Tiger 2 escrita por Poi Peterson


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Ressaltando, isso não é um plágio, mas uma "Fanfic da Fanfic".Uma homenagem à tão querida fic que tanto amamos (e rimos) e à sua autora mlleariane também.Contém spoilers do capítulo 19 em diante, depois não venham de mimimi reclamando.Gatos não falam, mas o Tiger pensa, eis o motivo de estar em itálico e entre aspas suas "falas".Tive que utilizar alguns diálogos da fic original, com a devida autorização, claro. Esses estão em negrito, devidamente grifados do restante da história.



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Tiger 2

O período de paz e tranquilidade estava acabando e Tiger nem imaginava o que estava por vir. Dias e dias ele sozinho com a casa toda para si mesmo. Às vezes sua dona aparecia por lá para pegar algumas coisas e tomar banho. Enquanto os gêmeos estavam com seus avós e o marido no hospital. Obviamente, ele, como um bom bichano, iria sempre lá consolar Kate e dormia abraçadinho com ela nas poucas oportunidades.

Certo dia, ele viu a casa cheia de gente, os amigos de seus donos e algumas outras crianças. Não sendo bobo e tendo uma boa noção do perigo, escondeu-se logo por baixo dos móveis próximos à escada para observar tudo. Todas as pessoas estavam em silêncio absoluto, até as crianças, algum milagre aconteceu, não era possível eles estarem tão quietos. Até que gritos ecoaram pelo ambiente declarando “Surpresa!”, pronto, o inferno estava ali.

Continuando em seu esconderijo, Tiger viu toda a movimentação, o marido de sua dona tinha voltado para casa e seus dias de paz tinham acabado. Lambeu suas patinhas e tomou um longo banho enquanto escutava tudo.

Os pequenos delinquentes gêmeos quase derrubaram o pai. Ironicamente o chamam, o pobre gato, de animal. Pelas atitudes, Tiger e sua dona eram os mais civilizados naquela casa.

Espreguiçou-se e sentiu finalmente o cheiro da comida. Seu paladar foi logo atingido e começou a salivar.

Tiger: “Vamos ver o que eu consigo...” – ele veio andando cautelosamente, tentando não ser visto, mas ao atravessar a porta da sala escutou um grito.

Lola: Gatinho! – o gato ficou em choque, paralisado no mesmo lugar.

Jo: É o meu gatinho, Lola! – Johanna correu até Tiger, pegando-o no colo, quase quebrando todos os ossos do coitado.

Tiger: “Ferrou, de hoje eu não passo!” – as crianças começaram a acariciar o felino, apesar das mãos pesadas quase arrancarem sua pele, ele estava até aproveitando. Virou de barriga para cima, de lado, de costas, sendo coçado por todo seu corpinho.

Lanie, observando de longe, se virou para Kate.

Lanie: Ele não é perigoso, é?

Kate: Não, um amorzinho.

Castle: Até demais, coitado.

Tiger: “Coitado mesmo, vocês não fazem ideia do que eu passo nessa casa!” – Obviamente Tiger já estava planejando algum tipo de fuga, pois tinha certeza que os puxões iriam começar a qualquer momento.

Espo: Vem cá, esse gato é aquele do natal retrasado? O da história do Tigre?

Castle: Ele mesmo.

Espo: Ele ainda está vivo?

Castle: Também não sei até hoje como ele sobreviveu àqueles dois.

Tiger: “Essa é a pergunta que me faço todos os dias: Como eu ainda não morri?”

Kate: Que exagero! Tiger adora as crianças – a frase de Kate foi interrompida por um miado – Jo, solta o Tiger!

A menina olhou contrariada para a mãe. Abriu então a casa de bonecas, e deixou o gato sair pela portinha.

Tiger: “Amém, Senhor, alguém me salvou, mas eu tive que gritar por isso. Esses donos não percebem que estou sendo sacificado?” – o gato esfregou-se nas pernas de Kate, porque sabia que ela quem o tinha tirado de lá.

Castle: Você estava dizendo...?

Kate: Isso não é maldade, é excesso de amor!

Tiger: “Excesso de amor porque não é você, Queria ver se tentassem arrancar sua pele todos os dias. Correr atrás de bandidos não é nada perto disso...”

O gato seguiu para a cozinha, pois sabia que lá era o local perfeito, cheio dos petiscos, depois procuraria outro lugar para esconder-se novamente até todas aquelas pestes sumirem da casa. Como se já não bastassem os gêmeos homicidas, outras crianças cruéis juntas não iria dar certo, nem com toda sua imortalidade, ele iria sobreviver.

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Dando continuidade à sua vida imortal, Tiger estava no interior da barraca feita pela “família Castle Adams” dentro da sala. Ele sabia que sua dona não iria aprovar tal coisa, mas e daí? Apesar dos puxões de rabo e orelhas, ele estava sendo agraciado por carícias em todo seu corpinho, aconchegando-se perto de seus algozes em meio aos tecidos e almofadas de melhor qualidade.

Querendo aparecer para suas crias, Castle disse que falava “gatês”, a língua dos gatos, e os gêmeos prontamente acreditaram. Ao escutar aquilo, Tiger fez pouco caso, nem se dando o trabalho de se mexer, e deu risadas internas da audácia do escritor.

Somente pela zoeira, Tiger ficou dando uns miadinhos sem sentido e Castle “traduzindo” as coisas que o gato estava pensando, tudo errado, claro.

Tiger: “Muito amador mesmo. Se ele soubesse metade das coisas que passam pela minha cabeça, possivelmente já teria me mandado para a eutanásia.” – ele escutava os risinhos das crianças enquanto continuava a lamber suas patinhas e caminhar pelo ambiente a fim de procurar um local mais confortável para ficar. Assustou-se com o grito de sua dona.

Kate: Castle!

Kate se agachou e olhou para dentro. Avisou os dois filhos, muitos brinquedos e, claro, o gato rondando e mexendo em algumas coisas.

Kate: Castle, cuidado com o Tiger. Se ele por a patinha no seu machucado...

Ao escutar o comentário Tiger fez o que melhor sabia fazer, parou, ficando imóvel no mesmo lugar.

Alex: Mamãe, o Tiger nunca faria isso! – Alexander tinha um olhar bravo.

Jo: É, mamãe! – Jo o acompanhou, também ofendida com o comentário da mãe.

Tiger: “Pois é, eu jamais faria isso! Mentira, faria sim, mas não fiz, pois sou um bom gato e gosto do meu conforto.” – o gato estava ofendido pelas acusações.

Kate: Ta bom, ta bom. Eu só falei por falar.

Tiger: “Olha só, eu sendo acusado de algo que não fiz, justamente pela minha dona!”

Castle: O Tiger é um gatinho limpo e amigo.

Tiger: “Absurdo, olha só quem veio me defender dessa vez.” – o gato olhou para Castle, olhou para sua dona... – “Só por isso terei piedade de você e não farei mais xixi no seu travesseiro.”

Jo: O papai ensina muitas coisas legais.

Alex: Porque ele é o mais inteligente!

Kate: Como é que é??

Jo: O papai é o mais inteligente dessa casa, ele sabe até falar gatês!

Kate: Gatês?

Jo: É a língua dos gatos, mamãe! – Jo tinha os olhinhos cheios de orgulho pelo pai.

Kate: É mesmo? – Kate voltou-se para Castle – E onde é que o papai aprendeu gatês?

Alex: Na escola – Alexander se apressou em responder.

Kate: Jura? Como eu não sei dessa história, Rick?

Castle: Amor, eu já te contei... era uma matéria optativa, lembra? Você não quis fazer...

Tiger: “Que divertidas essas justificativas infundadas. Aproveitar e sair daqui, pois o clima está tenso.” – o gato deu umas risadas internas, já que, para humanos, os gatos não riem.

Castle e Kate se encaravam sérios. Tiger miou e Jo logo perguntou.

Jo: O que ele está falando, papai?

Castle: Que ele quer sair – Castle observou o gatinho indo em direção à porta para deixar a barraca. As crianças sorriram encantadas.

Alex: Viu mamãe? O papai sabe!

Jo: Ele é o mais inteligente!

Kate: Estou vendo!

Tiger: “É, dessa vez ele acertou, mas você não imagina o que fiz com ele hoje e o nível de inteligência gatês que ele tem. Chamei-o de idiota para baixo e ele nem entendeu” – o gato olhou para sua dona e passou por ela, arrastando-se nela, obvio.

Alex: Papai, escuta! O Tiger está miando de novo lá fora. O que ele quer?

Castle: Deixa eu ver... – Castle colocou a orelha para fora da barraca, como se prestasse atenção – Ração. Ele está com fome.

Jo: Ainda bem que o papai sabe tudo!

Alex: Vamos, Jo!

Jo deu o braço para o irmão puxá-la. Os dois saíram correndo.

Quando viu os gêmeos correndo em sua direção, Tiger correu para a lavanderia como se tivesse fugindo do próprio capeta e escondeu-se atrás da máquina de lavar, apenas observando.

As crianças pegaram o pratinho, lavaram, enfim eles aprenderam isso, que Tiger odeia prato sujo, e colocaram sua ração especial. O gato saiu devagar de seu esconderijo, cheirou o recipiente e começou a comer. Realmente estava com fome, afinal, estava desde cedo naquele “puxadinho” na sala. Não entende como esses humanos podem sair do conforto de suas camas e sofás para ficarem naquele antro.

Fazendo carinhos leves no felino, Johanna recebeu um ronronar de agradecimento. Alex abaixou-se do outro lado para fazer o mesmo.

Tiger: “Deus, mas é muita mão para pouco gato, eu poderia ao menos também ter um irmão gêmeo para aliviar essa carga.”

O gato comeu um pouco mais e acabou retirando-se do recinto o mais rápido possível, indo à busca de sua caminha macia para enfim descansar sem ninguém por perto.

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Outro dia com os monstrinhos em casa. Cadê a escola quando ele mais precisa dela? Agora tinha que ficar com os três insanos dentro daquele recinto, pai e filhos, que ficava pequeno para tanta gente. Seus dias resumiam-se a tentarem arrancar seu couro com carícias “suaves”, puxões de orelhas e rabo, além de ficar escondido temendo por sua vida. Apesar de ser imortal, um highlander, não iria dar bobeira por aí, não é mesmo?

As crianças aprontaram muito aquele dia, o pai estava realmente sendo cauteloso em sua recuperação, então, as duas atrocidades estavam soltas e Tiger à mercê de ambos. Que Deus o ajudasse dessa vez.

Quando os gêmeos entraram no escritório e começaram a recortar um livro, Tiger sabia que era proibido, ele os seguiu, pois não iria perder a oportunidade de ajudar com suas unhas a destruir folhinhas de papel, ainda mais quando ele não iria levar a culpa. Rasgou e rasgou livros, afiando suas unhas, depois, quando o pai descobriu, ele saiu correndo, escondendo-se e deliciando-se com a bronca que os dois levaram. Tentaram reverter a besteira que fizeram, mas sem êxito, pois ficou horrível os livros colados com durex.

Um pouco mais tarde, os gêmeos começaram a ver filmes e Tiger os acompanhou, afinal, ficar na almofada macia do sofá, longe deles, claro, era muito bom. Tudo bem, ele tinha que admitir que gostava de ficar no meio das duas criaturinhas para ser acariciado, mas não gostava que tentassem arrancar seus pelos.

A melhor parte foi quando uma pipoca caiu sobre o gato. Ele cheirou, jogou um pouco com as patinhas o objeto estranho e depois experimentou.

Tiger: “Que delicioso isso, quero mais!” – ele miou e ficou saltitando sobre as crianças, que ficaram eufóricas com a descoberta e começaram a jogar pipocas para o Tiger correr atrás delas, caçando-as. A brincadeira foi divertida e gostosa.

Brincaram tanto que, após três filmes, acabaram dormindo com o pai na cama. Tiger foi junto e deitou-se sobre as cobertas de sua dona, para sentir seu cheiro e ali ficou até que todos acordaram e tramaram algo. Ele somente observou e começou seu banho vespertino.

As crianças assustaram a mãe, que prontamente brigou com eles e com o pai, mas quando falaram da pipoca, aí o tempo fechou.

Jo: O Tiger gosta de pipoca!

Kate: O que?

Alex: É mamãe, não é legal? Agora todo mundo aqui gosta de pipoca!

Kate: Castle! – Kate já foi logo chamando atenção.

Castle: Eu não tive culpa, eu não vi.

Tiger: “E vai começar a confusão de novo...” – o gato levantou-se, espreguiçou todas suas patinhas e ficou olhando o desenrolar da confusão, mas quando escutou sua dona...

Kate: Se vocês continuarem dando coisas que não podem ao Tiger eu vou dá-lo para outra pessoa que cuide melhor dele.

NÃOOOOOOOOO – foi o gripo estridente que ressoou no quarto. Castle até tampou ouvidos

MIAUUUUUUUUUUUUUU – Tiger vociferou juntamente com as crianças.

Como assim sua dona pretendendo dá-lo para qualquer um? Imagina só ele sem os lençóis finos, sua ração premium antioxidante, em uma casa de pobre com itens de péssima qualidade?? Não iria se adaptar nunca, preferia ficar ali com seus gêmeos.

Alex: Mamãe, você não pode fazer isso...

Jo: O Tiger é nosso amigo...

Alex: A gente ama muito o Tiger, mamãe!

Jo: Por favor...

O bichano juntou-se aos gêmeos e começou a se arrastar neles, como se estivesse concordando com tal afirmação.

Tiger: “Sim, eu os amo, não me tire daqui! Como ficarei? Onde ficarei? O que será de meu pobre corpinho peludo em meio a essa selva aí de fora?”

Kate olhou a cara de choro de suas crianças.

Kate: Vocês prometem que vão cuidar dele?

Jo: Eu juro, mamãe!

Alex: Ele vai ser o gato mais feliz do mundo!

Kate: Então ta, eu vou confiar. Mas só mais essa vez, heim!

Tiger: “Gato mais feliz do mundo? Vocês nunca mais me darão para uma criancinha arrancar meu rabo? Vocês nunca mais irão me dar coisas que me deem dor depois? Vocês somente farão carinhos e não aquelas coisas horríveis que fazem comigo? Duvido!” – o gato olhou pasmo para as crianças.

Os gêmeos correram abraçar a mãe, numa tentativa de agradá-la com carinhos. Bem, eles conseguiram. O coração de Kate amolecia rapidinho quando o assunto era seu dois filhotes.

Kate: Agora vocês vão lá dar ração para ele, ok?

Johanna e Alexander assentiram, e saíram do quarto chamando Tiger, felizes e dispostos a cuidar do pequeno e indefeso felino.

Bom, dessa vez o gato foi feliz e contente saltitante atrás das crianças. Por enquanto ele havia se safado, mas e depois? Será que essas criaturinhas iriam cumprir com sua promessa? Sua dona ameaçando dá-lo para qualquer um. Absurdo. A vida de Tiger estava ficando cada vez mais difícil.


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Notas finais do capítulo

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