Paixões gregas - Adrenalina do amor(degustação) escrita por moni


Capítulo 7
Capitulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oiiieeeee
Espero que gostem.
Não acreditei quando abri hoje e vi que tinha mais uma recomendação. Estou muito feliz!!!!!!!!!!! ANNE RODRIGUES muito Obrigada. Não tem ideia de como me deixou feliz por acompanhar a fic e ter sido tão carinhosa com uma recomendção. Adorei o que escreveu e espero que esse capitulo seja um bom presente de gratidão. ele é todo seu.
Beijosssssssssssssssss



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Pov – Ulisses

Inglês é a língua universal e assim que chegamos ao hotel faço a reserva usando ele, chega de terceiro andar. Subimos assim que o carregador se aproxima. O quarto não é tão bom quanto o do primeiro hotel, mas não vamos ficar muito. Nos atiramos no sofá assim que ficamos sozinhos.

Os pés vão para a mesinha em movimentos sincronizados que parecem combinados, suspiramos ao mesmo tempo. Depois nos olhamos e sorrimos. Ela é bem corajosa. Não teve um ataque de pânico com gritos estridentes como outra garota faria, pensou rápido e me direcionou para um caminho seguro onde pudemos ganhar velocidade e fugir.

─Vivos! – Ela diz simplesmente.

─Sim. Panda. – Ela franze a testa.

─Panda?

─Quando te conheci, parecia um panda de vestido dourado, os olhos todos borrados de tinta preta.

─Rímel.

─Que seja, parecia um panda.

─Bobo.

─Pandas são fofinhos.

─Vou te atirar numa jaula cheia deles e vamos ver se os acha assim tão fofinhos.

Rimos os dois, ela é bem humorada na maior parte do tempo, mas é uma garota e garotas tem essa coisa de hormônios, então não posso garantir nada.

─Vou te chamar assim.

─Sua cara mesmo. – Ela diz ainda sorrindo. – Vencemos os bandidos ruis de mira. Resta saber se são todos assim.

─Assim que seu visto chegar viajamos e acabou.

─Tomara. Não vou sentir saudades.

─Vou mandar uma mensagem para o Carlo, dar o nome do hotel para ele trazer minhas coisas. Que servicinho sujo esse deles.

─Pelo menos as garotas estão salvas, não acho que Marco está caçando todas elas. Acho que só eu mesmo. Sou muito sortuda.

─Claro que é, cruzou comigo, isso é muita sorte. Está com fome?

─Não. Acho que só... Não sei, é estranho, me sinto sozinha no mundo agora, sem referências, isso é novo para mim e meio triste.

─Eu sei. Mas as coisas vão ficar boas, vai amar Kirus e as pessoas de lá. Lissa e Leon são ótimos e vão te fazer sentir em casa.

─Tomara.

─A vila já tinha restrições com você antes disso. Eu senti. O que aconteceu? Não conte se não quiser.

─Sem problemas. – Ela diz tranquila. Nada parece ser segredo para Sophia. Gosto de como ela encara a vida. – Quando meus pais morreram eu tinha dezesseis anos. Estava na fase de descobertas e um tanto confusa com a nova vida. Sempre fui uma boa filha. Obediente, estudiosa. Precisa saber que sou muito inteligente.

─Da para ver.

─Depois que eles morreram fiquei um pouco perdida. Então teve um luau, aquele bando de hipócritas. Você pode fazer o que quiser, desde que ninguém saiba. Eu fui. Só uns garotos da minha idade tomando cerveja escondidos e tocando violão. Tinha um garoto. Enzo, ele era bonito, meio bobo, mas sei lá, eu não estava pensando muito. Só queria mesmo dar um jeito de não sentir tanto a falta dos meus pais. Nos afastamos e aconteceu. Eu transei com ele. No dia seguinte ele espalhou para toda vila. Não neguei. Acho que não preciso disso. É minha vida afinal. Virei uma vadia capaz de desvirtuar mocinhas e seduzir maridos. Passei um ano dentro de casa me sentindo um lixo. Depois mandei tudo para o inferno e enfrentei as pessoas. Eles fingiram aceitar, mas sempre com um dedo pronto para me apontar.

─Que gente estúpida! – Aquilo parece a inquisição. Achava que isso não existia mais. – Ao menos foi bom?

─Eu não tinha a menor ideia do que estava fazendo e nem ele. Então só aconteceu.

─Eu sabia o que estava fazendo aos dezesseis. – Ela me olha com olhos miúdos de dúvida. – Ok, eu não sabia tanto, mas aprendi. Depois melhorou? – Estranho como falamos disso sem problemas e vergonha. Gosto disso nela também. Gosto de um monte de coisas nela.

─Não aconteceu mais nada depois.

─Ficou traumatizada?

─Claro que não. Só não aconteceu e tudo bem. Uma hora acontece. E vamos ver se é bom. – Eu poderia ensinar, mostrar como é bom. Não eu não vou fazer isso, eu vou ser um bom amigo e só. Tento me convencer disso.

─Pode apostar que é. E o palhaço fofoqueiro?

─É agora um respeitável pai de família. A culpa sempre recai nas garotas. Mas ao menos eu quebrei o nariz dele.

─Quebrou o nariz dele com um soco? – Eu me espanto.

─Não. Um dia aprendo a dar bons socos. Usei um taco de beisebol. Nem sei para que ele tinha um já que é um jogo muito incomum aqui na Itália. Bem feito. Entrei na casa dele. Vi o taco, acertei ele. Achei que era um aviso de Deus.

─Aposto que era. Não tenho tacos de beisebol quero deixar claro.

─Vasos funcionam bem se for o caso.

O celular toca. É Carlo avisando sobre minhas coisas estarem a caminho e prometendo cuidar do carro. Acho que tudo isso é só porque sou um Stefanos, se fosse apenas Sophia ela já estaria morta.

─Vamos pedir comida? – Ela afirma. Pega o telefone e faz os pedidos. Depois do almoço minha mala chega. Abro para ver se está tudo aqui e a primeira coisa que vejo é o vestido Dourado. – Olha quem veio? – Balanço o vestido ela faz careta e depois ri.

─Talvez eu guarde de recordação.

─Desde que não use. – Voltamos para o sofá.

─Deve estar odiando não ter nada para fazer. É tão ativo. Eu vou entender se quiser sair. Não está sendo perseguido.

─Estou bem. Amanhã vou trabalhar e resolver tudo para nossa viagem. Vamos ver filmes de terror o que acha?

─Boa ideia. Adoro ficar com medo.

Voltamos para o sofá. Eu simplesmente gosto de estar com ela. Somos íntimos de um modo estranho. Como se estivéssemos na vida um do outro desde sempre. Coloco o filme em inglês e descubro que ela fala bem inglês. Fico esperando que grite ou tampe os olhos, mas ela só assiste o filme como se visse um romance e me diverte olhar para ela.

─Esse não foi muito assustador. – Ela diz quando começam a subir os créditos. – Gosto daqueles bem apavorantes que me deixam com medo na hora de dormir e então eu corro para dormir agarrada com a vov... – Ela se cala. Um mundo de tristezas a abate. – Não tem mais vovó Gemma.

─Pode me agarrar se quiser. – Ela me atira uma almofada. – Ou não. Foi só uma ideia. Vou achar um bem terrível agora. – Vamos passando os canais. Rindo de comerciais e acabamos num filme de máfia.

─Deixa ai, vai servir como workshop. – Olho para ela sem acreditar. Essa garota é perigosa. Muito perigosa para mim.

Jantamos cedo. O tédio engorda é minha conclusão depois do jantar. O jeito é ir dormir. Se eu tivesse ao menos um vídeo game.

─Acho que por hoje só nos resta ir dormir. – Eu comento depois de vasculhar os mil canais de tv. Ela concorda ficando de pé. Seguimos para o quarto. Sophia pega um travesseiro entre os muitos sobre a cama.

─Durmo no sofá. – Tomo o travesseiro da mão dela e jogo na cama.

─Não. Eu durmo no sofá. – Aviso enquanto ela pega outro travesseiro.

─De jeito nenhum. – Ela diz enquanto atiro o outro travesseiro de volta na cama. – Já faz muito por mim, precisa descansar. – Ela diz enquanto insiste em mais um travesseiro que eu tomo de novo da sua mão e dou a ele o mesmo destino dos outros.

─Nada disso, meus irmãos me matariam se eu fizesse isso. Damas na cama e eu no sofá. – Ela pega outro travesseiro, aperta, mesmo assim tomo dela que revira os olhos irritada.

─Ulisses você quase tomou um tiro por mim hoje. Podemos dividir a cama. Confio em você.

─Isso pode ser. – Digo depois de atirar o último travesseiro na cama.

─Ótimo. – Ela suspira e vai até sua mala.

─Que tal dormir com o vestido dourado. Ele é bem seguro. – Ela ri pegando umas peças.

─Ele cobre muito pouco.

─Mas ofusca tudo.

─Você é inacreditável! – Ela diz caminhando para o banheiro.

─E bonito. Inacreditavelmente bonito.

─É realmente bonito. – Sophia sorri da porta do banheiro.

─Está me paquerando Sophi.

─Não. Você está se paquerando.

─Isso eu sempre faço. Tenho bom gosto. – Ela fecha a porta e me troco, depois arrumo a cama e começo uma barreira de travesseiros, ela é bonita demais e eu estou vivo. Nunca se sabe.

Sophia sai do banheiro e quando vê o muro de travesseiros tem um ataque de riso.

─O que é isso? Eu disse que confio em você.

─Entendi, mas eu não confio. Ou isso ou o vestido de sol.

Ela nega com a cabeça e depois se deita. Ainda ria quando entro no banheiro. Mulher ingrata, estou protegendo ela de ser agarrada no meio da noite e ela ri de mim.

Quando volta ela parecia ter parado de rir. Fecha os olhos com ar risonho quando me deito e apago a luz.

─Boa noite panda.

─Boa noite! – Ela brinca com as mãos na boca como se precisasse gritar para ser ouvida através da muralha de travesseiros.

Acordo com a luz do dia invadindo o quarto pelas frestas. A primeira coisa que percebo são os cabelos de Sophia espalhados por meu peito, seus braços me envolvem. Sinto seu perfume suave e percebo que minha mão descansava nas costas lisas. A pele é bem macia como pensei que seria.

Me certifico que estou do meu lado da cama. Não fui eu que invadiu seu espaço e fico feliz por isso e por ela estar aqui. Não gosto muito de acordar com garotas na cama. Sempre prefiro dormir sozinho e evitar o constrangimento que sempre acontece quando elas se sentem feias ou sei lá o que. Só que gosto de tê-la assim.

Acordar com uma garota é sempre muito íntimo e todas sempre correm para o banheiro para saírem de lá maquiadas e fingindo que nasceram assim.

Sophia se espreguiça e depois abre os olhos. Percebe onde está e sorri. Estranhamente ela sorri. Não fica apavorada e com vergonha.

─Parece que alguém andou escalando essa noite e não fui eu. Estou quieto e imóvel no meu cantinho.

─Percebi. –Ela sai dos meus braços e sinto um pouco sua falta. Depois se deita ao meu lado e encara o teto. – Dormi bem. Achei que não dormiria por causa do seu ronco. – Ela tenta ficar séria. Mas acaba rindo.

─Não ronco sua vingativa.

─Nenhuma de suas garotas avisou?

─É sério eu não ronco e não costumo dormir com garotas. – Ela me olha espantada. – Não! – Me apresso. – Gosto de garotas. Só disse que não costumo dormir literalmente com elas. Gosto de dormir sozinho e nunca namoro.

─Entendi. Me deu um susto. – Os cabelos estão bagunçados sobre a cama. Ela está tranquila e tão linda que me dá medo. Passo a mão pelo cabelo.

Devia ser esperto e leva-la direto para Kirus, larga-la lá com Lissa e sumir por um tempo. Acontece que não consigo resistir a ideia de andar por Nova York com ela. Mostrar minha cidade e as coisas que gosto.

─Preciso me arrumar para o trabalho.

─Pode ir primeiro ao banheiro. Estou com preguiça.

Ela faz tudo ao contrário do que penso que vai fazer só para me provocar. Tomo banho e visto um terno. Preciso resolver tudo hoje. E amanhã pegar o jato para Nova York. Vai ser bom deixar esse lugar.

─Pedi café para você. – Ela diz quando saio do banheiro já vestido. Ela entra depois de mim. Ligo para Simon enquanto a espero para o café.

─Estou indo Simon. Vamos resolver tudo e quero que cuide para que meu jato esteja pronto. Devo partir amanhã.

─Partir? Como assim? Seus irmãos querem saber o que deu em você.

─Quando chegar em casa eu conto. Providencia tudo para nos reunirmos que não posso ficar o dia todo enfiado ai.

─Tudo bem. Eu e o Taylor te aguardamos então.

Desligo e lá vem ela linda como sempre. Só um vestido simples e cabelos soltos e parece uma deusa. Aquilo não é nada justo.

Tomamos café juntos. Conversando sobre o dia anterior e meu trabalho. Depois pego minha pasta.

─Prometa que não vai sair por aí. – Ela sorri.

─Não vou a lugar nenhum Ulisses. Não está nos meus planos terminar o dia morta.

─Que bom. Quer algo da rua?

─Que volte. – Ela diz quando caminho para porta.

─Já se apegou. – Brinco antes de deixa-la um tanto preocupado.

A reunião com Simon e Taylor é chata e longa, toda hora penso em Sophi sozinha naquele quarto de hotel e simplesmente sei que está chateada e talvez pensando na avó e nas coisas que vai enfrentar agora que está sozinha.

Ainda atendo telefonemas de todos os irmãos e cunhadas querendo saber o que afinal aconteceu comigo, não posso contar que a máfia está atrás de mim e de uma garota desconhecida, eles teriam surtos de pavor.

Quando chegar a Nova York eu conto, assim vão ficar tranquilos sabendo que não corro mais risco e tudo fica bem. Sei que vão gostar de Sophi. Ela é alegre e inteligente. Logo vai se adaptar a vida na ilha.

Por alguma estranha razão não acho nada divertido pensar que em breve vamos ter oceano entre nós. Uma coisa são travesseiros que ela escala, outra bem diferente é um mar nos separando.

Eu gosto da minha liberdade, gosto de espaço. É bom agora, mas ela cedo ou tarde vai dizer que não posso passar uma tarde na frente do vídeo game. Que saltar de paraquedas é perigoso e que não devia atravessar o mundo para escalar uma montanha de gelo.

E talvez eu realmente pare de fazer todas essas coisas e um dia jogue nela a responsabilidade por não ser feliz.

Nem sei por que estou pensando em coisas como essas, como se tivesse que decidir em ficar ou não com ela. Não temos nada um com o outro, somos apenas amigos. Bons amigos, só isso.

Mesmo que eu queira beija-la quase que o tempo todo. Mentira, não é quase o tempo todo. Eu quero beija-la o tempo todo. Aquela boca dela é toda sexy, e os cabelos também não ajudam, as pernas então só ficam lá desfilando e me provocando e tenho sido bem forte se for honesto.

Ela devia me agradecer por ser um homem firme. Por não me render a seu charme.

Quando deixo o prédio penso nela e na história da câmera quebrada. Ela gostaria de tirar fotos de Nova York. Giovanni me esperava na porta.

─Tem um shopping aqui perto Giovanni?

─Ali. – Ele me aponta uma construção um pouco a frente.

─Bem perto. Vou comprar uma coisa. Não demoro.

Não é difícil achar uma câmera última geração, se vou comprar tem que ser logo uma que valha a pena. Talvez ela fique brava, mas é presente e não se recusa presentes. Compro junto todos os acessórios necessários e sigo para o carro bem animado.

Já anoitecia e imagino que ela deve estar irritada de tanto tempo que ficou fechada no quarto. Quando entro ela sorri.

─Um ser humano. – Sophi brinca. – Pode dizer qualquer coisa só para eu ouvir outra voz que não seja a minha?

Adoraria, mas estou sem fala, ela usa jeans e camiseta e está linda e não me lembrava que sempre fico meio idiota na sua presença.

─Oi. – Respondo por fim. – Comprei um presente. Tentei vir antes, mas não deu.

─Ok. – Ela pega a caixa e me olha. – Ulisses não devia ter gasto comigo.

─Gasto meu dinheiro como quiser e presentes não se recusa.

─Você é tão educadinho! – Ela brinca abrindo a caixa, os olhos brilham e compreendo por que Leon vai buscar Pierre até no inferno para alegrar Lissa. Vale a pena ver um sorriso como aquele. – Isso é... Sabe que custa uma fortuna?

─Disse que gosta de fotografar e não tem uma boa máquina.

─Olha isso. – Ela segura a máquina. Aponta para a janela os móveis eu, aceno. – É perfeita. Vou ter que ler o manual, mas amei.

Sophia me abraça. Beija meu rosto e sinto que isso começa a ser pouco.

─Carlo acaba de ligar avisando que está vindo. Deve ser seu passaporte e visto.

─Que bom. Ele é engraçado não acha? Me tirou toda a ilusão sobre agentes secretos.

─Muito. Não é como receber o 007, mas ao menos resolvemos o mais importante e amanhã vamos para casa.

─Você vai. – Ela diz se sentando distraída com seu brinquedo novo.

─Não vai comigo? – Fico tenso, ela ergue o olhar e sorri.

─Vou. É que disse para casa e não estou indo para casa, no momento eu não tenho esse lugar.

─Vai ter Sophi. Muito em breve.

─Vou. – Ela diz simplesmente. – Arrumei minhas coisas, fiquei um tempo olhando minhas fotos, foi bom. Me conheci um pouco. Me lembrei quem sou e o que eu quero. Foi importante.

─Você é muito decidida. Pessoas assim sempre vão longe e conquistam tudo que querem.

─Tomara. Está cansado? Será que a gente podia jantar no restaurante do hotel?

─Por que não. Acho que não tem perigo. Vamos esperar o Carlo e depois descemos. Ele disse meia hora. Vou tomar um banho.

Ela afirma sem me olhar muito. Começo a ter um pouco de ciúme do presente.

Tomo banho e me visto, é estranho sair do banho e me trocar no banheiro, mas somos apenas amigos. Eu nunca tive uma amiga. Gosto de ter uma.

─Deixa de se enganar Ulisses, está louco para levar a garota para cama. Não para de pensar nisso. – Falo com o espelho. – Não vou estragar tudo. – Respondo ao espelho e depois decido que é melhor sair antes que comece a fazer bobagens.

Abro a porta e escuto o clique, ela me fotografa. Sorri e faz de novo enquanto caminho pelo quarto.

─As primeiras fotos tinham que ser suas.

─Qual vai ser a legenda na exposição? – Pergunto quando ela abaixa a máquina.

─Meu herói bonitão é bom o bastante?

─É por aí. Está no caminho certo. – Uma batida na porta nos desperta e Carlo entra acompanhado de outro agente.

─Este é Logan. Ele está aqui para cuidar das coisas, foi ele que me ajudou com o visto. Tem contatos com a CIA. – Troco um olhar com Sophi que sorri. Aposto que a cabecinha já está criando um filme de ação.

─Sophia. Vou deixar meu cartão. Minha base é nos Estados Unidos e quando estiver lá se precisar eu posso ajuda-la. – O cara é todo arrumadinho, e acho que está jogando charme para ela. Sophia pega o cartão. Sorri sem dar muita importância.

─Já sabem que horas vão partir amanhã? – Carlo pergunta.

─Bem cedo.

─Tudo bem. Pensei em deixar uma escolta para acompanha-los até o aeroporto.

─Se ela está em risco é preciso.

─Eu faço isso. Chego aqui as sete da manhã. – Logan se oferece.

─Um cara não é uma escolta. – Eu reclamo não gostando nada dele. Vou rasgar aquele cartãozinho pretencioso, que agente secreto sai por aí distribuindo cartões? Eles acabam mesmo com nossas ilusões.

─Logan é nosso melhor agente. Vão estar seguros com ele.

─Tudo bem. Estaremos prontos. – Sophia resolve se colocar entre aquele pequeno entrevero. – Obrigada por tudo Carlo. – Ela é boa de dispensar alguém. Aperta a mão do homem. – Logan foi um prazer. Obrigada pela ajuda.

Caminha com os dois para a porta. Depois fecha a porta e me olha sorrindo.

─Você quer ser o único herói da jogada. É isso?

─É. Vem. Vamos logo descer para jantar. – Eu a puxo pela mão de volta para a porta. Quando abria a porta me dou conta disso. Estou de mãos dadas dentro de um quarto de hotel. Nem beijei a garota ainda e estou andando de mãos dadas com ela. – Você costuma usar tranças no cabelo? – Pergunto abrindo a porta sem forças para soltar sua mão e correr para a China como planejei a princípio.

─Às vezes. Por que?

─Não sei fazer isso. – Aviso quando aperto o botão do elevador.

─Que bom que seu cabelo é curto então. – Ela diz meio confusa.

─Suas coisas estão prontas? – Pergunto quando a porta do elevador se fecha.

─As suas também. Não tinha nada para fazer e arrumei suas coisas. Carlo amassou suas roupas.

─Ótimo. Chegamos, dormirmos, partimos. Adeus Itália. Para sempre.

─Posso viver sem nunca mais voltar. É estranho, por que é minha terra natal, mas posso fazer isso. Sou uma cidadã do mundo. – Ela brinca sorrindo.


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Notas finais do capítulo

Beijossssssssssssss