Tropeços escrita por Luhni


Capítulo 1
Tropeço número 1: a academia


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Então, resolvi começar um projeto novo, porque a história ficou me perturbando a cabeça até que eu escrevesse e queria dividir esse filhote com vocês XD. Ela é bem diferente das outras fics que escrevo, já que é voltada para a comédia e não o drama (então me digam o que acham, ok?)
Falando nas minhas outras fics, se alguma leitora de Reparação ou SUOV 2 estiver lendo, por favor não me matem por estar atrasada!! Já estou com capítulo pronto de Reparação, então assim que terminar de responder os reviews vou postar e vai ter mais surpresa lá para vocês!! E já estou trabalhando SUOV 2 também, então fiquem ligados ;D

Sobre essa fic, ela será bem curtinha, apenas 10 capítulos que já estão escritos! Uhuull!!! Vou postar dois capítulos em cada semana, espero que gostem e divirtam-se!!



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- I-Ino... eu não... aguento mais... – balbuciei esticando a mão trêmula em direção a loira que apenas revirou os olhos.

- Deixe de drama Sakura. Não faz nem meia hora que estamos correndo, temos que completar o percurso e ainda falta a musculação! – senti um arrepio ao ouvir aquilo e para dar mais ênfase cai de joelhos no chão.

- Eu não aguento! Vá sem mim, apenas não se esqueça de mandar uma ambulância vir me resgatar, de preferência com um paramédico bem gato. – falei juntando as mãos em um pedido.

- Você não tem jeito mesmo... – suspirou e eu soube que havia vencido – Anda, levanta! As pessoas estão olhando – murmurou um pouco envergonhada e eu senti minhas bochechas esquentarem ao me dar conta que não estávamos sozinhas, mas na praça central de Konoha.

Levantei-me rápido e sorri nervosamente para a loira que resmungou algo como “se recuperou bem rápido, hein?”, mas ignorei e voltamos a andar, agora em direção ao carro.

Ar refrigerado como eu te amo! Pensei ao sentar no banco estofado e ver Ino ligar o automóvel.

- Francamente testuda, nunca vi ninguém tão fraca para exercícios quanto você. Sedentarismo é uma doença, sabia? – reclamava a minha amiga de infância, mas eu estava em estado de torpor na frente daquele pequeno duto de ar, absorvendo o vento gelado enquanto me sentia renovada por não estar mais suando – Sakura!

- O que foi porquinha? – indaguei ao recostar no banco – Você já sabia que eu não me dou bem com exercícios quando me conheceu.

- Eu sei, mas você poderia ao menos tentar!

- E é o que estou fazendo ou nem viria à praça com você – rebati e a vi revirar os olhos mais uma vez.

- Não sei como você consegue manter esse corpo sem o mínimo de esforço... – resmungou e eu apenas ri.

- Milagre divino – e dei de ombros, aumentando a raiva da loira o que me fez rir ainda mais.

Ino Yamanaka é a minha melhor amiga desde os tempos do colégio quando tínhamos sete anos. Eu sempre fui uma criança muito introvertida, a maioria dos meus colegas de classe faziam piadas sobre mim devido a minha testa ser um pouco avantajada e por ter cabelos rosa, então era comum eu ficar sozinha, chorando em algum canto da escola. Até que um dia eu conheci a Ino, ela veio conversar comigo e me defendeu quando algumas meninas começaram a me xingar, desde então somos inseparáveis. Ou éramos.

Conforme crescíamos, nossos caminhos tomaram direções diferentes, na faculdade, Ino fez o curso de design de moda, o que combinou perfeitamente já que ela sempre adorou, principalmente, duas coisas em sua vida: seu cabelo loiro e roupas. Enquanto isso eu resolvi cursar medicina, sempre fui uma ótima aluna já que quase não saía, ou de acordo com Ino “não tinha vida social”. De qualquer modo, a partir de então, mesmo frequentando a mesma faculdade, nossos horários quase não coincidiam e piorou ainda mais quando nos formamos já que eu passei a fazer residência.

Era por esse motivo e o fato de que eu estava sobrevivendo à base de café e comida instantânea há dois meses que minha melhor amiga resolveu intervir. Ino sempre foi aquela garota popular que se preocupa horrores com o corpo, então ela inventou o plano “Sakura fitness”. Não preciso nem dizer o quanto eu discuti sobre isso, afirmando que não precisava entrar em forma, afinal nunca fui gorda! E isso eu devo agradecer aos genes dos meus pais, pois mesmo sendo horrível em educação física e quase nunca a praticando – eu sempre conseguia algum passe para fugir da aula – meu corpo era até bem desenvolvido, tirando os meus seios que podiam ser um pouco maiores.

Porém, apesar dos meus argumentos, houve um que não pude contrapor: o fato que, dessa forma, poderíamos passar um pouco mais de tempo juntas como antigamente e eu realmente sentia faltar dessa loira escandalosa, ainda mais agora que eu estava passando por um momento “delicado”. O resultado disso foi eu pensar que teria um infarto no miocárdio enquanto corria pela praça há poucos minutos.

- De qualquer jeito você tem que aprender a ter uma vida saudável testuda e de tarde nós vamos para a academia! – Ino me tirou dos meus pensamentos ao afirmar aquilo e me fazendo suar de preocupação. Eu já disse que odeio suar?

- Terei plantão no hospital – rebati apressadamente e a loira me olhou de esguelha.

- Mentirosa! Eu já sei dos seus horários, esqueceu? – disse com um sorriso vitorioso e bufei irritada. Droga! – Vamos testuda, vai ser divertido! Podemos ficar de olho nos gatinhos, quem sabe até não conhecemos o seu futuro namorado lá? – propôs maliciosa e eu suspirei.

- Marombeiros não fazem o meu tipo – grunhi, outra coisa que Ino adorava era se meter na minha vida amorosa e como eu havia acabado de levar um pé na bunda do meu ex, também conhecido como o falecido, era óbvio que ela não perderia a oportunidade de me arrumar outro namorado.

- Não importa, nós vamos e ponto final. – decretou e eu simplesmente perdi a vontade de contrariá-la, não adiantaria muita coisa e só de pensar no imbecil do meu ex já me deixava de mau humor.

Não que eu me importasse com ele ainda, já fazia meses, mas ser dispensada por alguém que você gostava doí muito, ainda mais por que:

“Nós somos muito diferentes. Não consigo conviver com alguém tão desanimada e desastrada quanto você” palavras do falecido.

Dias depois eu estava em uma fossa devastadora ao melhor estilo de Bridget Jones com direito a sorvete, brigadeiro, filmes melosos e músicas para cortar os pulsos, mas com o tempo, a ajuda de Ino e as pragas que rogamos para o falecido eu já me considerava praticamente nova em folha, mas não sabia se queria enfrentar um relacionamento tão cedo. Afinal, eu não era muito boa com flertes, nem costumava sair muito e os motivos do meu ex terem me dispensado se aplicavam perfeitamente a esse caso.

- Te pego mais tarde! – Ino gritou de dentro do carro enquanto eu somente a acenava antes de entrar no prédio que eu morava.

-*-

Respirei fundo mais uma vez e encarei aquele aparelho a minha frente, travava uma luta pessoal com ele e amaldiçoei o fato de Ino me meter nessa encrenca. A minha suposta amiga havia se afastado, no meu primeiro dia de academia forçada, e estava paquerando descaradamente o instrutor gato da academia, que deveria estar me auxiliando nesse momento.

- Ino eu te mato! – disse a mim mesma e voltei a encarar o aparelho. Eu estava sentada em uma espécie de cadeira e havia um apoio na minha perna e outro na minha coxa, que a mantinha presa e me impedia de sair dali. “Mas que droga, isso está apertado!” me remexi desconfortavelmente e comecei a sentir câimbra por estar naquela posição.

- Com licença, podemos revezar?

Virei-me para ver quem falava comigo e pedir ajuda quando vi o homem mais lindo da minha vida. Ele era alto, tinha cabelos negros e arrepiados de um jeito totalmente sexy e que combinavam perfeitamente com as duas esferas ónix, estas me encaravam tão profundamente, como se conseguisse ver através de mim. Abaixei o olhar, envergonhada, e me forcei a engolir a saliva para não babar. “Que corpo é esse, meu Kami?” não pude evitar o pensamento ao ver os ombros largos, os braços trabalhados a mostra por causa da camisa sem mangas e o contorno do tórax definido, sem falar nas pernas musculosas. Ele não era como aqueles “armários” que puxavam ferro do outro lado da sala, ele tinha o tamanho ideal, ele era simplesmente...

- ...gostoso.

- Disse alguma coisa? – ele perguntou com uma sobrancelha arqueada e eu senti meu rosto esquentar ao me dar conta que havia falado isso em voz alta. “Burra, burra, burra! Pensa rápido”.

- Eu disse que... – fala alguma coisa – torço... – por favor, qualquer coisa que tenha sentido, mas pensa rápido – torço... torço por aquele time! – e apontei para a televisão em uma das paredes da academia que mostrava um jogo de basquete qualquer.

- Hum... aquele é o pior time de Konoha – comentou desconfiado, cruzando os braços fortes em frente ao peito. Não, desse jeito eu não vou conseguir me concentrar no que ele tá falando! Resolvi, então, desviar o olhar para a televisão, sem saber o que dizer – Então, vai revezar?

- Ah claro – murmurei de forma automática com o rosto em chamas, me recusava a olhar para ele, só iria piorar as coisas.

- Já terminou sua série? – indagou e eu pude notar um tom meio irritado em sua voz, foi quando me dei conta que eu estava o atrapalhando. Ótimo, Sakura, e agora?

Eu não queria pagar mais mico na frente daquele Deus grego da academia então apenas passei a movimentar a minha perna no apoio e refiz o exercício, mesmo que estivesse sentindo dor, e agradeci internamente ao terminar. Respirei aliviada e ouvi um pigarro que chamou a minha atenção. O moreno me encarava com o cenho franzido, mas eu não compreendia o motivo daquela raiva, talvez porque eu estava mais focada em tentar descobrir quantos quadradinhos aquela barriga sarada dele parecia ter.

- Então...

- Então... – o imitei sem saber o que dizer e coloquei uma mexa do meu cabelo para trás da orelha, tentando ser graciosa. Será que ele havia gostado de mim?

- Você pode sair para eu fazer o exercício? – perguntou entredentes e eu sorri nervosamente ao me lembrar de que ele queria revezar o aparelho, dissipando qualquer fantasia dele estar interessado na minha pessoa.

- Claro... já vou sair... bom – estava completamente sem jeito, já não bastava eu estar fazendo papel de idiota na frente dele, agora eu pareceria ainda mais retardada ao dizer que não sabia como sair dali. Suspirei, não tinha jeito, minha perna doía e o estrago já estava feito, ri um pouco exagerada e disse – É que eu não sei sair daqui...

O moreno ficou me encarando como se quisesse ter certeza que eu falava sério ou como se dissesse que não acreditava em mim e eu só pensava em me jogar em frente ao primeiro carro para evitar aquela vergonha, mas o que eu podia fazer? Eu era novata ali e não tinha nenhum instrutor por perto, já que Ino havia evaporado com o cara. Amaldiçoei-a mais uma vez. Porém, voltei minha atenção ao ouvir um suspiro e senti o peso em minha coxa diminuir, observei que o rapaz girava uma pequena manivela que ficava um pouco abaixo do apoio, levantando-o. Saí do aparelho, meio desajeitada devido à câimbra e, tentando me firmar no lugar, agradeci rapidamente antes de me retirar com as pernas parecendo duas gelatinas de tão mole.

Que ótimo, mais um mico para a coleção!

Depois disso eu fui embora para casa, abandonei Ino, e quando ela veio falar comigo, esbravejei com ela por me deixar sozinha e contei sobre o que havia acontecido com o moreno. E como boa amiga que era, Ino riu, ou melhor, gargalhou, me dizendo como havia sido boba e após um ou dois travesseiros que atirei, ela pediu desculpas, afirmando que na próxima vez não cometeria o mesmo erro. Como se fosse haver uma próxima vez! Rá! Eu podia sentir todo o meu corpo protestar de dor somente com um dia de academia, não iria aguentar outro, não mesmo!

- Depois melhora, além do mais se você fizer exercício a dor passa mais rápido, mas se ficar assim pode piorar – ela argumentou.

- Porquinha no momento não tem como eu sentir mais dor porque não sinto mais nada. Nem sentar eu consigo direito! – retruquei deitada, para quem me visse pareceria que estava morta se não fosse a minha boca se mexendo, meu peito subindo e descendo por causa da respiração e os meus olhos verdes estarem abertos, encarando o teto do meu quarto.

- Confia em mim testuda, além do mais, você não quer ver o moreno gostoso de novo? – tudo bem, aquilo era tentador, mas então me lembrei da vergonha que passei da última vez e logo a minha vontade de encontrá-lo de novo passou.

- Não – disse me forçando a virar para o lado e resmungando no processo. Droga de academia!

- Mas você vai! – brigou Ino e eu simplesmente a ignorei, eu não iria voltar naquele inferno de ferro. Não ia mesmo!


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Acho que comédia vai ser um desafio para mim, mas vamos ver no que dá hihi. Essa fic é um pouco real já que eu protagonizei alguns dos micos da Sakura (que vergonha x.x). Esse de estar presa por ser novata em um dos aparelhos de academia, por exemplo, aconteceu comigo, mas ao invés de ser alguém pedindo para revezar, era um dos instrutores gatos e eu juro que ele ficou me olhando como se fosse retardada por não conseguir sair dali. Quando ele mexeu naquela droga de manivela eu quis morte "Ah era assim?" me lembro de ter dito sem graça e ele continuava com aquela de "óbvio". Enfim, essas coisas que acontecem na academia XD Conforme as coisas forem acontecendo na fic eu conto se tiver algo parecido que aconteceu comigo hahahaha.

Bom, devo postar o próximo no domingo ^^
Beijos e até a próxima!



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