Born To Be Wild escrita por Liezz


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Acho que não tenho nada pra falar aqui, só aproveitem o capítulo!



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Dominique revirou os olhos, escutando Molly reclamar da música alta e dos garotos que a encaravam. As duas estavam andando pela festa, procurando rostos conhecidos. Dominique queria dançar, mas sabia que Molly não se sentia confortável. James tinha arrastado Catarina para algum lugar, provavelmente para ficar longe de Dominique. Não faziam a menor ideia de onde Trevor e David poderiam estar.

– Domi, vamos para fora? A música está me dando dor de cabeça....

Dominque suspirou, e sorriu.

– Claro.

Andaram até o jardim da Mansão Nott, que era realmente muito grande e fácil de se perder. Várias pessoas conversavam e bebiam, algumas estavam na piscina. As luzes enfeitavam o local, dando um ar bonito. Grupos de amigos sentavam na grama verde, e apesar de se incomodar com as reclamações de Molly, Dominique ficou feliz por ter saído.

Foi aí que viu, primeiro o cabelo castanho comprido, depois o vestido amarelo e as botas de salto.

Rose Weasley. Deitada no chão, estavam a menos de um metro de distância e...

– Merda. – disse, entredentes.

Molly franziu a testa com o palavrão e estava prestes a reclamar do palavreado, quando Dominique cortou a multidão, voltando para dentro da Mansão.

– Onde você vai? – gritou Molly, mas Dominique não voltou para trás.

Andava com passos rápidos, os saltos pretos quase afundando na terra.

XxX

Rose e Lorcan estavam deitados na grama, ouvindo as pessoas falando.

– O que você acha sobre... O futuro? – Lorcan perguntou, não sabendo se devia ou não olhar a amiga.

Rose sorriu e arrancou um dente de leão.

– Bem louco.

– É. Acho que sim.

Ficaram em silêncio. Rose cantarolava a música, que tocava quase silenciosamente.

Rose odiava o silêncio quase tanto quanto odiava cigarros. Alguém, provavelmente bêbado, gritava coisas irreconhecíveis, parecia ser algum poema. Rose não pensava que aquilo aconteceria dez minutos atrás. E, dez anos antes, não imaginava que se tornaria melhor amiga de Lorcan Scamander.

– Imprevisível. – disse em voz baixa, mas alto o suficiente para Lorcan escutar. – O futuro é imprevisível. E louco. E tudo aquilo que não imaginamos que seja.

Lorcan sorriu.

Gostava de Rose. Gostava do jeito que ela pensava, e de como não se importava em dizer o que pensava. Gostava das botas e do vestido amarelo que usava, e gostava de sua pele e de seu cabelo. Gostava de como sorria e de como dançava. Gostava de Rose.

O vento soprava e derrubava algumas folhas sobre a grama verde. Era verão, a estação favorita de Lorcan. O clima, sempre quente, parecia oscilar um pouco a noite, ficando perfeito para que observassem o céu noturno.

– As estrelas estão bem brilhantes hoje, não é? –Lorcan disse, sorrindo para si mesmo.

Rose fechou os olhos.

– Talvez – começou, hesitante. – o céu só esteja mais escuro.

Lorcan sabia que Rose odiava o silêncio, mas, naquele momento, podia jurar que todos os sons do mundo haviam sumido , e tudo que escutava era a voz suave de Rose Weasley.

XxX

Calliope Daley se encontrava sentada no chão, com as costas contra a parede, junto dos copos plásticos vazios e desejando profundamente estar em qualquer outro lugar.

Nunca gostara festas, isso era um fato.

Desde pequena, quando mal sabia falar, odiava as festas extravagantes que os pais davam no Natal e aniversários. Odiava pessoas bêbadas, o cheiro de cigarros e os sons estranhos. Odiava tudo aquilo.

Então... Por que mesmo estava ali?

– Ei, Callie! – gritou Charles, correndo até Calliope com os olhos brilhando.

Ah, sim. Charles. A festa de Charles. Seu melhor amigo Charles.

– Oi, Chuck. – murmurou, enquanto se espreguiçava.

Estava a tanto tempo sem fazer nada, que ficara cansada.

– Se divertindo muito, como sempre. – Charles disse, zombeteiro, mas sorrindo.

Ele estava feliz que Calliope estivesse ali.

– Essa sou eu. – e odiou a si mesma pelo tom de culpa na voz.

Não era sua culpa serem diferentes.

Calliope e Charles eram amigos desde sempre.

Seus pais eram amigos, seus avós eram amigos e, muito provavelmente, seus tataravós também. Do mesmo jeito que sempre foram amigos, também sempre foram diferentes, completamente diferentes.

Calliope era a garota estudiosa e quieta, tímida e... Introvertida.

Charles era Chuck, e Chuck era Charles. Charles era Charles, e Charles era Charles Nott, quem dava as melhores festas e ficava com o maior número de garotas. O que tinha vários amigos e recebia os sorrisos mais brilhantes.

Juntos, formavam um grande clichê de mocinho galanteador e garota inteligente.

Os dois amigos se encararam por algum tempo, os olhos azuis de Charles nos castanhos de Calliope.

Sentaram-se lado a lado. Charles colocou um braço ao redor dos ombros finos e pálidos da amiga. Sempre tinha disso assim. Um do lado do outro. E os dois torciam fortemente para que nada nunca mudasse.

– Você não gosta mesmo de festas, não é?

– Não. – Calliope respondeu, deitando a cabeça no colo de Charles. – E nunca vou gostar.

Charles estalou a língua e deu seu sorriso mais provocante, mesmo que soubesse que Calliope não o via.

– Espere até seu aniversário.

Calliope revirou os olhos.

– Estou contando os minutos.

XxX

Scorpius Malfoy não tinha gostado de Rose Weasley.

Mas, por algum motivo desconhecido, não conseguia tirar a garota da mente. Scorpius normalmente não gostava muito das pessoas, e odiava estar pensando e refletindo sobre alguém em específico. Ele estava cansado, e precisava acabar com aquilo de uma vez por todas.

E só tinha um jeito de se livrar da fantasma Weasley que o assombrara pela festa inteira.

– Albus, - chamou.

Albus desviou os olhos de Crystal Zabine, que fechou a cara no mesmo instante.

– Vou pegar uma bebida. – grunhiu a garota, andando com passos pesados até o bar.

Albus olhou Crystal se afastando.

– Ela vai sobreviver. – Scorpius disse, dando de ombros, um pouco apreensivo. Como Albus reagiria? – Então.... Hum, sabe a sua prima?

– Eu tenho muitas primas.

Scorpius inspirou profundamente, tomando coragem para falar.

– Rose.

– Rose? – Albus perguntou, incrédulo e com uma sobrancelha arqueada.

– É. Rose. Você sabe onde ela está?

Albus havia percebido que Scorpius ficara... Um pouco mais falante e expressivo na presença de Rose, mas pensou que tivesse sido algo do momento. Scorpius tinha essa coisa de momentos.

– Cara... – começou, com cautela. – Desista. Rose não gosta de ninguém. Não desse jeito.

– Não, não é pra isso que eu.... - soltou um grunhido estranho enquanto franzia o rosto. - Você entendeu tudo errado!

– Scorpius. Rose não é tão legal assim quanto parece.

– Eu não acho Rose Weasley legal! – Scorpius exclamou, com raiva. – Na verdade, ela é bem irritante, e fala demais! E ainda torce para os perdedores dos Chudley Cannos o que, temos que concordar, é ridículo! Mas... Mas ela me fez sentir estranho, e eu preciso me livrar disso.

Albus ficou momentaneamente surpreso com a explosão do amigo. Alguma coisa estava errada.

– Talvez, – disse, com a voz sensata. – você devesse esperar um pouco para vê-la. Esfriar a cabeça, e aí fazer alguma coisa.

Scorpius pensou.

Provavelmente, aquilo era algo de sua cabeça, nada sério. Albus estava certo. Do que adiantaria falar com Rose? Ela não era nenhum tipo de pessoa milagrosa, ou uma gênia.

Eram os efeitos do álcool, decidiu por fim, satisfeito.

Podia esquecer Rose Weasley. Podia aproveitar a festa e voltar para casa sem nenhuma preocupação.

– Certo. – disse Scorpius, sentindo-se aliviado. – Você está certo.

Albus não botou muita fé na resposta do amigo, mas deu de ombros.

– Agora – murmurou, buscando com os olhos alguma coisa. Alguém. – vou procurar Crystal.

XxX

Lysander estava em cima de uma árvore.

A noite estava muito entediante, e o jardim da casa de Nott era cheio de árvores então... Por que não escalar uma?

De cima, a festa não era bonita. Nem mesmo agradável. Só uma grande bagunça, cheia de vidas vazias e sons que davam dor de cabeça. Um borrão feio, insignificante para o resto do mundo. Pensou nas pessoas. Pensou no tempo. Pensou na vida, pensou na morte, pensou no céu e pensou nas estrelas.

Como tudo podia ser tão... Maravilhosamente triste?

Acendeu o cigarro fino e branco, girando-o entre os dedos. Havia certa beleza naquela cena.

Algumas pessoas o achavam estranho. Mas, a única coisa que o diferenciava do resto, era que fazia o que não esperava que fizessem.

Gostava de ser uma bomba, prestes a explodir.

E gostava de saber que as pessoas temiam sua explosão.

Pensou, pela milésima vez, o que aconteceria se caísse. Caísse bem lá de cima, chegando ao chão com um estrondo. As pessoas notariam? Alguém se importaria?

Esticou as pernas, vendo a fumaça cinza desaparecendo para o céu. Galhos não eram confortáveis.

Fechou os olhos inspirando o cheiro desagradável do cigarro.

Sabia que não era a hora.

Só queria pelo menos ter uma dica de quando seria.

XxX

Dominique andava furiosa por entre as pessoas, sem se importar com as reclamações quando empurrava alguém.

Encontrou quem estava procurando, James Sirius Potter, se atracando com Catarina Mercury em um dos sofás na sala. Normalmente, ficaria triste ao ver uma cena daquelas, mas naquele momento não se importou. Tinha coisas mais importantes para resolver.

– Potter. – disse, entredentes, puxando James da namorada.

Catarina, assim como James, ficou confusa, até ver Dominique. Suspirou, mas não disse ou fez nada. Do que adiantaria?

Dominique ignorou a reação de Catarina.

– O quê....? Eu estava ocupado! – James gritou por causa da música alta, nervoso.

Então, reparou no olhar mortal que Dominique o lançava e calou a boca.

Ela estava com raiva. E, quando Dominique Weasley estava com raiva, ela estava com raiva.

– Por que você não me avisou?

– O quê? – ele perguntou, confuso.

– Você disse que ela não estaria aqui!

– Quem? Diga coisa com coisa! – James gritou de volta.

– Rose.

– Ah.

Ficaram em silêncio por um tempo, a música soando alta ao fundo, junto de Catariana, que estava confusa.

James parou por um momento para observar Dominique, com o cabelo loiro dourado, os olhos vívidos e azuis, que lembravam gelo. O rosto delicado e a expressão raivosa. Era um grande contraste.

Dominique era linda. Isso era inegável.

“Mas eu tenho namorada”, relembrou. James podia ter uma péssima reputação, mas nunca trairia pessoa alguma.

– Ela disse que não queria carona, então achei que não fosse vir. – disse, caindo em si, e tentando responder de forma lúcida.

Dominique também sentira o momento estranho, enquanto James a encarava, mas estava mais preocupada com outras coisas.

– Mas ela está aqui!

– Eu devia ter adivinhado. – James disse, fazendo com que Dominique o lançasse um olhar interrogador.– Você sabe, ela é a Rose. Ela paga de santa, então eu achei que fosse ficar em casa já que, tecnicamente, todos nós fomos proibidos de vir. Mas acabei esquecendo que Rose ainda é Rose.

Dominique suspirou.

– Rose nunca perde nenhuma festa! – sussurrou, mas sabia que apesar de tudo, James a escutava com atenção. Era quase reconfortante. - Claro que não ficaria em casa, vendo TV, enquanto a melhor festa do ano acontece!

Todos achavam que Rose Weasley era a garota mais.... Correta de toda Hogwarts, de todo o mundo! Mas quem a conhecia de verdade, sabia que Rose não era nenhum tipo santa. Estava mais para o contrário.

– Como pude ser tão burra? – Dominique perguntou, com raiva de si mesma.

Catarina não entendia a conversa, mas não achou que seria seguro dizer nada. Ficou quieta, os olhos acompanhando os dois primos. Deveria ficar preocupada? Era óbvio que Dominique estava interessada no seu namorado. Era óbvio que Dominique era incrível. E, também era óbvio, que Dominique Weasley e James Potter tinham alguma coisa.

– Que merda. – James disse, de repente, encarando Dominique, que fechava os olhos e concordava silenciosamente. - Vocês estão bem brigadas, não é?

Ao ouvir aquelas palavras, tão verdadeiras, Dominique quis chorar e se encolher, para que ninguém nunca mais a encontrasse.

Doía que James gostasse de outra pessoa.

Mas doía mais ainda saber que estava perdendo sua melhor amiga.

– Quer voltar para casa? – James perguntou.

Dominique concordou novamente com a cabeça.

Catarina suspirou.

– Tudo bem se eu levá-la? – James olhou a namorada. – Você pode vir junto.

Catarina viu a preocupação nos olhos de James.

– Acho que vou ficar aqui mesmo, mas.... Tudo bem.

James sorriu e, delicadamente, depositou um beijo leve nas bochechas rosadas da garota.

Aquele momento, tão simples, tão lindo, fez o coração de Catarina pular e cantar. Enquanto o de Dominique quebrava em vários milhares de pedaços. Eram como milhares de facadas.

– Volto logo. – James disse, já andando para longe, com Dominique em seu encalço.

Catarina sorriu, contente. Não precisava se preocupar. James voltaria, e ela precisava confiar em seu namorado, afinal... Uma relação girava em torno da confiança, não é?

– Se cuide! – gritou de volta, tendo um deslumbre do sorriso de James.

Dominique baixou a cabeça, caminhando pelo local lotado.

As facadas doíam. Doíam e sangravam.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu não sei como vocês estão imaginando os personagens (apesar de estarmos bem no começo da história), mas a Calliope para mim é, com certeza, a Taissa Farmiga (a Violet, da primeira temporada de AHS). Não estou dizendo que vocês tem que imaginá-la assim, nem qualquer coisa do tipo, só queria deixar esse pequeno comentário a solta. Até porque eu, pessoalmente, gosto muito de imaginar os personagens do jeito que eu quero, e com certeza muitas outras pessoas também :)
De qualquer jeito, espero que tenham gostado do capítulo e, se gostou, deixe um comentário ou sei lá. É legal saber o que vocês estão pensando!



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