Babi estava dirigindo, a caminho do trabalho,
sabia que precisava contar para H, ainda mais depois de Alfonso ter aparecido na noite anterior e ter batido em Alex, as coisas estavam realmente ficando complicadas, e ela se perguntava se o melhor a fazer era contar, ou se fugir e criar esse filho bem longe seria a melhor escolha.

Sinal vermelho.
Babi para o carro.
O vidro do seu lado estava aberto, ela estava perdida em seus pensamentos,
uma mão estava no volante,
a outra com um movimento involuntário ela coloca na janela do carro,
quando segundos depois sente uma mão sobre a sua, e olha para o lado.
Ele estava ali,
em cima da mesma moto, com sua jaqueta de couro preta, e aquela cara de mal.
Babi ficou em choque, e com outro movimento involuntário tirou a mão e colocou em volta do volante.
Ele sorriu, e apenas disse:
– FEIA.
Ela sentiu pela primeira vez algo mexendo em sua barriga, ela fechou os olhos e respirou fundo.
Quando ouviu uma buzina,
abriu os olhos, olhou para frente o sinal estava verde, olhou para o lado e ele não estava mais ali.


H não podia dirigir mais, parou a moto no primeiro bar que encontrou,
entrou e pediu uma cerveja.
Ele não conseguia parar de pensar nela, e em como estava linda, tão linda como a primeira vez que tinha a visto, na janela de um carro,
os mesmos olhos assustados, e a mesma reação quando ele colocou a mão sobre a dela.
O tempo podia ter passado, mas H ainda se sentia como um menino mal, apaixonado pela garota mais linda do colégio. Aquele mesmo frio na barriga, aquela mesma vontade de ser um cara melhor só para poder merecer o amor dela.
Ele estava encantado, sabia que não devia ter aqueles pensamentos, ele estava com a Gin, mas não conseguia tirar Babi do coração.
Ele sorria como um bobo, mas uma coisa o tinha deixado intrigado, Babi estava com uma blusinha regata preta decotada, que tinha deixado seus seios bem maiores do que ele lembrava.
– Será que ela colocou silicone? – estava se perguntando. Pensou até em ligar para Katina para perguntar. Quando se deu conta de que não era mais um meleque apaixonado pela garota mais linda do colégio, que já eram duas da tarde, ele precisava ir trabalhar, e que depois do trabalho iria encontrar a Gin, e iam jantar em um bom restaurante.