Danse macabre escrita por themuggleriddle


Capítulo 1
danse macabre


Notas iniciais do capítulo

Dia 13 de Julho de 1943 é, nos meus headcanons, o dia em que os Riddle foram assassinados pelo Voldemort, então, aqui está... a minha fic anual do assassinato dos Riddle, finalmente mostrando algo um pouco diferente. Para as minhas bbys, Vika, Cella e Thams, porque foi conversando com elas que a idéia veio.



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Aquela talvez fosse a primeira vez em anos que a sala de visitas dos Riddle via toda a família reunida no melhor estilo: Mary usava as suas melhores roupas e jóias, assim como o marido, e o filho deles, Tom, não parecia distante. Na verdade, eles formavam uma bela imagem de como uma boa família deveria ser, todos bem arrumados e sorrindo enquanto saboreavam suas xícaras de chá e biscoitos.

Teria sido uma visão realmente bonita não fosse o fato de que, se alguém olhasse bem nos olhos de cada um deles, veria que, bem no fundo, nenhum dos Riddle estava realmente aproveitando aquilo. Mary servia o chá para o marido e falava de fofocas da vila de uma forma que raramente fazia: seus movimentos eram automáticos demais e era mais fácil ouvi-la falando sobre algum livro do que sobre o namorado da filha do açougueiro. Thomas sorvia o seu chá sempre com um sorriso bobo no rosto e os olhos parecendo quase vazios. E Tom, com as costas retas e o queixo erguido, sorria quase como algum galã de filmes enquanto ouvia os pais.

A única pessoa que realmente parecia ter algum brilho real nos olhos era o garoto sentado no sofá ao lado do filho do casal Riddle. Era o único que não mantinha a postura perfeita, sentado de maneira preguiçosa como se toda a casa pertencesse à si, enquanto deixava os lábios se arreganharem em um sorriso preguiçoso. Uma varinha se equilibrava em seus dedos longos enquanto ele a balançava para lá e para cá.

“Por que não toca algo para nós, pai?” o rapaz perguntou, indicando o piano de cauda preto que ficava ao lado da janela da sala de visitas.

“Ótima idéia,” Tom respondeu, sorrindo ainda mais antes de se levantar e ir até o piano.

O que saiu do piano foi uma melodia quase macabra, como o seu nome já sugeria. Se Tom Riddle, o filho do casal, pudesse falar exatamente o que talvez tivesse passado em sua cabeça caso estivesse totalmente em si, diria que aquela música sempre o lembrara das danças intermináveis que as fadas faziam nas histórias, para onde elas levavam os humanos e dançavam até que estes morressem de exaustão.

O rapaz adorou e apenas alargou o sorriso, tão macabro quanto a melodia, enquanto esticava o pescoço para olhar o homem mais velho do cômodo, que agora se ocupava em colocar a xícara de volta sobre a mesinha de centro.

“É uma ótima música, não acha?” ele perguntou, vendo o senhor concordar com a cabeça e então olhou rapidamente para o homem no piano, dando um sorrisinho de lado enquanto apontava a varinha para o velho. “Avada Kedavra.”

O corpo de Thomas Riddle, antes mantendo a postura ereta e elegante, pareceu murchar quando ele caiu sem vida na cadeira. A música no piano pareceu ficar descompassada, como se os dedos do pianista estivessem escapando por entre as teclas. O garoto bufou baixinho e apontou a varinha para ele outra vez até a música se estabilizar.

“Há outros que ainda querem ouvir, pai,” ele falou, arqueando uma sobrancelha e então olhando a mulher. “Não é, vó?”

A Sra. Riddle sorriu docemente, concordando.

“Você devia prestar mais atenção no que o seu filho diz, Tom,” ela falou, se levantando da poltrona onde estava sentada e indo até o garoto, acariciando o rosto deste com ternura. “Devia ser mais disciplinado como ele.”

“Obrigado,” o rapaz falou, segurando a mão da senhora e se levantando, levando-a junto consigo até a frente do piano, desviando com cuidado do corpo do Sr. Riddle que agora pendia da poltrona.

Por alguns segundos, os olhos do homem ao piano se desgrudaram das teclas e foram até os dois. Apesar dos dedos continuarem firmes na música, era possível ver que ele estava pensando em qualquer coisa que não fosse o som… Na verdade, parecia estar pensando em algo bem assustador, a julgar pelo terror que havia em seus olhos enquanto via o mais novo erguer a varinha outra vez, encostando-a no pescoço da mulher e murmurando algo. Um flash de luz verde surgiu da ponta do objeto e Mary Riddle foi ao chão.

As mãos de Tom Riddle bateram com força no teclado do piano, fazendo subir um som agonizante do instrumento e interrompendo a música por completo. A varinha do garoto agora apontava para ele, mas os dedos do homem se recusavam a voltar a tocar. Todos os seus músculos pareciam estar retesados enquanto ele olhava o rapaz e foi só depois de alguns segundos que ele conseguiu praticamente se jogar para longe do instrumento, caindo para trás no banco enquanto arfava e tentava recuperar o controle sobre o próprio corpo.

O rapaz pareceu frustrado. Suspirando profundamente e olhando para a própria varinha com uma certa indignação, ele foi até o homem, passando por cima do cadáver da Sra. Riddle e o empurrando com o pé até este ficar deitado de costas no chão.

“Será que não podia aguentar pelo menos até o final da música? Imperio,” ele falou e Tom Riddle perdeu o brilho no olhar por um momento, chegando até a se sentar no chão e começar a se levantar para ir até o banco do piano, mas, outra vez, jogando a si mesmo para longe uma vez que pareceu conseguir controlar a si mesmo de novo. “Trouxa inútil, nem mesmo sendo controlado consegue fazer algo certo…”

O homem no chão era uma visão patética. De bruços, apoiado nos cotovelos enquanto erguia o rosto para olhar o corpo da mãe jogado no chão, ele agora chorava copiosamente, todo o corpo tremendo com soluços e com a respiração acelerada e dificultada enquanto ele murmurava algo que pareciam súplicas.

Suspirando outra vez, o garoto apontou a varinha para o outro e murmurou a maldição no momento em que o pai esticava um braço para tentar alcançar a mão pálida da Sra. Riddle. A mão de Tom Riddle ficou parada no meio do caminho, tremendo e retesada até ele conseguir mexê-la outra vez, batendo-a no chão como se tivesse acabado de se libertar de algo que o segurava.

“Desse jeito você acaba com a diversão, pai,” o rapaz falou, aproximando-se novamente e o empurrando de novo até ele o encarar. Era realmente patético… E pensar que era filho daquele trouxa chorão e covarde. “Teria sido melhor continuar a tocar. Avada Kedavra.”


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Notas finais do capítulo

Danse Macabre - Camille Saint-Saëns



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