Eu estava voltando da casa da minha amiga Molly quando o motorista estacionou na frente de uma padaria aqui em Paris, (que era uma das melhores diga-se de passagem) e perguntou:

— O que vai querer senhorita?

— O mesmo de sempre Michel.

Eu vinha bastante aqui com meu pai quando ele pegava umas férias. Era raro isso acontescer, mais quando acontecia... Eu tentava aproveitar o máximo do meu tempo com ele.

Se você não está entendendo nada deixa eu explicar:

Minha mãe morreu quando eu nasci, e meu pai teve que me criar sosinho. Ele trabalhava numa das maiores usinas nucleares do mundo e seu pai (meu avô) era dono dela. Nem preciso dizer que nasci em berço de ouro não é mesmo?

Meu pai me mandou para a Europa quando eu tinha doze anos em uma escola particular aqui de Paris. Ele tem uma casa aqui então desde os doze eu sou criada por empregados... Pode parecer triste mais até que é legal. Tenho amigos (tanto os empregados que são como família pra mim) tanto qunto os de escola.

— Aqui está - falou Michel que me entregava um pacote de Croassant recheados.

(...)

— O que está havendo? - Eu disse assim que entrei em casa. Havia vários carros na frente de minha casa, e só ficava carros estacionados assim quando meu pai vinha me visitar, eu estava até empolgada em vê-lo novamente.

Mais o clima estava meio pesado...

— Me respondam! - falei num tom mais alto. - Meu pai está aqui?

— Sim querida - disse Elizabeth que era uma das empregadas - ele está aqui - ela tocou no meu peito - no coração de todos nós.

— Do que você está falando? - perguntei.

— Oh inocente Hanna! Tão novinha... E já está orfã...

— Orfã? Mais... Eu não sou orfã!

— Hanna... - disse um cara que estava no meio de todp mundo, ele parecia um médico - Seu pai sofreu um acidente no trabalho, e...

— E...?

— Ele faleceu..

— O.. O que?! Como assim?! Meu pai está morto?! I-isso é impossível!!! Está me zoando!

— Não querida - disse Elizabeth novamente - Seu pai está realmente morto. Nós sentimos muito.

Comecei a chorar.

— Mais como assim ele morreu? Como foi o acidente?

— Não sabemos direito mais você terá que voltar pros EUA.

— Por que?

— Pro enterro menina.

— Eu estou sem pai agora? Sem mãe e sem pai? Com quem eu vou morar? Eu só tinha meu pai - falei secando as lágrimas.

— Seu pai tem um irmão mais velho que cuidará de você até que complete 18 anos.

Eu ia fazer 18 apenas ano que vem.

— Eu nunca ouvi falar dele, meu pai não me contou sobre ele.

— Ele mora em Dallas Hanna, uma cidade do Texas.

— Terei que ir pro colégio?

— Sim

— Mais eu não quero me mudar!

— São ordens do advogado Hanna.

— Arrume suas coisas, nós vamos pros EUA.

— O.k, está bem

— Está mesmo?

—Sim.

Dois dias se passaram depois da morte do meu pai. Eu já havia me despedido dos meus amigos, dos empregados e agora eu já havia ido no velório e no enterro.

Assim que acabou, chegou um homem que estava meio careca, perto de mim vestido com umas roupas socias meio velhas pra ele.

— Você que é Hanna Smith? - ele perguntou.

— Eu mesma. Quem é você?

— Seu tio.

— É com você que eu vou morar? 

— Sim, e eu sinto muito pelo falecimento de seu pai, ou seja meu irmão. Imagino que ele nunca falou de mim.

— Nunca - eu ri - por que ele não falaria de você?

— A gente havia brigado, uma briga muito feia... Mais eu espero que ele tenha me desculpado.

— Você devia ter feito isso quando ele estava vivo. Agora não adianta mais 

— É, tem razão. Me desculpe.

— Tá desculpado.