Annabeth dormiu o sono intranquilo dos bêbados e acordou na manhã de sábado com uma ressaca daquelas. Ela abriu os olhos e reconheceu o papel de parede de coruja do seu quarto. Pelo menos estava em casa. Mas quem a levara lá? Ela não se lembrava. Na verdade não se lembrava de nada depois que começou a beber. Annabeth caminhou até o banheiro e deixou que a água fria limpasse seu cérebro e a dor fosse embora. Não aconteceu. Quando ela desceu as escadas e viu o pai sentado no sofá, suspirou, isso significava que a mãe não estava em casa. Ela preparou um chocolate quente e subiu de volta ao seu quarto, vestiu seu casaco e ligou para Piper a encontrar na praça em frente a casa de Silena.

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Piper acordou com a ligação de Annabeth e só ai se deu conta de que horas eram. Ela saiu correndo para o banheiro, botando pra fora toda a comida do dia anterior. Maldita bebida! Ela tomou um banho e um remédio para dor de cabeça. E foi comer alguma coisa antes de sair para encontrar com Annabeth.

– Maldita festa!

Piper encontrou Annabeth sentada ou melhor largada no banco da praça em frente ao condomínio onde Silena morava.

–Eu sabia que não deveríamos ter ido! - Annabeth disse se levantando do banco.

– Vamos acordar a Silena.

Elas entraram no quarto da garota com tudo.

– Esse rosa ainda vai me cegar! - Annabeth murmurou subindo em cima das costas de Silena. - Acorda!

A garota deu um pulo e bocejou.

– Que horas são? E porque minha cabeça esta doendo tanto?

– Você foi na festa ontem e bebeu demais, agora levanta e vai tirar esse bafo de cerveja. - disse Annabeth se levantando e indo em direção ao closet de Silena.

– Quanto rosa.

Silena Beauregard ligou o chuveiro o mais quente possível. Sua cabeça latejava tanto que ela pensou que um monstro sairia de lá. Ela enrolou a toalha do corpo e girou a maçaneta da porta. Olhou para o seu pulso e soltou um grito.

Piper foi a primeira a socorrer Silena.

– Meu Deus o que aconteceu? - ela perguntou correndo para dentro do banheiro. Silena estava com o braço direito dentro da pia esfregando sem parar,.

– sua louca eu pensei que você tivesse morrendo- Annabeth disse entrando no banheiro.

– o que tem ai no seu pulso?

– Eu não sei. Acordei com isso e agora não quer sair.

Piper se aproximou, pegou o pulso da amiga e quase caiu para trás. Era uma tatuagem. Uma tatuagem incrível e estranha ao mesmo tempo.

– o que é isso? - A tatuagem consistia em um olho pequeno cortado ao meio, abaixo do desenho as palavras " I see everything" estavam destacadas de vermelho.

– I see everthing? Eu vejo tudo? O que isso significa Silena? - Annabeth perguntou confusa.

– Não importa isso tem que sair do meu pulso agora!

– E se for de verdade? Você se lembra quando fez isso? - Piper a questionou.

– Você acha que eu lembro Mclean? E se isso não sair?

– Silena fica calma. Se veste. - Annabeth disse saindo do banheiro.

– Para onde vamos?

Elas pararam em frente ao estúdio de tatuagens Art Fusion.

–Tem certeza que ninguém vai descobrir Annabeth? - Silena perguntou preocupada.

Quando Annabeth disse que podia descobrir se a tatuagem era verdadeira ou não, Silena quase implorou para a amiga que a levasse lá.

– É claro que tenho Silena.

Elas entraram na loja, estava cheia de desenhos chineses e cheirava á drogas. Elas quase saíram correndo quando um homem de mais ou menos 40 anos apareceu. Elas pudiam jurar que ele tinha tatuado ate mesmo naquele lugar abaixo das pernas.

– O que querem? Não tatuo crianças!

– não queremos isso. Preciso de uma ajuda. - Annabeth disse.

– Quanto eu ganho?

– Piper trouxe a grana? - Annabeth perguntou sem desviar os olhos. Piper passou o dinheiro para Annabeth que guardou no bolso.

– Quero que me diga se ...- ela puxou Silena pelo pulso.- essa tatuagem é verdadeira.

O homem soltou uma gargalhada. Annabeth deu um passo para trás.

– o que é tão engraçado?

– quem faz uma tatuagem e não se lembra como?

– tinha que ser a Silena. - Piper resmungou.

– Isso não importa. Me diga se é verdadeira. - Silena falou com um sotaque meio estranho. Piper segurou o riso.

O homem puxou a mão da garota e examinou a tatuagem. Seu rosto ficou pálido ele largou os olhos da garota imediatamente e se afastou.

– O que aconteceu? - Annabeth perguntou.

– SAIAM! - ele rosnou- Agora!

Annabeth perdeu a paciência.

– NÃO! Você não me disse o que eu perguntei.

– Não estou brincando garota, saia agora ou eu vou...

– Vai o que? - Piper ficou entre o homem e Annabeth.

Ele puxou a loira pela orelha e pegou Piper pelas mãos, Silena as seguiu.

– Saiam! - Ele jogou as duas garotas no chão.

– Só me diga se é verdadeira! - Annabeth se levantou rapidamente.

– É mais do que verdadeira! - ele fechou a porta na cara delas.

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Thalia Grace acordou com o grito de sua madrasta. Maldita! Ela se levantou e caminhou até o banheiro, com muita dificuldade. Sua cabeça estava explodindo e ela jura que viu duas janelas ao invés de uma. Tomou um banho demorado e tentou se lembrar do que acontecera noite passada, mas não lembrava de nada. Apenas que ela e Luke tinham se beijado. E que beijo! Seu corpo vibrou só de lembrar. Ela saiu do banheiro e caminhou em direção ao closet. Vestiu uma blusa preta com uma saia vermelha e um coturno marrom. Pegou sua jaqueta preta e desceu as escadas. Seu pai não estava em casa. Como sempre. Mas em compensação sua madrasta maldita estava. Zeus, seu pai, havia se casado com Hera, a maldita cinco anos atrás quando sua mãe se suicidou. Seu irmão Jason estava deitado no sofá jogando video game, enquanto Hera estava na cozinha.

– Acordou né preguiçosa?

– Olha aqui velha maldita, não enche o meu saco. - Thalia disse colocando seus óculos escuros.

– Garota idiota - Hera saiu resmungando indo em direção ao quintal.

Thalia, abriu a geladeira e pegou uma latinha de Coca-Cola. Ela caminhou em direção as escadas, mas ouviu um grito.

◆◆

Silena ainda não acreditava que havia uma tatuagem em seu pulso. Ela estava histérica depois que descobriu ser verdadeira, ela ainda tinha esperanças de ser falsa, como aqueles carimbos que eles dão em festas, mas não. Era verdadeira, e ela estava com muita raiva.

Piper e Annabeth caminhavam atrás dela resmugando o quanto aquele homem era um infeliz filho da mãe. Elas estavam indo para a casa de Thalia, já que a amiga não deu notícias desde ontem. De repente uma sirene urrou atrás delas. Uma rajada de vento soprou, depois de uma ambulância passar zunindo. Elas viram a ambulância subir até o topo da colina e fazer uma pausa na rua de Thalia.

Agora ela estava entrando na rua de Thalia. O medo tomou conta das três.

–Ah,meu Deus - sussurrou Piper.

A ambulância encostou, parando em frente a casa de Thalia. Elas correram. Correram como se suas vidas dependessem disso. Carros de polícia estavam em todo lugar.

– Não. - disse Silena baixinho. Médicos de jaleco branco saíram do veículo e correram para a casa. Algumas pessoas estavam com câmeras. Uma multidão tomava o jardim.

– Annie!

Thalia irrompeu através da multidão. Elas ofegaram, então correram para os braços de Thals.

– Você esta bem? - soluçou Piper- eu estava com medo...

– Eu estou bem- disse Thalia.

– O que foi? O que esta acontecendo? - Annabeth perguntou.

Os olhos de Thalia estavam vermelhos. Sua boca estava repuxada para baixo, nervosamente.

– Encontraram uma pessoa.

– O quê? - Silena encarou a cena no gramado de Thalia. Todos estavam ali. Luke Castellan e seus irmãos. Leo Valdez. Jason, irmão de Thalia. Hera encostada no ombro de Zeus soluçando. Hazel Lesvesque. Frank Zhang. Nico di Ãngelo e sua irmã Bianca. Percy Jackson. Até mesmo sua irmã Drew. Todos estavam ali, mas porque?

Era tudo tão assustadoramente familiar. A ambulância, os carros de polícia , as multidões de pessoas, as câmeras.

Thalia pegou a mão de Piper.

– Hera estava no quintal quando viu a mão, tinha até uma tatuagem estranha no pulso. Hera a viu. Estava ensaguentada. Eu ouvi o grito dela.

– Espere. Alguém morreu? - Annabeth perguntou.

– Eu tentei ligar para vocês. - completou Thalia

Annabeth franziu as sobrancelhas e encarou Thalia. Então, olhou a equipe de vinte fortes políciais. Olhou a fita PERÍMETRO SOB INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA, NÃO ULTRAPASSE, dando voltas em torno do quintal.Olhou para a sra. E'Dare soluçando no chão. E Então, para a caminhonete estacionada na entrada de carros. Tinha a inscrição NECROTÉRIO . Ela teve que ler mais de seis vezes até que as palavras fizessem sentido. O coração de Annabeth disparou.

– Eu não entendo. Quem eles encontraram?

Thalia olhou para trás e então sussurrou:

– Rachel E'Dare. Eles acabaram de encontrar o corpo dela.