– Que fazes amor meu?

Felipe entrou no quarto e fitou a esposa à mesa escrevendo completamente submersa em seus pensamentos enquanto a pena deslizava pelo papel que aos poucos ia se enchendo de palavras e mais palavras. Aurora ergueu os olhos do papel com os dedos sujos de tinta e sorriu calmamente ouvindo ao longe os gritos de Constance e Felipe II no jardim.

– Apenas escrevendo. – Respondeu levantando-se para abraçar o marido.

– É, vens escrevendo muito nas últimas semanas, até mesmo em nossas viagens. – Observou ele depositando um beijo suave na testa da esposa. – Que tanto escreves afinal?

– Nossa história. – Falou simplesmente acariciando o rosto de Felipe.

– Mesmo? – Ele perguntou tomado pela surpresa.

– Sim, mas já terminei... Um dia, quero que nossos filhos a conheçam... Quando tiverem maturidade para compreender o que há ali. – Falou virando a cabeça em direção à mesa.

– E o que, exatamente, há ali? – Ele sorriu travesso.

– Ah, é a história de uma princesa geniosa que estava destinada a casar-se com um príncipe belíssimo, mas que ela detestava por achar que ele tinha interesse por sua prima. E tem também uma mulher cruel que faz de tudo para vingar-se dela e separá-la para sempre do príncipe. Mas então, a princesa acaba descobrindo que além de amar o príncipe, ela também é mais corajosa e forte do que pensava.

Felipe sorriu puxando-a ainda mais de encontro a si, seus lábios grudaram-se aos de Aurora com uma paixão intensa e ele a apertou suavemente contra o seu corpo.

– Nossa, é provavelmente a história mais interessante da qual já ouvi falar! – Brincou ele.

– Eu te amo.

– Eu te amo.

E naquelas folhas ficara registrado que eles foram felizes para o sempre que suas vidas duraram na terra e na eternidade.