Korra podia listar os porquês de ser impossível não se apaixonar por Asami.

Na lista, poderia incluir seus lindos e longos cabelos negros, sempre com aquele delicioso cheiro de xampu. Sua pele macia, os olhos verdes brilhantes, o sorriso discreto e quase sempre provocador.

Teria também seu jeito gentil, ao mesmo tempo determinado. E, ademais, poderia colocar todas as lembranças que as duas tinham junta, porque para Korra, eram todas especiais.

Asami gostava de dirigir. Por isso, estava sempre disposta a levar Korra para os lugares mais incríveis, só pelo prazer das viagens, onde as duas cantariam juntas qualquer rock clássico que tocasse na rádio.

Nos finais de semana, elas andavam por paisagens rurais e bucólicas, quase sempre acabavam em montanhas. Korra havia dito uma vez que gostava da vista lá do alto, e desde então a morena tinha feito sua missão achar as paisagens mais bonitas.

E então, teve aquele dia onde Asami tinha a levado para ver o pôr do sol.

Era no alto de uma montanha, no mais alto que elas tinham ido, e de lá as cores pareciam ainda mais bonitas. Era tudo tão vivo; da mesma forma que Asami a fazia se sentir.

Korra estava deitada na grama, sem se importar com as folhas que ficariam grudadas na sua roupa e nos cabelos curtos. Asami, por sua vez, estava sentada no capô do carro.

— Eu amo pores do sol. — Korra havia falado em algum ponto.

Asami revirou os olhos.

— Pores do sol são estúpidos. — Comentou. — Ame algo tangível. Ame algo que transforme você em um pôr do sol. Eu estou falando de lábios vermelhos, bochechas rosadas, o negócio real.

Ao terminar, a morena a olhou. De cima, com toda aquela coloração batendo em si, ela mais parecia a própria Afrodite.

— Bem, então eu amo você. ­— Retrucou simplesmente, porque ninguém além dela conseguiria transformar Korra numa bagunça.

Asami sorriu, com seus belos lábios. E aí estava mais um item para sua lista: a boca sempre pintada de vermelho da garota, que despertava em Korra uma imensa vontade de borrar seu batom, mesmo que depois a morena fosse reclamar. Mas as reclamações viriam acompanhadas com sorrisos, e isso faria tudo valer a pena.

E daquela vez, não tinha sido diferente.