1 semana foi o que demorou para eu sair do hospital, mas esse tempo não foi o suficiente para eu superar os acontecimentos, Dave me ajudava, meu irmão tambem, ele conversava comigo as vezes.

O enterro do meu pai, vai ser hoje, e eu estou desolado, eu não pude impedir sua morte, e isso me machucava profundamente. Eu não fui capaz de ajuda-lo.

O corpo do meu pai foi cremado pelas chamas devastadora, que consumiu o carro, ou seja ,ele não estava la, não havia um corpo para enterrar, não havia nada no caixão embaixo da terra, nada. Estava vazio, apenas o ar, que com o tempo sumiria, preenchia o caixão, vazio, como o universo fora do espaço, como meu corpo estava naquele hospital, como os olhos de Melissa, vazio.

Quando voltamos para casa, nenhuma palavra foi dita, cada um seguiu seu caminho. Eu entrei no meu quarto, a janela, aquela mesma janela em que eu pulei, estava aberta, mas agora ela não era convidativa, era apenas uma janela. As outras partes do meu quarto estavam iguais, inclusive a lamina guardada na comoda.Intacto, era a palavra perfeita que definia meu quarto.

Vozes, chamaram minha atenção.

_Alex, Dave está aqui-Minha mãe disse no andar de baixo, sua voz era quebrada e doentia, era quase um sussurro, que foi ouvido com um pouco de dificuldade, por minha parte. Desci as escadas, e ele estava parado ainda próximo a porta.

–Olá-cumprimentei

–Oi-Ele sorriu, mas não era o mesmo sorriso, esse era falso e forçado-quer dar uma volta?

Assenti lentamente, tentando ver o que havia por detrás de suas palavras.

Fomos a mesma sorveteria e pedimos os mesmos sorvetes Daquele dia, seguimos até a casa dele, e jogamos video ame , novamente.

–Porque está repetindo o que fizemos naquele dia, Dave?

–Não Sei, talvez eu queria concertar meu erro, e te proteger antes que você pule por aquela janela.

–Eu não vou pular a janela.- O encarei.

–Naquela hora, eu vi, como você estava destruído e acabado, cansado, só não pensei que você fosse adiante e pularia a janela.Eu me senti , Inútil, por não fazer nada alem de gritar.

Me levantei.

–Não quero falar sobre aquele dia.

–Eu sei,por isso estou revivendo, para nos dois concertarmos nosso erro.

–Eu não errei Dave, eu não errei.

–Mas...

–Eu estava morto, e buscando por vida, quando eu pensei e tentei me matar, em nenhum momento quis acabar com a minha vida, eu queria sumir com a dor, mas ali naquela hora, a minha vida se tornou a dor, e eu só acabei com ela, não errei por que, quando eu fui para o outro lado, quando eu pulei, eu fiz meu pai acordar, e perceber o que estava fazendo, eu salvei ele de ir para um lugar pior. Eu não errei, meu unico erro foi querer ser forte sozinho.

Com essas palavras eu sai de sua casa, eu não fui para a minha, eu caminhei lentamente ate a avenida onde aconteceu o acidente, eu tinha aquela maldita esperança, de que meu pai iria vir e falar comigo, mas ele não veio. Porem isso não me impediu de continuar indo ali, todo dia na mesma hora do acidente. Eu tinha esperança, mas ela não me matava ou me decepcionava, porque, todo dia, ali no mesmo lugar onde esteve o carro do meu pai, eu achava uma rosa, não qualquer rosa, ela era azul, e tinha um ar de doçura e calmaria, como se dissesse que tudo vai ficar bem. Era assim que eu sabia, que meu pai estava bem.