[S] Partystuck escrita por quixoticHeart


Capítulo 1
Bad


Notas iniciais do capítulo

Este primeiro capítulo deve me servir de piloto para o resto. Dependendo da resposta dos leitores, eu vou julgar se continuo postando ou não. Portanto, pelo menos por enquanto, eu vou pedir para que vocês comentem se querem ver o resto ou não.Titia ama vocês. Agora, vamos ser malvados.



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– Cara, cê tem certeza que vai dar certo?

– Jonh, relaxa, eu já disse, tá tudo sobre controle – você responde para o celular que esta apoiado entre o seu ouvido e o ombro, enquanto conta as notas de 20 dólares que o último grupo havia lhe pagado.

– Mas e se o Seu Equius decidir passar por aqui alguma hora? Ela vai perceber que a gente tá dando uma festa na loja dele e ai...

Você deixa o celular cair quando é surpreendido por uma morena lhe arrancando as notas de dinheiro da mão, e contando por si própria enquanto fazia caras e bocas para a grana. Você se estica por cima da bancada, numa disputa acirrada pelas notas com a garota vestida com um avental branco do uniforme de funcionária, que deveria estar cuidando das bebidas, nao é Meenah?

Com uma risada debochada, ela deixa que você puxe o dinheiro de volta.

– John, aquieta as suas tetas, ok? Eu arranjei com aquela garota estranha da aula de História, a Aradia, pra ela e o Seu Equius terem um encontro hoje num restaurante do outro lado da cidade. Ele não vai saber.

A Aradia? Mas ela odeia o Equius.

Você abre a caixa registradora para guardar o dinheiro das mãos ardilosas de Peixes, junto com todo o resto da grana da ultima hora.

– É, mas eu prometi falar dela pro Sollux depois. Sabia que ela é gamada nele já faz tipo, uns três anos?

Sollux, um dos seus melhores bros, olha para você, vestido com outro uniforme ridículo de funcionário e armado com um rodo. Ele definitivamente não esta feliz com essa noticia. Oops, esqueceu-se de avisar que Sollux e Aradia são vizinhos desde sempre? Pois é, foi mal.

Você desconversa com Sollux, gesticulando para que ele deixe para lá, e ele volta não muito feliz para a sua tarefa com o rodo.

– Mas o Sollux não está saindo com a ... Argh, esquece. Já entendi.

– Viu só? O mestre do negócio aqui tem tudo sobre controle, Egderp.

– Mas... E se alguém que conheça ele vier pra festa?

– Eu tenho a lista de convidados e estou controlando a entrada na porta. De novo, tá tudo sobre controle John. Relaxe um pouco, beba alguma coisa e aproveite a festa. Eu estou descendo logo mais.

Você encerra a ligação antes que John possa inventar mais alguma coisa pra tentar convencê-lo que não iria dar certo. Sinceramente, John precisava aprender a relaxar e curtir o momento. Afinal, estava tudo dando certo. Câmeras desligadas graças a Sollux, um freezer inteiro cheio de latas de cerveja que Meenah esta vendendo feito pão, todos vestidos como funcionários por questões de disfarce, e sinceramente, a sua playlist pré-clímax da festa está arrasando. Você sabe porque pode ouvir um pouco dela, abafada pela pesada porta dos fundos.

O seu esquema todo está no ponto. Todos agindo como se fosse só um mercadinho normal de 24 horas numa pacata noite de sábado, vendendo coisas normalmente para o caso de alguém não avisado sobre sua “mercadoria especial” chegar e quiser comprar algo. Se bem que, até agora, isso não foi um problema. As únicas pessoas que passaram por aquela porta de vidro foram adolescentes prontos para uma noite agitada. Alguns deles até aproveitaram a loja e fizeram suas aquisições, desde bebidas até preservativos. Nunca se sabe, né?

Meenah não estava questionando nada, não enquanto ela pudesse levantar alguma grana com suas cervejas. Ela havia lhe garantido que iria cuidar para que Seu Equius não notasse a falta de nada em sua loja no dia seguinte.

Você olha ao seu redor. A loja esta vazia agora, exceto por Meenah que organiza seu próprio dinheiro e por Sollux, que digita algo no seu celular apoiado na porta dos fundos. Para quem esta invadindo propriedade privada, vocês estão bem relaxados.

O que antes eram quatro, agora são apenas três pseudo-funcionários da lojinha de conveniências do Seu Equius, graças a Egbert. Você acha que foi mesmo uma boa ideia liberar ele do trampo na porta primeiro. A neura dele estava começando a te afetar, e mesmo já lá em baixo na bagunça, ele ainda consegue estar nervoso.

Duas garotas empurram a porta, alarmando vocês três. Estão aqui pela festa, obviamente, mas vocês continuam em sua tarefas separadas. Mais uma meia hora e vocês estarão livres para descerem e curtirem a balada juntos com o resto da galera. A maioria era gente da sua escola, amigos que ouviram falar do programa e decidiram aparecer. Mas o importante era que todos deveriam ter o nome na lista que estava no seu celular. Isso, ou teriam que pagar mais 20 dólares, além do que consumissem aqui em cima. Ah, e é claro, responder a pergunta “O nome Equius Zahaak te diz alguma coisa?”.

As duas garotas foram direto para Meenah, que estava sentada em um banquinho do lado dos freezers. Você e ela tinham um acordo: de toda a bebida que ela pudesse vender, 40% ia para o bolso dela. Era uma boa quantia para uma só pessoa, mas era o mínimo que você poderia fazer para agradece-la. Não só Meenah tinha arranjado o esquema com as bebidas, ela também tinha conseguido afastar a sua principal preocupação, Vriska Serket, da festa. Todos conheciam a garota pelo seu gosto por arrumar confusão. Com uma festa escondida, era óbvio que ela não perderia a oportunidade de estragar tudo. Felizmente, Meenah era namorada da irmã mais velha de Vriska, e conseguiu que ela convencesse a garota de passar a noite em outro lugar, bem distante da festa.

As duas meninas te tiraram de seus devaneios ao colocarem sobre o balcão duas embalagens de quatro latas de cerveja alemã, cada. Isso, e uma embalagem de Trojan.

– Nomes?

Você checa rapidamente pelos nomes dados pelas garotas e entrega-as dois pacotes de biscoito que acabam de vencer, enrolados em papel, onde se pode ler escrito VALE 1 PESSOA em cima.

Você indica para as meninas que sigam pelo corredor dos congelados até virem o cara com o rodo. Lá, Sollux recolhe os pacotes-ingressos e abre a porta para as convidadas.

Sim, é assim que vocês estão controlando a entrada. Ria o que quiser, estã funcionando até agora.

As batidas abafadas da música ficam mais claras nos poucos segundo em que Captor abre a porta do armazém para as meninas. Você se recosta na parede do caixa, sentindo o som lá em baixo fazendo toda a parede vibrar, com as mãos na cabeça você suspira satisfeito.

Egbert vai te agradecer no final das contas. Esta noite ficará na memoria de todos. Isso... Ou as pessoas mal se lembrarão da festa pela manhã. Qualquer um dos dois serve. Contanto que você possa fazer seu melhor amigo calar a boca e ter um gostinho do que é se comportar mal por uma noite.

==>

>> Por favor, Karkat. Eu sei que você nao tem nada pra fazer, e você sabe muito bem que Rose e Porrim vão estar ocupadíssimas. Eu preciso de alguém que odeie tanto estar aqui quanto eu.

>> Poxa, quanta consideração, Kanaya. Obrigada.

>> Seria isso um sim?

>> Eu *creio* que não pode ser pior do que ficar ouvindo o Kankri resmungar sozinho pra tela do computador enquanto ele discursa sobre a importância de banheiros de gênero neutro em estádios de futebol A PORRA DA NOITE TODA.

>> ...

... Ajuda se eu disser que as Pyropes farão uma aparição?

>> ...

... Mas que merda Myram, põe a porra do meu nome na lista.

>> Obrigada, Kar.

>> Não me venha com esse “Obrigada, Kar”. Você sabe que a única influência que ˜saber que a Tez vai˜ fez na minha decisão final foi feita em levantamento com a informação ˜é uma festa do Strider˜.

>> Absolutamente. Eu sei o quanto você zela pela segurança da sua amiga. Obrigada de qualquer jeito. Sua companhia será apreciadíssima pela minha parte.

>> É, é... Ta bom. Me espere na porta. E AI de você se eu tiver que pagar alguma coisa.

–--

Você rola para fora da sua cama com toda a inquietação do seu ser. Uma coisa era concordar em ir para uma festa que você nem quer ir em prol de ajudar sua amiga. Outra, completamente diferente, era lidar com todo o processo de sair de casa.

Ugh, ser socialmente ativo da tanta preguiça. Sem duvidas, você não foi feito para viver fora de casa.

Você olha para baixo, analisando o seu moletom velho e sua bermuda. Você até teria a pachorra de sair assim mesmo de casa, mas você estaria correndo o risco de ser trucidado por Kanaya quando chegasse lá. Sim, você teria que fazer o esforço de se arrumar. Não por que era uma festa, e muito menos porque Pyrope estaria lá, mas por quê por mais que você odiasse a si mesmo, você ainda tinha algum amor a vida.

Tudo bem, e talvez um pouquinho porque Terezi estaria lá.

Quer dizer, você não quer estar usando uma roupa fedida quando for abraçar ela. Ou, sei lá, quando tiver que senta-la para ter mais uma longa conversa sobre como o ex-namorado dela continua a esconder toda a insegurança dele por debaixo de um par de óculos escuros e por isso não hesita antes de passar a noite inteira ensaiando cantadas ruins em garotas aleatórias.

Nada contra Dave, ele é bem legal na maioria das vezes. Mas DEUS, ele sabe agir como um filho da puta.

E você nem pode culpa-lo, de qualquer jeito. Eles terminaram já faz alguns meses, mas Terezi parece ter se metido em tanta roubada desde então que você não consegue evitar senão tentar cuidar dela. Alguém tem que fazer esse trabalho, não é?

Bom, já chega com essa balela de terapeuta grupal. Vamos as verdadeiras perguntas aqui: moletom ou não?

Seu celular toca. Parece que um dos seus amigos te mandou uma mensagem:

>> Vai pela camisa cinza e blusa xadres por cima.

Caralho, Kanaya. Você agarra as pecas e uma calca jeans qualquer. Dentro de minutos você esta pronto.

– To saindo.

– De fato, minha autoridade temporariamente cedida nesta casa faz grande efeito quando na ausência do Tio Kenny – responde seu irmão mais velho, sentando na mesa de jantar, nariz enfiado na tela do computador enquanto ele argumenta com alguém do outro lado da tela. Provavelmente.

– Da um tempo, Kankri. – você revira os olhos e se dirige para a cozinha atrás de algo para comer e uma garrafa de agua. Nem a pau que você vai gastar um centavo que seja naquela festa - Um dos motivos pelo qual eu estou saindo e porque você não para com esses seus discursos desnecessariamente elaborados.

Você pode sentir Kankri enrijecer do outro lado da parede. O som dos dedos no teclado, som ambiente da casa, parecem ter arado agora.

– Você esta se sentindo atacado, Karkat? – ele pergunta com toda a cautela em seu ser.

Você estapeia sua própria testa, fechando a geladeira com um pacote de bolacha na mão e uma agua na outra. Você se vira para a divisa entre sua cozinha estilo americana e a sala, o que te da uma vista ampla do olhar genuinamente preocupado do seu irmão mais velho sobre si.

– Não ouse – você aponta um dedo acusador para ele – Estou indo pra festa do Dave. Aquela que metade da cidade foi convidada e a outra metade esta sabendo, mas que de alguma forma ele moveu céus e montanhas para não deixar chegar aos ouvidos da Serket.

Você abre o pacote de bolacha em suas mãos e pega uma.

– Quando você fala assim, parece que foi um esforço em vão.

– Existe essa possibilidade. – sua boca esta cheia de negresco e você tem quase certeza que Kankri esta fazendo uma careta para a sua falta de modos – Mas relaxa, no primeiro instante que der merda eu saio correndo de lá.

– E o que eu devo dizer pro Tio Kenny? “Karkat estava se sentindo isolado e decidiu ir pra uma festa?” – ele pergunta confuso - Você nem gosta de festas.

– Não gosto mesmo. Mas vai ser divertido ver todos perdendo a cabeça.

– Eu acho que vai ser trágico. Não sei o que seria pior, ver um bando de adolescentes hormonais esfregando seus extremos uns nos outros numa tentativa banal de atingir seu sex appeal, ou como a noite vai terminar mal para todos de algum jeito.

Você tenta imaginar todos os cenários possíveis de uma festa indo errada. Mas ate mesmo nos cenários em que ela e um sucesso, você pode ver um pequeno Kankri observando ao longe tudo e todos com o semblante mais enojado que você já viu. Isso te faz rir.

– Não vale você falar isso, e tão interessado em qualquer coisa que envolva sex appeal quanto eu sou em resolver os problemas amorosos do Eridan.

– E Eridan, como vai? Se encontra em mais algum caso romântico falho.

– Obvio que sim. Argh, olha só o que você fez, me prendeu aqui de novo discutindo a vida amorosa dos meus amigos.

– Você preferiria falar sobre a sua? Como vai você e a Pyrope mais nova?

– Eu não sei, Kankri – você responde em tom irônico – como vai você e a Latula?

– Eu a superei completamente.

– Eu sei que sim – você responde em descrença – Você sabe que ela vai pra festa hoje, não e?

Ele hesita por um momento.

– Eu não vou, Karkat. Muito obrigada – ele se ajeita na cadeira – E de qualquer jeito, creio que ela estará muito ocupada tentando desviar de Porrim a noite inteira para que nos possamos engajar em uma conversa mesmo que ligeiramente decente.

– Ta certo. Falou então. To no celular, qualquer coisa, não me liga.

Você gira a maçaneta e acena um ate mais para o seu irmão, que te devolve um olhar de descrença.

Seu nome é Karkat Vantas e você está indo pra uma droga de uma festa num sábado a noite. Dá pra acreditar?Todos os filmes que você poderia estar assistindo... Mas não. Você tem que ser uma alma caridosa.

==>

Longe dali, mas nao muito , Aranea e sua irmã mais nova, Vriska estavam deitadas de barriga sobre uma maca branca, sentindo a pressão dos pés das massagistas tailandesas sob suas costas.

– Ugh, uhh... Pode dizer, Vriska, isso é um dos melhores programas de fim-de-semana que você já teve.

– Ah, sim. – Vriska responde de olhos fechados, concentrada na deliciosa sensação de ter cada osso de sua coluna estralado. - Esta semana eu estive tãããããããão estressada. E eu nunca tinha tentado massagem tailandesa antes. Dizem que este lugar é supercompetido e sem vagas! Como você conseguiu?

– Meenah conseguiu pra mim – A mais velha se gabou.

– Uaaaau! O que vocês estão comemorando?

– Nada pra falar a verdade. Foi um desses agrados repentinos da Peixes. Você sabe...

– Quisera eu ter alguém que me desse agrados repentinos tão caros! Isso aqui é incrível!

– Hehe, fico feliz que gostou, mais feliz ainda que aceitou meu convite.

– Claro, Aranea. Nenhum dos meus amigos tinha planos para esse final de semana de qualquer jeito. Todos estavam ocupados com coisas de família. – ou pelo menos foi isso o que eles disseram. - É plausível que eu também tenha um programa familiar a atender!

– Hahahahaha -ouch! – Aranea estremeceu. Sua massagista pisou fora, certificando-se de que esta tudo bem com sua cliente - Não, por favor, foi uma dor boa, continue!

Vriska riu mais um pouco da irmã e então, quando sua massagem estava terminada e ela já vestia o robe, recebeu uma mensagem.

>> Tudo pronto.

Seus lábios se contorceram num sorriso maléfico.

>> Boa garota.


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Notas finais do capítulo

Agora, pra quem fez o que eu pedia nas notas da história e foi atrás da música do título: você conseguiu encontrar o paralelo entre a letra e a história?



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