Estava me secando para entrar na casa enquanto Nick falava com alguém no telefone,provavelmente devia ser algum restaurante estava morrendo de fome e já passava do meio dia,assim que entrei abri a geladeira e peguei uma garrafa de água e fui em direção ao balcão me sentar,aquele balcão me trazia algumas lembranças bem boas hehe,Nick entrou na cozinha com uma cara contente e veio me abraçar.

– Espero que goste de massa. Disse depositando um beijo estralado na minha bochecha.

– Eu como de tudo meu bem,por isso que sou gorda desse jeito.

– Você não é gorda,você é gostosa,tem diferença.

– E se eu fosse gorda,ficaria comigo?

– Você continuaria sendo você,certo?

– Sim,eu acho que sim.

– Então não tem o porque de dizer não,me apaixonei pelo seu jeito,mas claro que sua beleza ajudou um pouco né.

– Palhaço. Disse dando um tapa fraco em seu braço.

– Sou o seu palhaço,meu bem. Disse me abraçando.

Como o abraço dele era bom,me fazia me sentir segura,me fazia bem. A campainha soou nos dizendo que a comida chegou ou eu esperava que fosse.Quando Nick foi atender deu de cara com Megan e John com mala e cuia.

– O que vocês estão fazendo aqui? O que houve em Miami?

– Nossa meu filho que recepção ótima a sua. Disse Megan.

– Tivemos que voltar,porque graças ao meu maravilhoso chefe,minhas férias tiveram que ser reduzidas pois precisavam de mim na empresa. Disse John.

– Aaah sim,Rebeca meu amor vem aqui receber meus pais.

– Rebeca está aqui? Perguntou Megan dando um tapa no braço de John.

– Estou sim,mas estava indo embora,preciso ir para casa de uma amiga fazer um trabalho,que bom que voltaram,Nick,depois leva as minhas coisas em casa? Obrigada. Disse indo em direção ao quarto pegar meu celular e ligar para a Rana separar dinheiro para o táxi que eu iria pegar para a casa dela,que óbvio que depois eu iria pagar,pois deixei meu dinheiro em casa.

– Amor,deixa que eu te levo,não tem problema algum. Disse Nick um pouco insatisfeito com aquela minha atitude.

– Não precisa,eu me viro,seus pais acabaram de chegar de viagem,fique com eles. Disse pegando meu celular e minha bolsa pequena e coloquei-o na mesma e segundo para o primeiro piso. Disquei o número da Rana para sumir dali o mais rápido possível,sei que é uma atitude meio infantil,mas os pais do Nick são uma coisa que sei lá,parece que os santos não bateram.

Ligação on

– Amiga,é a Re,pode fazer um favor pra mim?

– Claro amiga,aconteceu alguma coisa?

– Aconteceu,mas quando chegar na sua casa te conto,separa dinheiro para mim pagar a corrida,mas depois eu te pago,prometo,eu deixei a carteira em casa.

– Não tem problema,pode vim,estou aqui com a Geysa devorando potes de sorvetes.

– Já chego aí,beijos e obrigada.

– Nada minha amiga.

Ligação off.

Logo depois eu liguei para o táxi,mesmo com o Nicolas insistindo para me levar,sei que estou errada mas não acho que devo ficar em um lugar com pessoas que falam mal da minha família,logo o taxista chegou ao endereço da Rana,que por sua vez já estava na porta me esperando para pagar o mesmo. Depois de pago e entrado dentro da casa da Rana,ela e a Geysa ficaram me encarando sem nada entender e então eu tive que começar a falar ou elas iriam começar o interrogatório.

– Bom,eu vim para cá porque,é,ahn,os pais do Nick chegaram de viagem e eu não quis atrapalhar.

– Eu não quero saber o porque você veio para cá e sim como foi ontem a noite,queridinha. Disse Rana.

– Foi normal,oras. O que poderia ter de diferente? Respondi.

– Se ela não quer falar não pressione a menina né Horrana. Disse Gey.

– Não é que eu não queira contar,não se passou nem 24hrs do ocorrido,nem conversei tanto com ele hoje.

– A situação não está ruim só para você amiga. Disse Rana com uma tristeza no olhar,depois comecei a ligar os pontos e me toquei que o Nick havia falado algo sobre ela de manhã.

– Esqueceram de me contar algo?

– Thiago apareceu aqui de manhã e me soltou uma bomba.

– Como assim amiga?

HORRANA P.O.V

Me lembrar de cada momento que se passou desde a ligação dele até ele aparecer aqui em casa foi doloroso demais,eu o amo,por mais duro que seja,foram um ano compartilhando tudo,um ano de risadas,de carinhos,beijos até mesmo as transas,ele foi o meu primeiro e eu achava que seria o último,nosso relacionamento já havia superado brigas idiotas por ciúmes,se brigávamos era por coisas que valiam a pena,ou não,ele me conhecia por inteira,sabia se eu estava bem ou não por conta do meu olhar,o porque dele fazer isso comigo? Não sei. Suas palavras invadiam minha mente de uma forma devastadora,como se estivesse enfiando facas no meu coração.

“Ontem,depois que saímos da casa do Nick,eu e o Maiquel fomos para uma boate que fica no centro,com muita insistência dele,pois eu estava bem cansado,mas mesmo assim fomos,bebemos muito e eu estava completamente fora de mim.

Ele respira e olha para todos os cantos do quarto e a minha paciência já tinha ido pro espaço fazia muito tempo.

– E apareceu uma loira,ela sentou do meu lado e começou a puxar papo comigo,nesse momento Maiquel já tinha sumido com uma qualquer, e para não enrolar mais do que eu estou enrolando, a loira veio para cima de mim e nós acabamos ficando,eu juro que eu não fiz por mal.”

As palavras “não fiz por mal” ainda martelavam constantemente em minha mente,uma coisa eu tenho que concordar,ele teve coragem suficiente em assumir seu erro no dia seguinte,talvez um dia eu o perdoe,minha vida sem a pessoa com quem eu passava a maioria do tempo vai ficar um buraco enorme. Porque amar dói tanto? Porque não temos um botão de liga e desliga para os sentimentos. Fui forçada a prestar atenção no que as meninas estavam falando,pois Geysa parecia gritar meu nome.

– Terra para Horrana,será que existe um ser nesse corpo? Disse Geysa rindo feito uma idiota.

– Desculpa meninas,eu estava um pouco distraída com os meus pensamentos.

– Ainda não entendi o que aconteceu por aqui.

– Deixa que eu explico,sou rápida e eu sei que a Rana vai querer chorar e querer devorar mais 30 potes de sorvetes.

– Você é muito engraçada,Geysa. Disse

– Então,enquanto você estava no bem bom com o Nicolas, o Maiquel teve a brilhante idéia de levar o idiota do Thiago para as boates do centro,chegando lá os dois tomaram um fogo e ficaram doidos,Maiquel provavelmente foi agarrar alguma puta. Deixando claro que eu pouco me importo com que ele faz.- Sim Geysa,sabemos que você não se importa. –Ele largou o Thiago sozinho no meio da boate e ainda por cima bêbado,como quem não queria nada uma loira chegou e começou a conversar com o jogador de futebol,e uma coisa levou a outra. Resultado? Temos um namoro terminado e um que talvez fosse acontecer.

– Tá,deixa eu assimilar tudo isso. Quer dizer que o Thiago ficou com a loira?

– Sim,e se não fosse idiota o suficiente,poucas horas depois veio contar tudo para a Rana,pelo menos ele teve a capacidade de fazer isso não acha?

Geysa falava tão rápido que parecia um foguete,chegava a se afobar nas palavras,isso quando não errava me fazendo rir espontaneamente,estava escrito na cara dela que ela estava nutrindo sentimentos pelo Maiquel. Quem dirá,finalmente ele conseguiu.

– Ele teve a coragem? Meu Deus,imagino como foi o resto,considerando os potes de sovertes espalhados pela sala e na cozinha e os olhos da Rana inchados.Se fosse comigo eu iria me acabar em uma balada.

Sabe quando aparece aquela luzinha piscando em cima da sua cabeça nos desenhos animados? Sim pois foi o que realmente aconteceu,seria a vingança perfeita.

– Meninas tive uma idéia,que tal irmos para uma boate no centro? Como se fosse a noite das meninas,só que sem pijama e com muita bebida.

– Soube que abriram uma boate que só tem festas Open Bar. Disse Gey.

– É nessa que nós iremos. Respondi sorrindo maliciosa.

– Nós virgula,eu não posso,tenho que resolver umas coisas. Disse Geysa.

– Essa coisa começa com Mai. Disse Rebeca

– E termina com quel. Continuei.

– Claro que não,eu não estou com cabeça para beber hoje,quem sabe não role a parte dois dessa vingança.

Estava claro que ela iria se encontrar com o Maiquel,ela mesma se entrega ,se eu não a conhecesse tanto até poderia acreditar. Depois de planejarmos tudo e Rebeca ligar para o Nick e explicar a situação e finalmente se arrumar e eu ficar mais meia hora sentada esperando ela sair do banho,Geysa foi embora resolver seus “problemas”,bom pelo menos uma de nós temos que nos dá bem,não é mesmo?

GEYSA P.O.V

Aquela mensagem do Maiquel não saía da minha mente. O que aquele louco queria tanto comigo,já conseguiu ficar comigo,porque ele faria tanta questão de infernizar minha vida sendo que ele poderia ter qualquer uma ao seus pés.

“ Sim,eu vou passar na sua casa e se prepara para sua melhor noite,e também sei que seus pais não estão em casa,então sem desculpas. – Maiquel “

Aaah Maiquel,se soubesse o quanto gosto de você com toda certeza do mundo já estaria milhões de quilômetros de mim. A campainha soou indicando que alguém havia chegado para tirar minha paz,de duas uma,ou era o Maiquel ou meus pais estavam de volta. Fui em direção a porta um pouco trêmula, ai que papel idiota eu estava fazendo,seria só uma noite e ele vai te largar,não seja idiota ao ponto de ceder para ele e deixar seu auto controle ir por água a baixo. Abri a porta e dei de cara com ele.

– Eu disse que viria e disse também que de hoje você não me escapa.

– Como se eu pudesse escapar das garras do predador mais gato da escola. Disse .

Droga Geysa,não sabe o que falar,fica de boca fechada,sua burra,ele agora deve ter inflado seu ego a um nível máster.

– Não diria o mais gato,mas estou entre os melhores,inclusive na cama.

– Assumindo que tem concorrência,querido?

– Não disse nada,vai me convidar para entrar ou vamos ficar conversando aqui na sua porta mesmo?

– Ainda estou pensando se devo fazer tal coisa.

– Ah qual é,sabemos que os dois querem a mesma coisa.

– Em algum momento deixei claro o que eu quero de você?

– Seus olhos te entregam,eu sinto o cheiro da sua vontade de longe “querida”. Disse ironizando no “Querida”.

– Engano seu. Só irei te deixar entrar porque está frio.

– Claro,só porque está frio e você está louca para me esquentar,não é mesmo?

– Deixa de ser idiota.

Dei passagem e ele entrou já se jogando no sofá,como se fosse íntimo da casa,garoto folgado,só falta ele pedir algo para beber,ou melhor,sair abrindo a minha geladeira.

– Geysa meu amor,podia pegar algo para eu beber,quem sabe uma cerveja.

– “Meu amor” a cerveja que tem aqui em casa está localizada no meu frigobar do meu quarto,que é área proibida para o senhor e eu também não vou pegar minhas cervas para te satisfazer.

– Proibida né? Vamos ver por quanto tempo.

– Se quiser algo,venha na cozinha pegar,não sou sua empregada e muito menos obrigada a te servir algo.

– Você recebe as visitas desse jeito ou eu sou um caso a parte?

– Sempre tem aquelas exceções,não acha?

A noite com toda certeza seria longa,porque eu não fui na boate com as meninas? Porque insisto nele,as vezes dá vontade de dá um tapa em mim mesma por ser tão idiota as vezes.