Tenshi no Tatakai, não Há apenas Um escrita por Anita


Capítulo 10
Agnus Dei




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Notas Iniciais: Aiiiii, é tão bom já estarmos nesse capítulo! Espero que estejam gostando e comentam no meu e-mail anita_fiction@yahoo.com e feliz niver pra uma amiga minha!!! Olho Azul Apresenta: Tenshi no Tatakai, Não Há Apenas Um Capítulo 10 – Agnus Dei Andaram até uma casa muito bonita, afastada de tudo. Beatrice, por um momento, se perguntou se não seria o mesmo que Eyuku a que Eyuku a levara mais cedo. Mas parar por ali, não pensaria mais em Eyuku, não tão cedo. Apertou mais forte a mão de Michael. O inglês estava sendo tão bom com ela. Esperava que o lugar aonde iam fosse uma festa! Uma festa, cheia de cores, cheiros... Gente alegre! Ah... Fazia tempos que não ia a uma dessas. Seria uma festa surpresa para ela? Ah! Tomara que seu pai esteja lá, mesmo que fosse com a mulher que parecia modelo. E também Kari, que andava sendo uma ótima amiga... E até Hanato, sim... Era chato, mas não fazia mal a ninguém. E Eyuku... Beatrice balançou a cabeça. Lá ia ela de novo... Acabou! Tinha que se esquecer, ou pelo menos se esforçasse para aquilo. Eyuku... Ele a tinha rejeitado. -Chegamos!-Michael disse sorrindo, olhando jovialmente para a menina. -Que casarão...!-ela disse boquiaberta, mais para si que para o acompanhante. Ostentava todo luxo que nunca tinha visto. Era verdade que a jovem não era pobre, mas aquilo!? Pareciam aquelas casas antigas de filme. -Vamos entrar? -É sua casa, Michael? -Não! hahaha, antes fosse, não é? Mas ela é muito afastada pra mim. Se morasse aqui não estudaria no seu colégio... -He he. Vamos entrar então! Michael soltou sua mão e foi falar com um homem que parecia ser o porteiro. Beatrice sentia-se flutuando naquele lugar tão fora de Tóquio, do mundo! O rapaz falou algo bem rápido e baixo. Tudo que o ouviu foi o porteiro dizer: "Que bom que a trouxe!" e o rapaz voltou para ela, levando-a até o interior da mansão. Ele podia não morar ali, mas conhecia cada passo que dava ali dentro. A jovem viu quadros que nunca soubera que ainda existia de pintores famosos, pelo menos por eles assinados. E também esculturas... Todas falavam da Bíblia. -Davi...?-Beatrice parou frente a uma estátua de um cordeiro -Quem é? -Ah, Davi a fez em agradecimento por derrotar Golias. Dizem que ele não sabia fazer esculturas, então pôs um cordeiro vivo aí dentro e jogou gesso, ou sei lá como chamam isto -Michael disse. -Mas nunca ouvi falar disso. -Sim... É muito rara, afinal, é única! -Mesmo assim... Se foi mesmo Davi quem a fez não deveria estar no Vaticano? -O Senhor desta casa gosta muito disso, só a daria se salvasse a vida de alguém. Mas, sinceramente, a carne já deve ter apodrecido aí dentro... -Acho que esse senhor foi enganado, isso sim! Vou falar com ele, coitado... -Bia, é tão bonita assim! -Quê!? Eu falo sério! Coitadinho, imagine o quanto pagou por isto!? -Não pagou nada, recebeu-o. Agora vamos, a cerimônia só começará quando você entrar, Bia. E a puxou suavemente pelo pulso para depois de uma porta que parecia ser feita de ouro maciço. Beatrice viu, forjadas nela, várias cenas, como de quando Jesus visitara o templo pela primeira vez e de quando fundara a Igreja. Porém, na parte de dentro da sala as imagens mudaram. Na porta estavam imagens das perseguições aos apóstolos, da crucificação... E os quatros e esculturas mostravam várias torturas, algumas do inferno outras da época da Idade Média. Mas havia umas que eram de africanos morrendo de inanição, vietnamitas implorando aos americanos pela vida... O torpor no qual Beatrice mergulhara ao entrar passou repentinamente. Ela sentiu não só a dor nas costas, mas também um aperto que ia do estômago à garganta. Muitas pessoas encapuzadas começaram a formar uma roda ao redor dela falando um idioma muito estranho. Pior, pareciam rezar e cantar nessa língua. Quanto mais falavam, mais Beatrice se sentia consciente de toda e qualquer dor. "É uma tortura? É isso? Eu me sinto tão... Tão mal! Parecem torturas internas..." pensou, chorando muito. Ajoelhou-se no centro da sala, olhando para o chão. Sentia-se tão pesada que não conseguia se levantar. O chão... Ele também tinha pinturas! Era de uma porta muito grande e antiga. Havia algo escrito... O que era? E seu dom das línguas de que Fahel lhe falara? Onde estava!? Continuou olhando as letras até que começaram a fazer sentido, conhecia aquela frase! "Perdei toda as esperanças vós que entrais", era isso, pensou a garota até que se lembrou onde a vira "Meu Deus! Essa é a inscrição da porta do Inferno..." O canto estranho continuava a seu redor. Os olhos das pessoas foram ficando cada vez mais vermelhos e água começou a pingar de um rio desenhado no teto. "Não! Deve estar chovendo..." tentara se dizer, ainda chorando muito. Doía física e espiritualmente. Estava encharcada já daquela água. E desta vez não era um sonho... Dos quadros ao seu redor saía sangue que rodeava as costas das pessoas daquele culto. Sonho... Aquilo lhe lembrava muito seu primeiro sonho! Tinha que achar Michael e sair daquele lugar. Mas ele ou já havia saído ou vestira uma capa. Com muito custo, Beatrice levantou-se, olhando para a mão que o rapaz lhe havia segurando. Havia também lhe dito que poderia sair quando quisesse. Mas como sem ser notada? A mão... Havia sangue nela! Estaria Michael sangrando naquela hora? Beatrice saiu correndo, passando pela mesma porta de antes. Notara logo que os cantos pararam e algumas pessoas começaram a comentar em alguma língua. Mas ela conseguiu entender, parando ao lado do cordeiro de Davi para ouvir. -Ela se foi... E agora? Deu tempo de realizarmos o ritual? -Mesmo que não tenha dado, ela foi banhada pelas águas do rio. Isso já é o bastante... -Assim esperamos. Havia parado de chorar. Sentou-se por um momento ao lado da escultura, tentando recuperar o fôlego. Por que Michael a levara a um lugar daqueles!? Era igual a uma tortura na alma! Havia se sentindo culpada até por Eva dar a Adão o fruto proibido... Culpada de tudo... Suspirou olhando para o lado de fora da porta de ouro. A Igreja, o templo judeu... A Santa Ceia! Ao fundo da porta havia alguém esculpido que não conhecia das histórias bíblicas. Quem seria? Mais um desconhecido ali... Não! Beatrice o conhecia. Sentiu um cheiro estranho, de algo estragado. Olhou para trás, para ver se havia algum rato morto ou coisa assim. Mas a realidade era bem pior. Notou, enfim, que havia marca de sangue saindo da escultura. Fora do torpor anterior enfim notou o quanto ela fedia. Seria mesmo verdade que havia um cordeiro ali dentro!? Então, Davi... Era verdade! Levantou-se num repente pronta para uma nova corrida daquela mansão maluca quando olhou novamente o homem na porta. -Meu Deus! Desta vez correu com todas as suas forças. tinha que ir para casa e dormir. Esquecer-se daquele dia maluco... Eyuku e Michael a haviam abandonado. Rejeição e traição eram as piores coisas que alguém podia sofrer. Doía tanto... Fahel tinha razão! Não se podia confiar em nenhum dos dois. Sem notar estava na frente de uma casa bem conhecida sua... Se Fahel sabia em quem não se confiar devia saber em quem poderia! -Hanato Meichi-kun está?-perguntou à mulher que antigamente sempre via buscar o rapaz na escola. -Ah, não, Tentoai-chan. Ele saiu faz um tempinho. Comentou que era seu aniversário, parabéns! E teu pai? A patroa comentou que fora para o hospital... Já está em casa? -Sim... Está, sim. Bem, obrigada... -Falo para ele te ligar? -Quê? -Hanato-kun... -Ah, não... Não é necessário. Obrigada e até mais. Ela fechou a porta. *-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-* Andava até sua casa. Estava confusa demais... O cordeiro que fedia, os quadros que sangravam, o rio que derramava água... E a dor nas costas! O arrependimento pelo que não fez... Foi quando avistou uma figura levemente familiar. -Ora! A francesa de cachinhos dourados... Realmente, eles não estão tão longos agora. Mas eu estava certo, você fica com cara de metida assim, ahahaha!-o rapaz de olhos prateados e cabelos azuis, o mesmo que havia encontrado no dia em que Michael previra a chuva, disse. Andou uns passos até ela e começou a brincar com os cachos. Beatrice sentia suas forças tão drenadas que demorou a reagir. -Pára com isso! Parece brincando com uma criança...-falou, enfim, puxando de volta a mecha de cabelos que ele havia pegado. Ele a olhou em silêncio contendo um riso. -O quê!?-ela perguntou, rearrumando o cabelo. -E você não é? Ela lhe deu um pontapé. -Claro que não! Aiii, já tive um dia ruim demais pra você piorá-lo... -Da última vez estava se desculpando comigo e agora me deu um pontapé. Tão temperamental quanto uma criança, não acha? Beatrice parou para olhá-lo, pronta para lhe dar um tapa quando notou que ele estava certo. Mas ele, de repente, pegara em sua mão e a observava. -O que pensa que está fazendo!?-perguntou, vermelha, mas não a retirou. Ele era, sem dúvidas, diferente do cortês Michael ou do calado Eyuku... Mas também não era bobo como Hanato; era totalmente diferente dos garotos que ela conhecia. -Ela está sangrando... Procuro o machucado. -Não é meu sangue, apesar de ainda não saber como foi parar aí. -Ah, certo... Fico feliz por isso. Então ele a soltou. Beatrice imediatamente sentiu falta daquele calor diferente. -E para onde estava indo a essa hora da noite? Começo a achar que seja um vampiro, menina... Você me lembra muito a vampirinha daquele filme do Brad Pitt. Cachinhos, francesa... -Pois não sou. Sou italiana, ademais. E ela era francesa? -Sei lá... Parecia; não vou ficar reparando em meninas de cachinhos dourados... -Isso foi uma indireta? -Ha ha! Não exatamente, mas se serviu... A moça olhou o belo rapaz a sua frente. -Até onde sei, você também poderia ser um vampiro... Como o Hyde no Moon Child. -Não sou loiro. -Não encontrei exemplo melhor... -Você é cômica. Quer que eu te leve até sua casa? -Já disse que não sou criança! Irei sozinha. -Afinal, quantos anos tem, Cachinhos? -Quinze! Fiz hoje, viu? -Nossa! Isso tudo!? Com esses cachos parece ter cinco, he he! -Tão irônico... Até mais. E ela voltou a andar. -Ei! Feliz aniversário, Cachinhos Dourados. Sorriu para si. O encontro a fizera se sentir bem melhor. Mas um aperto em seu coração ainda insistia. O homem esculpido naquela porta de ouro... Por que ele se parecia tanto com o Padre Julius? *-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-* -Menina de Deus -exclamou Nana ao ver Beatrice de volta -Seu pai estava preocupado, sumiu e nem disse aonde ia! -Gomen, Nana... Eu saí para passear mesmo, com um pessoal. Mas eu estou bem! Olhou o relógio na parede e já marcava oito da noite. Suspirou de exaustão emocional. Traída e rejeitada... E agora teria que encarar o pai com sua provável nova mãe. Que aniversário! Entrou, deixando o calçado na soleira da porta. Notou que ali havia mais sapatos que o usual, devia haver convidados para a janta e por isso seu pai estava ali. Quem sabia seria família da ex-modelo. -Teu pai tá te esperando ali no salão -Nana comentou, apontando. -Ele já está jantando? Ali? Deve ter muita gente... -É, vá logo, menina, ele não agüenta mais esperar. -Vou tomar banho primeiro e- -Vamos, Vamos!-Nana continuou, empurrando-a para o salão. Arrastou a porta que era num estilo misto entre ocidental e oriental. Aliás, toda a casa o era, mas aquele salão, em especial era mais que ocidental. Pronto para todo o tipo de festa que o emprego do pai exigisse. Algumas raras vezes jantavam ali, os empregados punham uma enorme mesa e todos se sentavam. Beatrice sempre era convidada, mas não gostava de comparecer. Costumavam ser estrangeiros que ficavam puxando suas bochechas e cachos como se fosse um neném. Naquele dia a mulher que parecia uma modelo também acabaria por fazê-lo. Não era mal-intencionada, mas... Beatrice não queria outra impostora como Damashi-san fora. A sala estava escura de início e a realidade não chegou à jovem até que as luzes se acenderam de repente e várias pessoas gritaram eufóricas: "PARABÉNS!" Ela ficou estática enquanto seu pai e mais duas dezenas a cumprimentavam e apontavam para uma caixa entupida de presentes coloridos. -O que está havendo?-Beatrice, enfim, perguntou. -Seu aniversário surpresa!-Kari disse, do meio dos convidados. -Parabéns, filhinha!-seu pai disse -Foi tudo idéia de Kandatsu-san, ela ficou com tanta pena de você não ter festinha que organizou tudo hoje! -Ora, Saidaku-san... Pobrezinha! Quinze anos e passar o dia na rua!? Não... É uma data especial!-Mai Kandatsu disse sorrindo. Também cumprimentando a aniversariante. Usava um terninho branco que realçava a cintura e a saia batia até o joelho. As jóias não eram extravagantes, mas dava para notar que eram bem caras. "Não é só uma modelo, mas também uma mulher de classe..." Beatrice pensou, sorrindo de fraco. Estava ainda assustada com a surpresa. Kari a conduziu até uma das tantas mesas onde havia um pessoal de sua sala. Todos conversaram com ela animadamente. -Como chamaram vocês?-ela os perguntou, enquanto se sentavam ao lado de Kari. -Foi Meichi-kun! Teu pai, que conhece a família dele, pediu para nos avisar hoje mesmo. Foi difícil arrumar presentes em um sábado! E acho que por isso nem todos vieram... -Trix-chan!-uma voz bem conhecida gritou para todos e a abraçou pelas costas. Beatrice, que já tomava suco, cuspiu com o segundo susto. Perguntava-se o quanto seu coraçãozinho agüentaria naquele dia. -Hanato! Você não existe...-ela disse balançando o cabelo e se re-ajeitanto. -Hahaha! Eu trabalhei bem chamando todo mundo, não é!?-gargalhou enquanto se sentava na cadeira vaga ao lado de Beatrice. -E de graça? Isso eu duvido...-comentou, lembrando-se do beijo que lhe cobrara um tempo antes por salvá-la. -Sua alegria é a minha recompensa desta vez! E também marcar pontos com o sogrinho, né? -Aaaaaaiiiii, Hanato, seu baka! Não chame meu pai assim... Principalmente quando ele está na mesma sala. -Ah, nosso amor ainda é secreto, né? -Tanto que eu ainda nem o descobri...-Beatrice respondeu enquanto tomava mais um gole do suco. Achara má idéia uma festa em suas condições, mas estava indo muito bem. Após a conversa com o rapaz bonito, e chato, e agora rodeada de seus amigos e de seu pai... Sentia-se tão mais leve! -Mas eu falhei...-Hanato disse, meio triste. -Por quê? Chamou tantos, em tão pouco tempo... -É que eu liguei pro Yu-kun e, bem... O Eyuku fez pé firme e disse que não tava a fim. Desculpa, eu liguei umas boas vezes pra ele, mas nada! -Houve algo no encontro de você, Bia-chan? -Kari perguntou, preocupada -Você realmente está bem calada. -Se ele te aprontou alguma, eu o liquido! Mesmo sendo meu melhor amigo, ninguém encosta na minha Trix-chan!-Hanato gritou mais uma vez. -E também não conseguimos falar com Itonokoi-kun...-Kari falou -Disseram que ele saíra e por mais que Meichi-kun e eu ligássemos de volta... Bem, ele nunca estava! -É bom aquele gringo não estar aqui. Aquele jeitinho simpático dele é tãaaaao falso! Mais parece um tarado querendo se aproveitar da minha Trix-chan. Beatrice sorriu. Fahel tinha razão, não havia nada de mau em Hanato. Ele era chato, mas tinha ótimo coração. -Não me chama assim, Hanato-baka!-a menina disse, dando um soco fraco nas costas dele. A partir dali tentaria escolher melhor suas companhias. Havia, realmente, muita gente querendo lhe fazer mal. Mas não podia se esquecer dos que estavam ali para seu bem. -Aquela é namorada de seu pai?-Kari perguntou, apontando para Mai. -Mais ou menos... Eu não sei. São bem próximos -ela respondeu, neutra. Mai não parecia lhe querer mal, então a deixaria perto, só não muito. Não queria mais uma traição... Damashi-san e Michael... Logo, todos se foram indo, já que tinham ficado esperando bastante pela menina e estavam cansados. Mas Beatrice estava satisfeita. Saíra com Kari e Hanato, os últimos a partir, enquanto Mai e seu pai conversavam, tomando sake, no salão. -Desculpa de novo por não trazermos nem Eyuku nem o gringo...-Hanato disse, enquanto via Kari ir-se com a mãe. -Não se preocupa! É melhor assim...-acrescentou de cabeça baixa. -Ele aprontou? Qual deles!? -Não é nada, Hanato! Pára de bancar o valente. -Bem, eu ainda não te dei seu presente. -Não? Nem sei de nada, não estou com cabeça pra isso, mas estou feliz com a festa -Sorriu verdadeiramente. -Foi por isso que quis te dar em separado. Para saber se gosta ou não!-o rapaz disse, na voz alta e animada de sempre. -Contanto que não seja como o último pagamento... -Já disse que já fui pago com seus sorrisos de hoje, hehe. Mas...-tirou um pacote, embrulhado num papel prateado, do bolso -Aqui está! Beatrice abriu, curiosa. Pelo menos era algo material... Sentou-se no meio-fio. Era uma rua tranqüila aquela e quando pequena sempre se sentava ali. Sabia que devia ser um presente de valor, pelo histórico de presentes daquele garoto. E ele nunca aceitava uma recusa. Beatrice tinha um baú repleto de coisas que ele dera e que sempre se recusara a usar por achar caro demais. Fitas de videogame, bonecas lançadas recentemente ou até de porcelana, ursos de pelúcia importados, anéis e brincos de ouro. Também já recebera alguns chocolates suíços, estes ela dava para Nana, não era justo que se estragassem. Beatrice, de repente, notava que a presença de Hanato era bem constante em sua vida. Será que sentiria ciúmes quando arranjasse, de fato um amor, ou até uma namorada...? Talvez... Mas também sabia que não se sentia quanto a ele como com Eyuku. -Um cordão!?-ela disse assustada após abrir a caixinha. -Sim! Não é muito grosso porque a mulher me disse que ia ficar feio para alguém da sua idade. Queria algo que você pudesse usar todos os dias. -Não preciso disso, Hanato. Tenho tudo o que preciso. Quando me dá essas coisas eu me sinto mal! -Então dê a alguém... Só quero ser um bom garoto e dar um bom presente à garota de quem gosto. -Desde pequeno você fala essa besteira. Mas também está sempre com uma garota do seu fã-clube... -E se eu nunca mais falar com elas? -E daí? Eu quero dizer que você tem que prestar atenção às outras e se apaixonar de verdade. Pode ser divertido pra você brincar comigo, mas dói em mim. Nunca sei quando fala a sério ou não! -Eu sempre falo... Escuta, notei que está usando esse pingente lindo aí e pensei que seria legal pôr um cordão lindo também. Não foi só pra te dar uma jóia. Não consigo parar de olhar pra ele e sempre que o faço minha alma fica tão leve! Ele merece algo mais bonito que o cordão que tá usando... Nem o meu, mas, bem; ele é mais bonito né? Ninguém mais tinha reparado direito naquele medalhão e a sensação que Hanato descrevia se assemelhava à que ela própria tinha ao fitá-lo. O rapaz tinha razão... O Medalhão de Regina merecia uma corrente mais bonita. Examinou seu presente com a ponta dos dedos. O cordão não era fino e brilhava muito. Mas com tantos corações e estrelas e anjos desenhados precisamente ali parecia um lindo mimo. Era, na verdade uma espécie de gargantilha que tinha o lugar específico para o pingente e folhas de louro apontavam para ele de ambos os lados. -É lindo!-a menina disse, encantada. -Eu que encomendei! O coração significa o meu amor por você, as estrelas o lugar aonde vou quando te vejo e os anjos são aqueles que te protegerão por toda a vida. As folhas de louro são para mostrar o quão vitoriosa você é; minha rainha! -Você exagera, onde aprendeu tantas palavras bonitas? -Hahaha! Meu coração me ensinou. Deixe-me vê-la com ele, por favor! Beatrice olhou pensativa para ele e então sorriu. -Tudo bem, ainda sou mulher. É difícil uma que não se sinta atraída por ouro não é? E o Medalhão merece. Hanato levantou gentilmente os seus cabelos, retirando o antigo cordão e entregando-lhe nas mãos da jovem. Depois encaixou o Regina na gargantilha e a pôs em volta do pescoço dela. Em seguida ajeitou os belos cachos onde punha a mão pela primeira vez tendo permissão para tal. -Deixe-me ver!-disse depois de inspirar sentindo o cheiro de seu xampu -Está linda! Digo, a gargantilha! Agora o Medalhão me parece mais feliz. Beatrice pegou a antiga corrente e deu a Hanato. -Jogue fora ou o que seja. Não vou mais precisar dela! -Sério!? Então aceita a gargantilha!? Fico feliz! A menina sorriu. -Vê a alegria nos meus lábios? Obrigada, Hanato... Acho que enfim me recuperei do péssimo dia que tive. E o abraçou. Quando se separaram, o menino estava levemente corado, o que a fez também ficar assim. -Posso te beijar? Sem compromisso, mas pra valer?-ele a perguntou. Beatrice simplesmente fechou os olhos. Ela o havia tratado tão mal desde que se conheceram e provavelmente voltaria a fazê-lo na escola. Mas, no momento, sentia-se feliz o bastante para deixá-lo ser seu primeiro beijo de verdade. Seus lábios eram quentes e ansiosos. Mas também eram delicados e amorosos. Todo o corpo da jovem ansiava por aquela espécie de carinho que raramente sentia igual. Era a suavidade que a voz de Fahel tinha e a intensidade do olhar de Eyuku. Também tinha a gentileza, fingida segundo Hanato, de Michael... Mas, no fundo, o sabor daquele rapaz também tinha algo só dele que Beatrice nunca encontraria em mais ninguém. TRACK! -Aiiiii! O que foi isso!?-ela gritou, ao ouvir o barulho. -Desculpa! É que eu nunca tinha feito isso, aí... Bem, nossos dentes se bateram, acho. -Ai, Hanato! Como nunca, se está sempre com uma chatinha do seu lado!? -Sei lá! Mas eu aposto que você amou o beijo até a mancada... -Nem me lembro mais...-a menina disse, sorrindo travessa e se levantando do meio-fio -Deve ser o sono. Tive um horrível pesadelo que te beijava, que horror, não? Boa noite, Hanato-baka. E se foi, ainda sorrindo. E muito corada. -Boa noite, Trix-chan -ainda o ouviu dizer com voz meio abobalhada. Continuará... Anita, 26/07/2004 Notas da Autora: Que capítulo, hein!? Pesado, doce, triste, feliz... Pobre Beatrice, quantas emoções! Esse foi mais pros fãs de Hanato, hehehe. Eu só queria falar que o título significa Cordeiro de Deus... Eu ia pôr em Português mesmo, mas aí achei que ia ficar muito cara hehehe E agradeço a todos que têm lido até agora: Vane, Ela___, Poseidon, Nemui e todos os outros que minha mente apagou e aos próximos a me comentarem ^^ Bem, espero receber coments! Ouviu?! e bjins pra todos, meu mail é anita_fiction@yahoo.com e para mais capítulos e fics visitem meu site http://olhoazul.here.ws

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