizeram silêncio pra ouvir a resposta, mas com toda aquela gente ali ela não sabia se conseguiria falar. Procurou por uma saída mas os estudantes estavam por todos os lados.

–Aceita, aceita, aceita - começaram a falar em coro -Aceita, aceita, aceita...

E foi assim, corada e envergonhada que ela aceitou na frente de toda a escola, as garotas nos degraus de cima que já esperavam por aquilo jogaram pequenos quadrados de papel brilhante para cima e em minutos ela se viu nos braços do garoto sorridente que falava algo sobre aquilo ficar para sempre na sua mente.

Elizabeth.

Eu não sei o que senti ao ver aquela cena, eu esperava ficar triste e zangada mas eu não conseguia, eu apenas me sentia vazia.

A viagem seria no dia seguinte então depois de me despedir de Tyler fui pra casa,depois das 20:00hs , quando Leo chegou em casa ele começou a me mandar várias mensagens falando sobre o quanto o seu dia tinha sido incrível e inesquecível e que mal poderia esperar pra passar duas semanas em um acampamento com a sua nova namorada. Tive vontade de jogar meu celular pela janela mas me segurei , eu extravasaria toda a minha raiva no acampamento.

Joguei várias roupas em uma bolsa grande e coisas que eu precisaria na outra junto com meu notebook e o celular extra. Nosso ônibus saiu da escola às 8:00, íamos para o lugar mais longe da cidade (na verdade havia uma discussão entre as pessoas da nossa cidade e as pessoas da cidade vizinha pra sabe em que cidade ficava o lugar, tecnicamente ficava na cidade vizinha mas nós nunca admitiríamos isso em voz alta). Tyler pôs sua cabeça em meu ombro e mandou eu ficar quieta porque ele tentaria dormir.

Eu o empurrei mas tudo que consegui foi que ele colocasse a cabeça no meu colo ao invés do meu ombro. Quanto mais nos aproximávamos da praia menos casas nós vimos, nos últimos minutos a única coisa que havia era mata e o prédio de uma pequena empresa... aquela empresa, o nome me pareceu estranhamente familiar no momento mas eu estava ocupada demais tendo nojo do casal se beijando na primeira fileira pra me preocupar com o nome de uma empresa qualquer.

As cabanas estavam abertas e limpas, colocaram quatro alunos por cabana de acordo com as notas, quanto maiores fossem suas notas, melhor seria sua cabana. Eu fiquei em uma boa cabana junto com uma menina da banda, uma nerd e uma que havia pescado da anterior.

Os professores que vieram assumiram o papel de diretores de atividades e nos fizeram passar o dia todo fazendo coisas como cabo de guerra e caça à bandeira. Eles nos disseram que a noite teríamos uma fogueira e que depois disso faríamos o que quiséssemos o que foi um alivio pra todos que não queriam voltar aos seus 9 anos quando aquele lugar ainda era um verdadeiro acampamento.

Eu não esperei até a noite, na primeira pausa que tivemos falei ao professor responsável que iria procurar o Tyler e me escondi em uma parte afastada do camp. Aquela foi a minha última tentativa, tirei o celular extra do bolso e disse a mim mesma que se não faria mais nada depois daquilo.

Foi a maior mensagem que eu escrevi em toda a minha vida, digitei durante trinta minutos, isso porque sempre lia e relia e apagava várias partes até ter certeza que estava bom .

Então eu enviei, mas não pra Lucy , pro Leo.

Quando terminei, enterrei o celular perto de uma árvore e voltei pra perto dos outros.

Não sei o que aconteceu entre os dois mas Lucy se viu obrigada a explicar o que fizera a todos.

–Eu tenho recebido mensagens estranhas, mensagens que me acusam de matar as pessoas que eu não gostava em um incêndio, mas eu só quero que seja lá quem que esteja mandando elas saiba que as coisas não aconteceram assim. Naquela noite, o lugar estava cheio e eu e minha amiga saímos pra fumar, foi quando a polícia chegou, nós derrubamos os cigarros e saímos correndo. Foi apenas uma coincidência, uma infeliz coincidência que justamente naquela noite os veteranos resolveram pregar uma peça nos calouros e trancá-los no galpão, eu tenho minha parcela de culpa, afinal o cigarro que começou o incêndio era meu, mas ao contrário do que essa pessoa pensa, eu não sou um monstro sem coração que queimaria pessoas por diversão - terminou soluçando.

Foi assim que minha última tentativa falhou, todos passaram vários minutos calados antes de voltarem a conversar normalmente evitando o assunto das mensagens, Tyler apareceu alguns minutos depois com uma embalagem de repelente.

Passou o creme branco no meu rosto e braços enquanto falava sobre o tipo de doenças que mosquitos transmitiam.

Fomos dormir depois de cantar várias músicas do Arctic Monkeys e algumas mais antigas do Bon Jovi e do James Blunt. Por três dias a rotina foi a mesma.

Na manhã do quarto dia me acordei mais cedo que os outros e andei sem rumo até esbarrar na senhora Thorn que fazia o café da manhã.

–Você acordou cedo ! - Sorriu ela tirando o boné vermelho da cabeça.

–Eu estava sem sono - respondi pouco à vontade.

–Já que você acordou cedo pode fazer um favor pra mim?

–Claro - concordei, qualquer coisa era melhor do que ficar no tédio.

–Você pode ir até a cidade vizinha e comprar um pouco de pimenta? Eu quero e os outros estávamos pensando em cozinhar alguma coisa diferente mais tarde mas ninguém trouxe carro e você sabe como são esses velhos professores - brincou me dando uma nota de 20

–Vou voltar logo - avisei

–Obrigada! - Agradeceu antes que eu fosse embora.

Eu não havia notado o quando a estrada era larga quando nós viemos, mas era larga e longa . No começo andei no meio dela mas em menos de dez minutos eu passei a caminhar na margem direita.

Todas aquelas grandes árvores deixavam o caminho sombreado, como em uma imagem jogada ao acaso no Tumblr.

Não pensava em nada em especial quando vi aquele prédio novamente, foi naquele momento que relacionei o nome da empresa a alguma coisa, o carro do senhor idiota estava registrado no nome dessa empresa. Dei de ombros e continuei andando mas a curiosidade me venceu e eu voltei pra tentar dar uma olhada lá dentro.

O prédio tinha três andares e uma bela fachada mas parecia fechado, ao lado do prédio um pequeno caminho de pedras levava aos fundos, não havia nenhum portão ou grade então fui por lá esperando encontrar uma garagem e talvez até mesmo o carro do Sr. Idiota, se eu o achasse daria um belo arranhão àquela pintura bonitinha de carro novo. No entanto ao invés de uma garagem encontrei um jardim, claro que tinham carros lá também mas era principalmente um jardim. Com grama mesas de metal pintadas de branco e um gazebo branco com luzes decorativas.

O carro daquele cara estava lá, sorri comigo mesma e corri em direção à ele, tirei a chave de casa do bolso do short e olhei em volta. Depois de ter certeza que não tinha ninguém olhando comecei a arranhar o carro desde a porta da frente até perto do porta malas, aproveitei pra tentar amassar um pouco a parte da frente mas aquilo era demais pros meus 50 quilos. Se eu tivesse ido embora naquela hora, nada teria acontecido e eu não estaria escrevendo, no entanto eu sou eu e não poderia ir embora antes de dar mais uma olhada por aí. E foi em uma dessas olhadas que achei o carro de Yoona.

Meu primeiro pensamento foi "Se o carro dela está aqui, ela também deve estar" . Era mais que obvio que ela não estava no jardim, mas mesmo assim eu procurei, entre os carros, embaixo deles e até subi no gazebo, foi quando vi uma escadinha no centro da construção que levava ao andar de baixo. Sabia que era invasão de privacidade, mas se Yoona estava ali eu iria encontrá-la.

Desci as escadas tentando não fazer barulho e acabei em um corredor. O piso era de mármore claro em contraste as portas escuras ao longo do corredor, o silêncio daquele lugar estava me dando arrepios , eu não conseguia imaginar minha amiga em um lugar daqueles.

Conforme andava tentei abrir as portas, uma a uma , mas todas estavam trancadas, já havia desistido e subia as escadas quando os dois homens me puxaram pra baixo. Tentei desesperadamente me soltar, batendo, chutando o ar e xingando em voz alta, contudo eles eram mais fortes que eu e logo eu nadava na indesejada inconsciência.

Acordei horas depois, em um quarto escuro, minhas costas doíam mas tirando isso não havia nada de errado comigo, apenas uma olhada em volta e eu já sabia que não queria ficar naquele lugar. Girei a maçaneta desesperadamente.

Trancada.

–Tem alguém ai? - perguntei pra porta que obviamente não me respondeu.

–Eu avisei ! - gritou a porta .

Olhei pra ela e ela me olhou e naquele instante decidi que provavelmente a resposta havia vindo do lado de fora e não da porta em si.

–Eu não tenho nada haver com isso - choramingou uma voz familiar.

–Então como ela chegou aqui?

–O que é isso? eu estou num filme de gangsters por acaso? - perguntei à minha boa amiga porta.

–Eu não sei, eu não sei - soluçou a voz que foi interrompida pelo som de um estalo.

Um tapa provavelmente. Me desculpei com minha nova amiga antes de começar a bater e gritar o mais alto que podia, eu não queria ficar lá dentro e ser a próxima da fila do espancamento.

Houve um som de 'clic' quando a porta se abriu , e aquele cara me arrastou pelos cabelos pra fora. Tentei afastar as mãos dele e me arrependi por não ter feito judô como meu pai sugerira quando eu tinha 11 anos.

–E agora ela vai ficar gritando também! - falou Sr. Idiota me jogando no chão ao lado de Yoona.

–Eu sinto muito, eu sinto muito - falava ela sem parar.

Sr. Idiota virou o rosto para o outro lado do corredor ao ouvir algo .

–Fiquem aqui se não vai ser pior pra vocês - ameaçou correndo pra ver o que estava acontecendo.

Yoona parecia péssima, ela não estava usando maquiagem , tinha um grande hematoma no rosto e o lábio inferior estava cortado.

–Você disse que ele nunca iria te machucar - falei examinando seu rosto e procurando o celular no meu bolso.– Quem é esse cara?

–Meu noivo - respondeu em voz baixa pouco antes de começar a soluçar.

Eu não havia trazido o celular, mas não ficaria ali sentada esperando nosso carrasco voltar. Ajudei Yoona a se levantar e vendo que ela estava com a perna machucada obriguei-a a se apoiar em mim para sairmos. Estávamos quase saindo quando aquele cara entrou de supetão pela porta, ele me empurrou para a parede e agarrou Yoona colocando um arma em sua cabeça segundos antes dos policiais entrarem com as armas prontas para atirar.

–É melhor você colocar isso no chão e deixar a garota! - ameaçou o policial um

–Se vocês se aproximarem eu atiro - retrucou ele friamente, como se realmente não se importasse em atirar na própria noiva.

–Vamos sair daqui - sussurrou o policial dois pra mim tentando não ser notado.

–Eu não vou sair sem ela - respondi apontando pra Yoona

–Meu parceiro vai fazer de tudo pra tirar ela daqui, mas se você continuar aqui só vai atrapalhar o nosso trabalho okay?

Refleti por um instante antes de aceitar a ajuda.

–Ela fica ! - Gritou o Sr. Idiota ao me ver sair. - Ela também fica !

Policial um estava prestes a discutir quando ouvimos um tiro vindo do lado de fora, e aquilo aconteceu em questão de segundos.

Aquele cara atirou na cabeça dela e logo depois foi abatido pelos policiais.

Se você nunca viu alguém que conhece morrer diante dos seus olhos, nunca vai entender o que eu senti, eu só percebi que estava gritando quando os policiais me tiraram de lá as pressas com medo de que aparecesse mais alguém daquela empresa.

Eles queriam me levar ao hospital, mas a última coisa que eu queria naquele momento era ir para um hospital com um bando de desconhecidos, pedi pra me levarem pro acampamento e mesmo relutantes eles me levaram.

Assim que me viu a professora Thorn caiu em prantos e me abraçou dizendo que não sabia o que faria se algo tivesse acontecido com algum dos seus alunos.Tyler apareceu alguns minutos depois, vermelho e ofegante, me disseram que desde meio dia ele estava me procurando por perto , Leo e Lucy haviam ido me procurar na cidade vizinha , um grupo havia ido avisar meus pais e os outros foram me procurar pela nossa cidade.

Eu não conseguia falar nada pra eles e mesmo sabendo o quanto eles estavam preocupados, eu só conseguia pensar naquela situação horrível que havia acontecido, aquela cena que se repetia várias e várias vezes na minha cabeça.

A professora recolheu minhas coisas e depois de ligar para o diretor (afinal eles tinham mesmo alguma coisa) e pedir pra ele trazer o carro ela tentou me fazer parar de chorar. Tyler não quis me deixar ir sozinha e me acompanhou até o hospital, ele me abraçava e dizia que ia ficar tudo bem e que ele estava comigo.

O que nos leva ao motivo de eu estar escrevendo isso, estou escrevendo por que há alguns dias a psiquiatra disse que seria bom pra mim escrever sobre isso, pra desabafar, mas até agora isso não tem funcionado.

Eu tenho pesadelos todas as noites e na última semana meu pai tem falado em se mudar pra que eu não tenha que ver a casa de Yoona sempre que sair de casa. Leo e Lucy estão preocupados comigo mas na verdade eles não fazem muito mais do que perguntar se eu estou bem a cada cinco minutos em compensação eu tenho passado muito mais tempo com Tyler depois de descobrir que ele já passou por algo assim com sua irmã mais velha que se suicidou quando ele era mais novo. É como se nossas partes quebradas se completassem e embora ele não seja a pessoa com quem eu sempre sonhei com Tyler eu não sou apenas a outra , com ele eu sou a Única.


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