No Fim Do Túnel escrita por Cinthy
Notas iniciais do capítulo
As primeira palavras serão ditas. Os primeiros olhares serão trocados. Uma vida está em jogo. Aqui começa: A vida de Tessa.
O sol estava brilhando lá fora, e eu estava deitada na minha cama, olhando para as paredes sem querer sair do quarto. Minha mãe estava lá do outro lado das paredes, pendurada na porta tentando me fazer sair.
- Filha! - Chamava - Você tem aula, tem que sair.
- Já vou - Falei -
Me levantei da cama, estava com uma calça de pijama azul- claro e uma blusa enorme. Entrei no meu banheiro e me olhei no espelho por um instante. "Esse ano não vai ser diferente, por que? Por que eu sou assim? Por que minha vida é esse turbilhão?" - Pensava - Tomei banho e vesti uma camiseta preta, uma calça, e meu all star.
Desci as escadas e encontrei minha mãe sentada lendo o jornal e uma mesa cheia de comida.
- Isso tudo é pra mim? - perguntei me referindo a mesa de café da manhã -
- Sim querida! - Disse calmamente abaixando o jornal para me olhar - Afinal, hoje é seu primeiro dia de aula e eu sei que ir para a escola está sendo uma tarefa difícil. Quis dar um empurrãozinho para que essa seja diferente das outras.
- Obrigada! - Falei -
- Você é sempre assim não é? - Falou quando eu me sentei a mesa - Assim... Sempre tão "murcha", seu olhar sempre tão pequeno. Você nunca ousa nem a franzir a testa.
Não respondi. Apenas a olhei com meu olhar "murcho", como ela disse, e me virei novamente aos pães. Após o café fui para a escola. Era perto. Apenas 15 minutos de pé.
Logo quando cheguei bati com o nariz no tórax de um garoto forte, coloquei minha mão no meu nariz e o acariciei. Logo percebi que o garoto ainda estava na minha frente. Olhei para cima e vi um par de olhos castanhos olhando para mim com um sorriso fechado da sua boca rosa- claro.
- Tudo bem? - Falou com um sorriso -
- Sim! - Falei curta e séria -
Logo uma garota loira ( bem loira ) chegou perto dele e colocou as mãos no seu ombro.
- Oi Pedro! - Falou ridiculamente melosa e mascando um chiclete -
Sai dali e entrei na escola. Não tive dificuldade em encontrar minha sala. Sala B. Estávamos na aula de história quando um garoto forte, de olhos castanhos e boca rosa- claro entrou na sala.
- Com licença senhora - Disse ele com a voz mais linda que eu já tinha escutado - Perdi a hora.
- Entre Pedro - Falou a senhora Jinck - Não pode continuar chegando atrasado mocinho. Você não quer repetir de ano não é? Agora sente- se com a senhorita... - Falou tentando se lembrar no meu nome -
- Clay. Tessa Clay - Falei sem nenhuma animação -
Ele veio em minha direção e se sentou na cadeira dupla, do meu lado.
- Oi Tessa - Não fomos apresentados - Meu nome é...
- Pedro - O interrompi - eu já sei.
Ele sorriu juntamente com uma pequena baforada e colocou seu caderno em cima da mesa. Umas garotas do nosso lado nos olhava com cara de raiva e desdem.
A professora nos passou um trabalho para contarmos a história da cidade de Esparta e Atenas. E, obviamente, eu fiquei com Pedro.
- Você vai na minha casa ou eu vou na sua? - Pedro me perguntou quando a professora saio da sala -
- Nenhum dos dois. - Falei decidida - Eu vou pesquisar e escrever em uma folha e você vai fazer a capa.
- O que? - perguntou - Por que você me evita assim? Muitas garotas dariam tudo pra fazer um comigo sabia?
- Mas eu não sou uma de suas "muitas garotas" - Falei fazendo um sinal de aspas no ar com os dedos -
- Tem razão! Você é diferente. - Falou com um sorriso um pouco malicioso - E eu amo coisas diferentes. Tá combinado então baixinha. Vamos fazer o trabalho na minha casa amanhã depois da aula.
Me deu um beijo na bochecha e saiu. Não tive nem tempo para falar alguma coisa. Não tive como negar. E muito menos como fazer ele tirar essa ideia de eu ir pra casa dele.
Depois que o meu primeiro, e entediante, dia de aula acabou voltei para casa. Minha mãe ainda estava no trabalho. Peguei um copo de água na geladeira e bebi minhas drogas para depressão. Minha mãe diz que esses remédios são para eu ficar boa e que muitas pessoas bebem ( Ela faz o que pode para não me deixar mal e não me deixar pensar que sou uma louca ante- social e suicida. Mas quer saber... Eu já sei que sou ) Entrei pro meu quarto e peguei meu celular da bolsa. Olhei e tinha uma mensagem.
" Oi baixinha "
Me assustei, e fiquei pensando em quem seria. Então resolvi responder:
Eu: " Quem é? "
" Pedro. :D "
Eu: " Como conseguiu meu número? "
Pedro: "Olhei no seu caderno, por que as pessoas insistem em deixar seu números nas matérias do caderno? "
Eu: "Você é louco, sabia? Quem te deu direito de pegar nas minhas coisas? Seu pervertido "
Pedro: " É Você é diferente das outras. Enquanto eu poderia estar passando a noite na cama com uma menina estou aqui falando com você. Agradeça. "
Eu: Como é que é? Eu não estou te impedindo de ir passar a noite com uma daquelas loiras fajutas. E eu não tenho pelo que agradecer. >:( "
Pedro: Calma minha baixinha ♥ Você vale a pena.
" Estou frita e assada " - Pensei -
Eu: Ai meu Deus. Me esquece tá? Não vou mais te responder.
Pedro: Se você não me responder eu vou na sua casa. O que você tem na cabeça de deixar todos os seus dados no seu caderno? "
Recebi a mensagem. Fiquei com um pouco de medo de ele vir mesmo até minha casa. Mas ele não seria tão maluco a ponto disso. Não respondi.
- Filha cheguei - Ouvi minha mãe gritar da cozinha -
- Tá mãe. - Gritei de volta -
Desci para a cozinha e me sentei no sofá, com um pé no chão e outro no sofá. A campainha toca.
- Filha atende, por favor. Estou ocupada aqui com o jantar.
- Eu posso cozinhar. Mas você diz que ninguém iaria comer então...
Andei até a porta. Quando abri...
- Oi minha baixinha.
Fiquei com a boca entre- aberta.
- O que você tá fazendo aqui? - Perguntei -
- Ué! Eu falei que se você não me respondesse eu viria até aqui... - Falou Pedro com um sorriso -
- Filha que é? - Minha mãe veio em minha direção - Ah! Olá!
- Olá senhora Clay. - Falou pedro entrando e esticando a mão para minha mãe - Eu sou amigo da sua filha. Meu nome é Pedro.
- Nã... - Fui interrompida quando ia dizer que ele não era meu amigo -
- Oh! Um amigo? - Falou me olhando com um sorriso de orelha a orelha - Por que não me disse que tinha um novo amigo filha?
- E... - Fui interrompida de novo -
- Mas sente- se aqui no sofá. - Disse minha mãe - Vou terminar de fazer o jantar e você como conosco -
Ele se sentou e eu sentei- me ao seu lado na mesma posição em que eu estava antes.
- E então baixinha... Onde está o senhor Clay? - Perguntou ele -
- Ele morreu - Falei com a fala cortada, não gostava de dizer que ele estava morto -
- Oh! Me desculpe - Falou pegando na minha mão percebendo meu resquício de tristeza -
Tirei a minha mão das mãos dele.
- Tudo bem. - Falei -
- O jantar está pronto. - Ouvi minha mãe falar -
- Oba! - Falou esfregando as mãos uma na outra e se levantando do sofá -
Ele era realmente folgado. E isso me deixava cada vez com mais vontade de ficar perto dele.
Jantamos naquela noite. Depois eu e ele fomos para o jardim. Nos sentamos no gramado. Ele me falou tudo o que sabia sobre as estrelas.
Eu achava que ele fosse uma pessoa que gostava apenas de mulheres e bebidas, nunca imaginei que um metido a valentão fosse quase um astronômico. Dai veio o ditado: " Não julgue o livro pela capa "
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Espero que tenham gostado do episódio de hoje queridos. Se gostou pode voltar aqui para ler o 2 capítulo.
Obrigada amores!!!