Depois que o sinal anunciou o final da aula, todos saíram da sala correndo para ir embora logo,menos eu,porque eu sou muito lerda e não gosto de entrar na muvuca,preferi esperar o corredor esvaziar,enquanto eu arrumava as minhas coisas. Com o tempo que eu demorei,eu pensei que o Ian tinha desistido e tinha ido embora. Quando saí da sala o encontrei sentado no chão do corredor me esperando.

— Porque demorou tanto? Ele me perguntou

— Porque sou lerda e demoro a arrumar as minhas coisas. E também não gosto de sair quando o corredor está lotado, me sinto como se estivesse em um formigueiro.

— Não é pra tanto, vamos!

— Vamos, senhor apressado.

Entramos em seu carro e ele deu partida,paramos em frente a um restaurante italiano e do outro lado da rua havia uma carroça de cachorro quente.Deduzi que iríamos comer cachorro quente pois não estava com mais de 20 dólares na carteira.Saímos do carro e quando eu ia atravessar a rua ele me perguntou

— Para onde pensa que vai?

— Não vamos comer cachorro quente?

—Vamos comer comida italiana.

— Nossa. Que chique.

— Vamos, senhorita Matter.

— Vamos, senhor Ewering

Ao entrarmos no restaurante o garçom nos levou até uma mesa que ficava na frente de uma enorme janela de vidro, que dava vista para o parque.

— Eu não trouxe muito dinheiro. Meu pai ainda não me deu os meus cartões.

— Não se preocupe, querida. Quem convida paga. Disse num tom elegante.

—Já que é assim. Garçom traga o cardápio. Hoje eu me alimento bem. Disse rindo.

—Nossa,como você é engraçada. Não abuse da sorte, menina.

— Claro que não. Até porque não é todo dia que um cavalheiro te leva para almoçar.

O garçom veio anotar o nosso pedido e com muita educação disse que iria demorar um pouco, pois o restaurante estava cheio e os chefes estavam um pouco ocupados. Nosso almoço chegou meia hora depois do nosso pedido ser feito. Para ser sincera,nós já tínhamos colocado todos os assuntos em dia e inventado mais uns quantos para passar o tempo. Logo depois do prato principal, nós pedimos a sobremesa e ficamos conversando um pouco mais. O Ian era uma pessoa incrível, ele me fazia sentir segura em relação a ele. Nós vamos ser grandes amigos. Nós saímos do restaurante e ele me deixou em casa.

06 meses depois

O despertador como sempre fazendo a parte dele,me acordou com aquele barulho irritante que ele tinha. O que aconteceu de diferente foi a minha mãe não entrar no quarto e abrir as cortinas. Eu agradeci mentalmente por isso. Fui checar meu telefone e vi que tinha 3 mensagens. Levantei-me e fui até ao banheiro para tomar meu banho maravilhosamente quente. Me arrumei e fui tomar café e no caminho chequei as mensagens

“Bom dia senhorita Matter,te vejo na escola ?”Ian

“Amiga pode me dá uma carona ? Thiago está mal e não vai a escola hoje” Rana

“Bom dia meu amor,dormiu bem ?” Nick

Respondi por ordem de importância, ou seja, primeiro a Rana. Eu e as meninas nos damos muito bem e isso é maravilhoso. Provavelmente devem estar se perguntando o porquê do Nicolas está me chamando de amor. Vou explicar. Estamos “juntos” a 3 meses,mas não é nada sério ou algo que tenha um futuro. Cheguei à cozinha e encontrei meu pai tomando café sozinho.

— Bom dia pai,cadê a mamãe ?

— Ela foi visitar sua tia Márcia no Texas. Volta no domingo. As chaves do carro dela estão em cima da mesa da sala, ou talvez onde fica o porta chaves,nunca sei onde ela coloca nada.

— Não vai me levar?

— Esqueceu que você já tem habilitação para dirigir? Não paguei aquilo à toa

— Eu sempre me esqueço desse mínimo detalhe. E você? Não vai trabalhar?

— Hoje estou de folga querida, vá logo antes que se atrase.

— Sim,eu já estou atrasada. Beijos, até mais tarde.

Fui para a garagem e de lá só parei para pegar a Rana em sua casa. Fiquei esperando alguns minutos e buzinei algumas vezes para ela se apresar, mas a Horrana nunca se dar bem com os horários matinais. Ela saiu pela porta principal da sua casa toda estilosa, como se estivesse em algum desfile de moda. Quando me viu no volante me olhou com uma cara de quem diz “Agora eu tenho uma motorista particular”. Antes de irmos para a escola, paramos na cafeteria e compramos os nossos cafés especiais e seguimos para a escola. Demoramos até encontrarmos vaga no estacionamento. Parece que todos os alunos resolveram ir de carro hoje. Quando entramos na escola fomos recebidas por nada mais nada menos que Nicolas Turquetti.

— Bom dia, Matter e Seyboth.

— Bom dia Turquetti! Respondemos juntas.

—Hoje tenho uma surpresa para você, Matter.

— Não gosto de surpresas Nick,você sabe.

— Na hora certa você irá saber. Depositou um selinho em meus lábios e sumiu no corredor cheio de gente.

Quando realmente decidimos ter algo fixo, eu de início não queria tanto como ele. Na realidade eu estava com medo, mas o Ian acabou me convencendo a dar a resposta final, que era ter algo um pouco mais sério, que era ficar somente com o Nicolas. Eu desconfiei bastante, pois eu e o Ian tínhamos muita química, e eu achava que iria rolar algo entre nós,mas ele deixou claro para o Nicolas que éramos somente amigos e que ele podia “investir” em mim. Cheguei à sala de aula e dei de cara com uma cena maravilhosamente horrível. Ian dando idéia para a Jordana,aquela loira de farmácia. Depois que ela se tocou que não iria conseguir nada com o Nicolas, pois estávamos juntos, ela começou a se oferecer para o Ian.

Ian P.O.V

Estava conversando forçadamente com a Jordana,porque ela também faz parte do comitê de boas vindas e entre outros,quando eu vejo a Rebeca entrar,toda linda como sempre. Eu estava com uma vontade enorme de beijá-la, na realidade,não sei o que eu sinto por ela e além de tudo,ela estava com o Nick,e ele é o meu melhor amigo. Eu não posso vacilar com ele. Mas eu e ela tínhamos uma química incrível, nos dávamos super bem,mas ela me via apenas como o seu melhor amigo e nada além disso. E isso era doloroso.

— Bom dia Ian. Disse ela com sorriso lindo e aquilo me derretia por dentro.

— Bom dia, Matter. Como vai?

— Estou ótima. Tirando a presença de certos seres por aqui.

Jordana se levantou com uma cara de poucas amizades e respondeu a altura

— Só se o ser for você mesma fofa. Ianzinho depois continuamos nossa conversa. Nós precisamos colocar em pauta algumas outras coisas.

—Sim, eu sempre me esqueço disso. Depois a gente se fala.

Professor de matemática entrou na sala com uma cara de irritado e ninguém queria provar da sua fúria então todos ficaram quietos e prestando bastante atenção na aula. Bateu o sinal do intervalo e todos foram para o refeitório, algo me dizia que algo de ruim ia acontecer.