O preço que se paga, por ser quem é. escrita por Maryam Berger


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, comentem e deem ideias.



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Não existem maneiras de fugir.

Ser da nobreza. Algo que nunca atraiu minha mãe e muito menos a mim. Minha mãe se chama Jocelyn, filha do 14º Duke FairChild e sua esposa, que vinha de uma longa família de aristocratas e grandes proprietários de terras inglesas. Quando ainda muito jovem minha mãe acreditou estar apaixonada por seu primo distante que carrega consigo o título não mais reconhecido de Príncipe Valentim Morgentern da Suiça, mas ainda detentor de de vários outros títulos, uma fortuna invejável, além de ser o líder do ciclo, um seleto grupo de nobres que tratavam de assuntos políticos e econômicos, o namoro, noivado e casamento foram de grande alegria para as famílias pois todos queriam conservar o sangue azul mais puro possível.

Nem preciso dizer que tudo era apenas fogo de palha, o casamento não durou muito, mas durou o suficiente para que eu e Jonathan fossemos concebidos. O divórcio foi em alguns pontos traumático para todos. Depois de alguns anos Jonathan apesar da pouca idade bateu o pé e foi viver com nosso pai na Suiça, pois não queria viver no mesmo teto que nossa mãe, que havia aberto mão de todos os seus privilégios para casar com Luke um plebeu dono de uma pequena livraria.

Os anos passaram, e Luke foi o pai que faltou para mim com a ausência de Valentim, vivíamos em uma boa casa no campo, comprada após Luke melhorar nos negócios e minha mãe ter sucesso com suas pinturas. Como eu disse no início ser uma nobre não era um interesse meu, mas quis a vida que isso chegasse a mim sem que eu pedisse ou procurasse.

* * *

Alguns anos atrás

Era fim de tarde e o frio parecia querer roer meus ossos, mesmo estando com meu casaco mais grosso e minhas roupas mais quentes não parava de tremer, resolvi parar para tomar um café e aquecer meus pulmões, sentei na última mesa, peguei meu pequeno caderno de desenho e passei a rabisca-lo, o café estava uma delícia e assim fiquei por horas, desenhando e bebendo café.

Então que me dei conta que já era tarde não havia mais ninguém na cafeteria, fui até a moça do caixa pagar minha conta quando a porta se abriu violentamente fui literalmente atropelada por uma cabeça com fios dourados, quando dei por mim estamos jogados no chão, ele com o corpo pesado me esmagando, pensei que o café voltaria e sujaria aquele lindo rosto, mas ele saiu de cima de mim antes que essa vergonha acontecesse.

Minha visão estava cheia de flash que cortavam como raios, pensei que pela primeira vez na vida estava vendo “estrelinhas” como nos desenhos infantis, até me dar conta de que eram centenas de fotógrafos se espremendo para fotografar o rapaz e nossa situação constrangedora. Ele não disse nada, nem mesmo me olhou, saiu andando pelo recinto em passos rápidos.

– Onde fica a saída dos funcionários?- Ele questionou. A moça apontou de forma tímida para a direção correta. Ele pegou o celular no bolso e conversa com alguém de forma grosseira, até que desligou.

Alguns minutos depois pude ouvir barulho de freios de automóveis, o dourado colocou a mão sobre a maçaneta mas antes que saísse a moça gritou:

– Majestade, vai deixar a menina aqui? Vai ser um massacre.- Ela disse fazendo menção aos paparazzi. Ele respirou fundo, e olhou para mim de forma terna.

– Preciso que venha- A moça que tinha longos cabelos loiros e um rosto delicado disse em palavras sem som, “Anda logo!” e eu fui.

O vento açoitou meu rosto me fazendo acordar do meu transe, as mãos dele estavam quentes, as senti tremer com o frio, mas seu aperto continuava forte e gentil. Antes que entrássemos no carro preto e brilhante uma van parou em nossa frente, e antes que pudéssemos reagir fomos vítimas de mais fotos.

O carro corria, mais que qualquer outra vez que pude me lembrar em toda minha vida, a cidade era apenas um borrão nas janelas, motos frenéticas nos perseguiam em meio ao trânsito, só me lembro de pensar eu aquilo não poderia estar acontecendo.

– Quem diria que a sua volta seria tão emocionante- O rapaz de olhos azuis no banco da frente sorria, enquanto eu estava apática.

– O que eu posso fazer? Sou irresistível- Ele respondeu ironicamente. Olhou para mim. – Prazer, sou...

– Não precisa se apresentar, sei quem é você. Sua Alteza Real Príncipe Jace.

– Fico feliz que meus súditos não tenham me esquecido, depois de tanto tempo recluso. – O encarei indignada. O carro entrou em túnel escuro que terminou no pátio real, os portões com detalhes feitos em ouro se abriam lentamente, sob supervisão da guarda.

O veículo parou na porta do palácio onde uma senhora de olhos muito azuis esperava aparentemente preocupada. As portas do carro se abriram e eu sai o mais rápido que pude, um dos seguranças puxou meu braço e me levou para dentro.

– Ele está aqui,e seu pai ficará furioso quando ler os jornais. - Ela repetia nervosamente.

– Quem é o Rei? Ele ou meu pai?- Jace retrucou.

– Isabele, ajude a menina - ela disse para uma menina alta que aparentava ter mais idade que eu. Ela enfiou as mãos em meus cabelos, desembaraçando dolorosamente os nós, bateu meu casaco e tirou meu cachecol.

– Não ficou dos melhores, mas irá servir.- Ela disse olhando para mim com desdém

As portas se abriram e todos ficaram tensos, qual não foi minha surpresa quando me deparei com Valentim, saindo da sala seguido por poucos outros, em sua mão direita havia um cálice preenchido por vinho, que mais pareciam sangue. Jonathan estava do seu lado, ele realmente estava aprendendo a ser como nosso pai, um líder que você reconhece pelo andar, pelo olhar, que encanta e aterroriza todos em sua volta. Valentim tinha tanto poder que a pergunta de Jace já não eram incomum em toda Europa, e Jonathan seria como ele, um dia. Os olhos dele logo chegaram até mim:

– Clarissa! Fico feliz que tenha começado a se misturar com pessoas da sua classe- Valentim disse em seu tom frio, abrindo os braços para que me encaixasse entre eles.

Mariza me olhou com temor e respeito, algo comum depois que descobrem de quem sou filha. Fui até Valentim em passos vacilantes, ele me apertou de forma fraca.

– Sua mãe provavelmente não sabe que está aqui e esse será nosso pequeno segredo- Ele disse em meu ouvido levando os dedos a meus lábios, eu apenas consenti e rodopiei para voltar ao meu lugar, Jace me encarava sem expressão alguma.


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Notas finais do capítulo

ENTAAAAAO???? Vamos comentar!!! bjs!



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