Seven Lifes escrita por lis


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Yo! Olá, como vão?

Antes de mais nada, recomendo que leiam as notas da história, tem informações que eu acho que são no mínimo interessantes.

Bom, como dito antes, essa fanfic é um teste, o que significa que a opinião de vocês é mais do que importantíssima, então, caso haja qualquer dúvida, crítica, opinião, teoria, qualquer coisa mesmo, sintam-se livres nos comentários!

Caso não tenham entendido algo, fiquem calmos gafanhotos, tem muuuuito para acontecer e ser explicado ainda.

Ah, e eu também queria dizer que não poderia estar mais feliz em estar escrevendo isso. Sempre tive receio de escrever algo de Percy Jackson assim como sempre tive o desejo. Nada relevante, só um comentário mesmo hehe.

Bom, sem mais delongas, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/631722/chapter/1

17:54

13 de Junho, 2013

6 vidas

A seringa nas mãos de Annabeth estava prestes a cair no impecável piso branco da casa se não fosse por Frederick, que segurou os pulsos da garota, forçando-a a parar de tremer. Ela estava apavorada, de fato, mas sem motivo algum; aquela cena era repetida diversas vezes todos os dias.

Porém, ignorando a questão que martelava em sua mente, respirou fundo e encarou o homem, agradecendo-o silenciosamente, com um nó na garganta que a impedia de emitir qualquer som.

– Sabe, Annie... deveria confiar mais em mim. Já faz muito tempo, entende? – Annabeth sabia que não haviam mais motivos para deixar de acreditar nas palavras do pai; Frederick mostrara remorso de tal forma que qualquer pessoa com o mínimo de senso já teria reconhecido e perdoado. Estava sendo um anjo para ela. Entretanto, simplesmente não era capaz de perdoar. Guardar rancor era errado, mas inevitável, afinal as pessoas aprendem com os erros quando realmente querem. Frederick não queria.

– Eu sei disso, Frederick. Não é necessário lembrar-me a cada cinco minutos. – O sorriso que se formou lentamente no rosto do homem serviu apenas para irritá-la ainda mais, a raiva acumulando perigosamente.

– Formal como sempre, certo? Tem vezes que até esqueço que somos pai e filha, não? Mas não se preocupe, Annie. Eu sei que você nunca esquecerá o sangue que corre em suas veias. É o mesmo que o meu, querida. – lentamente, levantou a mão e deixou-a na altura do rosto da garota, que enrijeceu no mesmo instante. – Ele está circulando por você, ele faz parte de você, ele é você. Você odeia quando estou aqui, não é? Mas esquece que eu sempre estarei com você... – acariciou a bochecha de Annabeth, que logo levantou a mão para impedi-lo, mas teve seu pulso agarrado com agilidade – Você é uma Chase, então eu sugiro que comece a perceber o orgulho que deveria ter disso, de seu sangue. Sua mãe também foi teimosa e demorou demais... você viu as consequências de perto, não viu?

A gota d’água. Naquele exato momento, toda a sua raiva, angústia, nojo, medo, agonia que sentia em relação ao pai, tanto do passado quanto do presente, fizeram-na levantar a mão – que ainda tremia consideravelmente –, pronta para colocar toda a fúria num tapa estalado no rosto do homem à sua frente, o sangue fervia, a raiva a consumia, a mão formigava...

E Annabeth hesitou. Sua mão ficou parada no ar, tremendo. Repreendeu-se, e decidiu descontar o que restou de sua raiva em si mesma: injetou o líquido da seringa brutalmente. Não precisava olhar para saber onde estava a veia, apenas a injetou, a cabeça baixa, os olhos lacrimejando de raiva e dor, o líquido gélido passando por dentro de si, caminhando por seu braço até que a sensação se dissipasse antes de chegar no pulso, a familiar ardência acalmando-a como uma canção de ninar. Normalmente, sentiria a droga por muito mais tempo, porém havia um certo tempo que o mercado de drogas local não estava dos melhores, desde que um dos melhores traficantes, Ethan Nakamura, fora preso, resultando em drogas mais baratas e com um efeito medíocre; para melhorar a situação, Frederick estava sem tempo para modificá-las e assim, melhorar um pouco o efeito. É claro que o vício não exigia o melhor, mas o problema de Annabeth não era o vício. E o maldito problema, exigia o melhor. A piora era sentida e ignorada pela mesma, enquanto, internamente, clamava pelos antigos resultados, deseja o vício; não que ela já não o tivesse contraído com o tempo, mas era uma parcela inútil diante de sua outra necessidade.

Estava viciada em seu próprio inferno.

*

– Você modificou a última dose? – Indagou Annabeth, séria. Acabara de adentrar o estranho e claustrofóbico cômodo, onde o branco predominava de tal forma que chegava a irritar seus olhos, e era quase doloroso perceber o quão acostumada estava com ele. Seus passos eram pesados, e sua preocupação era grande ao ponto de seu andar transbordar a tensão sobre seus ombros.

– Não tive tempo, querida. Por quê? O sono a incomodou? – A voz de Frederick soara tranquila, e era possível sentir apenas um pequeno fio de falsa preocupação no meio de seu tom casual, da qual seria cômica para a garota se esta não estivesse sendo consumida pelo desespero naquele momento.

– Não, e esse é o problema. Pai, duas semanas. Duas semanas, apenas com uma dose e eu não tenho nenhum sinal de sono e você não a modificou! Algo tem de estar errado, isso não é humanamente possível! – Infelizmente, Annabeth não obtinha o dom de segurar suas emoções e de suas palavras o desespero transbordava, além da frase ser constantemente interrompida por si mesma, pois a ansiedade a impedia de parar de roer suas unhas.

Frederick apenas suspirou, cansado.

– Por favor Annie, sem drama. Isso é algo bom! Você sabe que tanto as doses quanto o tempo andam escassos, então diminuir a frequência necessária vai facilitar e muito. Provavelmente é apenas uma resposta de seu organismo, que deve estar, de alguma forma, se acostumando. Você poderia, uma vez na sua vida, parar de procurar respostas para tudo e aproveitar mais, sabia? – A loira estava abismada demais para ter qualquer reação além de imaginar se estaria sonhando com aquela conversa fiada. – Você não precisa saber o que causou isso, mas precisa aproveitar enquanto dure. Entenda que se tivéssemos respostas concretas para tudo, não seríamos um bando de pessoas estranhas e insanas dividindo um mesmo planeta.

Era de se esperar que Annabeth não se contentasse com tal resposta. Optou por ignorar o discurso de moral e se concentrou na suposição feita logo antes, o que evitaria mais brigas desnecessárias.

– “Se acostumando”!? Frederick, eu passei a porra da minha vida toda fazendo isso, e então meu organismo decide se acostumar, repentinamente, sem motivo algum? É nisso que você quer que eu acredite? E eu me lembro de quando me diagnosticou com aquela coisa estranha! – Antes, Annabeth estava em conflito entre dizer ou não aquilo; queria muito tentar diminuir as brigas com o pai, e para isso sabia que precisaria de mais tolerância. Mas não conseguiu mais ficar quieta, e acabou aproveitando a oportunidade. – Eu vi você modificando as doses ontem, Frederick. Eu não sei que merda você está tentando esconder, mas eu imploro que pare logo antes que isso se torne mais sério do que precisaria. Por favor, me diga logo, não estenda esse assunto mais do que já estendeu.

– Eu ainda não tinha certeza! Não tinha feito pesquisas, nem confirmado os resultados dos exames. Foi como uma... explicação temporária, acho que posso dizer isso. Você estava assustada, eu precisava acalmá-la... e tudo se encaixou, entende? – O homem a encarou, tentando tranquilizá-la, talvez. Se realmente era aquilo, fora em vão. E ainda conseguira ser estúpido o bastante em pensar que a filha não perceberia o assunto sendo desviado sem nenhuma sutileza.

– Explicação temporária? – Atônita, um desejo quase incontrolável de estapeá-lo começou a consumi-la. – Então você simplesmente inventou qualquer merda para me convencer de que minha única saída era injetar uma mistura de drogas modificadas que me impediriam de dormir? – O sangue fervia, e suas bochechas começavam a tomar uma tonalidade avermelhada devido à raiva. – Caralho, Frederick, eu tinha sete anos!

– Não, não! Annabeth, os diagnósticos eram verdadeiros! Mas você estava à beira da insanidade, eu não tinha mais o que fazer. Você precisava acreditar em alguma coisa, precisava crer em uma saída, e tudo o que eu fiz foi encontrar a porra da saída pra você! Se houvesse alguma coisa, qualquer coisa que eu pudesse ter feito, eu teria feito e você sabe disso! – O tom de Frederick tinha uma sincronia imperfeita entre desespero e irritação. Ela sabia que estava sendo injusta, que ele tinha alguma razão, apesar de não chegar nem perto de ser toda, entretanto confiar nele parecia se tornar cada vez mais difícil, como sempre fora. Suspirou, derrotada, encarou-o e impediu que sua raiva interferisse em sua próxima ação.

Caminhou lentamente, os passos singelos e tímidos só poderiam ser ouvidos no total silêncio. Foi se aproximando de Frederick, decidida, e então o abraçou. Pôde perceber o quão incrédulo estava o pai, e quase sorriu. Lembrou-se de todas as vezes que encarou aquele homem, pensando “eu estou tentando, juro que estou...” e percebeu que era mentira. Ela nunca havia realmente tentado confiar nele, nunca realmente se esforçara, não como deveria; não como uma filha deveria.

E antes que pudesse perceber, as palavras jorraram de sua boca num sussurro:

– Eu vou conseguir. Prometo.

Aquele fora seu maior erro, sem dúvidas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo, beijinhos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Seven Lifes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.