Kuroko caminhava em passos curtos para a pequena floricultura ao fim de sua rua.

– Tetsuya, querido. – Chamou a jovem. – Eu o estava esperando.

Kuroko Tetsuya apenas deixou escapar um sorriso quase não notável.

– Desculpe. – Fez uma referência. – Como está?

– Estou bem. – Ela sorriu. – São as de sempre?

– Acha que eu deveria fazer uma mudança? – Olhou ao seu redor, reparando todas as flores acumuladas no local. – Há tantas belas flores.

– Você sempre escolhe flores brancas. – Bufou. – Já lhe disse para não ficar ligado às tradições e levar a que você quer.

O menino deu de ombros e suspirou enquanto admirava todas aquelas delicadas flores.

– Eu levarei flores amarelas desta vez. – Falou em seu tom de sempre. – O que acha?

– Acho válido. – Ela sorriu.

Por fim, Kuroko saiu da floricultura com um admirável buquê de margaridas.

– Não volte tão cedo. – A jovem se despediu. – Vá com cuidado.

Kuroko, porém, nada disse.

Ele caminhava com o grande buquê em suas mãos e o admirava. O menino apenas parou de admirar as flores quando parou para pegar o ônibus que precisaria.

Era um longo caminho até o seu destino, mas por conta do trânsito – Que desta vez estava ao seu favor – conseguiu fazer o percurso em menos de duas horas.

Sentiu um nó em sua garganta, sensação esta que já estava acostumado há três anos.

Andou mais um pouco até chegar ao lugar que deveria ir.

A lápide de Kise Ryota.

Viu que já havia algumas flores na lápide e imaginou que seriam de sua família.

– Vejo que já o visitaram, Kise-Kun. – Ele começou. – Desta vez vim um pouco mais tarde. Desculpe-me.

Ele passava a mão da lápide de Kise.

– Neste ano eu resolvi mudar. – Suspirou. – Flores brancas não combinam com você porque elas são muito calmas.

E ele sentia seu coração apertar.

– Nunca conversamos sobre flores. É uma pena, não é? – Ele se esforçava para falar. – Eu trouxe margaridas desta vez, pois além de serem amarelas, da cor de seus cabelos, elas possuem um significado belíssimo.

E agora ele sentia lágrimas em seus olhos.

– Kise-kun. – Ele chamou. – As margaridas amarelas significam amor leal.

E as lágrimas caíram, mais uma vez.

– Você já deve estar de saco cheio, não é? – Soluçou. – Eu sempre derramo lágrimas quando venho lhe ver. Me desculpe.

E enxugou as lágrimas com a manga da camisa.

– Então, Kise-Kun... – Ele suspirou. – Eu trarei margaridas para você de agora em diante porque elas representam o que sentimos um pelo outro. Um amor leal.

E agora ele abraçava as flores.

– Obrigada por tudo, Kise-kun. – Sorriu. – Eu te amo e tenho certeza que nos encontraremos numa vida após a morte.