O Rebelde escrita por Sereia Literária


Capítulo 12
Juras de Amor


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer pelos comentários que recebi! Muito obrigada Gabriella Jackson e Thais2131! ◕‿◕
Espero que gostem do capítulo - eu (modéstia à parte) achei que ficou super fofo! ♡.♡



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Respiro... Espiro... Mais uma vez... Tudo sendo guiado pelas batidas de um coração – o do homem que roubou o que eu um dia achei que fosse meu. Roubou o que? Meu coração. ´Um dia achei que foi meu`? Qual o motivo dessa afirmação? O motivo é que, somente hoje descobri que o meu coração sempre foi dele, e no vazio em meu peito onde eu deveria contê-lo, Conor depositou o dele. Os dois corações bateram descompassados até hoje, quando finalmente batiam harmonicamente. Eu estava deitada com a cabeça sobre seu peito, a mão repousando ao lado de seu coração – que na verdade era meu. Ele acariciava meus cabelos com uma mão, e com a outra, envolvia a minha. O edredom ainda estava sobre nós, e apesar de um pouco de luz fraca entrar pela janela, nenhum de nós admitia – ou pelo o menos demonstrava interesse em admitir – que o dia estava amanhecendo. Era um dia frio e nublado, e o som de uma chuva leve repercutia pelo quarto. Parecia que o sol era nosso cúmplice, demorando-se a expor seus raios e, quando finalmente o fazia, as nuvens os cobriam. Era como se tudo conspirasse a nosso favor, ao favor de nosso amor. Suspirei mais uma vez.

–Queria poder engarrafar esse momento... E guardá-lo para sempre.

–Eu também- disse Conor, bem baixinho, e logo depois beijou carinhosamente o topo de minha cabeça.

Meus olhos se encheram de lágrimas, e mordi o lábio para não chorar. Fechei a mão em sua camisa e afundei o rosto em seu peito.

–O que houve?- perguntou ele, captando como sempre o que eu sentia e pensava antes mesmo de eu me dar conta.

Senti um nó em meu estômago.

–Eu sei que está perto...

–Perto de que?

–De... acabar.

Senti que a mão de Conor parou de acariciar meus cabelos por um segundo.

–Então... Vamos aproveitar enquanto dura- a voz dele soou embargada de dor e amargura, mas ao mesmo tempo, esperançosa.

–Não há outro jeito...-disse, pois sabia que ambos estávamos pensando em maneiras viváveis e reais de continuarmos juntos.

–Você poderia vir... Comigo...-disse, travando no meio da frase. Sabia tanto quanto ele que isso seria impossível.

Ele riu de maneira triste.

–Você sabe que não podemos fazer isso. Seus pais não me aceitariam e nem o Parlamento. Nem mesmo os rebeldes de nenhum tipo aceitariam isso; e este grupo em especial se sentiria abandonado por mim, afinal, deixá-los para viver na Monarquia seria...- ele parou, como se ele mesmo estivesse sofrendo a recusar – Como ir contra a tudo pelo o que minha família vem lutando a gerações... Temos que seguir o que nos é imposto, Katherine. Cuidar dos nossos. Você, de Iléia. E eu, dos excluídos e renegados.

Fiz que sim, um nó na garganta subindo em forma de lágrimas.

–Eu sei...-murmurei. Então, ele se virou e ficou de frente para mim; nossos rostos separados por milímetros. Ele usou sua mão livre e passou o dedo delicadamente pelo meu nariz, depois pelas maçãs de meu rosto e finalmente me puxou para um beijo doce e longo – como um beijo de adeus. Durante esse beijo, lágrimas escorriam pelo meu rosto, silenciosas e doloridas. Eu já havia me machucado algumas vezes – a maioria delas durante o período em que estive aqui – mas eu sabia que as feridas curariam. Os machucados em meu rosto e em minha boca cicatrizariam; o tiro em meu braço estava quase curado, e, segundo Darcy, nem deixaria cicatriz. Um osso quebrado, um pé torcido... Tudo isso se cura e, algum dia, para de doer. Mas meu coração – a dor de deixar Conor – eu sabia que não se curaria. Ela não só não se curaria como não cicatrizaria; seria uma ferida aberta para sempre, uma chaga dolorosa que nem o tempo nem ninguém – se não Conor – poderiam acalentar. Então, nossos lábios se separaram de maneira lenta e triste, e quando abri meus olhos, fiquei surpresa ao perceber que ele também chorava. Seus olhos dourados sempre foram indecifráveis, mas agora, era como se ele deixasse transparecer toda a dor e sofrimento que eu também sentia.

–Eu te amo, Katherine...

–Eu também te amo...

–Por favor... Por favor, não vá... Eu sei que é egoísmo de minha parte, mas eu não suportaria perdê-la... Vê-la em jornais, estando ao lado de alguém que não eu...

Comecei a chorar ainda mais.

–Conor... Eu não queria, mas não tenho escolha! Não quero isso...

–Então o que você quer?

–Eu quero você Conor! Somente você e mais nada nem ninguém!- e desatei em lágrimas de desespero, enquanto ele me acolhia em um abraço, e eu o senti chorando junto comigo.

–Não posso abrir mão de minhas responsabilidades... Não sozinho...- disse ele, quando me acalmei. Fomos nos sentando, um ao lado do outro, ele ainda abraçado a mim.

–Nem eu...

–Mas eu estaria disposto a abrir mão de tudo se você estivesse comigo. Abrir mão da causa pela qual a minha família tem lutado há anos; abrir mão do papel que soube que iria desempenhar antes mesmo de saber andar; dos meus amigos, de minha casa e de tudo que eu tenho com exceção do meu coração, pois ele já é seu... Eu abriria mão de tudo para tê-la sempre ao meu lado. E você, Katherine? Está disposta a abrir mão de quê por um simples rebelde, sem sangue nobre, riquezas o territórios?

Meu coração deu um salto e se encheu de alegria com sua declaração e palavras de amor, e se abriu por completo enquanto eu dizia e jurava a verdade e me sentia finalmente exposta, jogando todas as cartas na mesa.

–Eu abriria mão de tudo, Conor. Por você, abdicaria o meu trono, deixaria minha vida e minha família. Moraria em uma casinha pequena e tomaria banhos de rio para sempre para tê-lo ao meu lado. Abriria mão de meu nome e de meus direitos; dos direitos que tenho desde que nasci. Abriria mão de tudo isso para viver o resto da minha vida com um rebelde, sem sangue nobre, riquezas ou territórios, desde que ele prometesse me amar pela eternidade, estar comigo mesmo que a morte tentasse intervir.

Ele tomou minhas mãos nas dele e as trouxe para o seu peito, virei-me e fitei seus olhos, que brilhavam como um sol nascente, cheios do amor e da esperança mais pura e bela.

–Então vamos fazer isso. Abandonemos tudo, menos um ao outro. Danem-se nossos deveres, as outras pessoas e mesmo nossos nomes. Vamos perder tudo, mas amar um ao outro...

–Vamos fugir juntos, construir uma nova vida e uma família em outro lugar. Um outro país...-continuei, o coração cada vez mais feliz, e meus olhos deixado transparecer alegria e reluzindo tanto como os dele.

–Não faz diferença, desde que estejamos juntos...-e ele segurou com ainda mais convicção as minhas mãos.

–Para sempre- e nos beijamos. Uma alegria insana tomava conta de nós, e no logo ele estava me segurando pela cintura enquanto eu o puxava pelo pescoço. Durante o beijo, ríamos e chorávamos de alegria, pois agora sabíamos o que íamos fazer – e, principalmente, sabíamos que ficaríamos juntos.


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