A última joia de Nerem:Convocada escrita por Fiore


Capítulo 2
A estranha : Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, eis aqui mais capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/632840/chapter/2

Katherina rapidamente chega ao mar, acena para conhecidos que moravam por perto. Todos cochicham e tentam controlar a inquietação um pouco assustadora. Curiosa, a jovem se aproximou de uma senhora e perguntou?

– Alguma novidade?

A senhora olhou para os lados, sem ver nenhum soldado rondando, disse:

– Conhece a Ilha Moyster? Bem, chegará uma pessoa de lá. Pelo que me disseram, virá quando os navios das ilhas de Nerem ancorarem no porto. Mas é claro que ela não entrará na Magna, quando os navios pararem na fronteira Paupérie Superior, ele irá cruzar a fronteira e viverá aqui. E ninguém sabe o que isso pode significar.

A Ilha Moyster é uma ilha distante de Nerem com um governo independente, nunca se comunicou com Nerem, nem com as Terras dos Oeste, se mantém indiferente a guerra e nunca pediu nenhuma ajuda socioeconômica. Vivem de ostras e de talvez mais alguma coisa. Ninguém liga pra eles, nem eles para nós.

Katherina se surpreendeu com a notícia. Mas será que era verdade? Já ouviu muitos boatos nessa sua curta vida. E se for verdade? Isso pode ser um início de um ataque, e se esta pessoa ser um espião das Terras do Oeste? Além do mais, ele provavelmente é branco, ele estaria no lugar errado.

– Bem, se o intruso chegará junto aos navios, vai demorar um pouco ainda. Espere – Katherina usava os dedos para contar. – Hoje é dia sete do quinto mês, eles sempre chegam entre o vigésimo e o vigésimo quinto. Isso significa que falta mais de duas semanas. Vamos ficar calmas e trabalhar normalmente.

As duas riram e foram seguir sua trilha. A jovem chegou ao mar, vários pescadores já estavam em seus barcos e puxando suas redes.

Boris, um homem magro, na casa do cinquenta, era amigo de Katherina e a ajudou

quando a jovem perdeu os pais. Tem oito filhos, é mais um dos trabalhadores da Inferior que luta muito para sobreviver.

– Olá, desculpe a demora, Boris, vamos?

– Claro, quanto mais rápido, melhor.

Muitos pescadores também entravam no mar. Uns sorriam para a dupla, outros fecharam a cara porque haveria mais concorrência.

Os dois puxaram uma canoa e entraram no mar. Katherina remava e Boris esperava o momento certo para jogar a rede. Estava quase na hora de jogar a rede, pois havia uma escura sombra no mar não muito distante. Um cardume, de peixes cinzas, como eram chamados.

– Reme mais um pouco, Katherina.

Ela remou, quando ela piscou, parou de remar. Boris era experiente e aprontou a rede para a jogar no mar. Era uma rede grande, os peixes que eles pegassem dividiam o que sobrasse. Puxaram a rede cheia e voltaram para a areia. Naquela rede cabia centenas de peixes.

O Cabo que era responsável pela pesagem e recolhimento, levou os peixes a balança. Dentro de uma pequena casa perto do mar.

– Quanto foi a pesagem total? – Katherina perguntou. – Quanto receberemos?

O Cabo, que era um homem de cor morena, ajeitou o uniforme púrpura e disse que o peso total era de 60 quilos. Pegou duas cestas quase cheias, deu a maior para Boris, que tinha filhos, então precisa de mais comida e a com bem menos para Katherina.

É claro que ele deu menos do que o correto, mas está bem.

Boris disse que não trabalharia mais no mar naquele dia com medo do intruso da Ilha Moyster. Katherina também ficou receosa, e se houver um ataque? Pegou seu cesto e foi para o mercado vender alguns peixes, uma vez que já tinha alguns salgados em sua barraca.

O Mercado fica no centro da Cidade dos Sujos, poeira, sujeira e miséria são as palavras para definir o Mercado. Mas naquele dia, surpreendentemente, estava o mais organizado que Katherina já vira, foram apenas dois roubos e um assassinato. O assassino, após dar uma facada na sua vítima, olhou para a jovem e fez uma pequena reverência. Ele me reconheceu, ele sabe que era dona do Quarto. Tudo que é vendido no Mercado era ao céu aberto. Peixes, legumes, água, vinho e vodca. Armas, redes, remédios naturais e colares sem valor. E lá também havia uma estranha agitação.

Comprou o que precisava, foi para seu lar e entrou em sua rotina. Até o dia que os navios chegaram. As pessoas estocavam comida, se armavam e procuravam se manter no maior anonimato possível. Katherina recebeu uma mensagem de um garoto que Boris não ia trabalhar naquele dia e aconselhou a jovem a fazer o mesmo. Com medo, Katherina decidiu ficar naquele dia, tinha comida suficiente e iria tentar começar a fazer uma nova rede.

Pegou seu rolo de corda que, com muito custo comprou, estilete e já colocou a corda presa em um ganho de árvore não muito alto. Deu um nó em uma linha solta, passou-a por dentro da corda, fez primeiro nó da rede, continuou a fazer, até que a rede começou a criar forma. Ela já tinha prática, fazia rede desde os treze anos, em minutos, terminou sua rede.

Estava perto da hora do almoço, a jovem tinha um ensopado no caldeirão, mas ela não

estava com vontade de comer ensopado requentado. Ela tinha muita coisa fresca, que alegria a dela! Três batatas, duas cenouras e quatro peixes sendo todos salgados. Para isso ficar aceitável para engolir, ela precisava embebedar os peixes em vinho, cerveja ou qualquer outra coisa que tire o sal. Vodca, é claro. E para isso, precisava ir ao Mercado.

Ela ouviu o barulho dos navios de longe, mas não ligou.

– Eu queria muito ficar sem fazer nada por um dia – falou sozinha – Mas não dá, e afinal de contas, este intruso não ia querer me ver por perto.

Foi ao Mercado, estava vazio, só havia alguns comerciantes, será que haveria algum bar aberto? Ou uma banca de vodca falsa, quem sabe até vinho ou cerveja. Até água limpa e talvez potável.

Foi quando ela viu em uma barraca isolada, onde estava a venda facas, machados, sal e a vodca falsa. Katherina andou até lá e perguntou:

– Quanto está custando a vodca?

O homem da banca era um negro enrugado e com as costas curvas, olhou para cima para ver quantas garrafas de vodca tinha. Três apenas, fez algumas contas com os dedos e respondeu a jovem.

– São vinte moedas de madeira, ou treze de prata.

– Como? – Katherina nunca viu uma vodca tão cara, normalmente eram dez moedas de madeira e cinco de prata. – Não pode fazer um desconto?

– Não! – gritou o velho. – São as minhas últimas, é isso ou nada. Já estou me arriscando de estar aqui este dia.

Katherina o xingou mentalmente, aceitou o preço, pegou a vodca com cuidado, pois não tinha uma sacola ou cesto. Encontrou uma galinha perdida e a pegou, fez um corte em seu pescoço. O sangue jorrava, mas a jovem não ligou e trouxe a galinha consigo. Voltou para sua barraca. Fica entre a floresta mais densa e a praia, é um lugar de terreno arenoso e muitas pedras. Katherina tirou a mata que de uma parte para ter um terreno mais limpo e prático para viver. Viu uma cena que, não era a primeira vez que via, porém sempre a deixava comovida.

Uma jovem, estava devorando o ensopado velho que estava no caldeirão. Seu rosto estava sujo de terra e de caldo de peixe, estava magra, vestia um macacão preto rasgado e sem mangas. E o mais surpreendente, era branca. BRANCA! Loira e de olhos verdes, mas não como as pessoas de Nerem da Paupérie Superior ou da Magna, ela era diferente. Tinha o queixo quadrado, as pessoas de Nerem tem o queixo longo na maioria, principalmente os brancos. Tinha o corpo bem curvo, normalmente, as mulheres brancas de Nerem tem o corpo reto. Completamente diferente e estranha, ou seja: ela é da ilha Moyster.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A última joia de Nerem:Convocada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.