Tenshi Nanka Janai escrita por umcarachamadobob


Capítulo 1
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O bar estava cheio e a musica alta impedia que as pessoas pudessem ouvir bem umas as outras. O cheiro da comida que era feita se misturava ao aroma adocicado dos jasmins que floresciam do lado de fora do estabelecimento. Nesse bar se encontrava gente de todas as idades e estilos, pessoas que quase sempre iam lá para esvair sua tristeza se afogando em copos e mais copos de álcool. Foi nesse lugar que eu conheci Uruha, o meu anjo.

Logo que o vi percebi que ele era diferente de qualquer outro. Os cabelos claros lhe caindo sobre os ombros e os olhos escuros, profundos como abismos, que me faziam imaginar como seria poder mergulhar naquela escuridão. A mesma escuridão que sempre que olho me faz lembrar exatamente de como nos conhecemos naquele dia ameno de outono.

As folhas caiam amareladas do lado de fora da janela, não pude evitar me distrair com elas e acabei tropeçando em uma das cadeiras do bar. Foi Uruha quem me ajudou, foi ele quem me segurou e eu pude, finalmente, ter aqueles olhos sobre os meus.

- Você está bem? – Ele perguntou. Apenas acenei com a cabeça e ele disfarçou um sorriso. – Você deveria prestar mais atenção nas coisas...

- Nas coisas...? – Perguntei, em minha mente as coisas ainda giravam e eu tentei me levantar e ficar direito. Ele me ajudou.

- É... Não é difícil perceber que você anda com a cabeça na lua... – Dessa vez ele não disfarçou e sorriu abertamente, me fazendo corar. Ele era extremamente adorável.

- O... Obrigado por me ajudar... – Corei ainda mais e ele riu.

- Sabia que você fica extremamente fofo quando está corado? – Acho que nesse momento eu já estava púrpura, então desviei o olhar para o chão numa tentativa frustrada de disfarçar meu rubor. – Seria melhor sentar, você não acha?

- Ah... Claro, claro! – Respondi, lembrando-me do motivo de ir até aquele bar, não tinha nada pra comer em casa.

Sentei em uma mesa próxima a janela, como me acostumei a sentar desde aquele dia, quando vinha ao bar e peguei um dos cardápios que estava disposto sobre a madeira escura.

- Então, já se decidiu? – Uruha perguntou, aproximando-se com um bloco de anotações.

- Udon... – Murmurei, ainda folheando o cardápio.

- Só isso?

- É... – Então o olhei e ele sorriu mais uma vez. Seu sorriso era lindo e eu só podia pensar que se ele dedicasse sempre sorrisos tão doces a mim eu perderia a razão e viveria por ele.

E era só o que eu queria desde a primeira vez que o vira, do lado de fora do bar, viver por ele. E eu nunca havia me sentido dessa maneira antes, nunca havia me sentido tão bem em desejar alguém. E como desejava...

- Aqui está... – Ele disse, colocando a travessa de udon na mesa.

- Qual o seu nome? – Perguntei e ele pareceu um pouco surpreso.

- Takashima Kouyou, mas pode me chamar de Uruha!

- Obrigado, Uruha! – Exclamei, me servindo de um pouco de macarrão e ele sorriu.

- E você...? – O encarei e o sorriso dele se enlanguesceu ainda mais.

- Shiroyama Yuu, mas pode me chamar de Aoi... – Não conseguia evitar o rubor e a quentura que teimavam em subir até minha face.

Comi o udon enquanto o via se afastar da minha mesa para atender os outros clientes. Logo a noite havia chegado sem que eu sequer percebesse e, apesar de ser sábado e eu não precisar me preocupar com o tempo, resolvi pedir a conta.

- Já vai? – Uruha perguntou, depois que me viu pagar.

- É... Ta tarde e eu nem vi o tempo passar! – Comentei.

- Ah, mas meu expediente ta quase acabando... Por que você não espera e a gente pode ir junto! – Ele terminou com um enorme sorriso e eu sorri também. Foi uma surpresa, mas depois de toda uma tarde conversando com ele eu acabei me acostumando com o seu jeito. – Vamos? – Ele chamou, após terminar de arrumar as coisas e tirar o uniforme de garçom e eu o acompanhei.

- Você mora aqui perto?

- Moro... Mudei-me há pouco, a casa de meus pais era muito longe, então resolvi alugar esse apartamento por aqui! – Confessou, sorrindo.

Andamos um pouco e paramos em frente a um prédio alto com janelas espelhadas.

- É aqui? – Perguntei, tentando disfarçar o tom decepcionado da minha voz.

- É... Quer subir? – Ele perguntou e eu estranhei a pergunta. – É... Eu nunca tenho visitas, então... Seria legal se você subisse... – Ele explicou.

- Tudo bem, então... – Cedi e subi até o seu apartamento. Era um imóvel pequeno, mas extremamente confortável.

Ele me serviu uma xícara de chá e conversamos bastantes, mas estava realmente tarde e eu precisava ir, estava cansado.

- Mas... Já? Eu estava gostando tanto de conversar com você...

- É... Eu tenho casa, sabe?! – Brinquei e ele riu gostosamente.

- Foi... Uma noite muito boa... – Ele disse, se aproximando um pouco mais. Seus dedos acariciaram meu rosto e eu segurei sua mão.

- Seria bom se pudéssemos ter mais noites assim, você não acha? – Sugeri.

Seus lábios tocaram os meus, iniciando um beijo doce e calmo. Tão doce e calmo quanto todos os outros que viriam.

- Sabe... Na primeira vez que te vi pensei que fosse um anjo... – Confessei e ele sorriu, me dando um selinho.

- Mas eu não sou...

Sim, ele é! O meu anjo...

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Notas finais do capítulo

~ Reviews fazem de mim uma pessoa feliz ;;



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