Cebola deu um pulo se assustando com o barulho que ouviu, soltou o violão num reflexo e se levantou ao ver a mão dela segurando forte o lençol que a envolvia na maca.

Ele começou a chorar com o coração disparado e a respiração acelerada, a olhou mais de perto sem acreditar no que estava vendo, ela abriu os olhos devagar, o olhando com certa dificuldade, claramente confusa.

– Ela acordou – Ele falou em voz alta sorrindo entre as lágrimas, esperando que alguém o ouvisse.

Suas mãos tremiam, ele respirou fundo a olhando sem piscar os olhos.

– Mo, você voltou pra mim, eu não acredito, eu não acredito – Ele repetia se aproximando da porta para chamar alguma enfermeira.

– Ela acordou, ela acordou – Ele gritou no corredor fazendo com que os pais dela viessem correndo parando no vidro emocionados.

Dois enfermeiros que estavam lá ao lado entraram correndo no quarto para tomar as atitudes necessárias.

– Ela acordou – Cebola falou chorando ao ver a Dona Luisa e o Seu Sousa chegarem correndo – Ela voltou pra gente.

Seu Sousa o abraçou com lágrimas nos olhos - Nossa Monica voltou – O soltou e abraçou a sua mulher logo em seguida.

Cebola estava radiantemente feliz, o que passou noites e noites esperando finalmente tinha acontecido, e isso era inexplicavelmente maravilhoso.

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Monica abriu os olhos lentamente e um tanto confusa, reconheceu muito bem o rosto dele a olhando e chorando, por que ele chorava?

Ela demorou um pouco mas foi entendendo devagar o que estava acontecendo, não sentia muito bem o seu corpo, como estava entubada não conseguia falar nada, e um pequeno mal estar invadiu seu estomago.

Percebeu que estava em um hospital, respirando com dificuldade, ouviu um barulho e em seguida viu duas pessoas se aproximarem, com certeza eram os enfermeiros.

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Aguardaram ansiosos aproximadamente duas horas até que eles normalizassem tudo, e tomassem todas as providencias necessárias e adequadas. Levantaram quando viram o médico chegando para conversar com eles.

– Como ela está doutor? – Dona Luisa perguntou se aproximando dele ansiosa.

– Ela está bem – O Dr. Começou a falar - Não sentimos sinais de melhora em nenhum exame que fizemos no decorrer desses dias, mas ela acordou muito bem, vai precisar de fisioterapias leves, de um pouco de paciência e cooperação e em alguns dias estará boa, vamos ficar de olho, fazer exames, e ir cuidando para que ela se recupere adequadamente – Ele concluiu sorrindo.

– E o Sr. Sabe se ela já reconhece a gente? – Seu Sousa perguntou com lágrimas nos olhos.

– Olha, faz pouco tempo que ela acordou, mas já concluímos que ela tomou consciência das coisas ao redor, não fala ainda devido a gastura que o tubo respiratório deixou, e tem um pouco de dificuldade de se mover por ter ficado duas semanas e meia deitada.

Cebola passou as mãos no cabelo emocionado, ele não acreditava no que estava ouvindo, agradeceu mentalmente a Deus por tudo isso, e respirou fundo aliviado. Ela tinha acordado!

Chorou por um bom tempo até se acalmar novamente, tinham sido dias difíceis.

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A noite caiu e era hora de ir pra casa, Cebola foi aliviado, ela ainda tinha que ficar um tempo no hospital se recuperando, estava impossibilitada de falar, e sem chances de se locomover, mas estava acordada e agora seria só melhoras. Ele não conseguiu visita lá novamente, mas permaneceu no hospital até a hora da visita dos familiares acabar.

Foi embora acompanhado dos dois melhores amigos.

– Velho eu não acredito que ela acordou – Cebola falou sorrindo.

– Como foi me conta – Magali pediu sorrindo.

– Eu estava tocando uma das nossas musicas preferidas, e ai ouvi um barulho, e quando eu vi ela tinha mexido a mão e... E aberto os olhos – Cebola concluiu emocionado.

– Eu sabia, sabia que ela acordaria, ai que romântico isso – Magali comemorou no banco de trás do carro.

– Velho estou tão feliz – Cascão comentou colocando uma musica no som.

Cebola dirigia como se estivesse nas nuvens, chegou em casa leve, tomou um banho e foi dormir tão feliz que pegou no sono rapidamente devido ao cansaço dos últimos dias, mental e físico, depois de várias noites sem dormir, com medo e preocupado, essa era a primeira em que sua mente estava leve, ele sabia que não teria pesadelos.

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Monica acordou se sentindo bem, abriu os olhos e se sentiu aliviada por não ter mais um tubo lhe auxiliando a respirar, ainda não falava direito por causa do machucado em sua garganta devido ao tubo, mas já respirava sozinha e isso era ótimo.

Sentiu novamente o carinho dos seus pais e queria chorar de felicidade, mas todos seus movimentos estavam mais delicados e complicados de se fazer. Tinha que ter paciência afinal iria se recuperar aos poucos, sua mãe quando percebeu sua inquietação, tentou lhe explicar em poucas palavras o que tinha acontecido, e ela tentou apenas com o olhar demonstrar que tinha entendido.

Sentia saudade dos seus amigos, e dele, dono da voz na qual ela acordou ouvindo.

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Cebola acordou animado, era a primeira visita que ele faria com ela acordada.

Se arrumou na roupa que mais gostava, passou gel nos cabelos os deixando rebeldes, seu perfume e saiu rumo ao hospital.

– Fala Cas – Cebola atendeu o celular pelo viva voz enquanto dirigia.

– Fala careca, ta indo pro hospital já? – Cascão perguntou.

– To sim, jaja to lá, você está indo agora? – Cebola perguntou na intenção de oferecer uma carona.

– Não, vou um pouco mais tarde, mas me espera que a gente almoçar juntos pode ser? – Cascão perguntou.

– Demoro – Cebola concluiu desligando.

Chegou no hospital e demorou um pouco pra achar uma vaga, uma vez estacionado, ele entrou ansioso, deu de cara com alguns familiares dela que ele já conhecia, e seus pais.

– Oi Dona Luisa, como ela está? – Ele perguntou ansioso.

– Por que não vê você mesmo? – Ela perguntou sorridente.

Como era ótimo vê la sorrir novamente.

Cebola respirou fundo pegando a etiqueta de visitante e caminhou pelo corredor que já sabia o percurso de cor e salteado, alguns enfermeiros sorriram quando o viram, eles acompanharam todo processo e toda aflição que ele tinha passado, Cebola passou muitos dias chorando na sala de visitas, e foi amparado muitas vezes por eles.

Assim que ele girou a maçaneta para entrar no quarto, seu coração deu um salto de alegria, ela estava acordada incrivelmente linda, tinha emagrecido um pouco, mas estava corada e visivelmente feliz.

Ele se aproximou sorrindo com lágrimas nos olhos e pegou em suas mãos agora quentes, ela sorriu calmamente.

– Você voltou pra mim – Ele balbuciou passando as costas da sua mão no rosto dela – Eu te amo.

Monica queria falar ela queria responder mas ainda não conseguia, fechou os olhos fazendo com que uma lágrima escorresse e pousasse sobre o travesseiro que sustentava sua cabeça.