Emery — História de Uma Docete escrita por Emme


Capítulo 7
Capítulo VII — Conversas




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Kentin estava parado na minha frente e me olhava atentamente. Minha ,mão apartou a de Jade, demonstrando todo o desespero que eu sentia. Jade soltou e minha mão e se virou, indo embora. Eu queria gritar e pedir que ficasse, mas eu sabia que poderia magoá-lo muito fácil com Ken parado, sorrindo, na minha frente. Deixei-o ir.

Encarei os olhos brilhantes na minha frente. Cabeça erguida, esperei que ele começasse a falar. Mas ele me abraçou firme contra o seu peito, porém, empurrei-o para longe.

— Sua namorada loira não vai gostar de te ver com "garotinhas do meu nível"! O que quer?

— Emery — ele disse, mantendo um distância respeitosa- Você não entende?O que eu te disse foi apenas uma encenação. Você é minha amiga, nunca agiria assim com você a menos que precisasse! Um do lado do outro eternamente, lembra?

— Do lado do outro? Que tipo de união é esse? Que tipo de amizade e amor são esses? Não sou estúpida a chegar ao ponto de pensar que poderíamos ser como antes novamente! Vá embora!- Eu estava perdendo o controle. Sentia que estava sufocando por trás da máscara de menina forte, mas...

— Não seja tola! Prometemos ser amigos por todas as nossas vidas, lembra?

— Isso foi antes de você, Kentin, ficar com aquela cobra da Ambre. Você não tem ideia de como foi aguentar te ver quase todos os dias com ela sabendo que...— as lágrimas saíram e me engasguei — Por que fez isso?

— Eu e meus pais, como o combinado tempo atrás, nos mudamos para cá quando terminei meu treinamento militar. Semanas depois de que entrei na Sweet Amoris, soube o que Ambre havia feito com você usando as tintas e o quanto ela te odiava. Fiquei com medo dela te machucar mais e, bem, resolvi ficar com ela por você; para te proteger, Emery.

— Mentiras e mentiras!

— ACHA MESMO QUE EU FARIA ISSO COM VOCÊ? — Gritou, transformando sua voz em uma mistura de dor e descrença. Ele falava a verdade. Estava escrito em sua expressão dolorida.

— Kentin...— disse, pasma diante meus conflitos internos. Parte de mim querendo acreditar enquanto outra insistia em desconfiar. Não sabia o que fazer. Mas minha armadura havia derretido e, por alguns momentos, eramos como antes de toda a perda e abandono.

Nos abraçamos. Poderíamos ficar ali, imóveis por anos, mas nos separamos minutos depois. Ele tocou meus cabelos com o queixo enquanto eu alinhava minha cabeça aos seus ombros.

— Ambre não sabe onde estou. Não permita que saiba, ok Emery?

— Claro!— sorri — tenho que ir!

— Não fuja de novo! — Ele sorriu ironicamente — Lembre-se que teremos de fingir que a nossa amizade está morta!

— Eu sei! — beijei sua bochecha e caminhei para fora. — Mas não fui eu que te abandonei, certo? — Saí. Não esperava uma resposta.

O sol já estava se pondo. Jade, sentado no banco de costas para a saída do jardim, como se esperasse que eu fosse embora sem olhar-lo nos olhos, permaneceu imóvel. Abracei-o por trás e olhei seu rosto. Estava contorcido, com lágrimas descendo pelas bochechas. Jade!, suspirei. Peguei sua mão e puxei seu corpo, deixando-o de pé.

— Achou mesmo que eu ia te deixar? Eu e Ken somos apenas amigos, está mais que comprovado que disso não iremos passar.

Ele sorriu e me beijou de maneira rude, como se precisasse daquilo para viver; como se eu fosse uma droga que havia deixado-o completamente viciado. Ao fundo, Kentin passou e foi embora silenciosamente, de cabeça baixa ignorando a cena por completo. Senti um aperto no meu peito, mas aliás, o que eu poderia fazer? Mal sabia eu que estava entrando em um jogo no qual sempre haveria alguém magoado...


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