Por João Lucas

Passei o dia todo, que por sinal foi bem longo, refletindo sofre minhas atitudes de ontem, eu me sinto muito mal por estar '' brigado'' com Du, ainda mais por uma besteira, pensando bem agora, discutimos por uma besteira. Nós ja amadurecemos muito em pouco tempo em diversos sentidos, esse tipo de coisa não faz bem para nosso relacionamento, disso tenho certeza.

Olho no relógio e vejo que falta meia hora para meu expediente terminar, resolvo então chamar Talita para uma conversa seria.

A chamo pelo telefone e sem demora alguma ela aparece batendo em minha porta.

TA: Posso entrar?

JL: Claro.

TA: Você está precisando de alguma coisa?

JL: Não não, eu só queria conversar com você, esclarecer algumas coisas, que acho que estão meio confusas.

TA: Olha se for quanto ao meu trabalho eu... - Não a deixo terminar, pois ela já ia se justificar antes mesmo de saber o que é, isso sempre me irritou nela.

JL: Não é nada sobre o trabalho, não teria o porque de reclamar de você. - Ela sorri. - Aqui, nossa relação é ótima, não só como patrão e empregada, mas você também se sai ótima como amiga.

TA: Obrigada, mas então o que é que você quer esclarecer?

JL: É que assim, ontem eu percebi que você estava, dando em cima de mim e eu quero Talita, que você me respeite, principalmente perto da Du, ela estava do meu lado, vocês nunca foram amigas, mas provocações a essa altura do campeonato, acho de mais.

TA: Ta, me desculpe... Não foi minha intenção, acho que devo ter bebido de mais.

JL: Desde quando você chegou estava a provocando.

TA: Ah Lucas, na real, que nada mude aqui, no ambiente de trabalho, mas acho que você merece mais do que cuidar de crianças e uma mulhersinha... Arrumadinha - Tenho certeza que não era isso que ela ia falar, sua cara de deboche é tamanha, mas tento ignorar. - Que nem dançar quer porque limpou bunda de neném o dia todo. Na contra seus filhos.

JL: Na real também Talita? Acho que é imensurável algo melhor que isso para mim, dois filhos lindos que transformaram minha vida e que vão me amar incondicionalmente para sempre e uma mulher... Incrível que se preocupa comigo e me ama assim como eu a amo

TA: Tá né?! Se você acha... Então, foi mau ai. Mas não vou mudar minha forma de pensar.

JL: Eu desculpo e, assim como você, também não mudarei o que penso. - Dou uma piscada e um sorriso para ela logo apos continuo. - E, se você achasse mesmo isso teria se preocupado antes, você teve sua chance, lá atrás, no ensino médio.

Saio da minha sala e vou direto para o elevador, com minha consciência mais tranquila por ter colocado Talita em seu lugar com a certeza de ter falado tudo numa boa, sem muito estresse e grosseria.

Desço na garagem da empresa, pego meu carro e sigo para casa, no caminho me perco em pensamentos... '' Realmente eu devo agradecer a Deus todos os dias por tudo que aconteceu em minha vida, todas as mudanças positivas e principalmente pela Du, o que falei lá dentro para Talita é uma grande verdade e diferente de mim muitas vezes, ela faz todas as coisas pensando em nossa família, ela sempre gostou de beber, mas não anda bebendo para não dar nenhum tipo de problema no seu leite, isso só mostra que ela pensa em nossos filhos em primeiro lugar, porque ela poderia muito bem não estar nem ai para isso. Invés de brigar com ela, devia apenas agradecer por ela estar ao meu lado, porque ontem eu percebi ao vê-la dançando com Be que outros caras podem se interessar por ela. E sinceramente eu não seria ninguém sem ela.''

Chego em casa depois de alguns minutos perdidos no transito a mais que o normal.

Entro e na sala a um silencio muito grande , vou até o quarto de Martinha e Alfredinho e eles dormem calmamente, dou um beijo em cada um dele, é engraçado como eles parecem crescer mais a cada dia. Sigo para meu quarto, chego la e Eduarda descansa na cama, me sento ao seu lado, ela está com os olhos fechados, mas não tenho certeza se ela dorme, me aproximo de seu rosto e ela abre os olhos como se tivesse levado um susto me fazendo perceber que ela estava realmente dormindo.

JL: Não foi minha intenção te acordar.

DU: Não tem problema. - Diz ela se sentando e ficando de frente para mim.

JL: Que bom... Du, queria, falar com você.

DU: Eu também queria.

JL: Eu odeio ficar brigado com você.

DU: Eu também, - Ela fala colocando sua mão sobre a minha e soltando um leve sorriso para mim. - na verdade eu odeio, ainda mais por coisa pouca, não quero ficar estragando nossa relação por coisas desse tipo.

JL: Eu também não meu amor, olha eu te amo viu?! Muito, eu piso na bola as vezes, mas eu juro que eu tento melhorar.

DU: Eu acredito. Chega de clima ruim, eu quero viver uma vida boa com você, sem briguinha, tá?! Vamos esquecer o que aconteceu.

JL: O que aconteceu, o que? Eu nem lembro o que aconteceu. - Ela sorri para mim novamente, dessa fez um sorriso enorme, típico de Eduarda, colo minha testa na dela e logo estamos nos beijando. Como era bom fazer isso sabendo que agora tudo estava bem entre nós. Quando ha amor as coisas se resolvem rapidamente, assim como o clima entre nós, que aumenta e logo estamos nos amando em sinal de reconciliação.

... Meses Depois...

As coisas entre mim e a Du não podiam estar melhores, agora já com os bebês com quase oito meses eles davam bem menos trabalho e a Du ainda não tinha achado que necessitava de uma babas. A mãe dela esses últimos dias havia conseguido um emprego na casa de uma família que morava no nosso condomínio e dormiria lá, mesmo Eduarda falando que não havia necessidade ela preferiu ir, quer voltar com sua vida, não tendo que depender da Du, ela havia realmente mudado, estava bem próxima da Du, e já por duas vezes ouvi a Du a chamando de mãe, o que me deixa muito contente. Ela começaria dentro de um mês.

Estamos almoçando, é um domingo e estamos aproveitando para ficarmos juntos. Estamos conversando sobre assuntos aleatórios até que chegamos a falar sobre a época do nosso casamento, Flavia sempre que pode resgata os momentos especiais que perdeu.

FL: E onde vocês passaram a lua de mel?

DU: Nós nem tivemos né?! - Ela fala olhando para mim. - Na época a gravidez começou a apresentar maiores riscos e nem fomos para lugar nenhum.

FL: Vocês não tem vontade de ir? Mesmo que um tempo depois?

JL: Até temos, mas não é viável, tem os gêmeos, que agora que estão mamando menos peito, não da para deixa-los aqui com qu al quer um, nem leva-los...

FL: Ah, mas se fosse da vontade de vocês, claro, eu poderia ficar com eles. Alguns dias, para vocês se curtirem, longe da loucura do dia a dia enquanto ainda posso. Seria ótimo.

DU: Ah sei lá, deixa-los aqui? E se sentirem minha falta? Não acho uma boa ideia.

FL: Acho mais fácil vocês sentirem falta, eles são mais do que acostumados comigo, e uns 5 dias, seria bom. E claro, vocês não poderiam ir tão longe, para qualquer coisa voltarem.

JL: Até que não é uma má ideia...