Acordei com um barulho vindo da cozinha e um cheiro gostoso do café da manhã, sai do sótão totalmente dolorido e sem que minha mãe percebesse sai de casa, precisava buscar minha pequena, ela deve estar preocupada. Enquanto andava me senti estranho, havia algo escorrendo pela minha calça. Parei perto de um banheiro publico,entrei no box e me despi, vi que era sangue como a calça era um jeans escuro não dava para perceber, tentei me limpar com papel, mas a dor tava insuportável. Chorei baixinho por um tempo até recuperar um pouco de força e voltar a andar na rua.
A casa da senhorita Kim não é longe, mas também não era perto. Estava praticamente me arrastando para conseguir chegar, mas como eu tenho muita sorte (sentiu o sarcasmo?) encontrei alguns "colegas" da escola enquanto atravessa um beco, eles eram mais especificamente aqueles que gostavam de me bater.
– Ora ora, senão é a princesinha. - falou Jason, 4 anos mais velho que GD (16 anos)
– Para onde está indo querida? - disse Freddy, mesma idade de Jason.
– Hoje não, por favor. - tentei desviar, mas eles se colocaram na minha frente.
Jason: O que houve? Esta com raiva da gente meu amor?
Freddy: Sabe estávamos mesmo precisando de algo para brincar, ultimamente tá tão entediante.
JY (JiYong): Vocês já me bateram ontem, deixe-me pelo menos descansar hoje.
Jason: Não queremos, vamos apenas brincar um pouco.
Freddy: Prometemos não te machucar.... muito.
Eles me levaram até um deposito abandonado, me arrastaram pelo cabelo e me jogaram no chão. Meu corpo já estava muito machucado, não conseguiria revidar nem ao menos tentar correr.
Jason: Como tem estado meu bem? Pensei que ficaria o fim de semana todo sem te ver.
Freddy: Estávamos realmente triste. - Jason se aproximou e me deu um tapa, deixando meu rosto vermelho.
JY: Por que?... Por que fazem isso comigo?... O que foi que eu fiz? - meus olhos já estavam marejado, não aguento mais apanhar, não aguento mais sofrer.
Jason: Por que? Simples, por que é divertido.
Freddy: Se bem que da uma pena machucar essa corpinho lindo. - o celular de Freddy tocou e ele saiu para atender. Jason se aproximou e começou a me tocar, ficando por cima de mim.
Jason: Muita pena... Essa pele branquinha, suas curvas bem defendias, sua bunda durinha.... Você não sabe como é uma tentação naquela escola querida. Mesmo sendo tão novo, tem um corpo e uma aparência que faz qualquer um te desejar. - Estou com medo, o que está acontecendo? Por que estão ficando assim de repente? Primeiro aquele homem agora o Jason, eu vou ser estuprado de novo? - Você não sabe quantos comentários maliciosos te rondam princesa.
JY: Jason... Por favor... Pare com isso, está me assustando.
Jason: Oh que pena. A princesinha está ficando assustada?... Sabe o que mais me atrai em você? Essa sua entradinha virgem que deve ser tão minúscula levando qualquer um ao êxtase.
JY: Eu só tenho 12 anos... Por favor, não faça nada.
Jason: É por isso que me dá raiva, como um guri de apenas 12 anos me faz ter sonhos eróticos enquanto te fodo até não aguentar mais? - Jason deslizou a mão entre minhas perna, mas constatou algo molhado - O que isso? Por acaso se mijou? - mesmo sem olhar desferiu outro tapa no meu rosto, tingindo-o de vermelho. - Sangue? O que está acontecendo?
Ele começou a tirar minha calça e mesmo não querendo comecei a chorar e imagens da noite anterior começou a invadir meus pensamentos. Após terminar de me despir, ele abriu minhas pernas tendo um visão completa de minha intimidade.
Jason: Quem foi que te tocou? - eu não fazia nada além de chorar silenciosamente - QUEM FOI QUE TE POSSUIU ANTES DE MIM?
JY: E o que importa? Isso não vai te impedir de me estuprar também, não é?
Jason colocou minhas roupas e se levantou, suspirou irritado e gritou de raiva. Freddy voltou e não entendendo o que estava acontecendo.
Freddy: O que aconteceu?
Jason: Nada, vamos embora.
Freddy: Por que? Nem começamos ainda.
Jason: Deixe isso pra lá e vamos.
Freddy e Jason saíram e me deixaram sozinho naquele lugar escuro e frio, não conseguia me levantar, meu corpo parecia que pesava toneladas fechei os olhos e dormi por um tempo. Torcia para que quando acordasse tudo tivesse sido um pesadelo, sonhei que estava junto de Hana e minha mãe enquanto comíamos animadamente o café da manhã. De repente, fragmentos da parte feliz de minha infância ocuparam meus pensamentos, lembrei do único amigo que fiz, mas que infelizmente havia se mudado há 1 ano e nunca mais o vi.

Lembranças ON

Estava caminhando pela pracinha procurando algo para me ocupar, estava com 10 anos na época. Aquela praça é o lugar que mais amo neste mundo, havia flores de todas as cores, as árvores eram grandes e verdes, havia muitos risos, sorvete, balões, para mim era um paraíso. Observei uma aglomeração de crianças e pensei que fosse algum vendedor.
– Olha só pessoal, um balão segurando outro. - falou um garoto fazendo os outros rirem.
Não entendi, até me aproximar e ver que no centro havia um menino baixo e gordinho com um balão roxo. Eles continuaram a falar coisas horríveis como "Você não acha que já esta na hora de usar um sutiã?", "Não brinque nos brinquedos, pois você pode quebra-los", etc. O garoto gordinho começou a chorar baixinho e deixou seu balão escapar ficando preso num galho de árvore. Não aguentei ver aquilo e me aproximei pegando em sua mão fofinha com a intenção de tira-lo dali.
– Ya, quem é você? - perguntou uma menina.
– Não é da sua conta. - respondi.
– Eu sei quem é você, minha mãe me proibiu de brincar com você, por parecer uma garota. - falou um garoto qualquer.
– A minha mãe também disse isso.
– A minha mãe disse que ele é má influencia para a gente.
Em meio a tanta humilhação segurei firme em sua mão e saímos dali correndo.
– Você está bem? - perguntei. Ele corou e encarou o chão.
– Estou... o-obrigado.
– Não tem de que. - Dei um dos meus melhores sorrisos ao ver ele todo envergonhado, senti vontade de aperta-lo, era tão fofo.
– Por que me ajudou?
– Não achei justo o que eles estavam fazendo. Qual o seu nome?
– S-seung Hyun... Choi Seung Hyun.
– Prazer, me chamo JiYong... Kown JiYong. - Começamos a caminhar e falar coisas cada vez mais idiotas, mas que tirava risadas gostosas. - Então, onde você mora? Seus pais estão por aqui?
SH (Seung Hyun): Moro num orfanato.
JY: Ah, foi mal.
SH: Tudo bem. Onde você estuda?
JY: Me transferir este ano para ... (não quis da nome a escola, fica a cargo do leitor).
SH Eu também estudo lá.
JY: Sério? Em que classe?
SH: 7 ano.
JY: Que pena, estou no 6 ano.
SH: Tem 10 anos?
JY: Sim. - ambos estávamos muito surpresos. - Quem bom que terei um amigo, estava com medo de ficar sozinho.
SH: A-amigo? Me considera seu amigo?
JY: Claro, por que não? Você é legal.
SH: Não tem problema pra você?
JY: O que?
SH: Você ouviu o que aqueles garotos falaram. - dei um sorriso calmo e gentil.
JY: Você também ouviu o que eles falaram de mim.
SH: V-v-v-ocê é bem b-b-bonito, com certeza será popular e terá vários amigos. Já eu sou... -Foi a primeira vez que falaram tão inocentemente da minha beleza, então o interrompi.
JY: Já você é bem legal, e a parti de hoje vai ser meu melhor amigo. Eu realmente não me importo com o tamanho do seu short.
SH: Sério?
JY: Sim, sério.
SH: Obrigada... é a primeira vez que falam assim comigo. - os olhos dele começaram a ficar marejados e as lágrimas escorregaram livremente pelas maçãs redondinhas de seu rosto. Aproximei-me dele e enxuguei as lágrimas carinhosamente, fazendo corar levemente.
JY: Também é a primeira vez que me aceitam como sou.
No primeiro dia de aula, entramos um ao lado do outro conversando animadamente, sem se importa com os olhares de desprezo ou reprovação. Não vou mentir, teve vezes que me deu vontade de chorar ao ouvir certos comentários, mas ele sempre estava ao meu lado com um sorriso bobo nos lábios. Lembro exatamente do dia em que provei aqueles lábios.
Estávamos no recreio escondidos nos arbustos do jardim, ninguém poderia nos ver ali, até que passa duas garotas que conversavam animadamente sobre algo, escutei o início da conversa "Sabia que tem um garoto que parece um elefante nesta escola?" Seung ficou cabisbaixo e apertou as mãos com força, elas estavam se aproximando e num impulso tapei seus ouvido ficando em cima de seu colo e sussurrei em seu ouvido só para que ele escutasse.
JY: Concentre-se apenas nos meus olhos.
Ficamos daquele jeito até as garotas passarem, quando ia sair de seu colo, ele me puxou pela cintura deixando nossos corpos totalmente colado, sem que eu percebesse nossos lábios estavam se tocando, foi apenas um selinho, porém me deixou muito feliz, nos separamos e olhamos profundamente um nos olhos do outro.
JY: Por que fez isso?
SH: E-eu não sei, só fiquei com muita vontade, desculpe. - ele estava extremamente fofo todo corado.
JY: Então... Me desculpe por isso. - colei novamente nossos lábios e o abracei pelo pescoço.
Ao contrário do que as pessoas podem pensar ao ver essa cena, aquele pequeno beijo não havia malícia, luxuria ou desejo carnal. Ele era simplesmente puro e inocente, perdi a conta de quantos beijos trocamos, esquecemos até mesmo de lanchar. A única fome que sentíamos era de ficar próximos um do outro, de todos os dias ver o sorriso e receber as caricias do outro, por que aquilo era pecado?
E foi assim o resto do ano, nos encontrávamos e nos escondiam onde nos beijávamos e sempre dizíamos as palavras mais lindas deste mundo "Eu te amo". A primeira vez que essas palavras foram ditas foi quando estávamos no telhado do colégio cabulando aula, ambos éramos inteligentes matar aquela aula não nos prejudicaria. Estava sentado entre suas penas enquanto me abraçava por traz. Cantávamos uma música qualquer numa desafinação horrível.
JY: Hyung...
SH: O que foi? - Me virei para ele e encarei seu olhos.
JY: Eu... Te amo. -Ele rio e selou nossos lábios.
SH: Não é justo... Eu queria ter dito isso primeiro. - fez uma cara emburrada fazendo-me rir. - Kown JiYong... Eu também te amo... Te amo muito... Você foi o primeiro a me aceitar, a me dar carinho, a me amar, nem mesmo meus pais me deram tanta alegria... Eu quero ficar com você para sempre.
JY: Eu também hyung, quero poder ver seu sorriso todo dia, quero te beijar o tempo todo, quero te dizer mais vezes que te amo... - Selei nossos lábios num selinho demorado e voltei a me acomodar em seus braços.
Todos os dias foram os mais felizes da minha vida, éramos dois bobos apaixonados, até aquele dia.
Ele começou a ficar estranho, não sorria como antes, me ignorava e fazia tempo que não ouvia ele dizer que me amava. Estávamos no telhado e eu iria saber o que está acontecendo agora.
JY: Hyung, por que está me evitando esses dias? Por que está ficando tão frio?
SH: ... - ele não disse nada e apenas encarou o chão.
JY: Por favor... fale alguma coisa. Não me ama mais?
SH: Não... Eu não te amo mais. - senti meu coração se quebrar em vários pedaços nem mesmo a dor da surra ou do estupro superaram aquela dor.
JY: Está mentindo. - comecei a chorar baixinho.
SH: Não estou mentindo... Eu não te quero mais.
JY: Olhe nos meu olhos e repita isso. - Ele demorou um pouco e me olhou friamente.
SH: Eu... não te amo mais.
JY: Por que?... Eu fiz alguma coisa que você não gostou?... Me diga o que não te agrada, eu posso mudar e...
SH: Já chega. - interrompeu-me. - Eu simplesmente não te quero mais... Você é irritante.
Aquelas palavras ficaram se repetindo várias e várias vezes na minha cabeça, quando me dei conta estava sozinho no telhado. Eu queria gritar, mas os gritos estavam engasgados na minha garganta, queria correr, mas minhas pernas estavam travadas. Desde aquele dia não o vi mais, fiquei sabendo que foi adotado e se mudou de cidade.
Lembraças OFF

Foi a melhor parte da minha infância, ser aceito como eu sou, sem preconceito, sem malícia, sem sarcasmo, se não fosse por aquele gordinho fofo talvez eu não tivesse lembranças tão maravilhosas para me consolar. Mas também foi o meu pior pesadelo, lembrar de tudo aquilo fazia meu peido arde.
– Está acordado? - ouvi uma voz.
JY: Quem está ai?
??? - Meu nome é Jung Ji-Hoon, mas todos me chamam de Rain.
JY: Rain?...
RN (Rain): Eu vi tudo o que aconteceu aqui. - Encarei na direção da voz, mas não consegui ver seu rosto.
JY: E daí? Quer provar também? - Ele rio e deu alguns passos em minha direção e pude ver seu rosto, ele aparentava ter 17 anos.
RN: Como um garoto pode ser tão fraco...
JY: Cale a boca...
RN: Admito que tem coragem. - Se ajoelhou e me olhou nos olhos. - Qual o seu nome?
JY: JiYong... Kown JiYong.
RN: Muito prazer JiYong... Sabe fiquei bastante interessado em você, mas não pense mal de mim, não é do jeito que está pensando... Diga-me o que está sentindo?
JY: Raiva... Ódio...
RN: De que?
JY: De mim mesmo, por ser fraco... Do Freddy e do Jason... Daquele homem... De não conseguir proteger minha família.
RN: Hum... Garoto, eu vou te dar duas escolhas, a primeira é de te ajudar.
JY: Me ajudar? Como?
RN: Se aceitar minha ajuda irei te treinar e te deixar forte, tão forte que nunca mais ira apanhar ou ser violado... E a segunda escolha é a de você ignorar a primeira e continuar vivendo desse jeito.
JY: Como posso confiar em você?
RN: Não irá, aprenda uma coisa.... Você nunca, em hipótese alguma deve depositar sua confiança em alguém, a não ser em sua família se ela prestar.
JY: Irá mesmo me deixar forte?
RN: Não tenha duvidas sobre isso. - Ele me estendeu a mão. - Vai aceitar? - Mesmo desconfiado eu peguei em sua mão.
JY: Eu aceito.
RN: Ótimo, a parti de hoje você será conhecido como... G-Dragon.
E assim começou a lenda G-Dragon, o Dragão Sanguinário.