- Finalmente as férias acabaram... – comentou Aline respirando aliviada e entrelaçando seu braço no de Daniele que apenas balançou a cabeça entretida no livro que segurava com a mão livre.

- Podem acreditar ou não, mas eu até senti falta dessas sua faixas ridículas. – Augusto se aproximou da dupla e apontou para a faixa de cabelo dourada com listras rosa choque de Aline.

Augusto pouco mudou durante as férias, estava com o cabelo bem mais curto, com uma franja mais longa e com o rosto um pouco mais masculino desde a última vez que as duas o tinham visto. O corte tinha acabado com as ondulações do cabelo.

- Você parece diferente... – comentou Daniele – Mais másculo. – ela completou a frase em um sussurro.

- Cortou o cabelo? – perguntou Aline com um sorriso.

- Não Aline. Ele se assustou com os fogos de artificio na virada do ano e fugiu de mim. – respondeu sarcástico.

- Sério? – a garota estava realmente curiosa.

Daniele e Augusto rolaram os olhos e balançaram as cabeças em descrença.

- Não. Não é sério. – respondeu por fim – Mas vocês estão diferentes também. Isso é aplique? – Augusto perguntou a Daniele. A morena concordou e passou a mão nas mechas disfarçadamente.

O cabelo de Daniele que normalmente alcançavam seus ombros, agora iam até metade das costas, a coloração do cabelo também estava mais clara, os fios completamente negros agora estavam castanho escuro. Já Aline cortou seu cabelo em estilo Chanel, com uma franja para lateral. O penteado realçou suas feições indígenas.

-Bem, vamos andando. – Aline recomeçou a caminhar, agora puxando tanto Daniele, que fechou seu livro pela velocidade em que andavam, quanto Augusto.

Aos poucos o trio se aproximava da escola. Já podiam ver os muros azuis do imponente prédio e à medida que se aproximavam notaram um pequeno grupo que conversava animadamente próximo à entrada. Tiago notou a aproximação dos amigos e acenou para que se juntassem a eles.

- Quanto tempo! – cumprimentou. O moreno cresceu quatro centímetros nas férias. Seu cabelo encaracolado estava cortado no estilo volume crescente, raspado nas laterais e atrás e à medida que se aproximava do topo da cabeça aumenta o volume do cabelo. Assim como Aline ele usava uma faixa, vermelha, amarrada na lateral da cabeça, para segurar o cabelo.

Bianca ao lado do namorado também sorria para o trio e rapidamente foi abraçada por Aline.

- Vocês estão em algum programa para crescer? – perguntou Augusto.

Bianca também tinha crescida dois centímetros nas férias, embora ainda fosse mais baixa que todos os rapazes e a maioria das meninas, empatando com Aline. Seu cabelo castanho e longo estava preso um rabo de cavalo, com uma franja dividida para as laterais.

- Você ta parecendo uma bonequinha. – falou Aline abraçando Bianca mais forte.

- A pergunta que não quer calar é... você entrou em algum programa de aplicação de testosterona? – perguntou Isabelle à Augusto, com seu veneno habitual. Augusto apenas rolou os olhos e cumprimentou a loira.

Isabelle continuava com longo cabelo loiro, agora cortado em camadas. Ao seu lado, Thais balançava a cabeça, como se desaprovasse o comportamento da amiga. Seu longo cabelo castanho também estava amarrado em um rabo de cavalo bem alto, no melhor estilo Ariana Grande. Isabelle continuou a destilar seu veneno sobre os recém-chegados.

- Onde está a Raísse? – perguntou Daniele, ignorando os comentários maldosos que Isabelle lançava sobre a aparência de todos.

- Só vai chegar mais tarde. – respondeu Thais envergonhada pelos comentários da amiga.

- Faltam apenas o Bruno, o Caio e a Manu, então. – falou Tiago.

- Faltavam meu amor, faltavam. – Manuella chegou com seu jeito abrangente e logo abraçou Augusto. Os longos cabelos castanhos da latina estavam divididos na metade.

Bruno, com os cabelos castanhos ainda com luzes com um penteado estilo surfista, se aproximou de Manuella e a abraçou por trás, puxando-a de Augusto.

- Me solta Bruno. – a latina acotovelou o rapaz na barriga se libertando do abraço.

- Aconteceu alguma coisa e eu perdi? – perguntou Augusto erguendo a sobrancelha.

Os dois negaram com os rosto corados.

- Então estamos aqui. – falou Tiago ao ver Caio se aproximar. O loiro também tinha crescido alguns centímetros nas férias e agora, junto com Bruno eram os mais altos do grupo, mas apenas dois centímetro mais altos que Tiago e três a mais que Augusto. Seus fios loiros estavam cortados no estilo undercut e penteados para cima.

- Ok galera. – Tiago bateu palmas – Vamos nos concentrar. A partir de hoje vamos começar um novo ano para o SRebellion.

Todos assentiram.

- Eu soube que as GToners conseguiram chegar até as Nacionais, mas perderam para os The Fatalities.

O coral soltou um urro de alegria ao ouvir as notícias do seu líder.

- Eu só queria ver a cara daquele trio bizarro. – falou Isabelle com malícia.

- Finalmente me sinto vingada. – falou Manuella.

- Ainda não Manu. – falou Tiago – Elas perderam mais ainda seu coral ainda é um dos melhores no país.

- Mas a Samantha, Tabatha e Raíza saíram no final do ano passado. – falou Bruno – Elas estavam no terceiro ano.

- Não muda o fato do coral em si ser perigoso. – respondeu Tiago – Elas sempre tiveram recordes de vitórias e apesar de termos empatado com os The Fatalities a vitória deles sobre um coral que não derrotamos só mostra que eles são muito bons.

- E estão acima de nós. – falou Caio desanimado.

- Por enquanto. – falou Bianca com confiança. Tiago sorriu para a namorada e assentiu.

- Maria e João também se formaram. – falou Tiago – Vamos nos aproveitar que os dois dos melhores corais estão desnorteados e ir direto pro topo.

O grupo assentiu outra vez.

- E pra já começarmos aquecidos... – continuou Tiago – Eu pedi as garotas que começassem as atividades desse ano para nós. – ele então virou para Thais e Isabelle. A loira sorriu e acenou para um rapaz parado bem na frente da entrada do prédio com uma grande caixa de som.

- Desde quando aquela caixa está ali? - perguntou Augusto confuso.

- Ela está ligada ao sistema de som da escola. – comentou Thais.

- Mas a professora Yanne... – começou Aline.

- Ela não vai se importar. – Isabelle deu de ombros e piscou para o rapaz que soltou a música.

Thais e Isabelle tomaram a frente do grupo e chamaram a atenção de todos os alunos que esperavam os portões abrirem.

[THAIS]

Oh, oh, oh, come fill my glass up a little more
We 'bout to get up, and burn this floor
You know we getting hotter, and hotter
Sexy and hotter, let's shut it down

Isabelle foi à frente da multidão e acenou para os dois porteiros para que abrissem os portões do colégio. Assim que foi feito ela liderou a multidão para dentro do prédio, com o coral na frente, e alguns alunos dançando pelo caminho.

[ISABELLE]

Yo, what I gotta do
To show these girls that I own them
Some call me bitch, and some call me momma
Exkeeza, pleeza, I'm in Ibiza
Giuseppe Zanotti, my own sneaker
Sexy, sexy that's all I do
If you need a bad bitch
Let me call a few
Pumps on and the little mini-skirts is up
I see some good girls, I'mma turn 'em out
Ok bottle, sip, bottle, guzzle
I'm a bad bitch, no muzzle, hey?
Bottle, sip, bottle, guzzle
I'm a bad bitch, no muzzle, let's go

[BRUNO, CAIO e TIAGO]

Music, makes me, high

Isabelle e Thais se divertiam ao levar o grande público pelo corredores. O restante do coral dançava junto e até puxava alguns funcionários para se juntarem.

[THAIS]

Oh, oh, oh, come fill my glass up a little more
We 'bout to get up, and burn this floor
You know we getting hotter, and hotter
Sexy and hotter, let's shut it down

[ISABELLE e THAIS]

Pound the alarm!

[ISABELLE e THAIS]

Pound the alarm!

[ISABELLE]

I wanna do it for the night, night
So get me now, and knock this over
I wanna do it like you like, like
Come get me, baby we're not getting younger
I just want you tonight, night
Baby we won't do it for life

[THAIS]

Oh, oh, oh, come fill my glass up a little more
We 'bout to get up, and burn this floor
You know we getting hotter, and hotter
Sexy and hotter, let's shut it down

[ISABELLE e THAIS]

Pound the alarm!

Finalmente grande parte dos alunos chegou ao grande pátio externo, alguns outros olhavam pelas janelas do segundo piso Thais e Isabelle transformarem o pátio em uma grande rave.

[ISABELLE e THAIS]

Pound the alarm!

Oh, oh, oh, come fill my glass up a little more
We 'bout to get up, and burn this floor
You know we getting hotter, and hotter
Sexy and hotter, let's shut it down

Pound the alarm!

- O que significa essa bagunça?!

Uma mulher, com rugas aparentes em seu rosto, uma expressão dura e vestida em um terno preto, com os cabelos negros severamente amarrados em um coque, arrumou seus óculos sobre o nariz e levou o megafone que segurava a boca mais uma vez.

- Vou perguntar novamente... O que significa essa bagunça.

Tiago olhou confuso para os amigos do coral e então virou-se para a mulher.

- Uma apresentação do coral. - respondeu simplesmente.

A mulher torceu os lábios e caminhou na direção de Tiago. Conforme se aproximava os alunos no caminho abriam espaço. Tiago olhou assustado para Bianca.

- E quem seria você? – ela perguntou ao parar a um passo do moreno.

- Sério querida? Quem é ele? – Isabelle se meteu na conversa – Quem é você?!

- Eu? Meu nome é Maria Odete. – ela respondeu com o olhar fixo em Tiago e um ar de superioridade intragável – A nova diretora desse colégio.

Isabelle arregalou os olhos e fechou a boca rapidamente.

- E essa apresentação... – continuou a diretora sem prestar atenção a loira – Não foi permitida.

- N-nós temos autorização da professora Yanne... para... para realizar apresentações na escola, se não for durante as aulas. – respondeu Tiago hesitante.

- Autorização... – repetiu a mulher com seu olhar endurecendo mais que qualquer aluno pudesse achar possível – Da professora... interessante...

Ela deu as costas para o moreno e calmamente caminhou até a frente da multidão de alunos, retornando o megafone para perto da boca e encarando os adolescentes ela proclamou.

- Eu sei que vocês tiveram ao longos dos anos diretores, digamos... incompetentes, mas eu estou aqui para avisar que este ano será diferente. Ela então voltou sua atenção exclusivamente para Tiago.

- Nenhum professor tem mais autoridade que eu. Nenhum aluno pode realizar atividades nesta instituição sem meu conhecimento e autorização prévios. – ela encarou o restante dos alunos - Eu sou uma vencedora... tenho diversos prêmios de coordenação e supervisão de escolas e programas em meu currículo e eu tratei este colégio novamente a sua glória.

E então retirou uma lista do paletó e o estendeu para a direita como se esperasse alguém o pegar. E foi o que aconteceu, segundos depois, quando a professora Yanne apareceu surgindo da multidão, agarrou o papel e se posicionou ao lado da diretora.

- Durante minha direção apenas clubes vencedores serão permitidos a continuarem com suas atividades. A seguir a professora... – ela virou-se para Yanne – Desculpe... esqueci seu nome.

- Yanne. – respondeu em um semi rosnado.

A diretora ergueu um sobrancelha e rapidamente seu olhar viajou da professora para Tiago e então retornou para a multidão.

- A professora Yanne vai ler nesta lista o nome dos clubes e times esportivos permitidos a continuar ativos.

- Os times de Voleibol feminino e masculino... – começou a professora – O time de futsal masculino e o de basquetebol feminino, o time de ginástica rítmica, o clube de karatê e jiu jitsu, o grupo de debate, o clube de matemática, o clube de atividades aquáticas e por fim...

O coral esperou ansioso pelo último grupo a ser mencionado. Bruno e Manuella deram as mãos por conta do nervosismo. Yanne olhou uma última vez o papel e suspirou.

- O clube de pesquisas cientificas.

Tiago ficou boquiaberto.

- Como isso é possível?

- Sem reclamações sobre esse assuntou. – declarou a diretora – Não serão abertas discussões sobre minhas decisões. Todas são leis absolutas e devem ser cumpridas.

- Você não pode fazer isso! – gritou Augusto – É Nepotismo.

- Uma semana de detenção.

- O que?!

- Isso é loucura. – falou Manuella – Você não pode dar a ele detenção só por que expressou sua própria opnião.

- A senhorita gostaria de o acompanhar? Uma...

- Não. – falou Daniele rapidamente – Por favor Diretora. Desculpe os dois. Eles estão muito exaltados e não sabem o que falam.

O olhar duro da mulher caiu sobre Daniele.

- Como se chama?

- Daniele. – respondeu.

- Senhorita Daniele. Parece que alguém consegue obedecer regras sem desrespeitar aqueles que possuem o poder determinante. Se seus amigos pedirem desculpas pelas afrontas eu posso retirar a suspensão.

Daniele olhou suplicante para os amigos. Manuella mordeu os próprios lábios e cerrou os punhos.

- Me desculpe, diretora. – a frase queimou a garganta da latina ao ser dita.

Maria olhou para Augusto. E de repente todos os alunos olhavam para Augusto, ansiosos, temerosos. Augusto respirou fundo e encarou a diretora.

- Eu não vou pedir desculpas por ter minha opinião.

- Augusto. – chamou Daniele assustada.

- Eu demorei demais pra me sentir confortável com quem eu sou e com o que eu penso e falo. Não vou mudar por causa de uma tirana.

Um pequeno sorriso se desenhou nos lábios da professora Yanne. A diretora apenas o olhou com superioridade e virou as costas.

- Ótimo. Seja você mesmo na sua casa. Não na minha escola. Uma semana de detenção.

E então a mulher retornou o megafone para a boca e gritou.

- Todos para suas aulas! Agora!

-- --

- Isso não pode ficar assim. – falou Raísse possessa.

Ao fim das aulas o coral se reuniu no Auditório da escola já que a sala usada normalmente para suas atividades tinha sido fechada e todo seu material retirado. Estavam sentados em círculo em cima do palco para discutirem os acontecimentos do dia. Raísse, que tinha chegado atrasada escutou as novas notícias dos amigos.

- Ela está achando que é quem? Uma ditadora do oriente médio?! – a garota balançava os braços com fúria. Raísse tinha cortado seus cabelos castanhos em um long bob com um ombré hair e feito luzes o que a deixava com um aspecto mais delicado e meigo, mas os movimentos obscenos que fazia enquanto xingava a nova diretora retirava qualquer encanto que o novo visual pudesse criar.

- Temos que pensar em como vamos combater esse regime autoritário. – falou Manuella – Sem sermos suspensos. – e então encarou Raisse – Você engordou?

Raisse rolou os olhos e negou com a cabeça.

- Acho difícil. – falou Bruno – O Augusto nem falou nada demais e foi suspenso por uma semana. E sim... você parece um pouco mais cheinha... – completou Bruno – Nenhum problema nisso, continua gostosa.

Manuella beliscou a barriga do rapaz com força.

- Ela vai me escutar. – falou Raísse – O meu pai doa muita grana pra esta escola. Se eu ameaçar tirar essa doação ela vai ficar pianinho. E não. Eu não engordei O corte deixa meu rosto mais redondo.

- Receio que isso vai ser impossível.

Yanne saiu de uma das coxias. Segurava uma pasta cheia de papéis e parecia bem irritada.

- A nova diretora já cancelou a entrada do dinheiro do seu pai. – falou – Na verdade foi uma das primeiras medidas dela. O que não muda muito. O tanto de dinheiro que já está na conta particular da instituição... Podemos ficar anos com ele se for bem racionado.

- Professora... a senhora não pode permitir que ela feche o coral. – falou Thais.

- Isso também é impossível. – ela suspirou – Ano passado o diretor anterior conseguiu o título de pior administrador do estado... na verdade sem o dinheiro do pai da Raísse já estaríamos quebrados a muito tempo. O ministério de educação deu poder total sobre qualquer decisão a essa... – ela respirou fundo – Resumindo... qualquer decisão dela é incontestável, até mesmo pelo corpo docente. Três professores foram expulsos ontem por não concordarem com ela.

- Então não podemos fazer nada? – perguntou Caio com tristeza.

Tiago encarou os amigos.

- Não! – falou o moreno – Ainda podemos fazer alguma coisa…

- O que? – perguntou Aline – Não podemos ir contra ela... Onze pessoas não vão conseguir nada.

- Então vamos convencer a escola toda a nos ajudar. – falou.

- Ótima ideia. – falou Isabelle sarcástica – Só esqueceu uma coisa...

- Eles nos odeiam. – falaram os membros do coral em unisom.

- Eu não vou desistir desse coral! – falou Tiago com convicção – Não depois de tudo que passamos.

- E não vai precisar John Legenda – falou Yanne – Eu vim até vocês por que tenho um plano.

Os dez alunos voltaram-se para a professora.

- Como eu disse antes... A diretora tem poder pleno sobre as decisões da escola, mas ainda existe alguém acima dela...

- O superintendente. – falou Daniele entendendo o plano da professora.

- Exato!

- Vamos falar com ele então. – falou Tiago empolgado.

- Vamos precisar marcar um horário. – falou Daniele – E pode demorar dias, semanas para sermos atendidos.

- A minha ideia é mais rápida. – falou Yanne – No final dessa semana o superintendente irá vir a escola para inspecionar a nova direção...

- E então poderemos falar com ele. – falou Bianca.

- Exato!

- Mas ainda assim... dez pessoas… vai ser difícil convencer ele. – falou Thais.

- Por isso vocês precisam convencer o restante da escola a apoiar vocês.

- Eles nos odeiam. – falou Isabelle sem paciência – Acabamos de dizer isso.

- Deem o jeito de vocês! – falou Yanne irritada – Eu vou garantir que vocês possam utilizar o Auditório e os instrumentos. Mas vocês vão ter que se virar.

- Podemos fazer apresentações. – falou Aline.

- E sermos suspensos? – perguntou Manuella – Nem pensar.

- Ela só pode nos suspender se souber quem somos. – falou Bruno

- Vamos usar máscaras? – perguntou Thais.

- Podemos.

- Nem pensar. – falou Raísse.

- Prefere ser suspensa?

- Eu não acho que ela precise ver nossos rostos pra nos suspender. – falou Bianca – Ela nem sabia o nome do Augusto.

- Eu não ligo pra isso. – falou Raísse – Se o coral acabar eu nem mesmo quero vir para esse colégio.

- Nem eu. – falou Thais.

-Vamos dar a cara a tapa. – falou Tiago – Vamos fazer pequenas apresentações e ver no que da. Ela pode ou não nos suspender... Mas convencer os alunos é mais importante.

- Vamos fazer as apresentações no refeitório. – falou Caio – E chamar a banda.

- E o grupo de dança também vai ajudar – falou Bianca – No fim os dois clubes também foram fechados.

- E podemos pedir ajuda ao clube de teatro. – falou Thais – Para figurinos e maquiagem e acessórios.

- Vocês perceberam que a maioria dos clubes que foram proibidos de continuar foram das artes? – perguntou Isabelle desconfiada.

Todos ignoraram a loira.

- Precisamos escolher as músicas. – falou Tiago.

- EI. Eu estava falando! Vocês me ouviram pelo menos?

- O que?! Pensei que só estava nos xingando. – falou Tiago.

- Eu também. – falou Daniele.

- Desculpa Isa. Nem eu prestei atenção. – falou Thais.

A loira bufou de raiva e cruzou os braços indignada.

- Esquece. Eu só...

- Vamos calcular o tempo das apresentações. Para que ela não chegue no meio de uma e acabe com ela. – falou Bruno.

- vamos deixar alguns de nós na cola dela para impedi-la de chegar muito perto durante as músicas. – sugeriu Caio.

- Boa ideia. - falou Tiago.

- Me ignoraram de novo. – falou Isabelle possessa.

- Ok. Então vamos fazer isso. – Tiago ergueu a mão à frente do corpo – Todo mundo aqui!

Todos juntaram as mãos, inclusive Isabelle, embora contra gosto.

- A senhora também, professora. – chamou Bianca.

Yanne os encarou surpresa por alguns instantes e depois se juntou aos alunos.

- No 3. – falou Tiago – 1, 2...

- SREBELLION! – todos gritaram juntos.

-- --

Raísse, Manuella e Daniele, esta última segurando um grande som portátil, entraram no refeitório confiantes. Elas estavam vestidas com roupas dos anos 80 e atraíram os olhares de vários alunos. Como era o horário do almoço vários alunos estavam sentados comendo. Tiago, Bianca, Bruno, Aline e Thais também estavam sentados, mas sem comer nada.

- Tudo certo? – perguntou Tiago assim que Raísse passou por ele e Bianca.

- Tudo. O Caio e a Isa estão vigiando a bruxa do leste.

- O clube de dança está espalhado pelo refeitório. – falou Bianca – Eles vão dançar e puxar os alunos pra coreografia quando a música começar.

Raísse assentiu e continuou a andar.

- Eu me sinto a Madonna nessa roupa ridícula. – falou Manuella.

- Shhhhh. Vamos começar. – falou Daniele – A Raísse deu o sinal.

O trio se dividiu pelo refeitório e a morena apertou o play deixando a música invadir o local. Rapidamente vários bailarinos se levantaram das mesas para dançar.

[RAISSE]

See the people walking down the street
Fall in line just watching all their feet
They don't know where they wanna go
But they're walking in time

[RAISSE, MANUELLA e DANIELE]

They got the beat
They got the beat
They got the beat, yeah
They got the beat

Os bailarinos puxavam os alunos para a dança. Os alunos do coral subiram em cima das mesas para participar da coreografia.

[MANUELLA]

All the kids just getting out of school
They can't wait to hang out and be cool
Hang around 'til quarter after twelve
That's when they fall in line

[RAISSE, MANUELLA e DANIELE]

They got the beat
They got the beat
Kids got the beat, yeah
Kids got the beat

[DANIELE]

Go-go music really makes us dance
Do the Pony puts us in a trance
Do the Watusi just give us a chance
That's when we fall in line

[RAISSE, MANUELLA e DANIELE]

'Cause we got the beat
We got the beat
We got the beat, yeah
We got it

Manuella puxou as palmas dentro do refeitório, rapidamente os alunos estavam se divertindo. Neste instante Isabelle e Caio que entraram no local arfavam demais. O loiro avistou Tiago e tentou chamar sua atenção.

[MANUELLA]

Everybody get on your feet (Aline e Thais: We got the beat!)

[DANIELE]

We know you can dance to the beat (Aline e Thais: We got the beat!)

[RAISSE]

Jumpin', get down (Aline e Thais: We got the beat!)

[RAISSE, MANUELLA e DANIELE]

Round and round and round (Aline e Thais: Uhhhh!)

[DANIELE]

We got the beat (Aline e Thais: We got the beat!)

[MANUELLA]

We got the beat (Aline e Thais: We got the beat!)

[RAISSE]

We got the beat (Aline e Thais: We got the beat!)

[RAISSE, MANUELLA e DANIELE]

We got the beat!

Isabelle correu até o som e o desligou. Neste instante a Diretora entrou no refeitório, seguida por alguns professores, entre eles Yanne, que encarou os alunos com uma cara preocupada.

- O que está acontecendo aqui? – ela perguntou sem emoção. Seus olhos viajavam pelo ambiente.

Bianca olhou rapidamente para Tiago e seguiu os olhos da diretora até o som. Então gritou o mais alto que conseguiu.

- Rato!!! Mata!!!! Mata!!! Um rato! Um rato!

Todos viraram para encarar a garota. Daniele entendendo o plano da amiga também começou a gritar.

- Alguém me salva!! Socorro!

Logo um pandemônio estava instaurado no refeitório. Isabelle correu e agarrando o aparelho de som o jogou para debaixo das mesas.

- Se acalmem! – pediu a diretora com o apoio do megafone. A voz autoritária da mulher foi capaz de vencer os gritos. – É impossível de ratos aqui! Inadmissível! Todos mantenham a calma!

Ela então virou-se para Yanne.

- Mande todos os alunos para as salas de aula. Eu vou acionar o controle de pragas. Todos ficarão sem almoço hoje por conta desse inconveniente.

Assim que a mulher saiu do local, os participantes do coral respiraram aliviados.

- Essa foi por pouco. – falou Tiago.

- Muito bem Bianca. – falou Daniele- Pensou bem rápido.

A menina corou e agradeceu o elogio.

- É... mas eu acho que nosso plano de conquistar os alunos não está indo muito bem. – falou Aline.

Os outros alunos olhavam com raiva na direção do grupo. Tiago respirou fundo e sorriu torto.

- Quem diria né? Ratos...

O moreno recebeu uma grande vaia. E logo começaram a atirar comida no grupo que correu para se esconder embaixo das mesas.

- Bem... pelo menos não fomos suspensos. – falou Caio.

- É... mas estamos na estaca zero. – falou Tiago.

- Ai que nojo! Jogaram purê de batata em mim. – reclamou Isabelle – Eu disse! Essa ideia é uma furada!

Tiago respirou fundo e rolou os olhos cansado, enquanto ainda ouvia as ofensas dos alunos por ficarem almoço.

-- --

- Precisamos nos certificar que desta vez a diretora não chegue no refeitório. – falou Tiago.

Novamente o coral estava reunido no palco do Auditório.

- Afinal... o que aconteceu ontem? – perguntou Manuella – Vocês não estavam atrasando ela? – ela direcionou a pergunta para Isabelle e Caio. Os dois entreolharam-se e a loira deu de ombros.

- Não fomos bem sucedidos... eu acho que ela notou que estávamos a seguindo...

- E conseguiu nos despistar. – continuou Caio – Ela teria chegado antes no refeitório se a Isabelle não tivesse derrubado os troféus no chão.

- Foi sorte ela não ter me visto. – relatou a loira – E vou pegar esse espaço pra falar que foi sorte a mesa ter aguentado a Raisse pulando.

Raisse rolou os olhos e cruzou os braços indignada enquanto resmungava ofensas a loira.

- Vamos colocar mais gente na cola dela desta vez. – falou Tiago – E mandar um grupo menor pro refeitório, para ser mais fácil de escapar caso necessário.

- Bem... estamos sem o aparelho de som... já que a Isabelle jogou ele pra de baixo da mesa. – falou Daniele.

- Claro. Por que todos queríamos que ela visse o som e ligasse os pontos... e mais, eu tive que tirar molho do meu cabelo e do meu sapato! Eu não fui a única a ter péssimas ideias. – acusou olhando para Bianca.

- Ei! A ideia da Bianca foi ótima! – defendeu Tiago, o que deixou Bianca feliz. – E se ela não tivesse pensado nisso ai sim nós estaríamos ferrados.

- Ok. Vamos nos concentrar em dividir os grupos. – falou Raisse – Ninguém aqui tem culpa de nada.

- E podemos usar o sistema de som do refeitório. – sugeriu Thais.

- Sério?! – perguntou Bruno – Vai ser impossível chegar na sala de som sem que notem.

- A professora Yanne pode. – falou Daniele.

- Sinceramente. Nem sei porque insistimos nesse plano todo. – resmungou Isabelle – É obvio que eles nos odeiam!

- Não é bem verdade. – retrucou Daniele – Grande parte dos alunos se juntou a dança ontem.

- E depois quase nos mataram. – reclamou Bruno – Odeio admitir, mas estou com a Isabelle nessa. Parece impossível que eles vão nos ajudar com o superintendente.

As palavras do bailarino deixou o grupo desanimado. Tiago bateu palmas chamando a atenção pra si.

- Mas precisamos tentar! – falou convicto – Não podemos desistir de nenhuma forma. Por enquanto este parece o único jeito de salvar o coral. Então não quero ouvir reclamações.

Bianca segurou a mão do namorado e sorriu.

- Exato. – ela concordou ainda sorrindo – Precisamos dar o máximo de nós.

O moreno sorriu e assentiu.

- Agora vamos dividir os grupos e falar com a professora Yanne.

Todos concordaram e foram aos poucos saindo do auditório. Bianca continuou sentada no palco enquanto observava o namorado colocar a mochila nos ombros e conversar com Caio. Um sorriso gracioso se desenhou em seus lábios.

- Você vem? – o Moreno chamou já nos degraus do palco.

- Ahhh – ao despertar de seus pensamentos a garota pareceu um pouco perturbada- Não... quer dizer... Pode ir na frente, daqui a pouco eu vou.

O moreno concordou e saiu do local com Caio. Bianca levantou e continuou a encarar a porta do auditório mesmo depois do companheiro já ter saído. Ela puxou o celular do bolso e depois de passar algumas músicas apertou em um. O som do aparelho saiu suave e alcançou seus ouvidos. Ela respirou fundo, sorriu outra vez para o nada e levou suas mãos ao peito.

[BIANCA]

Sweet love, sweet love
Trapped in your love
I've opened up, I'm sure I can trust
My heart and I were buried in dust
Free me, free us
You're all I need when I'm holding you tight
If you walk away I will suffer tonight

I found a man I can trust
And boy, I believe in us
I am terrified to love for the first time
Can't you see that I'm bound in chains?
I've finally found my way

I am bound to you
I am bound to you

Bianca estava em cima de uma das mesas do refeitório da escola, cantando atrás de um microfone antigo. Os alunos a sua volta assistiam hipnotizados a apresentação. No canto do refeitório, Tiago sorria ao observar a namorada. Daniele e Aline que estavam em outro canto assistiam a apresentação emocionadas. Caio que estava vigiando a porta do refeitório suspirou com pesar, seus olhos viajando de Tiago para Bianca, com um olhar triste.

So much, so young, I've faced on my own
Walls I built up became my home
I'm strong and I'm sure there's a fire in us
Sweet love and so pure
I catch my breath with just one beating heart
And I embrace myself, please don't tear this apart

I found a man I can trust
And boy, I believe in us
I am terrified to love for the first time
Can't you see that I'm bound in chains?
I've finally found my way

I am bound to you
I am bound to

Suddenly the moment's here
I embrace my fears
All that I have been carrying all these years
Do I risk it all? Come this far just to fall?
Fall

Os alunos puxavam seus celulares para filmar a apresentação, faziam barulho e batiam palmas.

I have entrusted and boy, I believe in us
I am terrified to love for the first time
Can you see that I'm bound in chains?
And finally found my way

I am bound to you
I am, ooh I am
I'm bound to you

Ao término da apresentação o refeitório foi preenchido somente pelo som de aplausos. Bianca agradeceu e sorrindo mandou um beijo para Tiago. O moreno sorriu de volta.

-- --

- Bom. Eu acredito que com as últimas apresentações nós conseguimos chamar a atenção do colégio. – falou Tiago confiante. O moreno se sentou no círculo com os amigos. As reuniões no palco do auditório já estavam sendo rotineiras na semana, então todos já tinham locais marcados no círculo.

- Não é o que dizem os comentários de ódio no twitter. – falou Isabelle enquanto mexia no celular. Thais beliscou a amiga. – Ai!

- A apresentação da Bianca com certeza convenceu algumas pessoas a nos ajudarem. – falou Daniele.

- Eu nem sei como a diretora bruxa velha não nos pegou. – falou Raisse desconfiada.

- Isso é verdade. – comentou Manuella – Tirando o primeiro dia, ela não apareceu mais no refeitório.

- Ela vive trancada na sala. – falou Bruno.

- Mesmo assim vamos continuar com um olho nela. – falou Tiago – Mas podemos diminuir a vigilância.

- Eu fico dessa vez. – falou Thais.

- Eu também. – propôs Aline.

Todos olharam a garota com caras incrédulas.

- Eu não acho uma boa ideia Aline. – falou Manuella com delicadeza – Você não é muito... atenta.

- Não vai ter perigo... – afirmou Aline – O Igor sempre diz que eu sou bem observadora. – o tom dela ficou mais triste ao falar do ex-namorado. Daniele tocou seu ombro e o apertou levemente. – Por favor, me deixem fazer isso... eu me sinto inútil parada lá naquele refeitório.

Tiago suspirou e assentiu.

- Agora... amanhã é o dia em que o superintendente virá... precisamos arrasar na apresentação hoje.

Todos olharam para Tiago com expressões preocupadas.

- Na verdade Tiago... – começou Raisse – Me dói dizer isso, mas eu acho que não devemos nos apresentar hoje...

- O que? Por que?

- Medo da mesa não aguentar um segundo round... – comentou Isabelle venenosa.

- Eu não engordei!

- Só dois quilinhos né fofa... – provocou Isabelle.

- Nós conversamos... – interrompeu Thais - E achamos que ao invés de uma apresentação em grupo... Devemos apelar de vez...

- Como assim? – o moreno perguntou confuso.

- Vamos usar nossa arma secreta. – falou Bianca sorrindo.

O moreno pareceu ainda mais confuso.

- Que é?

- Um dueto “Daniago”. – falou Aline animada.

Tiago arregalou os olhos surpreso e olhou para Daniele.

- Tudo bem por mim. – ela respondeu simplesmente.

- Vocês dois cantando juntos são uma explosão. – falou Raisse – Odeio admitir isso, mas é verdade.

- Se quisermos convencer o restante dos alunos precisamos da melhor performance. – falou Caio.

Tiago concordou.

- Ok. – e olhou para Thais e Aline – Conto com vocês meninas. – e então olhou para Daniele – Vamos fazer isso.

- Ok. Mas sem coreografia. – falou Daniele e arrancou risos dos amigos.

-- --

Tiago e Daniele estavam vestidos com roupas casuais em cores escuras. A morena usava um salto alto, calças jeans e uma camisa preta com jaqueta de couro, Tiago, exceto pelo salto, usava a mesma combinação. Isabelle, Raisse e Bianca abriram caminho pelo refeitório e colocaram um aparelho som retangular em uma das mesas.

- Outra vez isso! – reclamou um dos alunos, mas Isabelle o lançou seu melhor olhar congelante e ele se calou.

Embora mais ninguém tenha reclamado em voz alta ainda era possível ouvir os murmúrios.

- É bom isso funcionar. – falou Isabelle dando play.

Na primeira batida da música o restante do coral junto com o clube de dança invadiu o refeitório.

[DANIELE]

Come on boy
I've been waiting for somebody
To pick up my stroll

[TIAGO]

Well don't waste time
Give me a sign
Tell me how you wanna roll

[DANIELE]

I want somebody to speed it up for me
Then take it down slow
There's enough room for both

[TIAGO]

Well, I can handle that
You just gotta show me where it's at
Are you ready to go (Daniele: Are you ready to go)

[DANIELE e TIAGO]

If you want it
You already got it
If you thought it
It better be what you want
If you feel it
It must be real just
Say the word and Imma give you what you want

Daniele dançava com Caio e Bruno em cima de uma mesa, enquanto Tiago liderava os bailarinos e o restante do coral em uma coreografia. A dupla não media esforços em segurar a voz e liberavam muita energia ao cantar, o fato de possuírem vozes potentes que se encaixavam perfeitamente era uma vantagem para que a música crescesse.

[DANIELE]

Time is waiting

[TIAGO]

We only got 4 minutes to save the world

[DANIELE]

No hesitating
Grab a boy

[TIAGO]

Grab a girl

[DANIELE]

Time is waiting

[TIAGO]

We only got 4 minutes to save the world

[DANIELE]

No hesitating

[TIAGO]

We only got 4 minutes, 4-4 minutes

Sometimes I think what I need is a you intervention
Yeah

[DANIELE]

And you know I can tell that you like it
And that it's good, by the way that you move, ooh
Hey

[TIAGO]

The road to hell is paved
With good intentions, yeah

[DANIELE]

But if I die tonight
At least I can say I did what I wanted to do
Tell me, how bout you?

[DANIELE e TIAGO]

If you want it
You already got it
If you thought it
It better be what you want
If you feel it
It must be real just
Say the word and Imma give you what you want

[TIAGO]

Time is waiting

[DANIELE]

We only got 4 minutes to save the world! Yeah!

[TIAGO]

No hesitating

[DANIELE]

Grab a boy!

[TIAGO]

Grab a girl!!

Os alunos se animavam com a apresentação e dançavam pelo refeitório.

[DANIELE]

Time is waiting

[TIAGO]

We only got 4 minutes to save the world

[DANIELE]

No hesitating

[DANIELE e TIAGO]

We only got 4 minutes, 4 minutes

That's right, keep it up, keep it up, don't be a pri…Hey
Madonna, uh
You gotta get in line, hop
Tick tock tick tock tick tock

Assim que o a música terminou o som solitário de uma pessoa batendo palmas foi ouvido pelo refeitório. Assim que a diretora entrou na sala, seguida por uma secretária e por uma Yanne com cara de poucos amigos, Aline apareceu ofegante como se tivesse corrido uma maratona.

- Finalmente. – falou Maria Odete em emoção – Eu deixei vocês bem confortáveis a semana inteira, esperando que alguma hora fossem relaxa com a vigilância sobre mim. – ela olhou para Aline com desdém – Só não imaginei que iam facilitar tanto assim.

Ao final da frase Thais também chegou no local, no mesmo estado que a amiga, ofegante e suada.

- Eu acho que não tem como fingir uma infestação dessa vez. – a diretora continuou com olhar afiado fixo em Tiago – Vocês ousaram me desafiar a semana inteira. Como se aquele amigo de vocês não tivesse sido um bom exemplo. Infelizmente... expulsar alunos logo na primeira semana de aula não vai parecer bom aos olhos dos meus supervisores...

Ela olhou para Yanne e depois para o salão lotado de alunos.

- Eu já disse que minhas decisões são absolutas... – ela continuou calmamente, mas com certa irritação na voz – As artes não trazem nada de bom para os estudos e para criação de pessoas.

Tiago abriu a boca para refutar, mas Daniele foi mais rápida.

- Como a senhora tem coragem de dizer algo assim?! – perguntou irada – As artes são e sempre foram uma parte importante da humanidade.

- Algo que pode ser dispensado. – contrapôs Maria.

- A senhora é louca.

- Olhe a boca senhorita Daniele. Não tolero crianças que acham que sabem de tudo.

- E eu não tolero ignorância. – a morena alfinetou sem paciência.

Raisse segurou Daniele pelo braço para a impedir de continuar.

- Estão suspensos. Todos vocês. Uma semana. – decretou decisiva – E para todos que participaram dessa apresentação baixa... continuaram na escola depois das aulas por duas horas pelos próximos três dias, a menos que prefiram a detenção.

Novamente os olhares de ódio sobre o coral, mas ninguém ousou fazer nada com a presença da diretora.

- Dispensados para suas aulas! Agora!

Tiago encarou os amigos devastado e balançou a cabeça.

-- --

Daniele e Aline foram as últimas a entrar no auditório, jogaram suas mochilas no chão e sentaram nas poltronas como o restante do grupo.

- Eu não acredito que depois de tanto esforço terminamos assim... – falou Thais com tristeza.

Aline começou a chorar e teve que ser consolada por Caio. Raisse levantou-se de sua poltrona.

- Eu me recuso a deixar o coral acabar!

- Acabou, rolinho primavera. Aceite isso. – falou Isabelle chateada – Fomos suspensos. Não podemos aparecer aqui amanhã quando o super estiver presente... e no fim ninguém vai nos ajudar...

- Eu não estou gorda! – exclamou Raisse nervosa – Que saco! E mais... quem precisa dos outros alunos? É só aparecermos de surpresa amanhã e cantar pro superintendente...

- Isso não vai funcionar. – falou Bruno – Você ouviu a Yanne. Precisamos convencer os outros alunos... Eles podem até gostar das nossas músicas, mas nunca entrariam numa briga contra a bruxa velha.

Tiago olhou para Bruno repentinamente.

- O que?! Eu só falei a verdade.

O moreno sorriu e balançou a cabeça.

- Exato! – exclamou Tiago – Eles podem não comprar briga com a diretora, mas se fizermos um número no pátio externo para o superintendente e eles participarem...

- Podemos convence-lo a deixar o coral aberto. – completou Raisse.

Todos prestavam atenção em Tiago enquanto ele explicava sua ideia. Aline até mesmo tinha parado de chorar.

- Não só o coral. – falou Daniele – Todos os programas da área artística. Vamos chamar os outros clubes para nos ajudar. Aquela doida não pode vencer.

- Ok. Entendi. Pode dar certo. – falou Isabelle – Mas quem vai cantar.

Tiago sorriu.

- Todos nós. Como SRebellion! Manu, mande uma mensagem e conte tudo pro Augusto. Amanhã nós vamos invadir a escola e transformar o pátio externo em nosso palco.

- Uma apresentação exclusiva para o superintendente. – falou Bianca.

Tiago se levantou em um salto ergueu a mão à frente do corpo. Todos se levantaram e juntaram as mãos.

- 1... – contou Bianca.

- 2... – contou Daniele.

- SREBELLION! – todos gritaram juntos e levantaram as mãos.

-- --

- Realmente Maria, a instituição parece estar em perfeita ordem. – o superintende, um homem com seus cinquenta anos, loiro e alto, acompanhava a diretora e a professor Yanne em uma visita pelo colégio, inspecionando o trabalho de outros professores e funcionários.

Enquanto passeavam pelo pátio da escola a atual gestora contava sobre seus feitos para melhorar o ensino do colégio. Atrás dos dois Yanne caminhava com uma cara de puro tédio e rolava os olhos cada vez que escutava um elogio exagerado feito ao superior ou que a mulher se gabava. O que aconteceu várias vezes durante a visita.

- E seus times também estão de parabéns. Times vencedores e bem sucedidos trazem prestigio a escola.

- Como se fosse mérito dela. – resmungou Yanne em um tom baixo.

A diretora pigarreou alto. E olhou torto para a loira.

- Embora as conquistas tenham acontecido na gestão anterior eu me responsabilizo em manter este nível de realizações. – falou a mulher friamente.

O homem pareceu satisfeito com a resposta e arrumou o terno cinza que usava.

- Muito bem. Eu acho que já vi o suficiente. Ótimo trabalho com o colégio. Continue com o bom tra...

Neste momento um som alto de microfonia atingiu o trio os deixando desnorteado. Mas da mesma forma eu aconteceu o som misteriosamente desapareceu.

- O que foi isso? – perguntou o homem.

- Bom dia senhor superintende! – uma voz masculina ecoou pelo pátio. Alguns alunos se aproximaram das janelas para ver o que acontecia – Eu espero que tenha gostado da visita a nossa escola. Mas esta visita não estaria completa sem uma apresentação especial.

Ao terminar de falar uma música alta começou a tocar. Pelas escadas que ligavam o térreo com o primeiro andar, Bianca desceu em um vestido curto, estilo anos 60. Atrás dela Tiago, Bruno, Manuella e Isabelle também desciam vestidos na mesma temática.

[BIANCA]

You can't stop an avalanche as it races down the hill
You can try to stop the seasons, girl, but you know you never will
And you can try to stop my dancing feet, but I just cannot stand still!

'Cause the world keeps spinnin' round and round
And my heart's keepin' time to the speed of the sound
I was lost 'til I heard the drums, then I found my way
'Cause you can't stop the beat

Tiago puxou a namorada pela mão e os dois começaram a dançar no meio do pátio. Aline e Caio apareceram do canto oposto com vários dançarinos. Todos os presentes acompanhavam o casal em uma coreografia sob o olhar surpreso de Maria Odete.

[BIANCA e TIAGO]

Ever since the whole world began
A woman found out if she shook it, she could shake up a man
And so I'm gonna shake and shimmy it with all of the best I have today
'Cause you can't stop the motion of the ocean or the sun in the sky
You can wonder, if you wanna, but I never ask why
And you can try to hold me down, but I'll spit in your eye and say
That You Can't Stop the Beat!

[ALINE]

You can't stop the river as it rushes to the sea

[CAIO]

You can try to stop the hands of time, but you know it just won't be!

[ALINE]

And if they try to stop us, Baby

[ALINE e CAIO]

I’ll call the N double A C P!

[ALINE]

Cause the world keeps spinnin round and round (Caio: Round and round)
And my heart's keepin time to the speed of sound (Caio: Speed of sound yeah!)
I was lost 'til I heard the drums, then I found my way

[ALINE e CAIO]

Cause you cant stop the beat!

Ever since we first saw the light
A man and woman like to shake it on a Saturday night
So I'm gonna shake and shimmy it with all of my might today
Cause you cant stop the motion of the ocean, or the rain from above
You can try to stop the paradise were dreamin of
But you cannot stop the rhythm of two hearts in love to stay
Cause you cant stop the beat!

Augusto, Thais e Raisse desceram as escadas acompanhados de vários alunos e alguns professores. Pelas janelas era possível ver um grande número de alunos dançando.

[RAISSE]

You can't stop my happiness, cause I like the way I am
And you just can't stop my knife and fork when I see a Christmas Ham!
And if you don't like the way I look, well, I just dont give a damn!

[RAISSE e SREBELLION]

Cause the world keeps spinnin round and round
And my hearts keepin time to the speed of sound
I was lost 'til I heard the drums, then I found my way
Cause you can’t stop the beat

Ever since this whole world began
A woman found out if she shook it she could shake up a man
So I'm gonna shake and shimmy it the best that I can today!
Cause you can't stop the motion of the ocean or the sun in the sky
You can wonder, if you wanna, but I never ask why
And you can try to hold me down, but I'll spit in your eye and say
That you can't stop the beat!

- Yanne! Meu megafone, agora! Eu vou acabar com essa loucura. – exclamou a diretora em fúria.

Ao tentar passar o aparelho a professora deixou cair e Isabelle e Thais, que dançavam próximas, o chutaram para longe.

- Ops... foi sem querer. – falou Yanne com uma cara cínica.

O coral, o clube de dança e os outros alunos se divertiam ao dançar pelo pátio. Aline e Bianca puxaram o superintende para a coreografia. Daniele desceu as escadas com uma última leva de alunos e se juntou aos colegas.

[DANIELE]

Oh, Oh, Oh
You can't stop today (Srebellion: No!)
As it comes speeding 'round the track (SRebellion: Oooh, child yes!)
Yesterday is history (SRebellion: Be gone!)
And it's never comin back! (SRebellion: Look ahead)
Tomorrow is a brand new day, and it don't know white from black (SRebellion: Yeah!)

[DANIELE e SREBELLION]

'Cause the world keeps spinnin' round and round
And my heart's keepin time to the speed of sound
I was lost til I heard the drums, then I found my way
'Cause you can’t stop the beat!

Ever since we first saw the light
A man and woman like to shake it on a Saturday night
So I'm gonna shake and shimmy it with all of my might today!
Cause you can’t stop the motion of the ocean, or the rain from above
They can try to stop the paradise we're dreamin of
But you cannot stop the rhythm of two hearts in love to stay
You can't stop the beat!

Os alunos formaram um três círculos em volta da direto, da professor Yanne e do superintendente. O primeiro liderado por Tiago, o segundo por Thais e o terceiro por Bruno, cada círculo fazia uma coreografia diferente e muito animada.

[SREBELLION]

Aah, aah, aah,
Ahh, ahh, ahh
Ahh, ahh, ahh ahh

Ever since we first saw the sun
A man and woman like to shake it when the day is done
So we're gonna shake and shimmy it and have some fun today!
Cause you can't stop the motion of the ocean or the rain from above
You can try to stop the paradise were dreamin of
But you cannot stop the rhythm of two hearts in love to stay! (Daniele: Staaay!!!!)

[BIANCA e SREBELLION GIRLS]

You can’t stop the beat (SRebellion Boys: You can’t stop the beat)
You can’t stop the beat (SRebellion Boys: You can’t stop the beat)
You can’t stop the beat!!! (Daniele: Yeaaah yeah!!!)

Ao final da apresentação todos se depararam com uma diretora em fúria.

- O que significa essa palhaçada! – gritou. Pela primeira vez que a conheciam ela perdeu a compostura.

Tiago olhou para Isabelle e fez um sinal de positivo. A loira foi a frente.

- Uma apresentação para o superintendente. – falou com falsa inocência – Já que esta é a última semana que estamos permitidos a continuar ativos. Queiramos uma despedida especial.

- Mas eu suspendi todos vocês. Vocês não pode...

- Um minuto. – pediu o superintendente – Que história é essa de última apresentação? E você suspendeu todos esses alunos? Na primeira semana de aula?

A diretora se calou e encarou o superintendente surpresa.

- Bem... eles... essa crianças tentaram sobrepujar minha autoridade.

- Na verdade só expressamos nossa opinião. – falou Augusto – Estávamos bem chateados por que os clubes de artes vão acabar nessa escola.

O superintende encarou os alunos horrorizado.

- Acabar?! Como assim?! Quem deu essa ordem.

Todos os alunos e professores, inclusive Yanne apontaram para a diretora. O superintendente voltou sua atenção para a mulher com um olhar inquisitório.

- Explique por que os clubes ligados a arte vão ser fechados... agora!

A mulher pareceu surpresa e amedrontada por um segundo, mas rapidamente se recompôs.

- Eu... Foi uma decisão necessária... para manter os alunos focados nos estudos... essas artes apenas atrapalham os alunos, os deixam desconcentrados, alheios ao ensino, toda sua atenção...

- Besteira. – falou o superintendente – Eu mesmo fui de coral na adolescência... e do clube de teatro também. E pelo o que vi hoje esses jovens são muito talentosos.

Tiago foi a frente do grupo.

- Muito obrigado senhor.

- De nada. Então... vamos conversar sobre a abolição dos clubes e sobre essa história de suspensões.

- Isso ai. – comemorou Manuella – Essa mulher é uma tirana doida que...

Daniele tapou a boca da amiga antes que ela continuasse.

- Também não vamos nos exaltar não é minha jovem. – falou o superintendente com um sorriso desconfortável – Bem... Maria, na sua sala agora.

A diretora fez uma cara de poucos amigos e começou a andar, sendo seguida pelo superior e por Yanne, que antes de sair virou para os alunos e deu uma piscadela. Assim que o trio sumiu de vista os alunos comemoraram a vitória com gritos e vivas. A maioria dos alunos não se importava com o coral, mas só de poder ver a tirana diretora ser derrotada já os deixava contente. Mas os mais felizes eram aqueles que conseguiram seus clubes de volta, não somente o coral.

-- --

- Enfim de volta ao nosso canto. – falou Tiago animado ao entrar na sala do coral que agora se encontrava quase vazia. Por sorte alguns instrumentos musicais ainda estavam na sala cobertos por lençóis brancos.

- Tiraram toda nossas coisas daqui. – falou Bianca com tristeza. Tiago segurou a mão da namorada e a olhou com ternura.

- É, mas agora nós a temos de volta.

- E sempre podemos comprar coisas novas, my dear. – falou Isabelle olhando para as paredes brancas com uma cara de nojo.

- Você e a Raisse podem. – falou Thais.

- E eu acho que essa sala merece uma pintura. – falou Raisse – Podemos ficar mais uma semana no auditório enquanto eu cuido disso.

- Em seus sonhos Honey Boo Boo. – falou Isabelle. Raisse rolou os olhos e bufou chateada com o apelido – Nós cuidamos disso.

- Ainda bem que você reconhece isso. – falou Daniele – Nós cuidaremos disso, as três juntas.

- Ok meninas. – falou Tiago – Mas conversem com a professora Yanne antes... e pintem da mesma cor para não termos problemas com a diretora.

- Elas podem mesmo fazer uma reforma aqui? – perguntou Caio em um sussurro para o moreno que deu de ombros.

Tiago andou até o centro da sala e interrompeu a discussão do trio.

- Ok meninas. Mais importante que a cor da parede...

- Por favor não diga que é uma música... – sussurrou Isabelle.

- Uma música para nos sentirmos em casa.

- Desisto. – resmungou a loira sentando-se no chão.

Todos riram e Tiago caminhou até o piano, retirando o pano de cima e sentando-se no banco do instrumento. Caio foi até o violão e o retirou do pedestal. Bruno pegou a guitarra. Os três começaram a tocar enquanto o restante do grupo se aproximava do trio.

[TIAGO]

Sometimes it's hard to don't wanna look over your shoulder
'Cause you don't want to remember where you've been
There'll come a time you die,
If you could only hold her
'Cause I know that's where I am

Bianca sentou-se no banco com o namorado e o ajudou a tocar.

[TIAGO e BIANCA]

So listen with all your heart
Hold it inside forever
You may find all your dreams have already come true
Look inside and find the part that's leading you
'Cause that's the beat of a heart

Caio, ainda tocando o violão, sentou-se no chão próximo de Aline e Daniele. Augusto se aproximou dos três. Manuella, Thais e Raisse se levantaram. A latina foi para perto de Bruno e as outras duas sentaram em cima do piano que Tiago tocava.

[CAIO]

Sometimes you'll drown it out with all your rage and thunder
Sometimes you'll drown it out with all your tears

[CAIO e ALINE]

There'll come a time when you hear it and you'll wonder
"Where in the world have I been?"

[CAIO, DANIELE e AUGUSTO]

So listen with all your heart
Hold it inside forever
You may find all your dreams have already come true
Look inside and find the part that's leading you,
'Cause that's the beat of a heart

[BRUNO, MANUELLA, THAIS e ISABELLE]

No one can tell you how to get there
It's a road you take all by yourself

[BRUNO]

All by yourself

[MANUELLA]

All by yourself

[TIAGO e RAISSE]

So listen with all your heart
Hold it inside forever
You may find all your dreams have already come true
Look inside and find the part that's leading you

[TIAGO]

'Cause that's the beat of

[BIANCA]

Oh it's the sweetest sound

[TIAGO e BIANCA]

'Cause that's the beat of a heart (SRebellion: Heart)

Ao terminar a música Tiago sorriu e foi até o centro da sala estendendo a mão para os amigos. Um a um eles se aproximaram e colocaram as mãos sobre a do moreno.

- SREBELLION!- gritaram assim que Isabelle colocou sua mão e ergueram todas as mãos juntos.

-- --

Três batidas na porta ecoaram pela sala da diretora. A mulher massageava as têmporas em uma tentativa inútil de aliviar a dor de cabeça, com os cotovelos na mesa e uma quantidade enorme de papéis espalhados pela mesa.

- Entrem. – falou moderadamente.

A porta foi aberta com receio e três jovens entraram temerosos. A primeira a entrar se posicionou na frente da mesa, uma morena de cabelos longos e cacheados presos em um rabo de cavalo, possuía uma aparência atlética, mas feminina. A segunda era uma garota branca, loira e de cabelos cacheados, alta e também de porte atlético. O terceiro, um rapaz moreno de cabelos escuros e lisos, cortados bem curtos, também de porte atlético, com braços parecendo toras.

- Você queria nos ver... diretora?- perguntou a morena hesitante.

A mulher levantou os olhos lentamente, ajeitou seus óculos e se levantou da cadeira, contornando a mesa e lançando aos convidados um olhar frio e penetrante. Sua mão foram até os papéis espalhados em cima da mesa e rapidamente puxou três. Ela os levou até a altura dos olhos, leu rápida e silenciosamente e tornou a encarar o trio.

- Karen Alencar, capitã do time de vôlei. – a morena assentiu – Talis Pereira... também do time de vôlei – a loira acenou a cabeça timidamente – E por fim... Jason Richard o capitão e estrela do time de futebol americano...

A diretora jogou os papeis na mesa e arrumou os óculos novamente.

- Eu os chamei aqui para dar uma pequena missão a vocês...

- Missão? – perguntou Karen confusa.

- Exato. Como sabem... os clubes necessitam de dinheiro e recursos da escola... e se esses recursos estão... sendo mal utilizados, bem... sobram menos recursos para o que realmente importa.

- Não entendo... diretora. – falou Jason.

- Simples, senhor Jason. – a mulher encarou o rapaz como se este fosse um idiota – Se os recursos estão sendo utilizados em programas inúteis, como por exemplo, o coral... – ela observou as feições dos três fecharem ao escutar sobre o clube – Então o que vai ser entregue para os times de vôlei e futebol por exemplo. Serão bem menores do que deveriam.

- E como podemos impedir isso? – perguntou Karen.

- Isso é simples, minha jovem. Destruindo o coral.

- Mas ainda que o destruíssemos... os recursos ainda iriam para outros clubes menos importantes. – falou Talis.

- O coral é a única razão dos clubes terem reaberto, sem ele nenhum outro clube irá lutar para permanecer aberto.

Por um momento a diretora olhou para o nada, mas rapidamente voltou sua atenção para os alunos.

- Posso contar com vocês para participar do meu plano de destruição desse clube.

Karen sorriu e concordou. Jason e Talia também assentiram.

- Perfeito. Agora saiam... eu preciso confirmar a minha última peça...

Assim que os alunos saíram da sala a mulher puxou mais um papel da mesa, caminhou até o telefone e discou um número que ela leu no papel.

- Boa tarde. – falou assim que a pessoa do outro lado atendeu – Eu falo com o senhor Almeida? Meu nome é Maria Odete, eu sou a diretora do colégio onde sua filha estuda... Sua filha Raisse Almeida. Isso... Sim.

Enquanto ouvia o homem pelo telefone a diretora sentou-se em sua cadeira, o papel ainda em mãos.

- Pois bem... – começou assim que o homem se calou – Eu gostaria de conversar sobre a matricula de seu outro filho... Roni Almeida. Sim. Eu estou disposta a permitir que ele continue a frequentar essa escola...