It's art too! The Sound Rebellion! escrita por Arpus


Capítulo 3
Past Problems


Notas iniciais do capítulo

Eai gente. Estou cansado, tipo, muito mesmo. Realmente cansado. Estou trabalhando há uma semana (acordo cedo, isso que me mata) e aí estou um pouco desgastado. (Imagine sair de casa as 7:30 e voltar apenas 23:40). Bom. É isso.
Na verdade, esse capítulo já estava pronto há duas semanas, mas eu só queria postar no fim do mês de fevereiro, bom... o começo do trabalho me atrasou um pouco.
Espero que gostem do capítulo e comentem.
Ah! E tem personagem novo nesse capítulo hein. Fiquem ligados que ela vai ser problema. Beijos.
Músicas:
— Telephone - Carolina e Tiago (Original Lady Gaga ft. Beyoncé)
— Murder on the Dance Floor - Thais (Original Sophie Ellis-Bextor)
— Nobody's Perfect - Raisse (Original Jessie J)
— Hit me baby (One more time) - Carolina (Original Britney Spears)



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— Por que está demorando tanto? – perguntou Augusto inquieto.

— Por que grandes apresentações necessitam de tempo, para criar o clímax. – respondeu Isabelle com humor.

 Augusto bufou e se encostou na parede oposta a Isabelle. A loira estava em pé em frente a porta da sala do coral. Manuella, Bruno e Thais estavam ao lado de Augusto, encarando-a, Thais até mesmo passou o braço pelos ombros de Augusto para conforta-lo. Caio estava em pé ao lado da loira e a encarava com interesse, ou talvez tentasse evitar olhar para Tiago, que estava a alguns passos atrás, fuzilando sua nuca com o olhar. Bianca estava ao lado do moreno e ao seu lado, segurando em seu braço, estava Aline, com uma faixa brilhosa nas cores dourada, rosa e azul.

— Quero entrar logo! – exclamou Augusto.

 Isabelle ignorou o rapaz com um sorriso.

— Todos nós também estamos curiosos para saber da mudança, não precisa ficar irritado. – falou Bruno calmamente.

 Augusto fuzilou o bailarino com os olhos e fez uma careta.

— Ah cala a boca. – falou em meio tom – Vai beijar a Manu. – alfinetou amargamente.

 O casal ficou vermelho com o comentário. Manuela estalou a língua no céu da boca e virou os olhos felinos para o garoto.

— Ei Guto, a delicadeza ligou e ela queria saber se tem como tirar esse cabo de vassoura da bunda e para de ser um idiota. – a latina falou venenosa, estreitando os olhos.

 Augusto ficou vermelho de raiva, quase roxo. Thais, que ainda estava abraçada a ele, tencionou, esperando uma briga. Na verdade, a ideia de uma possível briga deixou todos tensos, todos, exceto Isabelle que estava indiferente a situação.

— Por que você não...

 Ele foi interrompido pelo barulho da porta abrindo. Daniele e Raisse saíram da sala, sorridentes.

— Tudo pronto! – exclamou Daniele.

— Podem entrar. – completou Raisse.

 E assim a briga foi esquecida. Um por um eles entraram na sala. Manuella lançou um olhar severo a Augusto antes de entrar, mas o garoto ignorou.

— Uau! – exclamou Caio ao entrar na sala. Ele precisou rodar em círculos para enxergar tudo.

— Vocês se superaram dessa vez. – falou Tiago, olhando tudo em êxtase. O comentário arrancou um sorriso de Raisse, Daniele e Isabelle.

 A sala reformada estava mais bonita. As paredes, antes brancas tinham sido pintadas de uma cor pastel, o teto permanecia branco, mas tinha notas musicais pintadas por toda sua extensão. Uma grande estante de madeira estava encostado na parede mais distante a porta, cheia de partituras e pequenos instrumentos, como tamboris, chocalhos, pandeiros e outros, além de microfones, e diversos lápis, canetas, folhas de papel, tesouras e outros materiais escolares, a direita da estante violões, guitarras, baixos e violinos estavam arrumados na parede. Na direção oposta um teclado, uma bateria e outras espécies de tambores estavam posicionados. No centro da sala várias cadeiras, coloridas nas mais diversas cores e bem confortáveis, estavam posicionadas em um semicírculo, no centro das cadeiras grandes almofadas coloridas e macias. De frente para tudo isso um pequeno tablado preto com três pedestais para microfones e um para partituras. Atrás do pequeno palco, um quadro branco que ocupava grande parte da parede e encostada em um canto uma mesa de madeira preta, com notas musicais brancas desenhadas.

— A sala não era desse tamanho. – falou Aline com um sorriso e olhos arregalados.

— Precisamos destruir uma parede e unir outra sala. – falou Isabelle displicente e recebeu olhares preocupados dos colegas.

— A professora Yanne permitiu. – garantiu Daniele.

— A outra sala era usada para guardar alguns instrumentos. – completou Raisse – Como eles estão aqui... bem, ela não viu problema.

— A maioria desses instrumentos são novos. – constatou Caio pegando um dos violões.

— Poucos sobreviveram a caçada as bruxas da diretora creti...

— Isa! – chamou Thais, antes que a amiga cometesse um erro.

— Ok. Diretora maravilhosa. – a loira rolou os olhos.

— As paredes também foram modificadas. – falou Daniele – Para abafar o som. Assim como os vidros das janelas. – ela apontou para duas grandes janelas na parede oposta a porta.

— Vocês fizeram isso bem rápido. – falou Bianca maravilhada coma sala.

— Dinheiro não foi problema. – falou Isabelle e trocou um hi five com Raisse – E quando dinheiro não é problema, tempo também não é.

— Vocês foram incríveis. – elogiou Thais e todos concordaram.

 As três sorriram e agradeceram.

— Agora, eu acho que deveríamos sentar e partir para assuntos mais importantes. – falou Daniele.

 Todos assentiram e escolheram seus lugares, Caio sentou-se ao lado de Tiago, mas este fez um careta e pediu para trocar de lugar com Bianca. A garota apenas suspirou e atendeu.

— Ok. Que assuntos importantes são esses? – perguntou Bruno.

— O de sempre. – falou Isabelle –Pessoas tentando nos destruir, a busca por novos membros, procurar músicas para as seletivas... o de sempre.

— Eu ainda não entendi muito bem essa história de destruição do coral. – falou Bianca.

— Isso porque você e o senhor “preciso de uma pílula anti depressiva urgente” – Manuella apontou para Tiago, que fechou a cara – Não estavam na ultima reunião.

— Mas nós vamos cuidar disso. – falou Isabelle.

— Nós? – perguntou Caio confuso – Quem são “nós”?

 Isabelle bufou e apontou para Raisse, Manuella, Daniele e para si.

— Nós temos um plano. – falou Raisse.

— Eu tenho um plano. – falou Daniele – Vocês só vão me ajudar.

— Tanto faz. – Manuella deu de ombros e se abraçou ao braço de Bruno.

 Daniele rolou os olhos e se virou para Tiago.

— E como vai a procura por novos membros?

— O que? Que procura?

 Todos encararam Tiago confusos.

— Como assim “que procura”? A procura que você deveria estar fazendo por novos membros! – falou Augusto irritado. Aline, que estava no chão sentada em uma das almofadas tentou se encostar em suas pernas, mas ele a afastou.

— Por que eu?! – perguntou Tiago surpreso.

— Você é o líder do grupo. – falou Thais como se fosse obvio.

— E sempre foi você que fez os testes para novas inscrições. – completou Bruno.

— É! Mas isso quando o grupo era novo e nenhum de vocês podia fazer isso. – falou Tiago – Agora qualquer um pode assumir esse trabalho.

— Parece ser trabalho demais. – comentou Isabelle desinteressada – E trabalho demais é para o líder.

 Tiago bufou e tentou argumentar.

— Não interessa os argumentos Tiago. – falou Raisse – Só temos onze membros. E precisamos de pelo menos mais um para competir. Você vai atrás de alguém.

 O moreno se deu por vencido e concordou. Seu olhar foi de encontro a Bianca.

— Você me ajuda? – ele sussurrou esperançoso, mas a namorada o olhou como se pedisse desculpas.

— Não posso. Tenho ensaio com o Caio a semana inteira, para o musical.

— Ah. – e lançou um olhar de poucos amigos para Caio, que apesar de perceber permaneceu atento a conversa que se desenrolava a sua frente – É, bom imagino que vou ter que encarar essa sozinho.

 A bailarina lançou novamente um olhar triste ao namorada, mas ele balançou a cabeça e pediu para que ela esquecesse a história. Bianca mordeu o lábio, indecisa, mas começou a prestar atenção na conversa. Tiago fez uma careta assim que o olhar da morena o deixou e então encarou Caio, que se mantinha atento a conversa, mas tinha as orelhas vermelhas.

— Mal posso esperar. – o moreno resmungou chateado.

—- --

 O sinal para o final do horário letivo tocou, sinalizando os alunos que eles estavam liberados para ir para casa, ou para as atividades de alguns dos seus clubes ou times esportivos. Caio e Augusto saíram juntos da sala de química, os dois um pouco suados pelo calor da sala.

— Eu não sei por que ele está tão bravo. – Caio comentou, jogando a mochila sobre o ombro.

— Não sabe? – perguntou Augusto sem nem mesmo olhar para o loira, mas erguendo uma sobrancelha em desafio – Realmente não sabe?

 Caio olhou assustado para o garoto.

— Olha, eu nem sabia que ia ganhar o papel! E por que eu não podia tentar? – o loiro gesticulava com as mãos e ficava vermelho a cada palavra – É um papel idiota em um musical! Não é motivo para ficar com raiva.

— Eu concordo com você. – Augusto parou de andar e encarou o loiro – Mas para o Tiago não é apenas um papel em um musical... Ele adora, sério mesmo, adora aquele filme! Sabe quantas vezes eu peguei ele assistindo alguma parte do filme ou escutando as músicas? Muitas.

 Caio torceu o lábio e cruzou os braços.

— Mas não é só por causa disso... ele está com o orgulho ferido. Por perder. E se sente traído. – continuou Augusto – Você podia ter pelo menos avisado que ia fazer o teste.

— Eu sei. – declarou Caio em um tom de derrota.

— E por que não fez isso?

 Caio suspirou e seu olhar se perdeu em algum ponto do corredor.

— Tem muitas coisas que eu não consigo falar direito para o Tiago desde...

 Augusto ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços, esperando o outro continuar, mas ele não o fez.

— Desde? – instigou.

— Nada. Esquece.

 Augusto olhou desconfiado, enquanto o loiro foi ficando cada vez mais corado, mas por sim suspirou e deu de ombros.

— Ok. Só lembra que pode falar o que quiser comigo. – ele tocou o ombro do loiro – Somos amigos.

 Caio concordou com um sorriso tímido. Ele deu um tapa carinhoso no ombro de Augusto e o abraçou de lado. Augusto a princípio ficou assustado com o contato, mas riu.

— E quando vamos falar sobre o seu problema? – perguntou Caio, recomeçando a andar, ainda abraçado ao ombro de Augusto.

— Que problema? – perguntou o rapaz olhando desconfiado para o loiro.

 Caio fez uma careta e corou novamente antes de continuar a falar.

— Você sabe... seu problema com o Bruno e a Manu.

 Augusto ficou tenso sob o braço de Caio e o loiro percebeu.

— Não sei do que você está falando.

 O loiro o encarou com pena.

— Sabe, sabe sim. Mas não vou comentar nada mais sobre isso, se você está incomodado, mas... – ele sentiu o garoto ficar mais aliviado, mas ainda assim estava inquieto – Olha, nessas férias eu fiquei com uma menina, dois meses na verdade, foi rápido, e ela estudava aqui. Uma ano mais nova que nós.

 Augusto encarou o loiro surpreso, querendo saber para onde essa conversa ia.

— E?

— Bem, eu nunca enganei ela e quando a gente ficou eu até mesmo disse que não queria nada sério e gostava de outra pessoa...

— Da Raisse? – perguntou Augusto. Mas o loiro ignorou, suas orelhas ficando vermelhas.

— Mas ela aceitou ficar comigo de qualquer forma. – continuou – O que não acabou bem depois de dois meses, por que ela ficou muito grudenta, mas não do tipo chato, do tipo stalker perigosa mesmo.

 Augusto ficou surpreso.

— E então?

— Bom... ela me mandou mensagens todos os dias até as aulas recomeçarem, agora eu acho que ela desistiu. Mas eu fiquei bem incomodado com tudo isso.

— Gente, que louca! Qual nome dela.

— Carol. – resmungou.

 Os dois perceberam pelo cantos olhos quando Tiago passou pela dupla como uma bala, esbarrando no loiro no processo, mas sequer percebendo ou não se importando.

— O que eu quero dizer. – continuou Caio com o rosto vermelho – É que as vezes é melhor não insistir em uma história que não vai acontecer. – ele encarou as costas de Tiago, que já estava bem a frente. – Você só vai gerar uma situação ruim.

 Augusto assentiu triste.

— Você... tem razão.

 Caio sorriu e apertou o garoto contra o peito.

— Claro que tenho, eu sou demais.

— Se ache menos. – riu Augusto – E me solta, ou vão pensar que somos namorados.

 O sorriso de Caio aumentou.

— Eu não estou nem ai. Que pensem, afinal somos apenas bons amigos.

 Augusto corou e rolou os olhos.

— Claro. Vamos logo, o pessoal está nos esperando.

— A Daniele vai comandar a reunião hoje?

 Augusto assentiu.

— O Tiago vai fazer audições no Auditório. – falou Augusto.

 Foi a vez de Caio assentir.

— Então vamos logo, a Daniele não gosta de esperar. – e ele apertou Augusto contra o peito outra vez – Vamos, coração.

— Idiota. – falou Augusto socando o peito do loiro e rindo, mas extremamente corado.

—- --

— Próximo! – gritou Tiago.

 O moreno se espreguiçou na cadeira e bocejou com vontade. Uma mesa de metal, pequena tinha sido posicionada em um canto do palco, o moreno estava sentado logo atrás dela em uma cadeira de ferro, em cima da mesa estava o celular do moreno, bem como um cabo usb e um aparelho de som.

— Se existir alguém que veio fazer essas audições. – o moreno falou ao terminar de bocejar.

 Tiago estava há três horas sentado no Auditório, esperando, mas nenhuma viva alma apareceu para se inscrever no clube. O moreno passou a manhã e a tarde do dia anterior colando panfletos sobre novas vagas, mas até o momento, nada.

— Eu só preciso de uma pessoa. – choramingou e bateu a cabeça na mesa.

— Oi.

 Uma voz feminina chamou das coxias e o rapaz ficou de pé rapidamente.

— Aqui! No palco! – ele chamou se animando.

 Uma menina saiu da coxia. Era de baixa estatura, ainda que fosse mais alta que Aline e Bianca, mas perdia para qualquer uma das outras garotas, seu cabelo castanho bem claro caia como cascatas sobre o ombro e emolduravam o rosto branco, pintado com algumas sardas e chamando a atenção para os olhos verdes. Tinha um sorriso bonito, do tipo que abria covinhas nas bochechas.

— Meu nome é Carolina. – a voz melódica alcançou os ouvidos de Tiago e ele arregalou os olhos.

— Carolina?

— Isso. – ela sorriu – Estou no segundo ano.

 Tiago assentiu.

— Ok. Parece idiota perguntar, mas você sabe cantar né?

 Carolina assentiu.

— E dançar. – ela complementou. – Sou muito boa nos dois. – falou confiante.

 Tiago ergueu uma sobrancelha com um expressão cética.

— Ta. – ele pegou o celular e o ergueu na frente da garota – É só escolher uma música que conheça, pode levar o tempo que quiser.

— Ah, pode ser qualquer uma. – ela falou dando de ombros e pegando o celular – Vamos botar no aleatório e ver o que acontece. – ela passava as músicas ao falar – Por que você tem músicas instrumentais no celular.

 Tiago rolou os olhos com a pergunta e bufou.

— Só escolhe uma música, por favor.

Ela sorriu e apertou um botão, conectou o celular no aparelho de som e rapidamente a música começou a tocar.

 Tiago se sentou na cadeira com uma expressão séria.

[CAROLINA]

Hello, hello, baby
You called, I can't hear a thing
I have got no service
In the club, you see, see...

 Tiago olhou espantado para a garota assim que ela começou a cantar. Sua voz era muito bonita.

[CAROLINA]

Wha-Wha-What did you say?
Oh, you're breaking up on me...
Sorry, I cannot hear you
I'm kinda busy

 O moreno se levantou da cadeira, ainda supreso e começou a cantar junto.

[CAROLINA e TIAGO]

K-kinda busy
K-kinda busy
Sorry, I cannot hear you, I'm kinda busy

[TIAGO]

Just a second
It's my favorite song they're gonna play
And I cannot text you with
A drink in my hand, eh...

[CAROLINA]

You shoulda made some plans with me
You knew that I was free
And now you won't stop calling me
I'm kinda busy

 Carolina começou a dançar e o Moreno seguia seus passos de dança com precisão.

[CAROLINA e TIAGO]

Stop calling, stop calling
I don't wanna think anymore

[TIAGO]

I left my head and my heart on the dance floor

[CAROLINA e TIAGO]

Stop calling, stop calling
I don't wanna talk anymore

[CAROLINA]

I left my head and my heart on the dance floor

[TIAGO]

Eh, eh, eh, eh, eh, eh...

[CAROLINA]

Stop telephoning me!

[TIAGO]

Eh, eh, eh, eh, eh, eh...

[CAROLINA]

I'm busy!

[TIAGO]

Eh, eh, eh, eh, eh, eh...

[CAROLINA]

Stop telephoning me!

[TIAGO]

Eh, eh, eh, eh, eh, eh...

[CAROLINA]

OH!

[TIAGO]

Can call all you want
But there's no one home
And you're not gonna reach my telephone!
(Carolina: Ohhhh)
Out in the club
And I'm sippin' that bub
And you're

[TIAGO e CAROLINA]

Not gonna reach my telephone!

[CAROLINA]

OH!

[TIAGO]

Call when you want
But there's no one home
And you're not gonna reach my telephone!
(Carolina: Heyyy)
Out in the club
And I'm sippin' that bub

[TIAGO e CAROLINA]

Not gonna reach my telephone!

 Os dois se encaravam enquanto cantavam. Carolina ria, mas Tiago ainda estava assustado com a presença de palco da garota.

[TIAGO]

Girl, the way you blowing up my phone
Won't make me leave no faster
Put my coat on faster
Leave my boys no faster
I shoulda left my phone at home
'Cause this is a disaster!
Callin' like a collector
Sorry, I cannot answer!

[CAROLINA]

Not that I don't like you
I'm just at a party
And I am sick and tired
Of my phone r-ringing

[TIAGO]

Sometimes I feel like
I live in Grand Central Station
Tonight I'm not taking no calls
'Cause I'll be dancing

[CAROLINA e TIAGO]

'Cause I'll be dancing
'Cause I'll be dancing
Tonight I'm not takin' no calls, 'cause I'll be dancin'!

Stop callin', stop calling
I don't wanna think anymore!
I left my head and my heart on the dance floor
Stop callin', stop calling
I don't wanna talk anymore!
I left my head and my heart on the dance floor

Stop callin', stop calling
I don't wanna think anymore!
I left my head and my heart on the dance floor
Stop callin', stop calling
I don't wanna talk anymore!
I left my head and my heart on the dance floor

[CAROLINA]

Can call all you want
But there's no one home
You're not gonna reach my telephone!
'Cause I'm out in the club
And I'm sipping that bub
And you're not gonna reach my telephone!

[CAROLINA e TIAGO]

My telephone!
M-m-my telephone!
'Cause I'm out in the club
And I'm sipping that bub
And you're not gonna reach my telephone!

 Ao final da música o moreno pausou o celular e encarou Carolina com uma cara de assombro.

— Eai, eu entrei? – ela perguntou animada e arfando um pouco pelo esforço.

 Tiago pareceu pensar um pouco, mas por fim sorriu.

— Seu nome é Carolina, certo? – a garota sentiu – E você está no segundo ano? – novamente ela assentiu.

 O moreno sorriu novamente.

—- --

— 5, 6, 7 e 8! – Thais batia palmas para coordenar e orientar os bailarinos – Vmaos lá! Energia.

 Um grupo de quinze pessoas estava em cima do palco do auditório, dançando de maneira desorganizada, Bianca e Bruno estavam a frente do grupo, realizando a coreografia com perfeição, mas o restante do grupo não conseguia acompanhar. Daniele até mesmo tinha desistido e estava sentada em um canto do palco.

 Thais suspirou ao ver que a maioria ainda não acompanhava a velocidade da coreografia ou não lembrava os passos e parou a música.

— Ok. – falou com um sorriso amarelo e voz cansada – Vamos continuar amanhã, ok?

 O grupo soltou resmungos de alivio e rapidamente cada um foi indo embora, em duplas ou trios. Aline puxou Daniele pelo braço e as duas desceram do palco para conversar com Manuella, Bianca saiu conversando com Caio e Bruno saiu acompanhado de duas garotas do clube de dança, entretidos em uma conversa. Caio Daniel, um dos diretores do musical saiu das coxias e parou em frente de Thais, encarando-a com vontade.

— Algum problema? – ela perguntou constrangida e tentou arrumar seu material.

— Nenhum. – falou animado – Pelo contrario! Esta tudo ótimo! Adorei a coreografia que você montou.

— Por enquanto foi só uma. Faltam várias. – ela falou desanimada.

— Temos tempo. – falou Daniel tentando tranquiliza-la.

— E temos que ensaiar todas para deixa-las pelo menos sincronizadas.

— Eu espero que de tempo. – o rapaz tentou sorrir, mas desistiu – Confio em você. O Tiago falou muito bem de você e vendo você trabalhar, acredito que é a pessoa perfeita.

 Thais suspirou e assentiu.

— Ótimo! – exclamou o rapaz – Mas vou lembrar de no próximo musical fazer testes de dança também.

 Thais concordou.

— Ou escolher pessoas do clube de dança.

— Quase ninguém do clube de dança quis participar.

— Bem, eles tem suas competições também e suas mostras de dança... e dançam para o coral também. São ocupados.

 Daniel assentiu.

— Acredito. Bom, foi um ótimo ensaio… muito bom. Agora já vou, com licença. – ele se despediu e estava saindo do palco quando lembrou de algo e virou-se rapidamente – Ah! Eu gostaria que trabalhasse mais com atriz da Thalia, ela dança como se tivesse levado um tiro.

 Thais riu e assentiu. Daniel foi embora resmungando algo sobre realmente precisar fazer testes de dança. Thais sorriu e pegou seu celular. Duas mensagens de Raisse brilhavam na tela do aparelho. A bailarina mordeu o lábio inferior e suspirou. Caminhou até o aparelho de som e escolheu uma música. Assim que a melodia começou a tocar ela se movimentou pelo palco, dançando.

[THAIS]

It's murder on the dancefloor
But you better not kill the groove
Dj, gonna burn this goddamn house right down

Oh, I know I know I know I know I know I know
About your kind
And so and so and so and so and so
I'll have to play

If you think you're getting away
I will prove you wrong
I'll take you all the way
Boy, just come along
Hear me when I say,Hey

 Seus passos alternavam entre jazz lírico, lento e com movimentos amplos para passos mais animados, jazz dance, contemporâneo e até mesmo salsa. Ela mistaruava diversos estilos de dança, procurava se soltar ao dançar.

It's murder on the dancefloor
But you better not kill the groove
It's murder on the dancefloor
But you better not steal the moves
Dj, gonna burn this goddamn house right down

Oh I know I know I know I know I know I know
There may be others
And so and so and so and so and so and so
You'll just have to pray

Don't think you'll get away
I will prove you wrong
I'll take you all the way
Stay another song
I'll blow you all away, Hey

It's murder on the dancefloor
But you better not kill the groove
Murder on the dancefloor
But you better not steal the moves
DJ, gonna turn this house around somehow

Murder on the dancefloor
But you better not kill the groove
Hey, hey

Murder on the dancefloor
But you better not steal the moves
Dj, gonna burn this goddamn house right down

 Assim que terminou de dançar seu celular apitou, indicando que outra mensagem tinha chegado. Ela pegou o aparelho e abriu a mensagem, outra vez de Raisse.

— “Reunião no coral! Tiago encontrou uma nova integrante ontem! está uma confusão aqui, vem logo!” – ela leu em voz alta.

 Ela pegou uma toalha e começou a enxugar o suor do pescoço, enquanto lia as outras mensagens. Todas as mensagens falavam que Tiago tinha marcado uma reunião em outro horário para não prejudicar os ensaios do musical e que ele tinha uma novidade. Ao terminar de ler as mensagens antigas o celular apitou novamente e outra mensagem chegou. Ela arregalou os olhos ao ler a mensagem. Apressou-se em guardar os materiais e saiu em disparada para a sala do coral.

—- --

— Isso só pode ser brincadeira!

 Thais entrou no mesmo instante em que Caio gritava com Tiago. O loiro olhava com os olhos arregalados para o moreno e tinha seu dedo apontado para o peito do rapaz.

— Qual o problema Caio? – perguntou Daniele.

 O loiro olhou para a garota como se ela tivesse a pergunta mais idiota do mundo e novamente olhou para o Tiago. O olhar de Thais varreu a sala a procura de algo incomum e parou na garota que estava ao lado de Tiago, com os cabelos amarrados em um rabo de cavalo e um sorriso estranho.

 A bailarina entrou na sala em silencio, enquanto Caio argumentava alguma coisa com Tiago, embora o moreno parecesse completamente indiferente. Thais sentou-se entre Isabelle e Raisse.

— O que aconteceu? – ela sussurrou para as amigas. Isabelle ergueu uma sobrancelha e sorriu balançando a cabeça. Ela estava adorando a confusão.

 Thais fez uma careta e olhou para Raisse.

— Essa é Carolina, fez audição para o coral ontem e o Tiago disse que ela é boa, mas o Caio não a quer no grupo.

— Talvez por que ela seja doida! – elas escutaram Caio gritar para Tiago.

 Thais olhou para Carolina, mas a garota não parecia ter ouvido o eu Caio falou, ou se ouviu não se interessou. Augusto, que estava ao lado de Isabelle parecia inquieto e olhava torto para a garota.

— É você que não está fazendo sentido Caio. – Tiago replicou.

— Eu?! Você finalmente fala comigo e é pra dizer que eu não estou fazendo sentido! – falou Caio visivelmente ofendido.

 Aline acompanhava a discussão como uma partida de tênis. Manuella e Bruno estavam sentados em um dos pufes e pareciam desconfortáveis com a situação. Manuella olhava desconfiada para Carolina e para Caio. Bianca estava sentada ao lado de Daniele e as duas estavam confusas demais para falar qualquer coisa.

— Você já a conhecia Caio? – foi Isabelle quem perguntou, mas pelo sorriso em seu rosto Thais podia dizer que ela já desconfiava da resposta. Augusto engoliu em seco e olho para Isabelle.

— Já. – não foi Caio quem respondeu, mas Carolina – Ele é meu ex-namorado.

— Nós ficamos. – falou Caio irritado – Há quaro meses.

 Todos se surpreenderam com a resposta. Menos Isabelle e Manuella que desconfiavam e Augusto que já sabia.

— Deu sorte nessa ai, ein. – comentou Bruno com um sorriso e recebeu uma cotovelada de Manuella.

— Eu não posso ficar no mesmo grupo que ela. – falou Caio.

 Tiago encarou o loiro com uma expressão séria.

— Por que? – ele perguntou, embora não parecesse impressionado com a decisão do loiro.

— Não faça isso Caio. – falou Augusto.

 O loiro encarou Tiago surpreso por alguns instantes e então algo em seu rosto de iluminou.

— Você sabia. – ele falou baixo – Você escutou minha conversa com o Augusto! – ele acusou em um tom baixo, para que apenas o moreno escutasse.

— Não sei do que você está falando. – o moreno respondeu erguendo uma sobrancelha. O loiro o encarou como decisão.

— Eu não consigo acreditar que você ainda não tenha me superado. – falou Carolina com um suspirou e cruzando os braços, seus lábio formando um bico.

 O loiro ficou vermelho de raiva com a afirmação, mas ignorou completamente a garota

— Eu não acredito que você fez essa sacanagem comigo. – falou entredentes- Eu achei que fossemos amigos.

 Tiago cruzou os braços e olhou frio para Caio.

— Eu também pensei isso. – falou sem emoção – Parece que eu estava errado.

 Caio apertou os punhos com força. Bruno e Augusto tencionaram, prontos para segurar o loiro se preciso.

— O que eu fiz no musical e o que você está fazendo estão em um níveis completamente diferentes.

— Depende de lado que está sofrendo.

 Caio cerrou os dentes.

— Quando você virou um idiota?

— Quando eu decidi que ia deixar de ser alvo. – respondeu o moreno sem emoção.

 Caio bufou e saiu da sala, batendo a porta com força no processo.

—- --

— Eu não sei o que está acontecendo. – Thais bufou ao entrar na sala do coral.

 Raisse, que era a única que ainda estava na sala, olhou para a bailarina com confusão.

— Eles ainda estão discutindo? – Raisse estava sentada na mesa de madeira, segurando um dos violões e dedilhando alguma canção.

 Thais bufou outra vez e assentiu. Raisse sorriu e deu de ombros.

— A Daniele e o Augusto estão brigando com o Tiago e a Bianca está tentando faze-los entender o lado dele, mas eu acho que nem ela está convencida. E a Manuella não para de lançar comentários sarcásticos.

— No fim, todos vão se entender. E eu conheço o Tiago. Ele não ia colocar aquela garota no grupo se ela não fosse boa... mesmo com o problema com o Caio.

— Você acha que ele fez de propósito? – Thais perguntou erguendo uma sobrancelha.

 Raisse deu de ombros novamente.

— Acho que não. O Tiago não é assim, mas... – ela mordeu o lábio, parecendo constrangida – Ele ta muito machucado e com raiva. Ele tem o costume de descontar.

 Thais suspirou e se sentou em dos pufes, passando as mãos pelo cabelo.

— Talvez a Isa esteja certa e nós vamos acabar destruindo o coral por nós mesmos.

 Raisse sorriu e balançou a cabeça. Os dedos ainda tocando o instrumento.

— Podemos ter nossas brigas, mas no final tudo fica bem.

 Thais fez um bico.

— Aquela menina meio que me assustou. – ela comentou, mudando de assunto – Ela tem um sorriso estranho. Sei la. Talvez o Caio esteja certo.

— Pra você todos estão certos, então? – Raisse riu.

— Claro que não. – a bailarina ficou vermelha e olhou a sala – Onde esta a Isa.

 Raisse parou de tocar e levou dois dedos aos lábios, fazendo um bico.

— Na escola?! – Thais arregalou os olhos.

— Você sabe como ela é.

— Esse vício ainda vai matar ela. – falou Thais emburrada. Ela cruzou os braços e deitou no pufe.

 A bailarina levou seu tempo para observar a sala.

— Vocês tiveram um trabalhão arrumando essa sala. – ela comentou observando as notas pintadas no teto – Até conseguiram abafar as salas.

— Nada demais. – Raisse riu enquanto continuava a tocar o violão. – Só construímos outra parede.

 Thais a olhou pelo canto do olho.

— O que você está tocando ai?

 Raisse levantou os olhos do instrumento para encarar a garota.

— Uma nova música.

— Eu nem sabia que você tocava violão.

— Não sou tão boa quanto o Caio ou o Bruno ou Tiago ou a Aline, mas consigo tirar algumas notas.

 Thais sorriu.

— Modesta. Não é seu feitio.

— É a verdade. – ela falou com uma careta.

— Quero ouvir. – a bailarina se sentou na almofada e encarou Raisse com vigor.

 Raisse suspirou, mas assentiu e começou a tocar.

[RAISSE]

When I'm nervous I have this thing yeah
I talk too much
Sometimes I just can't shut the hell up
It's like I need to tell someone anyone who'll listen
And that's where I seem to mess up

Yeah I forget about the consequences
For a minute there I lose my senses
And in the heat of the moment
My mouth's starts going the words start flowing

But I never meant to hurt you
I know it's time that I learnt to
Treat the people I love like I wanna be loved

This is a lesson learnt
And I hate that I let you down
And I feel so bad about it
I guess karma comes back around
Cause now I'm the one that's hurting yeah

And I hate that I made you think
That the trust we had is broken
So don't tell me you can't forgive me
Cause nobody's perfect, no, no, no, no
No, no, no, no, no, no, no
No, no, no

I'm not a saint, no not at all
But what I did it, that wasn't cool
But I swear that I'll never do that again to you, yeah yeahh

I'm not a saint, no not at all
But what I did it wasn't cool, no
But I swear that I'll never do that again to you

And I hate that I let you down
And I feel so bad about it
I guess karma comes back around
Cause now I'm the one that's hurting yeah

And I hate that I made you think
That the trust we had is broken
So don't tell me you can't forgive me
Cause I’m no close to perfect, no
No, no, no, no, no, no, no

Nobody's perfect no

 Thais assistiu a amiga tocar com lagrimas nos olhos.

— Lindo. – falou assim que Raisse terminou – Se você tivesse cantado essa música na audição o papel seria seu.

 Raisse sorriu e a olhou assustada.

— Você acha?

 A bailarina riu e assentiu.

— Com certeza. – ela se levantou e abraçou Raisse – Você realmente mudou. Isso reflete na sua música.

— Eu me sinto diferente. – ela respondeu com um sorriso e abraçando Thais com o braço livre.

— Sim. Você está. – elas se separaram e Thais encarou a amiga. Seu rosto vermelho. – Ok, que tal um suco agora?

 Raisse sorriu.

— Suco... ok? Ligo pra Isa?

— Não. – Thais ficou ainda mais vermelha – Só nos duas.

 Raisse sorriu e assentiu.

— Ok... ok.

—- --

— Caio! Caio! – Bianca chamou o loiro pela multidão aglomerada no pátio externo.

 Estavam no intervalo entre as aulas e a maioria dos alunos preferia lanchar no pátio, como Caio, mas Bianca não era uma delas. A garota gostava da tranquilidade do refeitório, por isso o loiro se assustou ao ver a bailarina dançar, literalmente por entre os alunos para chegar até ele.

— Bianca? O que faz aqui?

— Vim saber o que aconteceu. – falou sentando ao seu lado no banco de pedra –Aquela discussão ontem foi muito pesada. Você está bem?

 O loiro assentiu, com uma cara triste.

— É... tipo isso. Mas... por que quer saber de mim? Achei que você estava do lado do Tiago.

 Bianca balançou a cabeça e tocou a mão do loiro.

— Estou do lado do justiça e da nossa união. Não concordo com as atitudes do Tiago. Sou namorada dele, mas não sou cega. – falou séria – Você tinha todo o direito de participar das audições para o papel que quisesse, todos tinham. E ganhou seu papel por mérito.

— Eu queria que o Tiago pensasse assim.

— A perspectiva dele é diferente. Ele ta magoado. E ninguém é perfeito. Você sabe bem disso...

— Todos cometem erros. – o loiro falou em um suspiro.

 Bianca sorriu e concordou.

—Mas todos tem merecem segundas chances. – ela olhou penetrante nos olhosverdes – Você vai dar outra chance pra ele, quando ele pedir?

 Caio encarou a garota por alguns segundos. Olhos nos olhos. E sorriu fracamente.

— Sempre.

 Bianca assentiu e soltou a mão do loiro.

— Obrigada.

— Caio!

 Uma voz feminina se elevou por toda a agitação pátio. Carolina se imprensava entre os alunos e chegava até mesmo a empurrar alguns.

— Caio. – ela repetiu ao chegar na frente do loiro. Seu rosto corou um pouco – Oi!

 Caio bufou, mas olhou para a garota.

— Eai. – cumprimentou sem vontade.

 Carolina sorriu.

— Bom, eu te vi sentado aqui e resolvi me aproximar. Quem sabe, poderíamos conversar...

 Bianca sentiu o ar ficar mais tenso. Ela quase podia sentir em sua propria pele o desconforto de Caio.

— Eu já vou. – falou se levantando rapidamente. Infelizmente não podia ajudar naquela situação.

 O olhar de Carolina pousou sobre a garota e por um momento Bianca pensou se não teria sido melhor ter ficado parado, sem falar, nem se mexer ou respirar. Os olhos de Carolina pareciam os de uma fera pronta para atacar sua caça.

— E você é? – perguntou com a voz carregada.

— Bianca. – se apressou em responder.

 Carolina ergueu uma sobrancelha.

— Do coral. – continuou Bianca. Nenhuma alteração. A bailarina bufou – Namorada do Tiago.

 A expressão no rosto de Carolina foi para surpresa em segundos e rapidamente se suavizou. Um sorriso brotou em seus lábios.

— Ah. Você tem namorado. Bom. O Tiago, né. Eu tinha esquecido. Agora eu lembro de você. Como você está? Tudo bem? Estamos no mesmo ano, não é? Onde está o Tiago, seu namorado? Por que está aqui com o Caio? – as perguntas saiam tão rápidas que deixaram Bianca desnorteada.

— Ahn... o que?

— Estávamos conversando. – falou Caio – Somos um casal no musical. Precisamos passar texto e essas coisas.

 Bianca lançou um olhar de agradecimento a Caio, mas pode ver a boca de Carolina se contraindo.

— Casal? – ela ergueu uma sobrancelha novamente, desta vez para o loiro.

— Na peça. – Bianca se apressou em completar.

— Ok. – respondeu com um sorriso, mas seus olhos ávidos voavam do loiro para a bailarina – Ah, isso me lembra que vou fazer uma apresentação aqui no pátio.

 Os dois olharam surpresos para a garota.

— Como é? – perguntou Caio.

— O Tiago pediu. Para mostrar meu talento para o restante do grupo. Ele até disponibilizou o grupo de dança para ensaiar comigo e me ajudar na apresentação.

 Bianca ergueu uma sobrancelha.

—Ah. Disponibilizou é? – ela contraiu os lábio – Quem disponibilizou pra ele?

 Carolina sorriu e deu de ombros.

— Eu tive pouco tempo para ensaiar, mas acredito que ficou bom. Ah olha lá! Estamos reunidos agora.

 O restante do coral se aproximava.

— Por que fomos chamados no meu horário de lanche? – reclamou Manuella mordendo um pastel. Augusto estava de braços dados a garota, sua briga no começo da semana há muito esquecida.

— Eu achei que uma apresentação da nossa nova componente poderia ser bom. – falou Tiago.

— É. Eu soube. – disse Bianca com uma carranca – Inclusive disponibilizou o grupo de dança. Só não sei com a permissão de quem.

 O moreno ficou sem palavras e olhou confuso para a namorada.

— Depois conversamos. – ela resmungou.

— Eu acho uma boa ideia. – falou Raisse – Não que eu não confie no julgamento do Tiago. Mas sempre é bom conferir o talento dos novatos em primeira mão... e ver se vão ajudar ou atrapalhar.

 Carolina ignorou o comentário.

— E quando vai ser essa apresentação? – perguntou Daniele.

— Acho que eles devem estar chegando.

 Um grupo de seis bailarinos, todos homens, vestidos em seus uniformes escolares. Um deles carregava um aparelho de som portátil. Carolina puxou dois elásticos de cabelo do bolso e amarrou o cabelo em duas maria chiquinhas.

— Eu espero que gostem. – e lançou um olhar penetrante para Caio.

 Ela foi até os bailarinos, que afastavam a multidão do centro do pátio, criando um espaço adequado para dançar. Ligou o som e começou a coreografia.

[CAROLINA]

Oh baby baby
Oh baby baby
Oh baby baby
How was I supposed to know?
That something wasn't right here
Oh baby baby
I shouldn't have let you go
And now you're out of sight, yeah

Show me how you want it to be
Tell me baby cause I need to know now
Ooh because

 Os bailarinos dançavam ao redor de Carolina, os passos de dança quase idênticos ao do clipe da Britney.

[CAROLINA e BAILARINOS]

My loneliness is killing me, and I
I must confess I still believe
Still believe
When I'm not with you I lose my mind
Give me a sign
Hit me baby one more time

[CAROLINA]

Oh baby baby
The reason I breathe is you
Boy you got me blinded
Oh pretty baby
There's nothing that I wouldn't do
That's not the way I planned it

Show me how you want it to be
'Tell me baby 'cause I need to know now
Oh because

[CAROLINA e BAILARINOS]

My loneliness is killing me, and I
I must confess I still believe
Still believe
When I'm not with you I lose my mind
Give me a sign
Hit me baby one more time

[CAROLINA]

Oh baby baby, wooah
Oh baby baby, yeah yeah

Oh baby baby
How was I suposed to know?
Oh pretty baby I shouldn't have let you go

[CAROLINA e BAILARINOS]

I must confess
That my loneliness is killing me now
Don't you know I still believe?
That you will be here
And give me a sign
Hit me baby one more time

My loneliness is killing me
I must confess I still believe
Still believe
When I'm not with you I lose my mind
Give me a sign
Hit me baby one more time

My loneliness is killing me
I must confess I still believe
Still believe
When I'm not with you I lose my mind
Give me a sign

[CAROLINA]

Hit me baby one more time!

 Carolina terminou a apresentação e mandou um beijo na direção de Caio. O loiro engoliu a seco. A multidão bateu palmas.

—- --

 As batidas secas na porta ecoaram pela pequena sala. A diretora, Maria Odete, estava sentada em sua mesa, com óculos de leituras pendurados no nariz e lendo algum papéis.

— Entre. – falou com sua voz imponente, porém fria.

 Jason e Karen se precipitaram pela porta, aos tropeços. O rapaz estava com o cabelo cor de rosa e o rosto vermelho de raiva. A garota tinha marcas de arranhões no rosto, pescoço e continuavam até entrar em sua camisa.

— O que aconteceu? – Odete perguntou, retirando seus óculos de leitura e colocando-os sobre a mesa.

— Foi aquele coral idiota! – Jason foi o primeiro a falar, estava irado – Eles colocaram tinta nos xampus do time inteiro!

— E passaram cola nos tênis do time de vôlei. – completou Karen, indignada.

 Maria rolou os olhos e encarou a dupla com escarnio.

— E o que vocês querem aqui?

 A pergunta pareceu desnortear a dupla. Entreolharam-se como se buscassem no outro a resposta.

— Q-queremos que a senhora dê um castigo a eles. – falou Karen por fim – Eles não podem sair impunes.

 Jason concordou com a cabeça veemente.

— Eles podem. E vão. – falou a diretora. Os dois estudantes soltaram sons de indignação.

— A menos que vocês tenham provas de que foram eles que fizeram tudo isso.

— Não temos. – falou Jason – Mas...

— Então sem punição. – decretou a diretora – Não posso mais dar castigo as crianças sem motivo. O superintendente está de olho em mim.

— Mas uma delas fez isso em mim! – exclamou Karen puxando a gola da camisa e mostrando os arranhões – Foi aquela loira! Eu tive que dizer pra todo mundo que fui atacada por um gato raivoso.

 Jason soltou uma risada.

— Não posso fazer nada contra isso, já que o senhor Jason... – ela lançou um olhar gélido ao rapaz – Machucou uma das alunas seriamente e ela foi muito gentil em nãos prestar queixa. – sua voz estava cheia de sarcasmo.

 A diretora se levantou e contornou a mesa, ficando de frente para a dupla.

— Eu achei que estava tratando com pessoas talentosas e vorazes, mas vocês me parecem ser apenas, uma dupla de idiotas! – ela falou com a voz carregada de raiva e os dois alunos congelaram – Não fizeram nada certo até agora! Nada! E aquelas crianças ainda estão me desafiando! Fazendo um musical, apresentações no pátio da escola... Eles acham que mandam em tudo.

— B-bom seu plano também falhou... a sua “arma” secreta também não fez nada! – falou Karen.

— É! – concordou Jason- O idiota do Roni até ajudou a garota.

 Maria Odete bateu na mesa com força calando os dois.

— Calem suas bocas, pelo menos uma vez na vida. – ela já estava sem paciência – E escutem bem, por que meu plano sequer começou. – ela sorriu perversamente – Roni é apenas uma das muitas peças no meu tabuleiro, e se não quiser colaborar pode ser descartada, assim como vocês.

 Os dois engoliram a seco.

— Agora... se já terminaram as brincadeiras infantis, prestem atenção, porque vou lhes mostrar como um adulto joga.

 Ao terminar de falar, ela espalhou as doze fichas pertencentes aos alunos do coral na mesa. A ficha de Tiago tinha um X marcado em vermelho.

— Quando se quer ganhar uma batalha, sempre miramos na cabeça.


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Notas finais do capítulo

É isso galera. Próximo cap deve sair em breve (espero). E vai trazer outra novidade. Outros personagens e outras tretas. Fiquem ligados e comentem. Kisses.



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