Estágios da Perda escrita por Sapphire


Capítulo 3
Raiva


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente sinto muito pela demora. Milhões de eventos imprevisto aconteceram suscetivamente em minha vida e só hoje eu consegui postar esse capitulo, por mais que ele já estivesse pronto h´´a algum tempo.



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III

ARYA MCCLARIE

RAIVA

Karen via como Arya parecia indiferente a tudo ao seu redor.

Via como era fria com os outros.

Nem mesmo com o noivo que conhecera há pouco mais de um mês ela demonstrava algum sentimento senão sua característica frieza.

Aquilo a preocupava.

Arya, mesmo que não aparentasse, era apenas uma criança.

E uma criança não deveria agir dessa maneira.

E visando ter uma conversa séria com Arya, ela conseguira, com muito esforço, fazer com Oliver e Anna saíssem sozinhos naquela noite no começo de março.

Após um jantar leve ela seguiu Arya até seu quarto, e após está já estar preparada para dormir Karen começou a falar.

–Arya...

–Sim? -Perguntou olhando um ponto atrás de Karen, mais precisamente os olhos de Michael.

–Conte-me, o que você acha de Theodor? -Ela pensara muito antes de realmente pôr o plano em pratica, decidira não levantar suspeitas, começaria com um assunto mais leve, que mesmo assim se envolvia como o quesito que ela abordaria.

–Hmmm... Ryans? O que eu deveria achar quando o vi apenas duas vezes e em nessas, cada passo de ambos foi perfeitamente cronometrado?

–Não está sendo dura demais?

–Não. Oliver, eu e Anna ensaiamos cada fala em ambos os encontros, ele fez o mesmo.

–Certo. Como está sua relação com Anna?

–Como você acha que está?

–Arya! -Karen se viu na obrigação de repreender a garota, que sorriu falsamente.

–Quanta curiosidade sobre minha vida, não?

–Arya! -Elevou o tom de voz, cada vez menos decidida a continuar com aquela conversa.

–Karen, Karen, Karen quando vai perceber que eu e Anna não precisamos de você como mãe?

E mesmo falando aquela frase, mesmo com aquele tom maldoso, mesmo com aquele sorriso falso, aquele gelo não saia de seus olhos azuis era como se ela nem ao menos se importasse se aquela frase teria impacto negativo ou não em Karen.

–Arya McClarie.

–Michael tire-a daqui. -O mordomo não se moveu, Karen estava com uma expressão irritada no rosto. Arya aumentou o sorriso falso, brincando com a mão direita encoberta pelo cobertor. -É uma ordem.

–Yes, my lady. -E Karen percebeu que estava em frente a porta fechada do quarto da garota.

Bate na porta uma, duas, três vezes, e continuou batendo até exausta partir para o próprio quarto novamente. Amaldiçoando aqueles que haviam acabado com a família que os McClarie eram anos antes.

Naquela noite, sentada de costas para o mordomo enquanto este penteava com suavidade suas longas madeixas esbranquiçadas, Arya vagueava para uma época distante em memorias.

–O que tanto pensa, my lady?

–Está realmente curioso, ou está disposto a usar minha resposta contra mim depois?

–Os dois. Perdoe-me, mas foi uma ordem sua não mentir...

–E não me tratar como tratava seus mestres anteriores.

Ela sorriu deitando-se sobre ele, que ainda mexia cuidadosamente nos cabelos dela.

–As pessoas entenderiam tal proximidade de forma errada.

–Você é um demônio. Teriam do que desconfiar.

–Você pode ser tão ruim quanto um. Teriam do que desconfiar.

Os dois trocaram sorrisos cumplices. O símbolo de seu contrato brilhando em vermelho nas mãos de ambos.

O símbolo era um tanto diferente, um pentagrama invertido, com em seu centro algo semelhante a um olho.

Na manhã seguinte veio a notícia os quatro haviam sido convidados para uma tarde agradável nos gloriosos jardins da Mansão do Conde Ryans.

Ao chegarem lá, Theodor e Arya foram quase empurrados para o quarto dele, sozinhos, ou a família dele estava tentando se livrar dos dois ou queria que eles se aproximassem, a opção mais óbvia foi, logicamente, a segunda.

–Hey. -Cumprimentou ele, sua avergonha estava nítida pelo tom levemente avermelhado que surgia nas suas bochechas. Arya suspirou, seu problema com ele não era beleza, o garoto era bonito com seus cabelos rebeldes castanho-claros e os olhos esverdeados claros, mas sim com o fato de não gostar dele.

–Você tem irmãos? -A pergunta martelava na cabeça dela, desde que o conhecera.

–N-Não. -Ele falara tremulo, detalhe que foi amplamente percebido por ela, que com um sorriso de desdém, se aproximou mais.

–E irmãs?

–I-Irmãs? NÃO!

–Claro que não. -Falou, se aproximando ainda mais dele.

–Tem certeza? -Ela beijou-lhe, não na boca, mas no canto dos lábios, apenas um roçar mas que fez com que ele ficassem completamente vermelho.

–S-Sim. -Ele olhou para baixo, nunca fora assim, nem mesmo com garotas, mas o que ela tinha de especial? Ele não sabia.

–Ok. -Sorriu.

Horas mais tarde em seu quarto completamente trancada, bebericando uma xicara de chá, Arya recebia uma serie de papeis e documentos de Michael.

Folheou esses. Os primeiros não mostravam muito mais do que ela sabia sobre a família Ryans. Continuou folheando-os sem muito interesse até, pegar um de tom mais antigo que os demais.

“A família Ryans desde seu início esteve fadada a diversas tragédias, e neste domingo mais uma se acrescenta a longa lista que se estende por todas suas gerações.

Por complicações no parto, que durou tortuosas horas, o primeiro herdeiro de Diane e Derek Ryans acabou falecendo.”

Procurou mais coisas que batessem com aquele assunto, e parou apenas ao encontrar em dos últimos lugares da pilha um papel amarelado escrito a mão.

“Querida Elena,

Pode imaginar qual não foi a desgraça que assombrou minha família?

Meu primeiro herdeiro...

Um sonho que não foi realizado.

Pelo menos ainda tenho você.

Minha doce Elena, porque continua negando-se a aceitar minha proposta?

Seu admirador

DEREK RYANS”

–Está em especial foi encontrada no quarto de uma prostituta de luxo.

Arya não pode conter um sorriso irônico, algumas coisas tornando-se mais claras em sua mente, enquanto outra tornavam-se cada vez mais incompreensíveis.

“Há noites esse barulho vem se repetindo se assemelha muito a um choro de criança, mas o pequeno Theodor não demonstra acordar em momento nenhum durante a noite.

Por vezes imaginei ter avistado um vulto, o mais perto que pude identificar eram cabelos castanho, talvez como os do jovem Theodor. Mas deixarei esse assunto de lado, provavelmente não passa de minha imaginação.

Bella Davis”

–Quem seria essa? –A voz de Arya deixava sua curiosidade nítida.

–Uma das antigas criadas dos Ryans.

–Ainda trabalha lá?

–Morreu dois meses depois desse relato em seu diário.

–Ok. –Falou ainda procurando coisas que lhe interessassem no meio daquelas folhas.

“Dedico este livro a minha amada família.

Meu irmão Derek Ryans,

Meus pais, Alice e Jason Ryans.

Minha cunhada, Diane Ryans.

E minha principal inspiração:

Meus sobrinhos”

Aquilo despertou uma centelha de dúvida na albina, aquele livro fora publicado poucos anos depois de Theodor nascer, e pelo que ela lera Diane não engravidar nenhuma outra vez.

Então porque ali, estava sobrinhos e não sobrinho?

–Michael!

–Sim, my lady?

–Vamos visitar Richard Ryans.

–Yes, my lady.

O Mordomo, e sua mestra.

Realmente era difícil vê-los dessa forma fora de casa.

O terno negro não era exatamente algo que ela o obrigasse a usar então com roupas de aparência cara e casuais, e o extremo cuidado com que ele tratava dela qualquer um poderia imagina-los como pai e filha.

E foi isso que Richard Ryans pensou assim que aquelas duas figuras adentraram seu escritório.

–Oh, o que desejam?

–Viemos conversar. –A criança falara com tal frieza que ele não pode evitar se surpreender.

–E qual seu nome, querida? –Perguntou docemente, já puxando um exemplar de seu mais recente livro para entregar para criança.

–Arya, mas talvez me conheça como Condessa Winter, Arya McClarie;

Sim, aquilo fora um choque para ele, que a tão falada Condessa de Winter fosse apenas uma criança.

–Também sou noiva de Theodor. –Completou, mexendo levemente nas mechas esbranquiçadas de seu cabelo.

Ela tinha um ar angelical, um ar que lhe escapava assim que seus olhos frios e sorriso irônico se tornavam perceptíveis.

–Certo, certo o que deseja?

–No livro “Afazeres e Refazeres”, você faz um agradecimento, um tanto... errado, não?

–Do que está falando? –Ele empalideceu. Aquilo não podia estar acontecendo.

–Realmente, você sabia que adultero é crime?

–DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO? –Ele se exaltara. E aquilo levantara ainda mais as suspeitas dela.

–Diane Dale foi sua primeiro...

–CALE-SE

–E mesmo assim ela se casou com ele...

–CALE-SE

–E teve filhos com ele.

Ela saiu de lá sorrindo não abordara o assunto que queria, mas descobrira coisas interessantes sobre a família do noivo.

Ao chegar em casa, sua face voltara a frieza habitual e Karen que ainda tinha o assunto borbulhando em sua mente tivera mais uma ideia.

Sentara-se cuidadosamente a frente da garota conseguira mais uma vez que Oliver e Anna saíssem sozinhos e pedira para que Esther, Michael e os outros empregados fossem comprar algumas coisas.

–Arya, o que você sente em relação a Theodor? –E ela começara com o mesmo assunto, um tanto esperançosa que Arya e Anna tivessem a mesma sorte que ela ao ter um noivo como Oliver e se apaixonar por ele.

–Ele é amigável. –Deu de ombros.

–Um avanço. E em relação a seus irmãos?

–O que você acha? Oliver e Anna são tudo que ainda me restou. –A garota suspirou irritada como se tivesse falado a coisa mais óbvia do mundo.

Aquilo de certa forma doera em Karen, tudo que ela mais desejava desde que as conhecera ela ser como uma mãe para elas, e mesmo com quase dois anos desde que haviam se visto pela primeira vez ela parecia não ter tido muito sucesso.

–E você se juntou a essa lista há algum considerável tempo atrás. –Arya falara com um sorriso de canto, seus olhos mantêm-se frios mas Karen agora tinha uma confirmação que os sentimentos da garota não haviam congelado até deixarem de existir, estavam apenas escondidos por uma grossa camada de gelo que teimava em derreter.

–E sobre seus pais? Conte-me como eles eram com você? –Depois da confissão da garota ela abandonar o complexo plano que elaborara, mas ela realmente estava curiosa sobre aquele assunto.

A garota ficou alguns segundos calada, olhou uma última vez para Karen e retirou-se do aposento logo em seguida.

E no conforto do seu quarto, sentada na cama ela viu com um brilho maligno nos olhos Michael assassinar sem dó nenhum, alguns homens que haviam tentado invadir a mansão.

E por algum tempo ela imaginou que aqueles homens fossem os assassinos de seu pais.

Por Arya McClarie tinha um sentimento nítido em sua face naquele momento.

Por que ela não se preocupava em esconder aquilo.

Por que Arya McClarie sentia raiva de todos eles.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que provavelmente é hipocrisia perguntar, mas eu deveria fazer uma terceira temporada?



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