Thalia estava exausta depois de passar todo o intervalo limpando aqueles livros fedorentos e velhos, ela teve que aguentar mais três aulas até poder ir embora. A punk chegou em casa e caiu na cama.

Thalia só foi acordar quando sua madrasta deu um berro.

– THALIA! CORRE AQUI!

Ah, meu Deus sera que finalmente um ladrão psicopata louco decidiu sequestrar a velha? Ela correu de alegria.

– Pode levar! Pode levar! Eu até pago se você quiser! - ela começou a gritar descendo as escadas.

– Thalia graças a Deus. - Hera estava encima de uma cadeira no meio da cozinha gritando que nem uma condenada.

– Ué cadê o ladrão?

– Que ladrão imbecil. Tem um rato enorme ali debaixo da mesa. Vai la matar!

– A sua praga! Você interrompeu meu sono pra isso? Sabe o que eu vou fazer? Esfregar esse rato maldito na sua cara velha futricada!

Thalia começou a correr atrás de Hera com um rato na mão, até que seu celular vibrou em seu bolso. Era uma mensagem de Silena.

Preciso de você aqui agora. - Silena

Thalia pegou sua carteira, as chaves do carro e dirigiu até o condomínio de Silena. O condomínio de Silena era um dos melhores da cidade. Ela ainda se perguntava como alguém conseguiu entrar aqui e tentar afogar Silena. Com certeza seria alguém de dentro.

– Silena! - a punk gritou depois de apertar a campainha dez vezes.

– Você chegou... ah, é você Thalia. - Drew com aquela voizinha irritante dela disse.

– Cadê a Silena?

– Esta lá nos fundos me ajudando com os preparativos do memorial.

– Tabom thau. - e caminhou até Silena.

– Thalia pega aquelas flores e vai colocar na entrada! - Drew gritou da janela.

– Silena fala pra sua irmã enfiar essas flores...

Elas estavam na casa do lago de Afrodite, preparando a para o memorial. O condomínio seria muito pequeno então Drew decidiu fazer na casa perto de um lago maldito cheio de mosquitos.

– Calma Thalia, você prometeu me ajudar. Eu não quero ficar sozinha com essa louca.

– E cadê sua mãe?

– Ela foi visitar uma prima distante, só volta amanhã.

A campainha tocou.

– Eu não vou la não! - Silena resmungou espalhando algumas flores pela cozinha.

– Deixa tocar. - Thalia disse se sentando.

– Thaliaaa- Drew gritou do corredor. - você pode fazer a gentileza de atender? Por favoooooor.

– olha aqui japa! Eu não sou sua empregada não folgada!

– Thalia vai lá por favor. Prometo que no seu aniversário eu te dou aquele CD de evanescence que você tanto quer. - Silena pediu.

–eu vou, mas só porque eu sou uma ótima pessoa, educada e com boas maneiras.

Thalia abriu a porta. Uma garota com cabelos negros estava parada do lado de fora.

– O que você quer? - Thalia perguntou sem um pingo de educação.

– oi, eu sou Quione prazer.

– Não tem nenhum prazer, o que faz aqui?

– a Drew me chamou para ajuda-la.

– Graças a Deus! Entra logo! - Thalia puxou a menina pelas mãos.

– Quem é, Thalia? - Silena perguntou.

– É a Quiara!

– na verdade é Quione.

– Ah, oi Quione, a Drew esta lá em cima pode subir.

Assim que Quione subiu, Silena puxou Thalia para a dispensa.

– O que foi sua louca?

– Você se lembra dela?

– dela quem idiota?

– Da Quione!

– Eu nunca nem vi a Quiara antes.

– Ela era da nossa escola quando a gente estava no quinto ano.

– continuo sem me lembrar.

– aquela, menininha com aqueles óculos fundos de garrafa.

– A loirinha? Aquela?! Nunca! Que mudança!

– Então, lembra que a Rachel vivia pegando no pé dela? - Silena perguntou.

– é claro que me lembro. Ela até chamava ela de quatro olhos.

– e porque ela voltou ?

– a pergunta é: por que ela voltou só agora, que a Rachel esta morta?

♝♝

Annabeth estava um trapo. Ela não tinha a menor vontade de sair de casa, portanto estava com uma blusa enorme que ia até a metade das suas pernas deitada no sofá que nem um mendingo, procurando alguma coisa útil na tv. A loira teve que pegar carona com Leo, já que seu carro estava na oficina. Ela já estava indo preparar uma coisa pra comer quando a campainha tocou. Deixa tocar, pensou. Tocou de novo. Ela abriu a porta sem ao menos perguntar quem fosse.

– O que ta fazendo aqui Jackson?!

– ótima maneira de receber uma visita.

– Não respondeu minha pergunta!

– Você nunca responde as minhas! Agora me deixa entrar. - Ele passou por Annabeth e se jogou no sofá.

– Que intimidade é essa? Pode da o fora do MEU lugar.

– Porque você não vai vestir uma roupa melhorzinha? Ta parecendo que você veio do lixão.

– Cala a boca! A gente ia fazer o trabalho só amanhã lembra?

– é claro que eu lembro.

– Então o que você ta fazendo na minha casa?!

– bem, minha mãe saiu com uma amiga. Meu pai esta no trabalho. E como eu não me lembro onde enfiei as chaves de casa eu vim pra sua casa.

– Só isso? Simples assim? - Annabeth perguntou. - Cai fora daqui Jackson!

– não mesmo Annabeth.

– quer saber? Eu nem ligo. Fica ai sozinho.

– Espera. Você não tinha que ta se arrumando pro tal memorial?

– Eu não vou! - Annabeth caminhou ate a cozinha e pegou uma garrafa d'água.

– Como assim não vai? Todo mundo vai estar lá, você tem que ir!

– Eu não vou e pronto!

– E por que não?

– Quer que eu escreva a lista?

– Não obrigada.

Annabeth subiu até o seu quarto. Percy foi atrás.

– O que ta fazendo aqui?!

– Eu so saio quando você concordar em ir comigo ao memorial.

– Pois vai criar raízes. - Ela pegou uma calça jeans e uma jaqueta vermelha e se trocou no banheiro. Quando saiu, Percy estava deitado na sua cama olhando sua caixa de jóias.

– Sai dai idiota!

– Sabe, Annie, seus pais devem te dar uma nota de mesada.

– E dai?

– olha o tanto que você é sortuda! Seus pais são os advogados mais ricos da cidade! Sua casa é uma das melhores, seu carro é um dos melhores. Você tem tudo!

– Menos o que eu queria. - ela sussurrou mais pra si mesma.

– Por favor vem nesse maldito memorial.

– Jackson, não me enche.

Percy se levantou e foi por trás de Annabeth, depois a pegou por trás e a segurou.

– O que ta fazendo idiota?!

– Você deve sentir cócegas.

– você não vai...

Antes que ela terminasse, Percy começou a fazer cócegas nela. Annabeth ria e se esperneava.

– Diz que você vai no memorial Chase.

– Eu... vou te.... matar....

– Eu ainda não escutei .

– Para... Jackson...

Ele continuou fazendo cócegas nela. Annabeth conseguiu se soltar e correu pra cima de sua cama. Percy subiu também.

– Sai daqui Jackson! - ela gritou ainda rindo.

– Só depois que você concordar em ir comigo.

– Tudo bem. Eu vou. Mas não com você.

♜♜

Piper se olhou no espelho mais de sete vezes. Ela estava com um vestido preto e uma bota marrom. Não passou maquiagem e prendeu os cabelos. Estava pronta para ir ao memorial.

– Pai! To saindo!

O pai de Piper raramente estava em casa. Ele era um daqueles astros do cinema, e Piper odiava isso. Ninguém sabia que ela era filha de Tristan McLean, além de claro suas melhores amigas. Esse era o seu segredo e ela esperava ser para sempre. Ela via como Annabeth sofria pelos seus pais serem ricos e ela não precisava de um monte de gente interesseira fingindo ser sua amiga apenas para pegar um autógrafo com o seu pai. Piper suspirou e dirigiu até a casa do lago de Silena. Era bem afastada e tinha um lago em volta.

Piper não sabia dizer, mas tinha quase certeza que não deveria ter bebida alcoólica em um memorial de despedida. Ela foi procurar por Silena, mas acabou esbarrando em uma garota.

– Caraca, como eu sou desastrada me desculpe - ela viu o rosto da garota. - Quione?!

– Piper! - Quione envolveu Piper em um abraço.

– Quando você voltou?

– Hoje mesmo! Sinto muito pela Rachel. Ela era uma boa pessoa.

Elas se sentaram em duas poltronas.

– é sério? - Quione a olhou. - quer dizer ela te odiava Quione. Antes de você ir embora ela até..

– Não fala!

– tudo bem.

– Sabe Piper, Rachel não era uma boa pessoa, mas... agora que ela morreu eu não sei.

– A morte não transforma ninguém em anjo, ainda mais quando você passou a vida inteira sendo um monstro. - Piper disse.

♣♣

– Annabeth! - Silena chamou quando viu a amiga entrar pela sala. Silena estava com uma calça azul escura e uma blusa rosa, pra variar. Annabeth virou o rosto e começou a encarar o teto.

– Qual é Annabeth, você quer desculpas? Eu peço desculpas. - Annabeth ignorou. - Annabeth não me ignora!

– Ta escutando uma mosca zumbindo aqui? - Ela perguntou pra Percy que estava do seu lado.

– vou ajoelhar.

– Silena não. - Silena ajoelhou e pediu desculpas, as pessoas estavam olhando.

– Annie por favor! - Thalia se juntou a Silena. Annabeth se afastou e Thalia puxou sua perna.

– Thalia me solta . - annabeth sussurrou. - Tem gente olhando.

– Só se você nos perdoar.

– É Annie,não seja má. - Silena fez beicinho.

– Ta bom suas ridículas, agora levantem e fingem que não me conhecem porque ta todo mundo olhando.

Elas se levantaram e pularam em cima de Annabeth.

– Cade a Piper? - Thalia perguntou.

– Deve ta por aí.

– Silenaaaa! - a voz irritante da Drew ecoou pelo espaço. - Thaliaaaaa. Vocês podem me ajudar?

Thalia bufou e acompanhou Silena ate a cozinha.

– Enfim sós. - Percy disse e colocou os braços ao redor de Annabeth.

– Sai fora Jackson.

A loira caminhou até a sala de estar e se sentou em uma poltrona. Percy se sentou ao seu lado.

– Aquela ali é a Quione? - ele perguntou apontando pra garota que conversava com Piper.

– Que mudança.

– Pensei que nunca mais ela viria aqui de novo, não depois do que Rachel fez pra ela.

– Vai ver ela superou.

– Então é assim? - Percy perguntou. - Rachel se foi, Quione voltou.

– Uma garota sai e outra entra. -Annabeth completou.

◀▶◀▶

– E ai gente! - Leo anunciou sua chegada como sempre. Gritando muito.

– Sabe gente isso é muito bizarro. Enquanto a gente bebia e dançava Rachel estava sendo enterrada. - Thalia falou.

– Nem sei o que estou fazendo no memorial de uma pessoa que arruinou a minha vida. - Quione disse.

– Rachel não era tão terrível assim. - Calypso Atlas que até então estava quieta abriu a boca.

– Tinha muito sangue Thalia? - Luke perguntou.

– Acho que só na cabeça, mas não vi o rosto.

– Então ela levou uma pancada na cabeça? - Silena perguntou.

– E bem forte. - Thalia concluiu.

– Gente ta na cara que a Silena esta assustada! - Bianca falou.

– Eu não estou assustada! - Ela retrucou se sentando perto de Piper.

– Talvez devêssemos estar com medo. - Nico falou pela primeira vez. Todos o encararam. - Vários adolescentes na festa do lago, onde a morta adorava nadar. É como um cenário natural para assassinatos.

Ouve um silêncio. Todos processando a informação.

– Sabe, ninguém nunca a enfrentava. - Calypso disse. - Só a Annabeth.

– Eu ficava esperando alguma das duas explodir e atacar a outra - Luke disse. - Mas nunca acontecia. Só discutiam.

– É a Rachel conseguia ser uma super vadia. Mas é estranho eu fico esperando que ela apareça, doidona e bêbada. - Calypso falou olhando seu copo.

– Talvez tenha sido melhor assim. - Chris disse.

– Esta dizendo que esta melhor agora que ela morreu? - Piper perguntou.

– Só estou dizendo que talvez agora podemos levar uma vida mais saudável.

– Sabe pessoal. Estamos seguros. - disse Leo colocando os pés na mesa de centro.

– Seguros? Mas há um lago, e uma festa. Hormônios, cervejas. - Annabeth disse.

– Sim, mas estamos juntos. - todos o olharam. - O assassino não é O exterminador. Ele não sai atirando em 30 policiais de uma vez.

– Não? - Calypso perguntou.

– Não - Leo confirmou. - Ele é um lobo. Esperando algum de nós vaguear sozinho lá fora. - Ele se aconchegou no sofá e murmurou. - É fácil sobreviver em uma festa como essa pessoal. É só não ficar dando bobeira sozinho lá fora. - Leo fechou os olhos e dormiu.