Faking It escrita por Pedro Waldorf


Capítulo 1
Traffic Lights


Notas iniciais do capítulo

Esse é o prólogo, não tem tanta informação e nem é um capitulo tão importante. Ele é uma introdução de quem é Wyatt e o que esta acontecendo. Então boa leitura!



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Ele nunca pôs tanta carga em suas pernas como estava pondo. Haviam outros três garotos correndo bem atrás dele. Wyatt nem sequer verificou de que cor estava o sinal antes de atravessar correndo. Um taxista o chamou de um nome não muito educado, ele não ligou precisava correr dos três valentões que apostavam todas as suas fichas que Wyatt havia contado ao diretor que eles estavam fumando. O garoto nem sequer sabia que eles fumavam. Wyatt quase derrubou uma idosa com sacolas de mercado antes de entrar em um beco que aparentemente era sem saída. Havia um edifício que o fechava e duas latas de lixo

Um adolescente alto e forte pegou Wyatt pela camisa, os outros dois o cercaram. Seus punhos fecharam e socos começaram a presentear o rosto fino e aleitado de Wyatt com vários hematomas e quando o garoto caiu no chão os agressores começaram a dar pontapés. Ele podia sentir seu corpo uivar de dor, mas ele não deixaria que nenhum som saísse de sua boca.

Quando ele já estava machucado o suficiente os garotos tomaram todos os seus itens e correram para sair do beco.

— Vamos repetir semana que vem amigos? – Zombou ele com dificuldade.

A última vez que Wyatt havia apanhado tanto foi quando tinha seis anos. Uns garotos do colégio queriam pegar seu lanche, ele podia se lembrar de como chegou em casa envergonhado por não ter ganhado a briga e então seu pai, diferente do que o pequeno imaginava, o ajudou com os machucados e depois simplesmente o ensinou a lutar e disse:

“Sabe por que eu estou te ensinando a fazer isso?” Perguntou o homem tirando as grandes luvas da mão do filho. O garoto balançou a cabeça em resposta.

“Para eu bater nos garotos” Respondeu olhando para o chão.

“Não. Você se sente cansado agora? E isso é por que quando é agressivo ou luta por nada isso te cansa, e vai te cansando, cada vez mais até você perder todas as suas forças. Você não vai querer perder todas as suas forças com algo que não vale a pena não é?”

Lembrar de seu pai era uma das poucas coisas boas que ele podia fazer sozinho. Uma lembrança boa e logo em seguida a ruim. Mas Wyatt balançava a cabeça afastando o pensamento antes que ele viesse. Não havia sido diferente. O garoto apenas continuou a se arrastar.

Seu corpo estava pedindo por ajuda, a cada passo forçado que Wyatt dava um gemido involuntário saia de sua boca. As pessoas não paravam para perguntar se ele estava bem ou se precisava de ajuda. Elas apenas ignoravam ou se distanciavam – provavelmente supondo que ele fosse algum drogado. – Esse era seu bairro, Danbury era como o Brooklyn só que distante de NY e talvez uma tonelada pior.

Só mais um pouco. Bem pouco. – Uma voz ecoou em sua mente para que ele tivesse forças para andar mais sete quarteirões já que seu bilhete de ônibus e dinheiro foram roubados. Ele precisava focar em sua fuga para que então pudesse ir adiante. O plano estava sendo feito perfeitamente há dois anos. Foi quando seu avô paterno faleceu que a ideia brilhou na mente de Wyatt, uma vez que uma quantia boa cintilou em sua conta bancaria, graças a ser o único herdeiro, o garoto simplesmente repensou toda a sua vida infeliz e um ponto se ligou a outro.

Sair desse lugar. Abandonar tudo. Ele fantasiava com isso dia após dia, tornando isso seu maior sonho. Não era como se uma multidão de pessoas fossem se importar. Na verdade sua mãe sentiria alivio, provavelmente seu professor de inglês fosse dar mais importância a seu desaparecimento. Era triste pensar que isso realmente era verdade. Em breve tudo vai mudar. – Wyatt pensou assim que avistou sua casa que um dia teve suas gramas bem cortadas e uma boa pintura. Agora a grama estava alta e a casa não via uma tinta nova desde que o pai de Wyatt morreu. O garoto até havia comprado tinta, mas sua mãe não permitiu que o fizesse.

Wyatt tateou o bolso para pegar a chave e então lembrou que tudo fora roubado dele. Até mesmo seus documentos. Ele bufou e bateu na porta. Da janela dava para ver sua mãe, uma mulher de um metro e setenta que um dia teve um grande sorriso no rosto e tinha cuidado com seu corpo. Ela levantou-se com dificuldade do sofá em que estava e arrastou os pés até a entrada usando um robe.

Ela abriu a porta e olhou para as feridas no rosto de seu filho com desprezo. Ignorando o estado do garoto ela deu de ombros e falou:

— Tire seus sapatos imundos.

— Claro. – Respondeu tirando o All-Star preto e o deixando na varanda. Eles realmente estavam imundos assim como o próprio Wyatt. Talvez sua mãe também o mandasse ficar fora, bom se ela pedisse isso ele o faria com maior prazer.

Ele se dirigiu a cozinha que era separada da sala apenas por uma bancada, aparentemente sua mãe não havia feito comida e também não havia nada para ser preparado. Ele olhou para a poltrona em que a mulher estava sentada e então viu a caixinha de comida chinesa. Só havia uma e estava vazia.

— Onde esta o número da pizzaria? – Ele perguntou foleando a lista de contatos ao lado do telefone na bancada. Sua mãe fingiu não escutar e aumentou o documentário sobre gatos ferozes. Wyatt estava a ponto de se transformar em um gato feroz. — Você pode apenas responder a pergunta!

Sua mãe continuou o ignorando. Ele havia gritado, mas ela simplesmente o ignorava. Talvez ela não soubesse, mas doía bem no fundo do coração de Wyatt toda vez que ela apenas o desprezava. Por um grande tempo ele tentou ver o lado dela. Ela o culpava pela morte de seu marido e talvez realmente ele tivesse culpa nisso. Mas ele continuava sendo seu filho e não merecia tudo isso.

Wyatt pegou a lista telefônica e a arremessou contra a televisão. Quando o aparelho caiu da parede fazendo um estrondo, ele mesmo se assustou com seu ato. Nunca havia saído tanto do controle como agora. Foi terrível.

— Me desculpe...

— Eu não acredito que fez isso! – Sua mãe rugiu levantando subitamente da poltrona. — Me desculpe por estragar a televisão! Desculpe-me por matar o papai! Desculpe-me por ter nascido! Desculpas e mais desculpas e nada de mudanças, você é um fardo para mim e uma decepção para seu pai!

— Para! – Wyatt estava com os punhos em seu rosto. As palavras de sua mãe o feriam mais que os socos e pontapés que havia recebido. As palavras dela o cortavam mais fundo que uma faca afiada.

— Você sabe que é a verdade. – Respondeu ela calmamente. Logo em seguida bateram na porta da frente.

— Isabel! – Chamou uma voz familiar. Era a vizinha, uma idosa insuportável e intrometida. Wyatt bateu o pé até a porta e a abriu com raiva. A mulher o olhou com desprezo. — Onde esta sua mãe?

Wyatt revirou os olhos. — Por favor volta para sua casa.

— Vá você para o seu quarto! Eu não quero ouvir a sua voz! Saia. – Grunhiu sua mãe.

O garoto obedeceu e subiu as escadas com carpete velho. Ele correu para o banheiro onde se trancou. Suas costas arrastaram na porta até que ele estivesse sentado no chão frio. Essa era sua vida. Sua realidade. Mas tudo iria mudar ele podia sentir. Na próxima noite Wyatt Devine Lautner iria desaparecer para sempre.

▲▼▲▽△▽

Na quinta a noite, quando o sol já havia dado adeus e todo o bairro estava calado; Wyatt Devine um garoto alto estava usando calça jeans, camisa branca e uma jaqueta de couro. Estava tudo pronto. Essa noite ele iria sumir.

Wyatt pegou sua mochila com dinheiro que ele havia escondido estrategicamente em um fundo falso em seu armário, bem abaixo de revistas pornográficas. Havia chego a hora, o garoto iria caminhar dois quarteirões até um ferro velho onde havia passado meses consertando um Jeep que o levaria para South Orange. Era afastado e lá ele poderia começar uma vida mais calma, longe de tudo.

Com as mochilas nas costas ele saiu pela porta dos fundos que não ficava trancada por causa de um problema com a fechadura. Até nunca mais! – Wyatt quis gritar, mas não achou apropriado. Ele teria tempo para fazer isso em South Orange, enquanto caminhasse pelas vastas plantações de laranja. Seria incrível!

Wyatt mordeu os lábios de tanta animação quando viu seu Jeep esperando por ele junto a outros carros velhos. Não comprar um carro era mais um de seus planos para não ser rastreado e depois de ouvir uns garotos falarem sobre carros que funcionavam no ferro velho ele não pensou duas vezes, e analisou cada carro. O pequeno Jeep verde nem parecia pertencer a aquele lugar e Wyatt torcia para que ele aguentasse as oito horas de viagem até uma rodovia.

O garoto entrou no carro e o ligou com um tipo de chave que na verdade era uma bugiganga que substituía perfeitamente a chave. Obrigado internet! O jeep parecia perfeitamente bem, nenhum barulho estranho e o tanque estava cheio. De acordo com o velho mapa ao seu lado ele teria que contornar toda a reserva florestal para evitar os policiais. E com sorte, apenas com muita sorte não haveria guarda florestal algum no lugar. Um jogo arriscado e ele confessava isso a si mesmo, entretanto não havia nada para ele perder uma vez que nunca ganhou nada.

O peito de Wyatt explodia de alegria! O rádio do jeep estava funcionando e a música o deixaria acordado se trabalhasse unido com o remédio que o pequeno fugitivo roubou de sua mãe. Um pouco mais de duas horas e o garoto começou a orar para que não houvesse guarda algum no local. Technicolour Beat de Oh Wonder começou a tocar no rádio e Wyatt sentiu-se mais confiante. Era sua música favorita, não era de nenhuma banda famosa como One Direction, isso só poderia ser um sinal não é mesmo? O garoto de olhos castanhos manteve-os bem na estrada e acelerou. As luzes da cabana do guarda estavam acesas, porém ninguém saiu de lá para impedi-lo de continuar.

— Isso! Isso! Isso! – Wyatt comemorava como um louco com sua voz rouca. Como mais um de seus sinais supersticiosos começou a apenas tocar músicas que o agradavam. Como se o próprio tivesse feito a programação.

“Volte Sempre!” Um outdoor gigantesco brilhou acima de Wyatt. Ele não iria voltar. Nunca. E agora definitivamente fora ele sentia algo realmente bom dentro de si. O sorriso estava bem além de seu rosto e mesmo que nada fosse esquecido, Wyatt sabia que poderia ser feliz. Por que às vezes fugir é algo extremamente corajoso.

Gotas grossas de chuva começaram a cair uma atrás da outra e em poucos minutos tudo o que podia se ouvir era o som gritante das gotas e o para-brisa que fazia rangidos ritmados. De acordo com uma placa ele estava passando por Lakewood, uma pequena cidade nobre envolta por um lago. Em algumas horas Wyatt chegaria até a rodoviária onde pegaria o ônibus para South Orange. Sua empolgação não foi reduzida pela tempestade que dificultava sua viagem. Ele não tinha certeza se o para-brisa funcionaria até que a chuva cessasse, mas tentava com todas as suas forças ser positivo.

Wyatt se curvou sobre o volante e cerrou os olhos para ver uma placa, mas foi impossível. As gotas de chuva e o sono que sentia faziam sua visão ficar embaçada. Só mais um pouco. – Pensou enquanto dava seu quinto bocejo em um minuto. Ele precisava descansar. Talvez parasse em algum motel na beira da estrada. Entretanto analisando a estrada em que se encontrava seria difícil buscar por um abrigo que não fosse dentro da cidade.

Foi bastante rápido. O carro não estava em uma velocidade inaceitável, mas provavelmente a placa que Wyatt não conseguiu enxergar dizia algo sobre aquele grande animal que correu na direção do Jeep em uma tentativa louca de suicídio ou assassinato. O garoto girou o volante com rapidez, pisou no freio e acelerou, tudo no mesmo momento. Seus olhos queriam se fechar de medo e esperar por uma ajuda dos céus, mas isso não iria acontecer. O pequeno veículo girou para fora da estrada o coração de Wyatt estava em sua mão e nenhum pensamento soprou até sua mente. Apenas esperou até que o carro deitasse no chão.

Ele estava vivo? Acordado? O acidente acabara de acontecer e Wyatt podia sentir a chuva caindo em seu rosto. Como ele sairia de dentro do carro? Sua porta estava deitada na estrada. Durante alguns minutos ele não fez nada a não ser olhar em sua volta, o Jeep estava destruído e ele sentia um cheiro insuportável de álcool e gasolina e um pensamento rápido e inteligente veio em sua mente: Alguns carros pegam fogo depois de um acidente, principalmente os velhos e sem muita segurança.

Fazendo uma imensa força para ficar em pé ele destravou a porta do passageiro que abriu apontando para o céu, sem se preocupar se iria ou não se machucar ele saiu do carro em meio a toda a chuva e confusão de pensamento. Uma vez jogado no chão ele pode ver o quão grave poderia ter sido seu acidente se o carro fosse um pouco mais além.
Sentindo todo o seu corpo formigar e o coração batendo rápido demais ele correu. Na verdade foi uma corrida lenta já que sua perna esquerda se recusava a se movimentar e a direita falhava a todo o momento. Vinte segundos contados e um clarão projetou uma sombra de Wyatt na estrada. O moreno virou para olhar o raio que havia atingido seu carro. Tudo havia dado errado não é mesmo? Apenas isso gritava na mente do jovem, ele havia perdido o carro, o dinheiro. Tudo. Talvez ter saído do carro tenha sido uma ideia idiota.

Sentindo todo o seu corpo formigar e o coração batendo rápido demais ele correu. Na verdade foi uma corrida lenta já que sua perna esquerda se recusava a se movimentar e a direita falhava a todo o momento. Vinte segundos contados e um clarão projetou uma sombra de Wyatt na estrada. O moreno virou para olhar o raio que havia atingido seu carro. Tudo havia dado errado não é mesmo? Apenas isso gritava na mente do jovem, ele havia perdido o carro, o dinheiro. Tudo. Talvez ter saído do carro tenha sido uma ideia idiota.

Como um zumbi ele continuou caminhando. A estrada parecia fazer zig-zag perante aos olhos de Wyatt. Ele estava destruído, os hematomas de uma briga recente se uniram com os do acidente, seu corpo gritava por alguma comida que lhe desse energia. Não sabia por quanto tempo iria continuar a andar, e em um sinal involuntário de fraqueza começou a chorar. Suas lágrimas invisíveis por culpa da chuva queimavam as feridas em seu rosto.

Uma luz se aproximando cada vez mais surgiu. As luzes vermelhas e azuis iluminaram o rosto de Wyatt. O garoto parou no meio da estrada esperando ser atropelado, mas o carro parou e então dois homens saíram da viatura. Eles diziam algo, mas suas palavras eram indistintas, não chegavam a um inteiro na mente de Wyatt. Ele parecia chapado.

Os homens faziam perguntas e Wyatt pode ver um deles falando algo no rádio. Ele estava pedindo uma ambulância. Pelo menos era isso que o garoto esperava por que sentia que a qualquer momento iria desmaiar.

—...Charles Mendes. – Disse um dos policiais pondo a lanterna bem no rosto de Wyatt. A luz queimou seus olhos e em sua mente ele pedia para que o homem desligasse a luz. Mas ele simplesmente não conseguia pronunciar as palavras. — É o garoto desaparecido? O garoto dos Mendes.


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Notas finais do capítulo

E ai? Chegaram até aqui? Curtiram? Então comentem ae o que acharam eu ficarei super feliz. E aqui vai um pedacinho do próximo capítulo.
*****A água do lago esta realmente muito gelada e eu não sei por quanto tempo mais vou aguentar ficar debaixo do píer. Esse é um esconderijo obvio? Eu espero que não. Oh meu Deus, por favor, não me deixe morrer. *********



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