Apenas Um Olhar escrita por Mi Freire


Capítulo 36
Pensando no futuro.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a Karina Andrade por ela ter feito uma recomendação lindíssima para a história. Muito obrigada. Eu realmente me emocionei com cada palavra ♥



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Quando eu acordei horas mais tarde foi como num déjà vu.

Mais uma vez eu estava deitada numa cama de hospital ligada a aparelhos. Mas dessa vez sem marcas pelo corpo, sem dores e sem acreditar que eu tinha morrido e estava no céu e tinha visto um anjo. Apesar que essa última parte não era bem mentira. Eu tinha um anjo de verdade e ele estava ali ao meu lado.

— Que bom que você acordou. Como se sente? – Rodrigo levantou-se da poltrona e inclinou-se para beijar meu rosto.

— Estou bem... Mas o que aconteceu? – ele nem precisou responder. Na hora eu me lembrei de tudo. — Ah, meu Deus. Cadê o Gustavo? Ele está bem? – apavorada olhei para os lados.

— Ei, Mel, acalma-se. Seu filho está bem e está sendo cuidado nesse momento. Mas agora você precisa melhorar para poder vê-lo. – ele soltou a minha mão. — Vou chamar sua família.

Minutos depois entraram todos no meu quarto de uma vez.

E foi quando eu fiquei sabendo de algumas coisas: Carlos realmente tinha pretendido fugir com o meu filho. Mas ele havia bebido muito e capotou no carro na estrada durante a fuga. Gustavo por um milagre sobreviveu. Mas o Carlos não.

Quando eu soube da morte do meu ex-marido eu senti duas coisas: alivio foi a primeira delas. Por finalmente ter me livrado daquele monstro. E depois eu senti culpa. Porque apesar de tudo, eu nunca desejei a morte de ninguém.

Eu não pude me levantar de imediato da cama para ver o meu filho. O médico disse que eu precisava de descanso, mas que logo me recuperaria. Tudo não tinha passado de um grande susto. Então todos saíram do meu quarto. E eu tive bastante tempo para pensar em tudo.

Primeiro pensei no quanto estive bem perto de perder meu filho para sempre. Caso ele tivesse morrido também ou se nada tivesse acontecido e o Carlos tivesse conseguido fugir para bem longe. Não pude não chorar ao pensar nisso.

Depois pensei no quanto eu tinha sorte, pois enfim tinha conseguido meu filho de volta, mesmo que de maneira trágica.

As coisas poderiam sim ter se resolvido de outra forma. Carlos poderia ter me entregado o Gustavo e ter sumido para viver sua própria vida longe da gente. Ou no mínimo ele teria sido preso, pagado por tudo que fez a mim no passado, a Heloísa e aos nossos filhos. E talvez só assim ele tivesse aprendido uma lição: nunca mais levantar a mão para nenhuma mulher e nem privá-la de seu próprio filho.

Uma pena que ele não tenha aprendido sua lição. Não da melhor forma. Uma pena que tenha morrido sem se arrepender de seus atos ou sem se desculpar com seus filhos. Ao menos espero que seu espirito viva em paz, onde quer que esteja. Sim, eu o odiei por muito tempo. Mas agora só consigo sentir pena dele.

Por fim, pensei no quanto seria difícil explicar aos meus dois filhos a morte do pai deles. Que apesar de ter sido uma canalha cruel, ainda era o pai deles. Sim, seria difícil. Mas bastava lembrar que eu tinha uma família, amigos e um homem maravilhoso ao meu lado que esse medo ia embora imediatamente.

Eu ainda estava tentando absorver isso tudo quando o médico entrou no meu quarto, já era quase meia-noite e ele finalmente me deu alta após algumas avaliações. Rodrigo entrou no quarto no mesmo instante, me tocou como se quisesse ter certeza que eu estava bem, o que me fez rir e depois me abraçou.

— Vamos! Vamos ver o seu filho, ele está te esperando.

Juntos fomos até o quarto do Gustavo. Ele estava dormindo, ainda inconsciente após ter feito algumas cirurgias devido algumas fraturas que ocorreu durante o acidente com o carro.

Ele parecia tão pequeno, tão frágil, com o rostinho e braços machucados. Não consegui resistir ao choro mais uma vez. E solucei debruçada sobre ele, pedindo a Deus que o curasse logo para voltarmos para casa e viver nossas vidas juntinhos.

Passei a madrugada inteira ali com ele, esperando ele acordar. Ninguém me tiraria dali. Rodrigo me deu um tempo e só voltou pela manhã para me trazer um café e uma fatia de bolo. Ele parecia tão exausto quanto eu. Eu insisti para que ele fosse para casa dormir um pouco, mas ele recusou e disse que ficaria ali comigo até o fim.

Naquele momento eu o amei ainda mais.

Acabei cochilando em algum momento sem nem me dar conta, com a cabeça no ombro do Rodrigo, ao lado da cama do meu filho. Acordei assustada com os meus pais entrando no quarto. Eles trouxeram flores em nome da família e dos amigos.

Os dias foram longos e exaustivos. Mas todos me deram muito apoio. Inclusive no trabalho, o qual me mantive afastada para acompanhar a recuperação do meu filho. Meus pais e a Vanessa ficaram cuidado do Vinicius em casa, já que em momento algum eu saí ali. A cada dia sempre vinha uma pessoa nova nos visitar. Até mesmo advogada apareceu. O Rodrigo foi o único que não foi embora em nenhum momento e eu me sentia mais forte com ele.

Gustavo estava se recuperando os poucos. Ele acordava algumas vezes com fome, fazendo perguntas. Querendo saber do pai e o que tinha acontecido. Mas o médico achou que não era uma boa hora tocar no assunto. Então, tentamos distraí-lo de todas as formas possíveis.

Numa segunda-feira Rodrigo me convenceu a sair um pouco do hospital, pois ele tinha um lugar para me mostrar. Pegamos um táxi e chegamos vinte minutos depois. Já estava de noite, mesmo assim pude ver que era uma casa e que não ficava muito longe de onde meus pais e minha irmã moravam.

— O que estamos fazendo aqui? – perguntei, olhando em volta. Não estava entendendo nada.

— Vem, eu te mostro. – ele pegou a minha mão e me guiou para a entrada da casa.

De dentro do bolsa da calça jeans ele tirou um miolo de chaves e abriu a porta da casa. Por dentro estava escuro, mas era pequena e simples assim como era por fora. E não tinha mobília.

— O que isso significa, Rodrigo? – perguntei, me virando de frente para ele em meio ao centro do que eu achei que seria uma sala de estar com uma grande janela. — Não entendo...

— Eu comprei essa casa a alguns dias, antes do acidente. – ele explicou, me olhando com um leve sorriso. — Eu pensei que já estava na hora de ter um cantinho só meu agora que terminei os estudos finalmente.

— Sério? – olhei em volta, impressionada. — Nossa, mas isso aqui é demais!

E então, de repente, me ocorreu algo.

Ah, meu Deus! Será?

— Rodrigo, você não está querendo me dizer que...

Nem consegui terminar de dizer. A ideia me deixou apavorada!

— Não! – ele riu da minha expressão. — Não estou te convidado para morar aqui comigo. Não se você não quiser. Não ainda. Eu sei que você quer ir com calma, que não faz tanto tempo assim que estamos juntos.... Eu sei. Quero ir com calma também. Quero fazer as coisas do seu jeito.

Não sei porque, mas me emocionei com suas palavras.

— Isso é tão surreal! – eu o envolvi com meus braços. O coração saltitante de alegria. — Nem acredito que nós nos reencontramos tanto tempo depois e agora estamos aqui.... Juntos!

Nos beijamos por um tempo, até ele me dizer que a surpresa ainda não tinha terminado. Rodrigo me guiou por um pequeno corredor nos fundos onde tinha dois quartos. Ele abriu a porta devagar e foi então que veio a surpresa.

No chão, no meio do cômodo, ele havia preparado um jantar romântico para a gente. Com velas, rosas, taça e champanhe.

— Sei que o momento não é apropriado para comemorações, mas eu não pude resistir. Queria te fazer feliz por um momento. – disse ele, sorrindo.

Nós nos sentamos no chão.

— Mas você já me faz muito feliz o tempo todo! Nem precisa de muito. – eu sorri também, encantada. — Me explica onde foi que você arrumou tempo para preparar isso tudo? Você nem saiu do hospital!

— Confesso que tive uma ajudinha especial do Patrick. – ele admitiu e nós rimos. Ah, Patrick.... Você é um excelente amigo.

Jantamos e depois fizemos amor ali mesmo. O empurrão que eu estava precisando! Quando voltamos para o hospital eu me sentia bem mais leve, bem mais empolgada e feliz. Estava tudo dando certo outra vez. Para mim e para todos.

Três dias depois o Gustavo foi liberado e meu pai veio nos buscar para nos levar para casa. A pousada já estava inteiramente enfeitada para o natal. Estava tudo tão lindo e mágico!

Vinicius nunca ficou tão feliz em ver o irmão. E parecia que o Gustavo sentia o mesmo. Os dois se abraçaram e logo começaram a brincar com os primos. Parecia que nada de ruim tinha acontecido. E mais uma vez eu estava inteiramente preenchida.

Somente alguns poucos dias depois, já era dezembro e férias, foi que eles resolveram me questionar a respeito do pai e tudo que tinha acontecido. Não foi uma conversa fácil. Não era fácil para nenhuma criança entender a morte. Nem mesmo nós adultos entendíamos. Mas eu tentei explicar da melhor forma possível.

Por fim, eles pareceram bem aborrecidos. O Gustavo mais que o Vinicius. Mas parece que entenderam e não tocaram mais no assunto. Muito pelo contrário, eles estavam se divertindo muito. Agora que estavam juntos outra vez.

Mas nem tudo era só diversão. Levei-os a clínica onde o Rodrigo ainda trabalhava. O médico tinha sugerido que eles tivessem um acompanhamento psicólogo. E nada melhor que o meu psicólogo de algum tempo atrás para acompanhar isso de perto.

Enquanto meus filhos estavam na consulta, eu fiquei no jardim da clínica com o Rodrigo me fazendo companhia.

— Lembra-se das nossas tardes aqui no jardim? – perguntou ele, fazendo movimentos circulares com os dedos nas costas das minhas pequenas mãos.

— É claro que eu lembro! – abri um sorriso largo. — Você lia para mim, me trazia chocolate escondido e foi aqui também que me dei conta que estava me apaixonando pelo enfermeiro.

— Mas não qualquer enfermeiro. – ele riu. — O seu enfermeiro. – ele se aproximou e me beijou carinhosamente.

Os próximos dias foram muito agitados. Meus pais junto dos pais do Rodrigo estavam a todo vapor preparando os últimos detalhes para nossa tão esperava ceia de natal. Mamãe teve a brilhante ideia de fazer a festa na pousada, já que esse ano teríamos muito convidados e além do mais, ela também pensou naqueles clientes que não tinham família ou estavam muito longe delas.

Mamãe sempre pensava em todo mundo.

E esse ano seria a primeira vez que eu passaria o natal ao lado da pessoa que eu amo: o Rodrigo. Estávamos muito animados!

Rodrigo estava de mudança para a nova casa. Ele não resistiu esperar que um novo ano começasse para ele dar início a mudança. Estavam todos ajudando, principalmente o Patrick que era muito bom em decoração e em detalhes. Rodrigo e eu percorremos a cidade inteira atrás de móveis e objetos para a casa nova. Ele fez questão de que eu fizesse parte de cada escolha.

O que era muito bom, era como se eu já fizesse parte da nova casa. Diferentemente de quando o Carlos escolheu tudo por nós, sem nem perguntar do que eu gostava ou como queria. Ele simplesmente decidiu tudo por nós. Mas com o Rodrigo era diferente. Ele queria que eu fizesse parte, desse minha opinião. Ele me fazia sentir parte daquela nova etapa de sua vida.

Pouco a pouco a casa foi ganhando forma, cor, personalidade. Uma mistura de nós dois. E olha que eu nem ia morar ali. Não por enquanto. Ainda achava que tínhamos que ir com calma.

A sala ficou muito bonita. Com paredes e móveis claros. Mas os objetos coloridos davam destaque. Principalmente os quadros, cheios de ilustrações alegres. Sem contar as inúmeras prateleiras, que o Rodrigo encheu de livros. Foi uma surpresa e tanto para mim.

A cozinha era pequena, porém uma graça. Com geladeira, fogão, pia, micro-ondas e uma mesa com seis lugares para as refeições em família e os jarros de flores davam um toque especial.

No quarto principal o Rodrigo colocou um papel de parede claro que tinha o aspecto de tijolinhos. Eu achei tão bonito! A cama era grande e espaçosa e tinha um guarda-roupa com espelho em um canto. Dos dois lados da cama um criado-mudo com abajur e na parede em frente uma televisão, ao lado uma mesinha para estudos.

No fundo, havia um pequeno quintal com um jardim. Onde também seria a área de serviço. As flores no canteiro ainda eram pequenas, estavam crescendo devagar. Mas eu mal podia esperar para elas cresceram totalmente. Seria tudo tão lindo!

Rodrigo deixou a surpresa por último: o quarto que havia sobrado. Pensei que ele usaria aquele cômodo como quarto de hospedes para quando seus pais viessem visita-lo. Mas não. Eu estava enganada. Ali seria o quarto das crianças. E já estava todo mobiliado como se fossemos nos mudar amanhã mesmo.

— Não acredito que você também pensou nisso. – disse eu admirada, olhando em volta... A beliche, os brinquedos, a televisão, o videogame, o papel de parede de super-heróis.... — É lindo!

— É claro que esse espaço não poderia faltar na nova casa. Agora vocês são minha família, Mel. – ele segurou as minhas mãos. — E eu quero que vocês sejam sempre bem-vindos aqui.

Enquanto os últimos detalhes da nova casa ainda estavam sendo resolvidos, Rodrigo continuou morando com os amigos na antiga casa, que mais parecia uma república. Nesse tempo ele guardou todas suas coisas em caixas e fez a mudança aos poucos, durante seus tempos livres longe do trabalho.

No dia 24 de dezembro, Alícia e eu fomos dar nossa última caminhada do ano pela praia pela manhã. Dessa vez, minha irmã nos acompanhou. As vezes ela também merecia uma folga, longe de sua pequena creche de filhos. Vamos combinar que não era fácil para ela, mas Juliana não se arrependia de nenhuma escolha. Muito pelo contrário, ela era plenamente feliz junto de sua grande família.

Sentamos na sombra, em baixo de um pequeno quiosque. Alícia foi comprar algo refrescante para gente beber.

— Sabe, Mel, eu realmente estou feliz por você e pelo Rodrigo. Está tudo dando tão certo entre vocês! Primeiro, você consegue seu filho de volta e com a garantia que o Carlos jamais vai ter atormentar de novo. E agora, ele comprou uma casa e tem até um espacinho garantido pra vocês na casa nova. Você não pensa em, sei lá, talvez dar um passo a mais? Quem sabe pensar em... Casamento.

— O quê? Não! Eu não penso em casamento. Não por agora. Sim, o Rodrigo é maravilhoso. Não tenho dúvidas de que ele me ama, ama meus filhos, assim como eu o amo. Mas parece cedo, você não acha? Nós só nos conhecemos a alguns meses. Não é tanto tempo assim! E eu não queria apressar as coisas. Está tudo tão bom entre nós. Tenho medo de arriscar e estragar tudo.

— Então, no fundo, você admite pensar em casamento, pelo menos de vez em quando. – diz ela, com um sorriso sacana.

— Ei, sobre o que vocês estão conversando? – Alícia volta e se senta com a gente na pequena mesa. Ela trouxe consigo três águas de coco bem geladinhas. Está tão calor hoje!

— Sobre a Mel estar pensando em casar com o Rodrigo. – responde minha irmã, antes que eu tenha tempo de dizer alguma coisa em minha defesa.

Me engasgo com a água de coco.

— Isso é mentira! Eu não disse que penso nisso.

— Não, não disse. Mas nem precisa. – disse Alícia. Ela e minha irmã trocaram olhares cumplices e deram risadinhas.

Qual é o problema dessas duas?

— Ela só está com medo. – continuou Juliana, falando com Alícia. Era como se eu não estivesse mais ali. — Na verdade, eu nem sei porque. – ela revirou os olhos e novamente as duas riram. — Já está muito claro para todo mundo que ela e o Rodrigo se amam e estão verdadeiramente apaixonados um pelo outro desde o primeiro momento em se olharam. Isso aconteceu há muito tempo. Quando eles ainda eram criancinhas. Mas como eles poderiam saber que aquilo que sentiram um pelo outro era amor? Cá entre nós, esses dois são muito sortudos por terem se reencontrado tanto tempo depois. Você não acha?

— Eu concordo totalmente. É amor muito antes de eles saberem o que isso significa. – disse Alicia. — Não há possibilidades alguma de algo assim estragar só porque eles pensam em se casar.

— Nós não pensamos em nos casar! – digo, na defensiva. — Ei, eu ainda estou aqui, sabiam? – ela me olharam como se eu fosse a pessoa mais ridícula do mundo. É, talvez eu fosse mesmo. — O.K. Tudo bem. Vocês venceram. Talvez eu tenha pensado muito sobre isso nos últimos dias. Mas não sei se ele pensou também...

— Ah, Mel, para de ser tonta irmãzinha! É obvio que ele pensou. Se não nem teria feito um quarto para os meninos na nova casa. Mas talvez ele só não tenha tocado no assunto por medo de estar apressando as coisas e te assustar.

— Eu sei, eu sei. Talvez vocês tenham razão. Eu admito: quero muito me casar com ele. Pode ser que essa seja uma das únicas certezas que eu tenho na vida! Só não sei se estou preparada. Se estamos preparados! É difícil saber.

— Mel, querida, é difícil para qualquer um saber a hora certa. Mesmo que os dois se amem incondicionalmente. – explicou Alícia, muito séria. — Mas vocês precisam arriscar. Correr riscos. Precisam tentar. Ou pelo menos conversar a respeito. Ninguém além de vocês mesmo sabe a resposta. Ela está aí em algum lugar, dentro de seus corações. Sei que não é uma decisão fácil pra ninguém, mas não dá pra ficar esperando a vida toda que a resposta caia do céu.

— Além do mais – continuou Juliana, com os olhos azuis pregados nos meus. — vocês são perfeitos juntos. Não importa se existe diferença de idade ou se você já tem filhos. Mesmo assim, ele te quer, ele te deseja, ele te ama. Ele esteve ao seu lado quando você mais precisou de alguém. Ele te amou, amou sua família, seus filhos, aceitou sua bagagem. Não é todo homem que está disposto a isso, Mel. Então aproveita, boba. Diz isso a ele!

É, eu tinha que dizer isso a ele. Dizer que estava preparada. Agora mais do que nunca. Eu queria me casar. Queria sim ter mais filhos com ele. Queria que fossemos uma família e morássemos juntos. Eu queria qualquer coisa ao lado dele uma vida toda.

Queria sair correndo agora mesmo e dizer isso a ele. Mas as coisas não era bem assim...

O problema é que eu ainda não sabia como exatamente abortar o assunto. Não sabia qual era o momento certo para falar sobre essas coisas. Não em meio a essa loucura para a festa de natal, a festa de fim de ano e a mudança para a casa nova.

Eu gosto de acreditar que o momento certo apareceria e que seria automático. Eu nem precisaria dizer tudo e ele saberia exatamente o que se passava dentro de mim. Porque com o Rodrigo é assim, é tudo tão mais fácil.


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Notas finais do capítulo

Meninas, o próximo capítulo será o ultimo antes do epílogo :(