Na mesma sintonia escrita por JéChaud
Notas iniciais do capítulo
Olá Pessoal, tudo bem?
Aqui vai mais um capítulo cheio de carinho ♥
Espero que gostem meu amores, obrigada de verdade por todo carinho :3
Chegou no pátio um pouco antes do que o normal, estava com o rosto um pouco abatido, dava pra ver claramente que tinha passado a noite sem dormir, o que seria um dia de volta a escola marcado por lembranças felizes da viagem e fotos dos momentos, agora era um dia escuro, frio e triste.
Logo que chegou seu coração já apertou, foi ali que eles se reaproximaram, tentou não pensar nisso, passou pela sala dela num passo apertado, percebeu que a Magali e a Denise estavam lá dentro, olhou tristemente para elas e continuou a caminhar, entrou pra sala e alguns alunos já se encontravam lá, a maioria tinha ferimentos leves, alguns estavam com aparência de que não dormiram também.
Procurou o Cascão que ainda não tinha chegado, passou o olho rapidamente pelo DC e viu que o colega estava tão abatido quanto ele, no fundo sabia que a Monica também era muito importante pra ele.
Virou pra frente e colocou seu fone, estava sem a mínima vontade de conversar. Ficou olhando pela janela como se a qualquer momento fosse ver a Monica entrando pelo portão sorridente como sempre foi.
Só voltou a atenção para sala quando sentiu alguém sentando ao seu lado.
– E ai careca, como está? – Cascão perguntou colocando sua mochila atrás da cadeira.
– To mal velho – Cebola respondeu tirando os fones e olhando para o amigo.
– Nossa, está com uma aparência realmente ruim – Cascão comentou reparando no rosto abatido do amigo – Você tem comido?
– Sim, é que não consegui dormir direito... Pra te falar a verdade não consegui pregar os olhos – Cebola respondeu mexendo nos cabelos.
– Você sabe que ela precisa de você forte né? – Cascão perguntou se entristecendo.
– Eu sei... Só é difícil, mas vou melhorar, hoje vou visita-lá – Cebola respondeu vendo a professora entrar em classe.
– Nós vamos também – Cascão concluiu tentando sorrir.
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Magali chorava quietinha em seu canto acompanhada da Denise que dividia cadeira com ela.
Umas três pessoas da sala já tinham vindo perguntar o que tinha acontecido e como a Monica estava, alguns outros não tiveram coragem de tocar no assunto.
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A professora do terceiro entrou na sala um pouco desnorteada, sabendo do acidente e das consequências dele, decidiu junto do diretor tirar aquela aula para conversar com os alunos juntamente a psicóloga do colégio.
Cebola ao ver a psicóloga que eles já conheciam entrando, percebeu a qual assunto a aula iria tratar.
Sentiu uma vontade quase incontrolável de levantar e sair dali, mas sabia que o diretor não deixaria e que uma hora ou outra eles iam acabar tendo que falar naquilo, resolveu ficar.
A psicóloga chegou avisando que iam conversar um pouco sobre o ocorrido, e começou sua “sessão” tentando ouvir os alunos e suas diferentes opiniões sobre o trauma pós acidente.
Cebola tentou não prestar atenção nos depoimentos dados, alguns carregados de emoção que o fizeram engolir o choro três vezes, sua atenção teve que ser voltada para o assunto quando o Cascão o cutucou indicando que a psicóloga falava com ele.
– Me fala um pouco sobre o que sente – Ela pediu cruzando as mãos o olhando com atenção.
– Eu... Eu não quero falar sobre isso – Cebola respondeu respirando fundo.
– Cebolácio é importante colocar pra fora o que está sentindo – Ela insistiu sob o olhar de todos da sala.
– Eu só quero que tudo isso passe, e que a Monica volte – Ele respondeu olhando para os próprios pés.
Ela respirou fundo, percebendo instantaneamente que ali não se tratava apenas do trauma do acidente em si e sim da possível perda de alguém amado.
Fez sinal para ele continuar.
– Eu só tenho medo de receber a qualquer momento uma ligação dos pais dela, tenho medo de no meio da noite o telefone tocar, de não poder mas vê-lá, eu não ligo pro que aconteceu comigo, não estou com trauma nenhum sobre meus ferimentos externos, aqui dentro dói muito mais do que qualquer outro machucado aberto que o acidente tenha causado. – Ele falou enxugando uma lágrima – Só queria que tivesse sido comigo e não com ela.
Algumas pessoas da sala já tinham voltado a chorar, Cascão abaixou a cabeça com as mãos na testa, a professora também chorava tentando esconder suas lágrimas, já a psicóloga olhou profundamente emocionada com o depoimento mais forte da sala dado até o momento.
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O horário da saída chegou e o Cebola tratou de se apressar para passar em casa e depois no hospital.
Chegou em casa tomou um banho correndo, comeu alguma coisa e saiu disparado.
Chegou lá e encontrou os pais dela já sentados na sala de espera.
– Oi Cebola – Dona Luisa cumprimentou olhando as horas.
Faltavam um pouco menos de uma hora para a visita, reparou que o rapaz tinha chegado cedo.
– Oi – Cebola cumprimentou os dois se sentando no sofá.
– Como foi na escola hoje filho? – Seu Sousa perguntou reparando no menino abatido.
– Foi... Ruim, é horrível ir pra lá sabendo que ela não está – Cebola respondeu abaixando a cabeça. – Alguma noticia dela?
– Infelizmente está na mesma – Dona Luisa respondeu pegando sua bolsa.
– Hum... – Ele lamentou em silencio.
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A hora da visita chegou e Dona Luisa e seu Sousa subiram primeiro, Cascão, Magali e Denise também já estavam lá.
Cebola permaneceu quieto, impaciente, balançava as pernas sem parar, em dez minutos que pareceram horas, os pais da Monica desceram o avisando que ele podia subir com mais uma pessoa.
Cebola respirou fundo pegando a etiqueta de visitante da UTI e a colando no peito de sua camiseta, Cascão o acompanhou no mesmo processo.
Enquanto caminhavam até a sala em que ela se encontrava ele tentou se concentrar o máximo pra se acalmar, chegaram e entraram, assim que ele a viu suas lágrimas desceram quente pelo rosto, Cascão tentou se manter forte mas não conseguiu, chorou em silencio.
Cebola pegou nas mãos geladas da Monica e as segurou entre as dele, olhando em seu rosto sem expressão.
Já tinham retirado a faixa da sua cabeça agora estava só com um curativo, continuava com os roxos pelo corpo e entubada.
– Volta pra mim... Volta pra mim – Cebola pedia soluçando no choro, colocando sua cabeça na mão dela.
Cascão colocou sua mão nas costas do amigo, observando calado.
– Fica comigo Mo – Ele pedia com esperança dela acordar a qualquer momento.
Alguns minutos se seguiram assim até que a enfermeira entrou indicando que o tempo deles tinha acabado.
Cebola tomou fôlego e saiu da sala a olhando até sair de sua vista.
Chegaram na sala de espera e assim que entregaram a etiqueta para as meninas Cascão olhou para o amigo e o abraçou. Ambos caíram no choro.
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Cebola já estava quase indo embora quando a Dona Luisa o chamou.
– Filho, eu sei o quanto você é importante para a Monica, e queria que você cuidasse disso pra ela – Ela falou tirando de sua bolsa uma bolsa preta.
Cebola olhou ansioso para as mãos dela.
– É a câmera dela, ela guarda tão bem que não sofreu um arranhão, eu acho importante você ficar com ela, ela filmou e tirou fotos de tudo que aconteceu na viagem, guardar memórias boas ajuda muito – Seu Sousa comentou chegando lá.
Cebola ficou imóvel, ele sabia que a Monica tinha filmado e tirado fotos de tudo, ele acompanhou cada momento, eram memórias inexplicáveis, pegou a câmera nas mãos tremendo, ele imaginava o quanto isso era difícil para os pais dela.
– Eu... Nem sei como agradecer – Cebola falou a abraçando emocionado.
– Sei que ela ficará muito feliz vendo vocês lembrarem de coisas boas – Dona Luisa concluiu saindo de lá limpando uma lágrima.
Cebola foi para casa agoniado, chegou correndo, subiu pro quarto e fechou a porta, ligou a câmera no seu note sentindo um frio na barriga, um buraco se formou em seu coração na hora em que abriu a primeira foto, era dos dois sorrindo sentados no topo do monte, com o nascer do Sol em suas costas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom pessoal, espero que tenham gostado!
Se puderem deixem suas opiniões, são sempre muito bem vindas ♥
Força pro Ce :(
Beijão e até o próximo capítulo ♥