Tenshi no Tatakai, não Há apenas Um escrita por Anita


Capítulo 3
O Primeiro...




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Tenshi no Tatakai, Não Há Apenas Um § 3- O Primeiro...

Notas Iniciais:

Nossa! Já é o terceiro capítulo! Espero que estejam gostando, afinal até agora não recebi um comentário sobre a fic... Se alguém quiser ser o primeiro mande para meu mail: anita_fiction@yahoo.com agora vamos a ela!

Olho Azul Apresenta:

Tenshi no Tatakai,

Não Há Apenas Um

Capítulo 3 – O Primeiro...

-Mesmo!?-Foi a reação inicial de Kari, ao ouvir sobre o encontro.-Pensando bem, Bia-chan... Eu até que suspeitei algo entre vocês...

-Mesmo!?

-Não me repita.

-Hahaha! Desculpa... Mas por que diz isso?

-O jeito que ele agiu contigo no primeiro dia, quando nos conhecemos.

-Ah... Mas é porque era a primeira vez em que nos falávamos. Estou tão ansiosa! Amada-san e eu!

-Vocês vão sair juntos?-uma voz masculina interrompeu a conversa das duas garotas.

-Itonokoi-san? Não é perfeito!?

  Kari tinha um jeito bastante feminino. Era bonita e alto-astral. Michael era quase que o oposto. Não tinha uma personalidade certa. Naquele momento, ao olhar o companheiro de lado, Bia sabia que para ele não parecia tão perfeito.

-Ele é estranho, não gosto dele. Toma cuidado –falou seriamente.

-Mas eu o conheço desde sempre –a menina disse.

-Imagino; porém o que realmente sabe sobre ele? A única coisa que presta ali é que está acompanhado de alguém tão puro quanto o Cabeça Vazia.

-Cabeça Vazia?-Kari deu uma risadinha.-Será o de cabelos castanhos que vive dando em cima da Bia-chan?

-Exato.

-Puro ele não é!-Beatrice disse prontamente,-Mas concordo com o apelido.

-Toma cuidado; ouviu, Beatrice?

-Certo, Michael... Lá se vai a diversão. Nada de lugares escuros e desertos, hahahaha!

  E o sensei começou sua aula.

“Pelo menos o Gringo está certo em algo,” Fahel interrompeu-lhe a atenção novamente.

“Fahel! Eu quero ouvir a aula...”

“Vai saber disto tudo assim que precisar. É um conhecimento seu aí no seu coração. É como lembranças, só aparecem quando chamadas.”

“Você não gosta do Michael, que não gosta do Amada-san, outro de quem você não gosta... Que triângulo!”

“Não é tão simples. Já apareceram na sua frente, sabem quem é que está com o Medalhão e logo saberão que é a Filha de Deus.”

“Do que está falando!? Ninguém aqui é demônio!”

“Talvez o tal de Amada não seja, mas o que sabe deste Michael? Ele veio numa época bem estranha, não?”

“Por isso mesmo! Seria muito suspeito resolver aparecer logo agora! Qualquer um com algum intelecto aguardaria um pouco.”

“Tenho provas, Beatrice. Aquele cara era da Inglaterra... Pergunte a Michael de onde ele é...”

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Desceram lado a lado, acompanhados de um falador Hanato. Pareciam desfile de uma tinta nova de cabelos. Três cabeças: uma loira, outra ruiva e outra castanha. Beatrice pensou em Michael que completaria o trio com seus cabelos negros.

-É demais vocês juntos! Eu sabia que a Trix-chan aceitaria...-Hanato dizia pela enésima vez.

-Meu nome é Beatrice!

-Está frisando isso para que o Yu o saiba? Não precisa... Ele já aprendeu, né cara?

  O rapaz manteve-se em silêncio.

-Você o está irritando...-Bia disse, incomodada com a companhia.

-Ele já está acostumado. E como fui eu que promovi o encontro, deveria estar no mínimo agradecida, Trix-chan.

-Promoveu?

-Vai dizer que não ouviu minha voz do outro lado? Que outro amigo o Yu tem?

  Não respondeu. Nunca vira Eyuku conversar com ninguém além do falante e importuno Meichi Hanato.

-Vá.-Uma terceira voz se intrometia.

-Yu? Certo... O encontro é de vocês dois mesmo, né? Mas, bem... Vocês vão gostar do lugar que escolhi, é lindo!

-Você escolheu...?-Bia sentia-se apreensiva.

-Se deixasse pro Yu aqui iriam acabar na casa dele. Deve ser o único local que ele conhece neste mundo.

  E saiu, sob um olhar ameaçador do amigo.

-Sinto muito pela inconveniência...-Eyuku dizia, mas não parecia envergonhado. Só como se aquilo fosse rotina.

-Tudo bem... Ele sempre te arranja encontros, é?

-Mais ou menos. Foi a primeira vez que pedi; normalmente vou obrigado a encontros duplos ou coisa assim.

-Pediu por mim?

-É. Não parece ser o tipo de garota fácil. E ele é um especialista.

-Disso não duvido.

-E vocês são bem chegados. Com algumas dicas dele seria mais fácil.

  Beatrice começou a imaginar qual poderia ter sido a dificuldade, já que topara logo no telefonema. Arrependia-se daquilo, talvez se tivesse sido mais difícil. Mas não devia complicar as cosias. Já era tão bom estar com ele. E ficaria claro que era seu primeiro encontro... Com certeza ele notaria que não era uma mulher fácil quanto estava parecendo.

-Dicas?-tentou manter a conversa. Amada era famoso por ser uma pessoa difícil. Não aparentava gostar nem odiar nada.

-É... Então ele nos apresentou. Nunca havíamos nos falado antes. Ele disse que assim você não levaria um susto se eu te chamasse. O problema foi aquele garoto. Fiquei com medo de te perder pra ele.

-Quem?

-O gringo.

  Lembrou-se de Fahel.

-Aonde vamos?-perguntou de repente.

-É uma surpresa. Só me siga.

-Eu não posso me demorar. É que eu prometi ir a outro lugar...

-Outro garoto? O gringo?

-Não... E não chame de gringo, pois se for assim, também o sou.

-Mesmo!? De onde?-Ele parecia interessado.

-Hã... Da Itália.

-Nasceu lá? E o que faz aqui?

-Quando mamãe morreu, viemos pra terra do meu pai, o Japão.

-É órfã?

-Sim... Algum problema?

-É que eu também. Mas só que de pai e mãe. Fui adotado e tudo o mais. Nem me lembro deles... Você se lembra da sua mãe?

-Eu era muito novinha, tinha uns dois anos.

-Eu também, mas nem sei minha idade.

-Que chato ser criado por estranhos...

-É. Sempre me senti fora de lugar. Por isso sempre me esforcei para conseguir notas altas, mas nunca tive interesse em amizades ou coisa assim.

-Por quê?

-Ah, sei lá. Pareciam inúteis.

-Por que o passado?

-Hoje sei que é muito bom ter alguém em quem confiar. O Hanato é quase meu anjo da guarda. Mas é um mercenário, cobra pelos serviços, hehehehe! Sorte minha estar em crédito.

-Seus pais adotivos devem gostar muito de você. Aquele colégio é caro.

-Tem razão. É aqui.

  Beatrice olhou ao redor. Uma lanchonete.

  Sentiu-se aliviada. Era só um local público como outro qualquer. Quanto a esse, o Fahel havia se enganado.

  Conversaram pouco a partir de ali. O rapaz parecia de volta ao seu estado introspectivo e, ao mesmo tempo, à vontade. Bia olhava o moço como quem via um ator de cinema. Alguém longe de seu alcance e de sua realidade. Ele tinha os olhos bem profundos e por várias vezes se perdera ali, observando-os. Como se houvesse sido tragada por um mar negro ou enfeitiçada pelo canto das mortais Sereias.

  Saíram, também em silêncio.

-Quer que eu te leve ao seu próximo destino?

-Se o quiser...

-É por onde?

-Ali...-Apontou.

  Andaram por quinze minutos, em total silêncio. Para Beatriz, não era necessário mais nada, além da presença daquele que era seu amor.

-Um cemitério? Acho que erramos em algum lugar. –O garoto apontou para a entrada bem discreta.

-Não. Era aqui mesmo que eu queria vir.

  Entraram até um túmulo que parecia recém-feito.

-Ah, já acabou...-Beatrice não se sentia desapontada, não queria estar presente mesmo. Se havia algo que recordasse de sua mãe era seu enterro. Fora bastante triste.

-Um enterro... Imagino se são imigrantes. A terra no Japão é muito cara pra essas coisas.

-São sim.

-Parentes seus? Você é meio italiana...

-Não, são espanhóis.

-Pra mim é o mesmo.

-Bem... Um é do lado do outro e são todos descendentes de latinos, mas até a língua é diferente.

-O que mais agora?

-Eu tenho que rezar um pouco. Li que isso faz com que alma vá mais rápido pro céu.

-Céu? Qual a sua religião?

-Católica.

  Bia se ajoelhou ali mesmo e juntou as mãos. Sentia-se muito estranha ali naquele lugar. Teria a ver com o fato de ser a filha de Deus, o quê?

  Suas costas haviam voltado a doer. A dor ia se intensificando enquanto rezava. Por quê? Deveria estar se sentindo bem, como na igreja.

  Alguma voz dizia algo dentro dela.

“Fahel?”

  Não houve resposta... Era um murmúrio bem baixo. Quase como o serpentear de uma cobra ou o cair das águas de uma pequena cachoeira.

“Olhe...”

  Finalmente entendia o que queria dizer... Seria por que era a língua dos Anjos, sobre a qual Fahel falara? Mas não era ele. Suas costas doíam demais.

  Decidira continuar a rezar. Até que sentisse que deveria parar.

“Olhe...”

  Olhar o quê? Se abrisse os olhos perderia sua concentração. Não gostava de cemitérios, pois em um deles estava sua mãe. E ela vira o caixão descer. Era muito pequena... Era uma de suas primeiras lembranças.

“Olhe... Minha...”

  Doía muito... Não agüentaria por muito tempo.

“Olhe para... Minha...”

  Imagens do sonho da outra noite voltavam. A estranha sensação de ser descoberta por dentro pelos assustadores olhos vermelhos. Ela não queria... Não! Não iriam vê-la por dentro. Não aqueles olhos!

“Olhe para trás, minha filha!”

  A voz fez todo seu corpo estremecer. Abriu abruptamente os olhos e olhou para a direção indicada.

-Aaaa!-foi o que pôde dizer quando viu um ser azul bem escuro de olhos negros, redondos, soltando as órbitas.

  Ficou de pé num salto. Um vento gélido vinha do demônio, que estava nu e tinha longas asas vinho. Aquele vento entrava na alma da menina, enchendo-a de medo e de outros sentimentos ruins.

  Beatrice olhou para Amada, que parecia petrificado. Pegou-o pelo braço e saiu correndo, arrastando-o dali.

-O que era aquilo!?-ele perguntou, gritando. Finalmente passou a correr com as próprias pernas.

-Eu não sei! Só pode ser um pesadelo, devo ter dormido enquanto rezava... Só pode ser!

  Lágrimas caíam de seus olhos. O medo, a angústia, a dúvida, aquela dor nas costas... Tudo a estava apavorando.

  Acabaram chegando em uma praia.

-Lá está a coisa!-Eyuku gritou, apontando para o bicho, que parecia o dobro dos dois.

  O vento fazia voar a areia daquela praia abandonada.

-Uma praia... Nunca a vi por aqui. Meu Deus!

-O quê!?-Eyuku olhou para onde a menina apontava –Por Buda...

  O mar era vermelho.

-Aquilo é do Sol certo... Não é sangue..? Né?-ele perguntou hesitante.

  Beatrice voltou a encarar a criatura. Começara a chamar por Fahel, mas sua voz não saía. Era medo demais... Suas pernas tremiam e a areia que voava a cegava.

-O medalhão...-O demônio estava bem na sua frente, estendendo o braço e mostrando longas unhas vinho.-O medalhão... Dê-me o Medalhão de Regina.

  Estava quase alcançando o dito cujo, pendurado no pescoço da colegial.

-Não...-murmurou, com os olhos cobertos de lágrimas.

  Saiu correndo em direção ao mar vermelho. A água não era totalmente líquida. Aquilo era sangue mesmo.

  O vento a ajudou mergulhar ali. Mas fazia com que fosse para onde não queria, pra mais fundo.

“Se continuar assim, vou me afogar... Meu Deus, me ajuda.”

  Tudo ficou escuro, a dor nas costas a vencia.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Não estava mais frio. Um calor havia invadido seu coração... Suas costas não mais doíam. Estava morta?

  Algo quente estava em seus lábios. E aquele calor parecia reavivar seu corpo, já muito cansado.

  Aquilo era estar viva... Arriscou abrir seus olhos, mas alguém estava com o rosto bem próximo ao seu, de olhos fechados.

  Era um beijo!?

  O rapaz se levantou logo que a sentiu se mexer.

-Bia... Finalmente! Meu Deus, eu estava ficando desesperado com a demora.

-Amada-san... Não pode ser... seus olhos ficaram claros...-ela se sentou, ainda meio grogue.

-Sou eu! Fahel. Eu tomei o corpo dele emprestado... Posso ser punido por isso, mas se eu aparecesse em pessoa podia dar problema. Aquele lugar era muito maligno para um anjo... Eu poderia ser facilmente controlado pelos demônios!

-Fahel!?

  Ela levantou-se num pulo, com dois dedos tampando sua boca.

-Por que me beijou, seu tarado!? Foi o meu primeiro e você o estragou!!!

  O garoto levantou-se e sorriu.

-Mesmo? Hahaha! Esqueci vocês humanos dão muita importância a isso. Foi a forma que encontrei de te acordar. Desta vez eles realmente te detonaram. E eu fiquei preocupado...-ele ficou sério de repente e estendeu as mãos para o rosto da menina. E o acariciou.

  A cabeleira ruiva de Eyuku foi maior e cacheando, até se clarear. A altura também mudou um pouco. Um belo rapaz estava na frente da menina. Tinha um olho verde e o outro azul e um rosto branco com rosadas bochechas.

-Eu realmente pensei que você havia... Bem, naquele mar está muito sofrimento. Para uma pessoa como você... Iam acabar te corrompendo de vez. Por sorte cheguei a tempo, te tirei de lá, usando o Eyuku e acho que agora está bem. Mas mais um segundo ali dentro e eu nunca mais veria essa sua face angelical rezando. E você fica linda quando reza! Uma luz emana de você, sabe... Qualquer um ao seu redor, com qualquer problema ganha novas energias pra continuar. Nunca me abandone, Beatrice... Nunca!

  E a abraçou bem forte... De uma forma que a menina nunca se lembrar ter sentido. Seus lábios ainda queimavam com o beijo. De alguma forma, Fahel realmente a tinha revitalizado, de novo. Por mais estragado que tenha sido, nunca mais se esqueceria de seu primeiro beijo.

-O que houve, por que estou te abraçando?-uma voz familiar acordou Beatrice de seus pensamentos.

-Amada-san...-Ela se afastou.-Eu me senti triste e você estava me confortando... Desculpa.

-Tudo bem... Se quiser... Eu só acho que tive amnésia ou sei lá o quê.

-Não, eu tenho que ir a uma missa. Obrigada por me fazer companhia.

  E ali mesmo no cemitério se separaram. Beatrice não queria nem perguntar a Fahel que praia era aquela. A experiência já fora assustadora o bastante em si. Também não queria mais saber do sonho. Queria esquecer aquilo tudo...

  Pelo menos suas costas haviam parado de doer. Por ora.

  Levou de novo dois dedos aos seus lábios, que ainda estavam quentes. Ainda podia sentir aquele doce toque.

  Teria sido apenas um beijo para salvá-la?

  Sacudiu a cabeça quando sentiu seu rosto queimar.

“Que besteira! Ele só me salvou porque seria severamente punido se falhasse, ou algo assim.”

  Mas o que era aquilo em seus lábios que ainda sentia?

“Eu amo o Eyuku e o que sinto por esse anjo, ou sei lá o que, é só compaixão e essas coisas de santo!”

-Ah! Padre Julius!-Ela parou, acenando anormalmente para o Padre.

-Parece animada, Tentoai-san.

-Sim! Estou doida para a missa; ontem foi ótima!

-É uma pena que minha capela seja tão longe da sua casa.

-Não tem problema... Se ficar tarde, mando o motorista vi me buscar.

-Entre, os fiéis já estão chegando.

-Padre... Espere.

-Sim?

-Na Bíblia... Há alguma menção sobre a filha de Deus?

Continuará...

Anita, 20/01/2004

Notas da Autora:

Esse cap vai pra Hikaru Utada, minha cantora predileta que fez níver ontem e também pra uma amiga minha, a Elisa, que fez dezessete ontem também. Hoje eu não sei quem faz não... Ah, sim! A amiga da minha vós, tia Eli! E pro neto dela, hauhauahuaha. *piada sem-graça!? Só se for pra vocês*

O que estão achando da fic!? Já é capítulo três. É tão bom fazer as coisas sem compromissos... O único ruim é não saber o que os outros estão achando... Bem, vocês querem que eu faça fichas com os personagens? Eu tava pensando nessa possibilidade, porque muitas fics originais o fazem. E são muito legais as fichas, hehehe. Vamos ver quando eu a lançar se o público vai gostar. Imagino que o ramo das originais não seja tão atraente quanto os outros aqui no Brasil... Mas pelo menos é tudo meu!!! Quem sabe eu publique isso algum dia remoto de minha existência?

  Tudo bem, sem mais delírios, eu quero e-mails para que eu me sinta incentivada a continuar e o meu é anita_fiction@yahoo.com . Para os capítulos mais recentes desta fics e outras minhas confiram meu Site Olho Azul na url http://olhoazul.here.ws

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