Empecilhos escrita por DatPru


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo de nossa história! Recomendo vocês lerem este capítulo enquanto escutam esta música: https://www.youtube.com/watch?v=-cOCmC_m23E
Dará muito mais emoção e sentido! :)



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Londres. 10:35 pm. 23/03/2015.

– Você tem estado distante.

É impressão sua.

– Os negócios aí estão bem?

Sim, meu chefe anda exigindo mais de mim. Se tudo der certo, já ganharei uma promoção.

– Isso é ótimo!! - sorriu - Já tem previsão para voltar?

– Alfred esboçou um olhar estranho, e se manteve calado.

– Não… - Arthur fechou os olhos por uns segundos e respirou fundo.

Arthur… Eu preciso desse emprego! Já aguentamos estes meses, mais alguns serão fáceis!

– Eu não tenho achado tão fácil assim!

Ameaçava chorar. Alfred notou.

Acho que eu vou indo. Amanhã não vou poder comparecer, tenho um jantar com o Sr. Yan.

Alfred já estava se preparando para encerrar a chamada quando Arthur o deteve. O britânico se desculpou e expressou os sentimentos, dizendo que a distância andava o machucando bastante e às vezes ele perdia a cabeça, mas sabia que tudo ia melhorar. Desejou boa sorte para o namorado e proferiu seu habitual “eu te amo” antes de desligar.

– Eu também.

Alfred Jones está offline.

Arthur K também.

– - -

A rotina de Arthur continuava a mesma e as economias também. Teve um imprevisto com Serafina e acabou gastando quase todo o dinheiro economizado em veterinários e medicamentos, mas o importante era salvar a vida dela no momento e teria todo o tempo do mundo para juntar dinheiro novamente e visitar Alfred.

Falando do rapaz, ele vinha entrando cada vez menos no Skype. Até os snaps imbecis daquele dork tinham diminuído.

Arthur sabia que era devido seu emprego, mas a dor não era evitável. Toda vez que o britânico chegava em seu apartamento, sorria para o desenho bobo do namorado e procurava manter-se focado em outras coisas, como afazeres domésticos, escrever alguma obra, brincar com Serafina, e, perto das dez horas da noite, ficar de olho no seu contato favorito.

O que lhe fazia matar a saudade quando Alfred não aparecia online era rever as fotos que tinham espalhado pelo apartamento, o desenho infantil, as fotos que o namorado lhe enviava de Nova York, uma em destaque era sua favorita; a que o mais novo escrevera “Arthur” na testa e estava em uma lanchonete devorando um hambúrguer. Maior prova de amor.

As noites pareciam mais frias e Kirkland adquiriu um novo hábito: usar a antiga camiseta do time de beisebol favorito de Alfred para dormir. Aquilo parecia lhe fazer sentir que o namorado estava ao seu lado, como nos anos passados.

– - -

Alfred Jones está offline.

Arthur K está online. E já são onze horas da noite.

Alfred começava a desaparecer. Não aparecia mais online fazia uma semana, sem aviso prévio. O britânico encontrava-se preocupado, aflito. O que estaria acontecendo? Será que o namorado tinha se acidentado? Que droga, porque aquele imbecil não atendia o telefone?

– - -

Alfred Jones está online.

– Meu Deus, Alfred, você sumiu!

Ando ocupado demais aqui.

– Mas o que custava me avisar? Mandar mensagens? Tem gente que se preocupa com você, sabia?

– Escuta, eu não preciso de uma babá, eu já sou adulto, se você não sabe.

– Caramba, nem fotos tem me mandado mais. E quando aparece online ainda ignora minha preocupação! O que está acontecendo com você?!

Sinceramente, Arthur, eu não mereço você me enchendo o saco, ando super ocupado e quando eu finalmente consigo entrar, você me xinga. Tchau.

Alfred Jones está offline.

E Arthur petrificado no outro lado da tela.

– - -

Quando Alfred reapareceu, depois de uns dias, Arthur desculpou-se várias vezes e pareceu ter sido absolvido. Mas também fora só isso que falaram.

Alfred estava muito diferente, Arthur sentia isso, porém, procurava forças nas memórias que tinha espalhadas pelo apartamento.

Londres. 03:00 am. 21/05/2015.

Arthur finalmente adormecera após ter ficado até as duas horas da manhã acordado, esperando Alfred ficar online. Isso já havia se tornado rotina.

– - -

Londres. 8:00 pm. 27/08/2015.

Arthur chegou de seu serviço, estava sendo uma semana muito triste. Precisava falar com Alfred. Mandou-lhe várias mensagens, tentou ligar, mas nada. Quando foi checar seus contatos no Skype… Alfred não estava mais na lista. Entrou em desespero. Procurava e procurava por vários nomes diferentes, talvez o rapaz tinha apenas trocado de nick, mas nada.

Ele havia sido bloqueado. A eternidade chegou ao fim.

As noites subsequentes foram banhadas à lágrimas de Arthur. Todos os dias

seu chefe perguntava sobre suas olheiras, mas a resposta era sempre a mesma: “Estou gripado.”

Gripe essa que não curava nunca.

Serafina vez ou outra miava para o notebook, esperando alguma resposta vinda de lá. Até a felina sentia algo diferente.

“Ele não vai mais voltar, Fininha.”

Passaram meses, e Arthur estava lá, sozinho, em seu apartamento, sem conseguir produzir nada, frustrado profissional e amorosamente. Só tinha Serafina ao seu lado e desenhos na geladeira.

Tudo que ele mais queria era ver Alfred entrando em seu apartamento novamente, o vindo abraçar e beijar, explicar que teve problemas nos Estados Unidos e por isso estava ausente. Mas ele sabia que isso nunca mais iria acontecer.

– - -

Londres. 7:00 pm. 16/03/2017.

Quando Arthur percebeu, já tinham se passado dois anos.

Ficou para fechar a loja hoje. Ouviu a sineta da porta tocar. Não olhou para ela, estava concentrado arrumando os pacotes de ração.

– Estamos fechados!

Não ouviu o barulho da porta outra vez. Olhou para trás. Era Alfred.

Ele parecia bem, nada havia mudado.

Exceto tudo.

Arthur não conhecia mais o significado de “Nós”.


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Notas finais do capítulo

Agradeço à todos que leram esta fanfic até o fim! Percebi alguns problemas na formatação, mas faz muito tempo que não utilizo o nyah, perdão!
Caso vocês desejem algum epílogo, mostrando como ficou a vida dos dois, a conversa deles, me digam! Tenho várias ideias! :^)



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