Herdeira do Trono - Parte I escrita por NandaHerades


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Amigos leitores, espero que estejam gostando da minha história!
Beijos!
Nanda Herades ♥



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— Bom dia, meu amor — minha mãe gritou assim que cruzei a porta da cozinha — O que aconteceu? —ela olhou para minha cara de doente.

— Não estou me sentindo bem hoje — falei — Acho que estou com febre.

Ela correu e colocou a mão na minha testa. Depois me colocou sentada em uma cadeira e pegou o termômetro, colocou em mim e esperou o aparelhinho apitar.

—Ah! — ela tomou um susto — 39 graus. Você está muito mal!

Eu estava muito mal? Sim. Eu estava. Meu medo havia transpassado a escala mental e chegado à escala física. Minha mãe me levou para o quarto e me deu um antitérmico.

— Eu preciso abrir a loja hoje — ela falou — Mas volto cedo, prometo! E Vênus vai ficar com você — ela riu da cadelinha que não saia de perto de mim.

E minha mãe saiu, fiquei sozinha. Não queria dormir por medo de ter pesadelo, não queria sair por medo de encontrar o tal homem, tudo se resumia no medo que estava sentindo. Fui para a sala e liguei a televisão, coloquei em um canal qualquer e fiquei olhando para a tela do aparelho sem prestar atenção no que assistia. Do meu lado Vênus brincava com um osso, fiz carinho na cabeça dela e ela lambeu minha mão. Quando estava me sentindo melhor, fui até a cozinha e comecei a preparar um macarrão instantâneo para comer.

Estava esperando a água ferver quando alguém bateu na porta. Vênus começou a latir como uma doida e quando eu fiz menção em atender ela rosnou para mim. Mandei-a ir deitar e ela saiu chorando. Fui até a porta e a destranquei, abri e me arrependi.

— Posso entrar? — O homem que me perseguiu no dia anterior estava parado na minha porta. Minha cara de horrorizada deve ter o feito achar graça, pois o sorriso dele era de deboche.

— Vá embora daqui — falei com a voz alterada e tentei fechar a porta na cara dele, mas ele me impediu.

— Que garota mal educada — ele sorria sarcasticamente — Não te ensinaram que não se fecha a porta na cara dos outros?

— Você pode me deixar em paz? — falei quase chorando.

Ele começou a andar em minha direção e entrou em minha casa. Corri e peguei o telefone.

— Saia ou ligo para polícia — o ameacei, mas ele chegou mais perto e tomou o telefone da minha mão com tanta facilidade que eu fiquei chocada comigo mesma.

— Tola — ele falou e colocou as mãos no meu pescoço, comecei a ficar sem ar.

— Me solta — eu falei lutando para que ele me soltasse — Socorro.

Mas o homem continuou me sufocando. Minha visão estava ficando turva. Eu só conseguia enxergar o olho preto e assustador daquele homem que tentava me matar. Percebi que uma claridade aparecia atrás dele, fiquei quieta para que ele não percebesse a movimentação, mas ele percebeu e me soltou. Depois me agarrou e colocou um punhal no meu pescoço.

— Não se aproxime anjo — ele gritou e eu vi quem estava na sala da minha casa. O anjo que jurou me proteger nos meus pesadelos, ele existia. De trás dele saiu uma mulher, ela era negra e bem magra, vestia um vestido branco e acima de sua cabeça havia uma luz tão clara que quase não se percebia — Merl?

A mulher passou na frente do anjo e se aproximou. Ela sorria para o homem que me mantinha refém.

— Irriel — ela disse e finalmente eu sabia o nome daquele homem — Não faça algo que possa se arrepender depois.

— Você está viva — ele gritou — Por que não me procurou? — ele parou e a ficou observando —Você ainda é um...

— Anjo? — ela completou — Sou sim. Eu fui perdoada. E você também pode ser...

— Eu não quero — Irriel disse e apertou o punhal no meu pescoço.

— Você não pode matá-la, Irriel. Estará ofendendo o Trono — o anjo disse e eu conseguia sentir o ódio de Irriel ao ouvir a palavra Trono.

— Shamayim merece esse destino — Irriel gritou e eu sentia o punhal perfurar de leve a minha pele.

Foi nessa hora que os olhos do anjo começaram a brilhar. Feche os olhos, eu ouvi a voz dele em minha mente. Apertei os olhos com força. Atrás de mim Irriel gritava, ele me soltou e quando virei para olhá-lo fiquei horrorizada com a visão do homem todo queimado. Ele gemia e implorava para que aquilo terminasse.

— Chega Lukiel — Merl gritou — Eu tomo conta dele agora. Fique com a garota.

Merl passou por mim e levou Irriel para fora de minha casa. Aos poucos eu percebia que a pele queimada dele voltava ao normal. Como aquilo era possível? Lukiel, o anjo, ficou parado no mesmo lugar. Eu não virei porque sabia que não podia olhar para seus olhos e agora eu entendia o motivo.

— É por isso que não deve olhar para os meus olhos — ele disse.

— Vocês são anjos? — perguntei incrédula.

— Merl e eu sim. Irriel é um anjo caído — ele falou com paciência.

— E por que estou sendo perseguida por Irriel? — perguntei e percebi que saia sangue do meu pescoço.

— Eu cuido disso — Lukiel disse. Ele ficou perto de mim e colocou a mão sobre meu machucado, imediatamente ele estava curado. Depois se afastou — Irriel acha que pode se vingar de nós te matando.

—Eu? Por que eu? — perguntei.

— É um pouco cedo para você saber — ele falou se afastando — Você só deve ficar em segurança.

Fiquei em silêncio. Ele também. No fundo eu não queria saber nada do que estava por trás daquilo tudo, eu só queria me livrar daquele pesadelo. Eu não merecia aquilo, eu sofri demais quando criança, por isso sempre achei que seria feliz.

— Livrei-me dele — Merl voltou — Lukiel, o problema é maior do que imaginávamos. Ele sabe bem mais do que esperávamos.

— Tenho que voltar para Shamayim — Lukiel falou — O Trono espera explicações.

— Pode ir, eu cuido da garotinha — ela disse e olhou para mim.

— Até breve, Saraí — ele disse e desapareceu.

Merl foi até a cozinha e fez um chá para mim. Ela era bem diferente de Lukiel, seus olhos eram castanhos e ela não possuía asas. Enquanto ela me servia perguntei:

— Por que você é diferente dele?

— Lukiel? Ele é um soldado — ela disse se sentando do meu lado — A função dele é proteger Shamayim.

— E você? O que é?

— Sou anjo da guarda dos humanos — ela falou — Eu tenho que protegê-los.

— E o Irriel? — perguntei e ela franziu o cenho.

— Ele também era um soldado, mas acabou fazendo coisas erradas — ela disse e pude perceber a tristeza no olhar dela.

— Por que sou tão importante? — falei temendo pela resposta.

— Não posso te falar, Saraí. Não é o momento, mas em breve você saberá — ela disse e passou a mão no meu cabelo — Agora tenho que me transformar de novo. Sua mãe está chegando.

— Transformar? — perguntei.

— Sim, querida. Eu sou Vênus, a cachorrinha — ela riu e saiu de perto de mim. Depois Vênus apareceu pulando ao meu lado. Sorri e fiz carinho nela.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido!
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