Por Eduarda

Agora eu estava no quarto com a mãe do Lucas com os olhos cravados em mim. Acho que ela deve estar querendo perguntar algo para mim, afinal Lucas me deu um beijo na sua frente.

Eu estou muito feliz. Além de estar tudo bem com minha filha apesar do acidente, Lucas falou o que eu sempre quis ouvir, ele se abriu, abriu seu coração e falou que me ama. Por mais que eu tenha receio deste sentimento eu o conheço, e é o suficiente para eu ver que o que ele fala é verdade.

Ele foi até sua casa tomar um banho e pegar algumas coisas. Eu acho extremamente desnecessário ele passar a noite aqui comigo, mas tanto ele quanto sua mãe insistem que sim.

Como não estou fazendo nada resolvo dormir.

Durante todo período que dormi tive sonhos ruins, um atrás do outro e, por algumas vezes eu sabia que eram sonhos só que por mais que eu quisesse sair deles não conseguia, era como se eles não permitissem que eu acordasse certamente esses são os piores tipos, sonhava que havia perdido meu bebê, que Lucas estava sendo um pai ruim, um marido ruim, o pior de tudo era o quanto eles pareciam ser reais algumas vezes.

Acordo assustada, lembro de tudo que sonhei, os sonhos em geral são medos e angustias que temos e esses revelavam alguns de meus medos ocultos, aqueles que eu nem mesmo gostava de pensar enquanto estava acordada. Percebo que dormi bastante, Lucas já estava de volta, ele dormia sentado em uma cadeira colocada por ele ao lado da cama apoiando sua cabeça em minha mão.

Tiro ela de baixo dele, está doendo, acho que dormiu. Ao fazer isso ele acaba despertando.

DU: Eu te acordei desculpa.

JL: Não tem problema não - Ele se levanta e me da um beijo na testa.

DU: É que você estava em cima da minha mão e ela dormiu, ai doeu.

JL: Te machuque?

DU: Não. Já já ela acorda - Rimos e ele fala.

JL: E então, como se sente?

DU: Um pouco melhor, mas alguns pontos do meu corpo doem.

JL: Você está com uma carinha, o que foi?

DU: Nada não, um sonho ruim.

JL: Quer contar?

DU: Acho que não. - Ele vem e me abraça.

Ficamos abraçados por um tempo até que uma enfermeira entra.

EF: Com licença, como se sente? – Essa era com certeza a fraze que eu mais ouvi nessas ultimas hora, “Você está bem?” “Como está se sentindo?”

DU: Estou um pouco melhor. – Respondo simpática.

EF: Eu vim para medir sua pressão.

DU: Ata. - Assim que termina de medir fala.

EF: Está controlada, eu vou mandar trazerem algo para você comer antes de dormir depois vou te trazer o seu remédio, o doutor pediu para eu te avisar que você vai ter que passar a toma-lo constantemente.

JL: É para a pressão?

EF: É sim, assim que o medico prescrever a receita virei aqui para entrega-la a vocês.

DU: Tá, mas quando eu vou poder ir embora?

EF: Só mais um pouco de paciência, você dormirá aqui hoje, como já deve estar imaginando e amanhã quando seus médicos doutor Carlos e Vínicos chegarem vão te examinar novamente, só então Carlos assinará sua alta. Agora eu vou indo pedir seu lanche. Até mais!

Quando ela sai eu falo:

DU: Ah Lek, vou ter que esperar até amanhã?

JL: Vai sim. Aguenta só mais um pouco, é só para o bem de vocês.

DU: É... Eu sei. Sabe, às vezes eu fico pensando, eu sempre estou tão mal e se acontecer alguma coisa? Você sabe, já ouvi algumas vezes o meu médico falar que a gravide é de risco...

JL: Vira essa boca pra lá. Vai dar tudo certo. Olha faltam só mais alguns meses, vai dar tudo certo eu vou fazer de tudo para que dê.

Ele me da um sorriso e um enfermeiro traz o meu lanche, era chá com algumas bolachinha, já era tarde. Fiz um esforço e comi tudo, junto com a comida veio também o meu remédio, o tomo e fico deitada.

Lucas fala para eu dormir, mas estava difícil, ele se deita em um sofá que existe na sala e logo adormece, fico observando-o dormir, é incrível como realmente ele se preocupa comigo.

O tempo passa e eu não durmo, acho que não deveria ter dormido mais cedo, agora estou sem sono e por mais que eu quisesse descansar não consigo, meu corpo voltou a ficar bem dolorido. Depois de muito tempo caiu no sono.

Acordo, já é outro dia, não estou mais tão dolorida, mas estou mais cansada do que antes, deve ter dormido muito pouco, estava escutando vozes conversando por isso acordei, ao abrir meus olhos vejo que meus médicos conversam com Lucas. Ao perceberem que estou acordada falam.

Dr. C/ Dr. VÍ: Bom dia Eduarda.

DU: Bom dia!

Lucas vem até perto de mim me da um selinho e sussurra em meu ouvido um bom dia, dou um sorriso para ele e Dr. Carlos fala.

Dr. C: Que susto em Eduarda, João Lucas me contou o que aconteceu.

DU: Pois é...

Eles conversam um pouco comigo, me examinam e falam algumas coisas que preciso saber sobre minha gestação, logo depois eles assinam minha alta e mandam me trazerem um café da manha. Assim que me trazem e eu termino Lucas me fala.

JL: Quer tomar um banho para irmos para casa?

DU: Não, prefiro ir logo e tomar lá!

L: Então se troca para nos irmos logo e, Du...

DU: Que?

JL: Te amo!

DU: Eu também! - Eu estava amando esse Lucas todo romântico, apesar de estranho era lindo o jeito que ele me tratava, para ser sincera a tempos já havia notado o jeito como o ele estava me olhando e agindo para comigo, percebia as investidas que ele chegou a tentar dar mas o ressentimento que eu tinha me impedia de deixar ele se aproximar, agora depois de tudo que ouvi ontem já consegui o perdoar e agora o que eu mais quero que ser feliz ao seu lado.

JL: Ei, você vai se trocar ou vai ficar aqui me admirando.

DU: Não to te admirando nada! - Falo em tom de palhaçada. - Eu já estava indo.

JL: Ah sei.

Vou me trocar e faço isso bem rápido.

DU: Estou pronta, vamos?

JL: Bora, - Ele se aproxima de e continua - Deixa eu te ajudar.

DU: Ajudar a que?

JL: Te ajudar a andar, você acabou de ser atropelada.

DU: Menos né Lucas?! Nem foi grave assim, eu estou bem.

JL: A ultima vez que você me afirmou que estava bem desmaiou e foi atropelada minutos depois! - Ele da risada. - Tem certeza que não quer ajuda?

DU: Se eu não me sentir bem eu falo Lek, serio mesmo.

Depois de convencer ele de que eu não precisava de ajuda para andar saímos do quarto e seguimos até a entrada do prédio, apesar de eu ter falado que não precisava ele foi buscar o carro onde estava estacionado e voltou para me pegar. Ao entrarmos nele Lucas da a partida e logo depois me diz.

JL: Eu vou passar na farmácia, vou comprar seu remédio, aquele da pressão. O medico falou que vai ajudar a estabiliza-la.

DU: Ata, aproveito para comprar um creme... Esse remédio tem horário?

JL: Ele falou que não precisa ser sempre no mesmo horário, só não pode deixar de toma-lo.

DU: Ah, então tá bom
Seguimos até a farmácia, compramos o remédio e mais algumas coisas e depois fomos direto para a casa dele.

Ao chegarmos lá tomo um bom banho e vou para cama, o medico falou para que eu ficasse uns três dias de repouso, fui dispensada do trabalho por esses dias, eu não gosto de ter que ficar parada, mas vou querer descansar esses dias, preciso de um repouso. Lucas me fala que também pediu uns dias para seu pai pra ficar comigo. Com ele será mais fácil de aguentar esses dias em casa.