Apenas Um Olhar escrita por Mi Freire


Capítulo 25
Pronta para abrir o coração.




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Assim que souberam da notícia, todos se reuniram a mesa. Mamãe havia preparado um almoço simples, porém muito especial para comemorar a minha grande vitória.

— Ju, me passa a salada, por favor.

Juliana que estava sentada ao meu lado se esticou e alcançou o prato de salada para mim.

— Obrigada.

— Eu vi aquilo lá fora, viu? – ela cochichou no meu ouvido e eu quase cai da cadeira de susto. — Vocês são tão fofos!

Apesar de muito envergonhada, tentei não transparecer e lancei um olhar de repreensão a ela.

— Fala baixo! Ninguém mais viu, né? A mamãe iria enfartar!

— Relaxa, ninguém mais viu. – ela riu do meu desespero. — Eu acho. Apesar de que vocês estavam se agarrando praticamente no meio da rua. Qualquer um poderia ver.

Só de pensar nisso senti um soco no estômago.

— Vai, confessa. – pediu ela, com um sorriso bobo. — Você está caidinha por ele. E ele por você. Isso é muito nítido para mim.

— Ficou doida? Não estou caidinha por ele. Não posso! Não vou permitir que nenhum outro homem me faça de coitada.

— Mel, sinceramente? Você está exagerado. Eu sei que o que aconteceu com o Carlos foi horrível. Ainda hoje eu seria capaz de dar um tiro bem no meio da testa dele. Mas nem todos os homens são iguais. Olha só para o Rodrigo... Ele é um amor! Por acaso ele tem cara de quem faz mal a alguém?

— Eu também pensei isso a respeito do Carlos e olha só no que deu! Não dá para acreditar em todo mundo, Ju. Muitas pessoas têm cara de boazinhas, mas no fundo são terríveis e escondem grandes segredos. Não dá pra saber. A gente nunca sabe o que esperar.

— Ei, meninas! – era a mamãe nos pegando em flagrante. — Parem de fuxicar e comam logo essa comida antes que esfrie.

As cinco e quinze fui a clínica. Eu tinha uma consulta marcada. Dessa vez não era com o psicólogo, mas sim com o meu médico.

— Melissa, estou surpreso com você. – disse ele após fazer uma série de avaliações. — Você já emagreceu sete quilos e seus níveis estão ótimos! Se você continuar comendo bem e se exercitando logo, logo perderá tudo que precisa perder. Mas não fique neurótica com essas coisas. Você está ótima! Só precisa levar uma vida saudável. O resto é bobeira.

Depois que nos despedimos fui em direção a saída da clínica. Como já era de se esperar acabei me encontrando com o Rodrigo pelo caminho. Mas não estava preparada para vê-lo. Não depois daquela cena de hoje mais cedo.

Quando eu o vi andando em minha direção com aquele sorriso de parar o transito, eu quis enfiar minha cabeça em um buraco.

— Meu dia sempre fica melhor quando você aparece de surpresa aqui no meu trabalho. – ele olhou para os lados como se estivesse se escondendo de alguém e rapidamente beijou a minha bochecha. — Bom, eu tenho que ir agora.

Esse homem ainda vai me matar do coração!

Comecei meu trabalho na manhã de terça-feira. Tive uma recepção maravilhosa de todos os outros professores. No início fiquei um pouco receosa. Fazia muito tempo que eu não dava aula. E se as crianças não gostassem da nova professora? Mas pelo jeito elas gostaram e foram muito boazinhas comigo.

E era muito bom trabalhar no mesmo local onde meus filhos estudavam. Assim eu podia ficar mais pertinho deles. Nós sempre nos encontrávamos pelos corredores. E eles ficavam todos sorridentes quando me viam, fazendo mil perguntas.

— Você se saiu muito bem hoje. – Alícia comentou ao final do nosso expediente aquela tarde. Estávamos indo para a pousada almoçar, como nos velhos tempos.

Juliana veio correndo até nós.

— Madames, quais são os pedidos de vocês hoje?

— O de sempre. – respondemos juntas.

Juliana sorriu e saiu, anotando os pedidos em seu bloquinho. Quando ela voltou, depositou nossos pratos na mesa.

— Alícia, por acaso, a Mel já te contou que ela está de casinho com seu antigo enfermeiro-barra-nosso vizinho?

— Não! Como assim? – Alícia parecia bem ofendida.

— Conta para ela, Mel.

— Não é verdade, Alícia...

— Eles vivem se pegando por aí.

— Juliana! Mentirosa!

— Mel, me conta, vai. Não acredito que você está escondendo as coisas de mim. Sabe, você é uma péssima amiga. Credo.

Juliana riu, divertindo. Afinal, ela começou com aquilo.

— Nós não estamos tendo um caso. Nós só estamos saindo de vez em quando. Nos conhecendo. Somos apenas amigos!

— Amigos que se beijam e dormem na casa um do outro?

— O quê? – Alícia arregalou os olhos. — Você dormiu com ele?

— Eu... Não... Eu só... Nós...

— Sim, eles transaram. – Juliana revirou os olhos.

— Minha nossa! – Alícia levou a mão a boca.

— Não foi algo premeditado! – me defendi.

— Nunca é! – Juliana zombou.

— Mel, me conta essa história direito. – pediu Alícia.

— Juliana! – mamãe gritou. Ufa. Finalmente uma alma caridosa apareceu para me salvar. — Tem um montão de louça para lavar lá dentro. Por acaso a senhorita se esqueceu?

Juliana se foi com o rabinho entre as pernas.

— Anda, Mel. Estou esperando.

Não tive outra saída a não ser contar a verdade de uma vez.

— Então vocês estão namorando?

— Não! Nem pensar!

— Então o que é que tá rolando?

— Bom, eu não sei. Agora vamos almoçar!

Passei a tarde descansando lá em cima no quarto e lendo um dos livros que o Rodrigo tinha me emprestado de sua coleção.

— Maninha? Telefone para você! – na quinta-feira Augusto apareceu no meu quarto com o aparelho em mãos, interrompendo a leitura que eu estava fazendo para os gêmeos.

— Alô? Quem é?

— Mel, sou eu, Rodrigo. Quer ir ao cinema comigo amanhã à noite? Amanhã vou sair mais cedo do trabalho e pensei que...

— Sim, claro. Vamos sim.

Eu não aceitei porque estou morrendo de amores por ele e louca para vê-lo. Apesar de em parte isso ser verdade. Mas aceitei também ir ao cinema com ele, porque eu precisava tirar algumas dúvidas que sondavam a minha cabeça ultimamente. Precisava saber o que era isso que estava rolando entre nós.

Aquela sexta-feira à noite não estava fria e nem calorenta. Então optei por um vestido preto cheio de gatinhos brancos. Era um vestido antigo, porém super fofo e bobo. Calcei sapatilhas, caprichei na maquiagem e prendi os cabelos em um coque.

Rodrigo estava me esperando em frente a sua casa.

Fomos de ônibus até o shopping mais próximo. Durante todo o caminho, Rodrigo quis saber como eu estava me saindo nessa minha primeira semana de trabalho.

Quando chegamos ao shopping fomos direito a bilheteria do cinema. Rodrigo fez questão de pagar os ingressos. Mesmo eu tendo um pouco do dinheiro dos dias em que trabalhei na pousado. O filme começaria dali a uma hora. Então, nós decidimos dar uma volta no shopping e comer alguma coisa mais sustentável.

Nada de lanches gordurosos, eu ainda estava focada na minha dieta.

— Tem um show para ir amanhã à noite, você quer ir comigo?

— Show? Ah, não sei. Não faz muito o meu tipo.

— Que pena. Então tudo bem. Esquece o show.

Quando deu a hora nós entramos no cinema. O filme que ele escolheu era bem legal apesar do gênero não fazer muito o meu tipo. Eu me diverti bastante com as cenas de ação.

Quando o Rodrigo me levou até em frente de casa já se passava da meia-noite e eu ainda não tinha tido coragem de confronta-lo. Perguntar se estávamos tendo alguma coisa. Mas pensando bem.... Eu não queria mesmo saber o que era isso que estava rolando entre nós. Eu tinha medo das respostas e ainda mais medo dos meus sentimentos por ele.

— Bom, então eu vou indo.

— Não, Mel. Não vai agora. Fica mais um pouquinho.

Ele segurou meu braço, com os olhos nos meus.

Resolvi ficar, mas só mais um pouquinho.

Rodrigo me levou até o muro que separava a casa da minha irmã da casa dos meus pais. A rua estava deserta e um tanto escura. Mas eu não sentia medo. Na verdade, estava sentindo uma grande agitação. Talvez fosse pela forma como ele estava me olhando.

Não deu em outra. Rodrigo me encostou no muro, colocou a mão na minha cintura e começou a me beijar. Eu me sentia como uma adolescente rebelde vivendo seu amor proibido longe dos olhos dos pais. Não demorou muito para as coisas começaram a esquentar entre nós. Ele beijava de um jeito tão.... Envolvente. Apertando seus dedos na minha cintura através do vestido.

— Quer ir para minha casa?

Apenas assenti, me sentindo muito assanhada.

Rodrigo pegou a minha mão e juntos atravessamos a rua até a sua casa. Lá dentro estava tudo ainda mais escuro, vazio e silencioso. Ou o pessoal já estava dormindo ou tinham saído. Afinal, são jovens e cheios de vida. Não perguntei. Apenas deixei ele me levar para o seu quarto, onde nos trancamos.

Rodrigo me pegou no colo e voltou a me beijar, agora com mais intensidade. Ele me colocou em sua cama pequena e eu só sabia suspirar, sentindo os lábios quentes dele tocarem a minha pele sensível por todas as partes possíveis.

— Antes que você pergunte o que estamos fazendo – Rodrigo tirou os fios soltos do meu coque do meu rosto para poder olhar diretamente dentro dos meus olhos. — Estamos apenas curtindo o momento.

Curtindo o momento?

Será que o Rodrigo só está me usando assim como já usou tantas outras mulheres? Não, não pode ser. Afinal, olha só para mim! Rodrigo é o tipo de homem que pode ter qualquer uma. Ele é muito sedutor! Inclusive, ele pode ter a Vanessa que dorme no quarto em frente. Porque ele iria me preferir?

Não pude mais pensar nessas coisas. Não com a mão dele percorrendo meu corpo nos lugares certos e tirando totalmente a minha concentração e o meu fôlego.

Acordei pela madrugada, um pouco antes das quatro da manhã. Coloquei meu vestido, dei um beijinho no Rodrigo e saí.

Voltei a dormir no meu quarto, na minha cama, pertinho dos meus filhos, como se nada tivesse acontecido.

Juliana levou as crianças para a praia pela manhã. Mamãe ficou cuidando da pousada com o papai. E eu e o Augusto nos dividimos para dar uma ajeitada na casa. Na verdade, não foi bem assim. Augusto já estava preparado para escapulir e se encontrar com os amigos. Mas eu fui mais rápida e o agarrei pelo braço, prometendo que lhe recompensaria de alguma forma mais tarde caso ele me ajudasse com a faxina.

Fui ao mercado comprar algumas frutas para minha mãe no carro do papai, quando vi o Patrick na calçada. Tive que parar o carro para poder falar com ele. Fazia um tempinho que não conversávamos e eu tinha gostando muito dele.

— Você apareceu em uma boa hora. – ele abriu a porta do carro e me tirou de lá de dentro com um sorriso travesso. — Vem, você precisa de um embelezamento. Vem conhecer meu salão!

Patrick trabalhava em um salão de beleza. Ele era cabeleireiro e eu nem sabia. Mesmo eu dizendo que tinha que voltar pra casa para entregar as frutas a minha mãe, ele me convenceu a ficar um pouco porque ele iria cuidar de mim.

Patrick lavou o meu cabelo, fez uma hidratação e o escovou, mesmo ele já sendo bastante liso, porém um pouco ressecado. O resultado foi ótimo. Eu fiz questão de pagar mesmo ele dizendo que seria por sua conta. O tempo passou rápido, já era quase noite. E nós conversamos muito durante todo o processo.

— Agora eu vou te maquiar! Que tal?

— Mas eu não vou sair, Patrick!

— Como não? Eu pensei que você fosse se encontrar com o Rodrigo no show de hoje à noite. Bom, agora eu sei porque ele estava com aquela carinha no café-da-manhã.

— Como assim?

— Não sei, ele estava todo tristinho hoje de manhã. Mas aí a Vanessa e o Tiago começaram a tentar convence-lo a ir ao show com eles. Porque assim, se o Rodrigo não for a Vanessa não vai e consequentemente o Tiago também não vai.

— E você, vai?

— Tenho outros planos para hoje à noite. Mas eu acho que você deveria ir. Vamos, eu vou te deixar ainda mais diva. Aí você pode mostrar para as recalcadas que aquele homem te pertence.

— Mas...

— Porque você sabe que ele está louquinho por você, não sabe? Você não o conhece há tanto tempo quanto eu. O Rodrigo é muito na dele. Sempre foi focado nos estudos e no trabalho. Claro, ele não é santo. Já conheceu algumas garotas, mas nunca nada muito sério. Azar delas.... Porque ele é um gato!

— É, ele é mesmo muito bonito...

— Mas então.... Aí ele te conheceu. Acho que no começo era só amizade mesmo. Ele te admirava, mas as coisas foram caminhando para outro lado e de repente ele estava apaixonado.

— Como você pode ter tanta certeza?

Ele já estava me maquiando, me emperiquitando toda.

— Pela forma como ele te olha, boba. Cheio de admiração e.... Um pouco mais. Ou pela forma como ele fala de você. Ou como age quando eu toco no seu nome. Ele sorri daquele jeito que fazem os olhos se iluminarem. Assim como você está agora, só porque eu estou falando dele. Ah, vocês são tão fofos!

Parece que mais alguém compartilha dos mesmos sentimentos que a minha irmã.

Cheguei em casa me sentindo muito. Patrick tinha feito um bom trabalho. Eu parecia uma outra mulher. Bem mais evoluída e mais bonita também, é claro. Todos ficaram admirados.

Não disse muita coisa, apenas subi para me arrumar. Já era noite e eu não queria me atrasar. Eu iria surpreender o Rodrigo. Iria me encontrar com ele naquele show, correria em sua direção e abriria o meu coração de uma vez por todas, mesmo que essa ideia me deixasse apavorada e muito surpresa comigo mesma.

Essa não era eu.

Mas eu estava começando a gostar desse meu lado.

Por muito tempo eu neguei meus sentimentos, tentei esconde-los, camuflá-los com medo do que eles pudessem acarretar. Mas agora eu não queria mais isso. Não queria me sentir fraca. Se já estava obvio e claro para todo mundo, porque eu demorei tanto tempo para me dar conta e criar coragem?

Minha irmã poderia não estar certa cem por cento do tempo. Mas talvez ela tivesse razão. Os homens não são todos iguais. Não poderiam ser! Olha só para o Rodrigo. Ele não se compara em nada ao Carlos. Desde que nos conhecemos ele foi bom comigo e nunca misterioso. Ele se abriu comigo sem eu nem precisar pedir, me contou sua história, me mostrou seus defeitos e qualidades.

Ele cuidou de mim quando eu já desacreditava em mim. Ele me encorajou. Ele trouxe a possibilidade de eu recomeçar de novo. Ele me mostrou, mesmo sem saber, que eu poderia ser maravilhosa do jeito simples e bobo que eu sou. E que assim como todo mundo eu também mereço uma segunda chance.

Em poucas palavras ele disse o quanto eu era bonita mesmo eu sendo tão diferente das outras, mesmo eu se sentindo tão mal as vezes. Mesmo eu tendo incertezas e dúvidas. Mesmo eu estando cheias de mascas pelo corpo que parecem nunca cicatrizar, mesmo eu estando acima do peso, mesmo meu cabelo estando um lixo, mesmo eu sendo vem mais velha que ele e mãe solteira de dois filhos lindos. E ele me disse isso na frente dos outros, para deixar claro para todo mundo o que ele pensava ao meu respeito.

Ele não é como o Carlos. Ele não é como nenhum outro homem. Ele é único. E ele me mostrou isso anos atrás, quando era só um garotinho e me ajudou aquele dia. E eu me sinto tão estupida por ter duvidado dele. Por ter esperado que a qualquer momento ele se relevaria, se mostrando pior do que qualquer outro.

Coloquei uma saia preta e uma blusinha 3/4 de cor branca meio transparente e um salto não tão alto também na cor preta.

Eu já estava devidamente maquiada e com os cabelos bem cuidados. Tudo isso graças ao Patrick e a conversa que tivemos que me mostrou o que eu me negava tanto para enxergar e admitir.

— Mel, quer ir a um show comigo? – Augusto entrou no quarto sem nem bater, por sorte eu já estava pronta. — Uau!

— Gostou?

— Você está um arraso! – ele me girou, sorrindo torto. — Se você não fosse minha irmã eu te dava uns pegas.

Bati nele, fazendo o rir.

— Vamos? Eu vou com você.

Pegamos o carro do papai emprestado.

Eu estava com pressa.

— Desse jeito as garotas vão pensar que eu sou um cara comprometido. – Augusto comentou quando passei meu braço por dentro do dele, enquanto atravessamos a aglomeração.

O show era perto do centro, em um espaço grande. Já estava lotado de gente. Eu mal sabia quem iria tocar. Só sabia que eram umas bandas novas em busca de sucesso e reconhecimento.

— Guto, você está vendo o Rodrigo por aí?

Como o meu irmão era bem mais alto, achei que ele localizaria com mais facilidade quem eu estava tanto procurando.

— Olha ele ali!

Rodrigo estava perto do palco. Do lado direito, em um espaço mais vazio. Assim que o vi abri um sorriso. Suspirei fundo e estufei o peito. Era agora ou nunca. Eu estava pronta para abrir meu coração e dizer tudo que eu estava sentindo por ele.

— Guto, a gente se vê em casa. Tenho uma coisa importante para fazer.– soltei-me do braço dele e fui em direção ao Rodrigo.

Eu estava tão estonteante!

Louca para saber qual seria a reação dele.

Fui me aproximando rapidamente com um sorriso largo, mas parei bruscamente no meio do caminho. Meu sorriso desapareceu em segundos. Ele já não estava mais sozinho. Rodrigo estava acompanhado e muito bem acompanhando.

Vanessa, com seu vestido cor-de-rosa curto contornando seu corpo magro, colocou os braços em volta do pescoço dele, inclinou-se para frente e o beijou com vontade.

E minha nossa.... Que beijo!


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Notas finais do capítulo

Pelo visto alguém estragou tudo hahahaha O que acham da Vanessa?