Paixões gregas - Adrenalina do amor(degustação) escrita por moni


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Realmente me desculpem pela demora. Por não estar respondendo em dia os comentários. Estou tentando realmente. Mas estou super sem tempo. Escrevendo de madrugada. Amanhã tento responder todo mundo e postar nas outras fics. Acho que até sexta as coisas se organizam. Só postei aqui porque o capitulo estava meio pronto.
Me desculpem. Fico muito triste quando não consigo responder os comentários e mais ainda quando começo a me atrazar, escrever é a coisa que mais gosto de fazer.



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Pov – Ulisses

Abro a porta do quarto com meu cartão magnético. Assim que entro uma mulher vestida de sol me encara assustada com o telefone na mão. É minha cara fazer isso, como fui entrar no quarto errado? Nos olhamos um momento. Não precisa ser um gênio para saber no que ela trabalha.

─Desculpe. Acho que errei de quarto. – Como posso ser tão estupido? Dou meia volta e caminho para a porta. Então me dou conta que o cartão funcionou. Olho o número do quarto. Está certo. Me volto mais uma vez. – Desculpe. Na verdade, você errou de quarto.

─Senhor Stefanos? – Ela pergunta com uma nota de desespero na voz. Pelo visto ninguém errou de quarto.

─Sim. Olha moça eu não tenho nada contra seu trabalho. Cada um faz o que quer com a própria vida. Acontece que nunca uma.... Garota de programa? Esse termo ofende? – Ela treme um pouco. Me olha assustada. – Isso por um acaso é uma brincadeira dos meus irmãos? – Impossível. – Não. Claro, eu sou o irmão que faria algo assim. Teria sido uma ótima ideia. Imagino a cara do Nick. Por que não pensei nisso?

─Senhor eu não...

─Eu costumo ficar com mulheres que queiram ficar comigo. Nunca paguei por... Não se ofenda. Não é nada pessoal. Embora esse seu vestido de sol seja um pouco exagerado e a maquiagem também... Puxa tem muito de tudo aí. Não que eu entenda muito disso. Pareceu meio gay né? Tipo o cara entende tudo de moda e maquiagem. O fato é que eu realmente não estou interessado. Então pode ir e desculpe a confusão.

─O nome Marconi te lembra algo? – Ela pergunta ainda segurando o telefone na mão.

─A arca de Noé? – Ela enruga a testa. Suspiro. O tal presente. – Olha já entendi. Fechei um negócio importante e você é como um presente. O tal Marconi tem trezentos e setenta e sete anos e achou que eu... Acontece que não.

Ela está cada vez mais assustada. Engole em seco. Será que o problema é o dinheiro? Talvez o cafetão fiquei bravo porque recusei e ela fique encrencada.

─Eu pago moça. Não tem problema. – Pego a carteira. – Só me diz quanto é eu pago e vai embora.

─Já está pago.

─Entendo. Eu estou cansado e com fome. Então desculpe, mas se puder sair. É como eu disse realmente não funciona assim comigo.

Ela coloca o telefone no gancho lentamente. A roupa curto sobe um pouco mais e ela abaixa a saia que não se move um milímetro.

─Preciso de ajuda.

─Já disse que pago. – Abro a carteira. – Espere. Como entrou aqui? – Quer dizer, não era para uma mulher estar no meu quarto. Isso é um hotel elegante, eles deviam cuidar mais da segurança.

─O recepcionista.

─Nossa! Que porcaria de lugar. – Me arrependo na hora. Não estou pensando que a garota é uma ladra nem nada. – Desculpe. Eu não estou pensando nada. Quer dizer. Eu nem tenho nada de valor, não é como se andasse com uma mala de dinheiro. A coisa mais cara aqui deve ser meu relógio, mas isso porque ele marca umas coisas diferentes. As vezes preciso dele no ar ou no fundo do mar e por isso... Não quer saber sobre relógios. Não é mesmo? – Ela nega.

Suspiro. A garota a minha frente parece bem nervosa e assustada. Eu não sei bem o que fazer e parece que perdi completamente a capacidade de articular frases inteirar que façam algum sentido.

─Pode ir agora? – Não quero ser grosseiro nem nada. Acontece que a moça não se move e acho que já ficou claro que não quero. Do nada ela cobre o rosto e começa a chorar de modo compulsivo. – Desculpe magoar seus sentimentos. Tenho certeza que seus clientes devem gostar muito do seu trabalha se posso chamar assim é só que eu não...

─Cala a boca e me deixa falar! – Ela grita tirando as mãos do rosto e parece um panda, toda borrada de preto. Decido não dizer a ela. A garota já parece bem infeliz. – Não quero estar aqui. Não sou prostituta. Fui enganada, tráfico de mulheres. Estão ameaçando minha avó! – Ela soluça e chora e ao mesmo tempo tenta se controlar e aquilo é sério.

─Uou! Isso é grave. Se acalma. Quer um uísque?

─Não.

─Nem eu. Senta moça. Como se chama?

─Sophia.

─É seu nome artístico? – Ela me encara e começo a me achar um tanto idiota. – Talvez não. Sophia. Eu não tenho nada com isso. Como eu disse não saio com... Moças que fazem esse trabalho? Se está encrencada eu ajudo. Me diz o que precisa?

─Quero ligar para a polícia e pedir ajuda. Eu juro que não envolvo seu nome.

─Policia? Não. Nunca viu nos filmes da máfia? Eles recebem propina. Vai acabar no mesmo lugar. – Fico de pé. O que eu faço? Não posso ignorar isso. Encaro a garota ali assustada e desconfiada. – Já sei. Interpol.

─Policia internacional? Está tentando me enganar eu vou... – Ela se ergue assustada. Seguro seu braço.

─Espera. Tenho um amigo na Interpol, não me importo com meu nome envolvido em nada disso. Se for o certo tudo bem. Só quero ajudar. Ligo para ele e Tony me diz o que fazer ele já ajudou minha família uma vez.

─Tudo bem. – Ela aceita. Fico grato. – Tem dois grandalhões me esperando lá em baixo se a polícia chegar...

─Certo. Se um Stefanos se meteria com a máfia italiana seria eu com certeza. Nick vai ficar uma fera. Senta. Vou telefonar.

Busco o número de Tony. Quem sabe ele está por aqui? Tony atende.

─Ulisses. Como vão as coisas?

─Tudo... – Olho para a garota de vestido dourado e com o rosto manchado. – Tudo confuso. O que sabe sobre tráfico de mulheres?

─Bom... Existe. Está sempre acontecendo. Onde está?

─Palermo. Preciso ajudar uma moça que foi sequestrada e agora está nas mãos deles. No momento ela está no meu quarto. E tem uns caras esperando por ela lá em baixo.

─Certo. Estou na Grécia, mas o Carlo está aí ou perto. Me dá o endereço e não faz bobagem, em umas duas horas ele vai te procurar.

─Ótimo. Obrigado. – Desligo depois de passar o endereço ela me olha e mesmo não vendo muito dela porque parece tudo tão exagerado e confuso, sinto que é uma garota legal. Os olhos escuros estão assustados. – Carlo virá você conta tudo a ele, só temos que esperar.

─Senhor Stefanos...

─Ulisses. Por favor.

─Ulisses. Isso não é um plano... Olha eu não...

─Vai ter que confiar em mim Sophia. Agora já que temos que esperar duas horas eu vou pedir o jantar. Deve estar com fome. – Ela massageia as têmporas e imagino como está nervosa. – Por que não toma um banho e coloca um roupão enquanto a comida chega. Vou pedir um comprimido para sua dor de cabeça. Está com dor de cabeça?

─Sim. – Ela confessa.

─Vai. O banheiro fica ali. – Aponto e ela me olha desconfiada. – Acho que já ficou claro que não quero fazer sexo com você. Não tenha medo.

Sophia aceita um tanto chocada com os termos, mas eu não sou muito de meias palavras.

Ela se tranca no banheiro. Peço a comida. Filé com fritas. Todo mundo gosta disso, menos os amantes de animais. Será que ela ama os animais? Se amar ela come fritas.

Que diretoria mais estúpida. Mandar uma prostituta? Eu achando que era vinho ou chocolate. Claro que não. Se fosse um dos outros seria. Em se tratando de mim tem que ter uma bagunça no meio. Lissa e Liv vão falar um ano na minha cabeça.

A garota sai do banheiro uns minutos depois que a comida chega. Engulo em seco quando encaro aquele rosto limpo e absolutamente perfeito. Os cabelos escuros estão soltos e úmidos, o roupão revela muito mais que o micro vestido, dá elegância a ela. Sophia é outra pessoa. Uma linda pessoa. Esguia. Delicada. Parece uma modelo.

─Sobre não sexo. Acho que me precipitei. – Ela arregala os olhos. Dá dois passos para traz pálida. – Desculpe. Era brincadeira. Juro. Eu sou meio... Não me leve a sério. Ninguém que me conhece faz isso. Foi meu jeito de dizer que é linda. Vem comer.

Me sento à mesa e ela caminha indecisa. Destampo os pratos e estendo um comprimido a ela.

Sophia toma o comprimido. Se senta à minha frente, a mesa posta para dois. Me serve e depois se serve. Quando começa a comer eu noto a elegância nos movimentos. Aquela garota definitivamente sabe ser elegante e aquele rosto é absolutamente lindo. Se tivesse chegado aqui e dado de cara com ela assim talvez eu... Balanço a cabeça. Pensamento ridículo. A garota está em apuros.

─A comida está boa?

Ela afirma. Da duas ou três garfadas. Depois descansa os talheres.

─Obrigada. Eu não consigo.

─Entendo. De onde é?

─Messina.

─Sou de Nova York. A gente está falando em grego? – Nem me dei conta que estamos falando em grego desde que cheguei.

─Sim. Por isso estou aqui. Por que falo grego. Na vila onde nasci e cresci todo mundo fala.

─Entendo. Não vamos falar disso. Deixa os policiais chegarem e falamos. Assim não precisa ficar repetindo.

─É grego e mora em Nova York, mas está na Itália. Vida agitada.

─Bastante. Volto para casa em uns dias. Tenho três irmãos, duas cunhadas e quatro sobrinhos. Família grande. Leon o mais velho a esposa Lissa e os gêmeos moram em Kirus uma ilha no mar...

─Egeu. Eu sei. De onde eu venho todo mundo descende de gregos.

─Meu outro irmão, Heitor o segundo mais velho mora em Londres com a esposa Liv e dois filhos. Lizzie e Harry. O nome é o do bruxinho. Coisa do meu irmão mais novo que mora em Nova York.

─Harry Potter. Eu li os livros e vi os filmes.

─Esse mesmo. Quer chocolate. Lissa sempre fica feliz com chocolate.

─Não. Obrigada. Minha cabeça está doendo e só quero... – Os olhos marejam.

─Não chora! Não sei o que fazer quando garotas choram.

─Desculpe. Não sou o tipo que chora. Esses últimos dias eu chorei mais do que toda minha vida.

─Posso imaginar. Fala um pouco de você. – Precisamos conversar até Carlo chegar.

─Meus pais morreram quando eu era adolescente. Fiquei com a minha avó. Ela terminou de me criar. Nos últimos meses começou a desenvolver Alzheimer e além disso está com outros problemas de saúde. Foi quando descobri que desde a morte dos meus pais ela não pagou nenhum imposto e perdemos a casa. Nem posso culpa-la eu nunca pensei sobre isso.

─Sinto muito.

─Trabalhava numa loja local vendendo artesanato. Então a loja estava prestes a fechar, não recebemos mais tantos turistas como antes, a vila ficou parada no século passado e não atraia mais visitantes. Um dia Paola chegou lá. Conversamos um pouco. Contei sobre a loja fechar e ela me ofereceu emprego num hotel como esse aqui. Disse que precisavam de alguém que falasse grego. Era a solução dos meus problemas. Aceitei. Ela foi a minha casa conheceu minha avó e marcamos tudo. Me ofereceu um quarto em sua casa. – Uma lagrima escorre pelo rosto bonito de traços perfeitos. Enfio a mão no bolso para não secar sua lágrima e assusta-la. – Minha avó Gemma tem oitenta e dois anos. Nunca saiu da vila. Não conhece nada do mundo e desconfiou. Me sinto tão ridícula.

─Era uma boa proposta e nada impossível. – Tento anima-la.

Ela tem um sobressalto quando alguém bate na porta. Fico de pé e seu olhar assustado mexe de um jeito comigo que forço meus pés a caminhar para a porta antes que a abrace.

Carlo entra acompanhado de outro homem. Apertamos as mãos e indico o sofá.

─Esse é Erico. Ele conhece tudo de Palermo. Eu vim ajuda-lo num caso e envolve exatamente isso. Prostituição e tráfico de mulheres. – Eles olham para Sophia. Instintivamente dou um passo em sua direção. –Pode nos contar sua história moça e vamos ver como resolvemos isso.

─Senta Sophia. – Eu toco sua mão puxando ela para o sofá ao meu lado e acho ridículo que aquele simples toque me desperte qualquer coisa. Meus olhos encontram os dela e aquilo é confuso.

─Obrigada. – Ela diz se acomodando. Sophia começa pelo encontro com Paola. O nome diz algo a eles. Erico pega uma fotografia em sua pasta.

─Essa é Paola?

─Sim. – Olho a foto e não me admira que ela tenha acreditado. É uma mulher de uns cinquenta anos. Elegante e com um rosto muito confiável.

─Estamos de olho nela há meses. Ela trabalhava para uma máfia grande, mas agora está com alguém que não sabemos bem como identificar. Alguém começando novos negócios.

─Marco Antônio Tonini. – Sophia conta a ele que se entreolham surpresos. – Percebi que se estivesse machucada ele não podia me mandar para nenhum cliente então eu o provoquei bastante e ele me bateu, mas também ficou tão furioso que disse o nome.

─Isso é fantástico. Ele andava sumido e desconfiamos que começava algo. Quantas moças?

─Seis comigo. – Ela conta agora olhando para o chão. – Cheguei há quatro dias. Passei três noites lá. Seria meu primeiro trabalho. As garotas... Meu Deus nem sei como elas ainda sobrevivem eu já teria... Ficamos o tempo todo trancadas num quarto com colchões no chão. Seguranças na porta e uma refeição por dia.

─Sabe o endereço?

─Não. Os caras lá embaixo eles sabem quando prende-los. Vão prende-los? – Os dois homens se olham e começo a me preocupar.

─Bom. Então foi jogada lá por que fala grego. Ulisses seria seu primeiro cliente e disseram que já estava pago e que deveria ficar o tempo que ele quisesse, tem dois homens lá em baixo te esperando?

─Isso.

─Podem nos dar um minuto. Preciso fazer umas ligações e traçar uma estratégia.

─Tudo bem. – Ela diz e treme tanto que queria abraça-la. Me levanto antes que faça uma bobagem. Nunca me senti assim. Só pode ser porque ela está com problemas e estou me sentindo um tanto protetor.

Meu celular vibra. É Simon. Desligo. Não quero explicar nada nem envolver mais ninguém nisso. Os homens conversam baixo num canto. Falam ao telefone e Sophia se ergue e caminha até a varanda. Se debruça para olhar para baixo.

─Sophia não faça isso! Vamos ajudar você! – Carlo diz a ela que se volta confusa. – Se afasta daí e fica calma. Tudo vai ficar bem. – Ela olha para mim, depois para ele. Então sorri e aquilo sim é devastador. Meu coração falha.

─Eu só estava olhando se o carro ainda estava aqui na frente, não estava tentando nada.

─São vinte andares Sophia. É muito alto para se dobrar assim sem medo de cair. – Carlo diz e ela nota sua angustia se afasta voltando para dentro.

─Me desculpe. – Sophia volta a se sentar. Me sento a seu lado.

─A cabeça passou? – Ela afirma. – Quer beber alguma coisa?

─Não. Eu estou bem. Sinto que agora... Eles vão pensar na minha avó? Quer dizer. Ela corre risco até eu chegar lá?

─Vamos ouvir e decidimos. – Ou ela decide.

Meia hora depois Carlo e Erico se aproximam mais uma vez. Se sentam muito sérios. Sophia se concentra em ouvi-los e só consigo ficar olhando como é bonita.

─Sophia. Tudo que nos disse é muito valioso. Temos um acordo a te oferecer.

─Acordo? Vocês não têm que salvar a garota em perigo e pronto? – Me intrometo. Ela caiu numa cilada, mas não vou permitir que caia em outra.

Sou ignorado. Os dois me olham e depois se voltam para ela mais uma vez.

─Podemos apenas descer e prender os caras. Estará livre para pegar um ônibus e voltar para casa. Isso não acaba com a rede, não resolve o caso e não liberta as outras cinco garotas.

─Eu sei.

─Aqueles caras lá em baixo nunca vão confessar, não vão nos levar ao cativeiro e a prisão deles ainda vai despertar os bandidos que vão fugir e largar as garotas para trás.

─Elas estão trancadas em um quarto. Vão morrer de fome e sede! – Sophia se assusta. Sua mão procura a minha em busca de apoio e adoro entrelaçar meus dedos aos dela e isso me deixa confuso.

─Exato. Agora vem o acordo. Mandamos policiais para sua vila agora mesmo. Sua vó terá segurança até tudo acabar. Também estou autorizado a te deixar fora do caso. As outras garotas serão testemunhas e você fica livre disso de uma vez e para sempre.

─Em troca? – Ela aperta meus dedos quando sinto que compreende os planos dos dois. – Se não voltar com eles nunca saberão onde encontra-las.

─Sim. Vai ser seguida. Assim que entrar estouramos o cativeiro e resgatamos você e as outras.

─Nem pensar! Ela não vai voltar a ficar em risco. E se der algo errado? Se perderem o carro ou forem recebidos com balas. Se desconfiarem que ela entregou o esquema? De jeito nenhum. – Fico indignado. Ela me olha um momento.

─Eu vou. Aquelas garotas me ajudaram quando cheguei lá. São só meninas com medo e perdidas. Se prometerem que minha vó fica segura eu aceito.

─Obrigado Sophia. É muito corajosa. Esse é o único jeito de prender todo o grupo e libertar as garotas.

─Nada feito! – Me rebelo. Eu não acho esse plano nada seguro.

─Ulisses. Obrigada. Nunca pensei que teria tanta sorte de encontrar alguém como você, mas essa decisão é minha. São cinco meninas com família. Presas há meses. Com medo e sem escolhas. Fazendo coisas... Nunca mais dormiria se dissesse não. Seria como nunca me libertar.

Ela tem razão. Afirmo. Sua mão ainda presa a minha. Admiro sua coragem. O modo firme como toma a decisão e me olha sem medo.

─Eu sei. – Digo por fim.

─Ótimo! – Carlo comemora. – Ulisses ela pode ficar até de manhã? De dia seguir o carro será mais seguro eles não vão desconfiar de carros nas ruas em horário de trabalho.

─Claro. – Eu permito.

─Nesse caso vamos destacar a equipe. Sophia desce as sete da manhã como se tivesse feito o trabalho. Entra no carro e a equipe te segue. Não diz nada. Se junta com as garotas, se esconde e espera. Não diga nada a elas. Não assuste as garotas.

─Posso fazer isso. – Ela mostra confiança.

─Nós já vamos. Sete em ponto você desce. Qualquer mudança eu ligo.

Os homens se põe de pé, Sophia aperta as mãos dos dois e eu os acompanho até a porta.

─Carlo eu quero ser informado de toda operação. Se precisar de qualquer coisa...

─Tudo bem. A segurança dela será prioridade.

─Não sei. Acho a operação arriscadíssima.

─É o que podemos fazer em tão pouco tempo. São três da manhã Ulisses. Temos muito que organizar antes das sete.

Eles se vão, quando volto Sophia encarava o chão. Sinto pena, admiração. Tantas coisas que não sei muito o que fazer.

─Porque não vai deitar um pouco e dormir? Te acordo quando for a hora. – Ofereço. Ela me olha longamente.

─Eu não poderia dormir. Obrigada por tudo. Desculpe ter te envolvido nisso. Se quiser ir dormir prometo ficar quieta e sair em silencio. Já fez demais por uma desconhecida.

─Não é mais uma desconhecida. Se não quer dormir não dormimos. Tevê? – Convido e ela sorri de novo. Caramba! Ela não devia fazer isso. – Ótimo, vamos achar um filme.

Ela se encolhe no sofá. Uns minutos depois adormece e fico observando seus traços delicados. E se tudo der errado? Sinto medo. Eu não consigo ignorar isso. Não gosto quando as coisas não dependem de mim. Não estar no controle e ser apenas um espectador não combina comigo.


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Notas finais do capítulo

Beijossssssssssssssssssssssss