O Fim escrita por Khatleen Zampieri


Capítulo 1
Esperança!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura Minnaaa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/632953/chapter/1

A última lembrança que tenho, meu amigos desesperados, meu mestre tentando proteger a todos, Natsu segurando minha mão, e entre minhas lágrimas, a luz do sol sendo totalmente coberta pela nossa morte, uma fera das trevas, um dragão do mal, Acnologia era seu nome, descendo em nossa direção, então total escuridão.

Acho que morri, eu e meus amigos, então por que meu corpo pesava tanto? Achei que depois que partíssemos, deixamos nossos corpos para trás. Bem não sei mais se estou viva ou morta, sinto frio, sinto-me sozinha, se não estou morta, quero morrer, pois não quero viver assim.

“Fairy Tail precisa viver, vocês precisam viver.”

Escutei essa voz por um momento, era tudo que podia se ouvir em meio a total escuridão, uma única voz me dando esperança, mas de quem era? Natsu? Não, é uma voz feminina, Erza? Era fina demais para ser da Scarlet, Wendy? Sim. Tentei chamá-la, mas não saiu voz alguma. Wendy, por favor, onde você está?

“Acorde! Levante”. A voz insistia para que eu me levantasse, mas por mais que eu quisesse, minhas pernas e braços pesavam muito, e o frio parecia ter congelado meu corpo. ‘Vamos, acordem!”.

O que estava acontecendo? Por que eu estava num lugar como esse? Não havia nada ali, nada que eu pudesse ver pelo menos, nada que pudesse tocar, mesmo não podendo mexer nada. Por favor, alguém me tire daqui. Por favor.

Já se passaram quantas horas? Estou sozinha, triste, por favor? Pelo menos deixe-me escutar de novo aquela voz. Por favor, alguém esta aí?

No silêncio, aos poucos um som de respiração se aproxima de mim, não sabia se era amigo u inimigo, mas era alguém, isso queria dizer que eu não estava sozinha ali. Tentei chamar, mas nenhum som saiu de minha boca, tentei me mexer para produzir algum barulho, mas foi uma tentativa fracassada.

Por favor, quem está aí? Me ajude.

Do nada, uma luz muito forte e um calor se expandiu por todo o meu corpo, senti mãos me puxarem para a claridade, e assim deixei o frio para trás, comecei a sentir o vento bater em minha pele, que se encontrava sensível, o leve som de vozes ao longe, muito longe, que aos poucos ficavam mais nítidas e mais perto.

_Lucy... Lucy.. – se passavam em sussurros muito baixos, mas alguém me chamava.

_Lucy.. hey, acorde. – essa era um pouco mais alta, eu queria responder, mas não conseguia.

_LUCYYYYY POR FAVOR NÃO MORRA! – Essa voz foi tão alto, que parecia estar dentro de mim, eu reconheci como a voz do meu amigo escandaloso, Natsu.

Tentei mexer minhas mãos, elas estavam bem mais leves, mas doeu quando eu ergui a esquerda.

_Ah obrigada... – a voz de Natsu parecia mais relaxada. – você está bem?

Tentei abrir os olhos, doeram, mas comecei a reconhecer a silueta do meu amigo, ele me segurava em seus braços, eu estava deitada, meu pés estavam enterrados, Natsu estava cheio de terra, e meus amigos também, eles olhavam para mim preocupados.

_O que aconteceu? – falei, eu consegui falar, meu Deus.

Todos soltaram um suspiro de alívio, Natsu sorriu pra mim, um sorriso muito sincero e grande, eu me sentei.

_Tem certeza que você está bem? – ele me perguntou novamente. Olhei para ele, ele mostrava mais preocupação do que normal, mas o que tinha acontecido?

_Estou, mas vou ficar melhor ao saber o que aconteceu? – eu olhei para os outros também.

Ninguém falou nada, só olharam para baixo, então Erza se prontificou.

_Nós também não sabemos, eu acordei só com a minha cabeça e minha mão direita para fora da terra, o resto do meu corpo estava totalmente enterrado. – ela se explicou, mostrando seu corpo sujo.

_O mesmo comigo, mas foi a Erza quem me acordou, senão eu estaria sonhando até agora. – Gray completou, olhei para Natsu.

_Eu só me lembro do Acnologia descendo em nossa direção, só isso, depois escuridão total. – ele contou.

_Quer dizer que a escuridão, e o motivo do frio e da sensação de morte foi por que estávamos enterrados? – perguntei.

_Achamos que sim. – Gray respondeu pelo grupo.

_Ta, mas onde estão os outros? Não estávamos só nós. – questionei.

_Vai com calma Lucy, acabamos de acordar também, o motivo de estarmos só nós quatro aqui, é que estávamos enterrados perto um do outro, você e Natsu estavam até de mãos dadas, foi fácil achar você. – Erza explicou, olhei para o meu amigo de cabelo rosa, e ele olhava para baixo.

_Você não acordava, ficamos preocupados, pensei que você tinha... – ele desviou o olhar para mim. – havia vestígios que ele havia chorado, eu só me levantei com minhas forças restantes e o abracei.

_Onde está Happy? – perguntei olhando para Erza, ela negou com a cabeça.

Suspirei e abracei ainda mais meu amigo, onde estava todo mundo? Será que eles estavam enterrados aqui também? Ou será que acnologia os.. não, não pense isso.

Me levantei, coloquei a mão na cintura.

_Vamos! Vamos achar nossos amigos. – falei, todos sorriram, e foram procurar algo pra cavar, olhei para Natsu, ele estava com a cabeça baixa ainda, olhei para Erza, ela estava cansada, suja e com dor, mas cavava, Gray estava irritado, mas cavava, por que Natsu estava assim? Pensei que ele seria o primeiro a começar a cavar, ele sempre se preocupou mais com os amigos do que com ele mesmo.

_Natsu? – me ajoelhei do seu lado, pus uma mão no seu ombro. – sei que está preocupado, mas vamos cavar, achar os outros, você tem um faro incrível, pode achá-los mais rápido...

_Lucy, é claro que estou preocupado, mas eu estou com medo, a cima de tudo com medo. – ele me olhou, sua expressão demonstrava cansaço, olheiras, ele precisava descansar.

_Olha, fique aqui e descanse, eu vou ajudar os outros, quando estiver se sentindo melhor, pode vir ajudar. – eu me levantei, mas no meio do caminho fui puxada de volta.

_Prometa pra mim que vai se cuidar, que nunca mais vai me assustar desse jeito de novo. – ele implorava pra mim. Olhei em seus olhos, parecia que ele ia começar a chorar de novo. – já perdi meu pai Igneel, Happy desapareceu, meus amigos, não sei se vamos encontrá-los de novo, não quero perder você, e por um momento, isso pareceu um pesadelo.

_Hey, pare de falar assim, vamos ficar bem, todos nós, e pare de ser tão deprimido e pessimista, vamos achar sim nossos amigos, eles estão aqui como nós, se nós estávamos, por que eles não? Tenha fé, ok? E não, eu não vou te deixar. – segurei sua mão e passei a outra em seu rosto, ele me olhou com esperança. O brilho de seus olhos havia retornado.

_Obrigado! – ele agradeceu, sorriu e se levantou. – Vamos cavar.

Natsu começou a se concentrar pra sentir o cheiro dos companheiros, assim se abaixou um pouquinho e andou em várias direções.

Ele havia voltado ao normal, mas se não achássemos os outros logo, não sei como ele iria ficar, como todos nós ficaríamos.

*

Passou-se muitas horas, o céu começou a escurecer e nãos tínhamos achado nada. Todos estavam em volta de uma fogueira que Natsu e Gray fizeram, juntaram algumas madeiras que acharam com os destroços da nossa ultima batalha e com a magia de Natsu, conseguimos fogo.

_Gente, precisamos conversar. – Erza quebrou o silêncio que reinava na ilha. – Viemos treinar, ou melhor aprovar novos magos classe S na guilda, e de repente, tudo mudou, fomos atacados, fomos feridos, e quando achávamos que tudo iria ficar bem, fomos totalmente destruídos..

_Não acha que está piorando as coisas.. – Gray tentou desviar do assunto, Erza estava deixando todos um pouco deprimidos.

_Do que adianta fingirmos que nada aconteceu? – a ruiva perguntou.

_Não é fingir que nada aconteceu, é relaxarmos um pouco, estamos exaustos, não temos nem ideia de quanto tempo ficamos enterrados.. – Gray respondeu. – acho que merecemos um descanso antes de surtar.

_Não estou surtando Gray, estou sendo realista, pode ser que nunca mais vejamos nossos amigos, não podemos parar de procurar. – ela insistiu.

_Por mais que eu queira continuar procurando, e você sabe que quero, não consigo. – ele desabafou. – Desculpe, eu morto, preciso descansar, acredite Erza, o que mais quero é encontrá-los, mas meu corpo não me ajuda no momento.

Erza escutava aquilo indignada, ela ia insistir mais, olhei para Gray e Natsu também, eu não queria me meter na linha de tiro da ruiva, mas os meninos não aguentavam em pé.

_Erza, antes de acharmos o pessoal, acho melhor nos preocuparmos com quem está aqui agora. – ela olhou pra mim, e em seguida para Natsu que cuidava de alguns machucados em silêncio, coisa rara pra ele, e depois para Gray, que gemia de dor, os machucados estavam profundos, eles precisavam descansar. – você também precisa descansar.

A ruiva sentou e olhou para baixo, sentei-me ao seu lado.

_Eu sei que quer encontrar todos, mas precisamos estar dispostos para isso, e nessas condições até mesmo a Titânia precisa reconhecer os seus limites. – ela concordou sem me olhar, sua cabeça estava enfiada entre os joelhos e os braços os abraçavam. – durma, vou ficar de olho nos outros.

Me levantei e fui ver como Gray estava.

_Eu estou bem Lucy, nem precisa pedir. – ele disse me olhando com um singelo sorriso.

_Não precisa de ajuda com os curativos? Eu não sou a Wendy, mas.. – ele sorriu. E me alcançou o braço onde tinha um corte feio.

_Obrigado. – ele falou.

_Por que? – perguntei enquanto enfaixava o braço dele.

_Por me ajudar com a Erza, todos sabem que a cabeça dela é difícil de mudar. – ele respondeu. – e você mudou.

_Não fui eu. – eu ri. – eu apenas falei o que ela queria ouvir pra poder descansar, se ela fosse a única que quisesse descansar, ficaria se sentindo culpada.

_Mas e eu? – ele pediu. – eu também quero descansar.

_A única mulher Gray. – respondi terminando de ajudá-lo. Olhei pra ele e ele sorriu demonstrando que entendeu o que eu disse e me agradecendo pela ajuda.

Deixei ele descansar e fui até Natsu.

_Como os outros estão? – ele me pediu.

_Cansados. – respondi, olhei pra ele. – você também está, por que não dorme?

Ele suspirou.

_Sei que você está certa. – ele me olhou e sorriu. – mas não consigo dormir.

_Por que? – perguntei.

_Tenho medo de não acordar mais como da última vez. – ele olhou pra mim se culpando.

_Acha que o que aconteceu aqui é sua culpa? – pedi indignada.

_Não me olhe assim, como se tivesse brava comigo. – Natsu olhou para o próprio cachecol sujo.

_Ficarei brava com você se você se culpar. – eu respondi convicta. – nada disso é culpa sua, por favor, você sempre protegeu todos, e todos sabem disso, principalmente eu, eu... eu nunca tive a chance de te salvar... se alguém tem que se culpar, esse alguém sou eu, sou fraca Natsu.. você é forte, lutou até o fim, eu me lembro quando você segurou em minha mão e me deu forças nos últimos momentos, tudo que fiz foi chorar e ver todos...

_Lucy... – Natsu me abraçou como nunca antes, ele me apertou para mostrar que realmente queria me abraçar. – Você é mais forte do que parece, está bem, e você me salva, salva todos de um jeito que você nem faz ideia.

Ele se afastou de mim. Colocou as mãos no meu rosto, me fazendo olhar para ele.

_E você tem razão, a culpa não foi minha. – ele admitiu. – foi daquela maldita fera com asas, que não merece ser chamada de dragão como meu pai. Eu juro, eu juro pra você que vou encontrá-lo e fazê-lo pagar por tudo isso.

Eu sorri, então olhei para o céu, e desejei que no dia seguinte, encontrássemos nossos amigos, para dar esperança a todos nós.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?
Deixem comentários.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Fim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.