Aurora sentia que tinha acabado de acordar de um sono extremamente pesado e que só agora tinha retomado a sensação de suas pernas e braços. Ela pisca os olhos várias vezes para deixar a visão focalizar. Ao olhar ao redor, ela não reconhece o lugar onde está, então lentamente Aurora começa a se levantar.

Ela repara no vestido que está usando e avista um espelho há poucos metros. Quando ela parou na frente do espelho, não reconhecia muito a moça que estava nele. Ela possuía olhos tão impactantes, que se tornavam quase que hipnotizantes. O corpo dela não demonstrava nenhum sinal de que tinha saído de uma luta. Porém algo a chocou ainda mais, a lua em sua testa e a cicatriz no pulso, haviam desaparecido.

(Aurora abismada) - Mas como...?

Ao olhar para o céu, Aurora reparou o quanto ele estava estrelado e quando o seu olhar deslizou por todo o templo, ela viu as estátuas e a harpa. Não teve dúvidas que estava no templo de Nike.

Uma coisa que Aurora sentia dentro de si, era que seus sentidos estavam muito maia apurados e que a energia cósmica que se encontrava dentro dela era infinita. Aurora caminhou até a saída do templo e quando estava no topo das escadarias, ela o viu.

O Cavaleiro de Virgem, Shaka. Ajoelhado em um lindo jardim, que fazia parte da composição do templo e pelos movimentos que ele fazia, dava a impressão de estar chorando. Ao mesmo tempo, Aurora sentia todos os demais cosmos das pessoas do Santuário, localizados no 13° templo, era possível sentir a enorme angústia dentro de Ártemis.

Porém naquele momento, Aurora sentia que devia se acertar com o Cavaleiro de Virgem. Então ela desceu os degraus do templo, de forma delicada. Quando se aproximou do jardim, Aurora tocou nos cabelos loiros de Shaka. O Cavaleiro ergueu a cabeça, porém não olhou para trás.

Aurora sorriu com lágrimas nos olhos e por fim se ajoelhou. Quando Shaka ouviu o barulho atrás dele e sentiu o cosmo, seu coração acelerou. Ele nunca conseguiu permanecer com os olhos fechados na presença de Aurora, então instantaneamente os abriu. Mas ao mesmo tempo um grande receio que não fosse ela tomou conta de si, mas a esperança foi mais forte. Ele então olhou para trás.

Ele então a viu, rezou tanto para que ela voltasse e agora Aurora estava bem a sua frente. Com um sorriso no rosto, lágrimas nos olhos e o calor do seu cosmo em seu coração. Shaka estava com as mãos trêmulas, mas mesmo assim as aproximou do rosto dela e a tocou. Talvez com medo de que fosse apenas uma ilusão causada pelos seus desejos.

Mas era ela, era ela inteiramente. Aurora fechou os olhos para poder aproveitar todas as sensações que os toques de Shaka a causava. Ela tentou envolveu as mãos dele nas suas e o envolveu em um abraço apertados. E os dois assim ficaram, embaixo da árvore e junto ao perfume das rosas.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Enquanto isso, todos estavam reunidos no 13° templo. Kanon contava sobre como o céu estava incrivelmente estrelado e Hyoga relatava sobre o pássaro, que tinha cruzado o céu do Santuário.

(Hyoga) - É estranho, pois ele me lembrava a uma fênix. Porém ao invés da plumagem vermelha, era branco. E não parecia ser feito de matéria, parecia....

(Bonnie completando) - Parecia ser feito de energia.

(Hyoga abismado) - Como você sabia Bonnie?

(Bonnie) - O que você viu Hyoga, se chama Esperança. Esse é o nome desse pássaro. Ele representa o lado da esperança, da serenidade e da paz. O que é bem diferente do grifo, que representa a força e o poder. A Esperança, vai ao encontro de Nike sempre que sente sua presença. E pela descrição do local onde ele pousou, foi bem provável no templo de Nike. Pois Aurora estava lá.

O silêncio voltou a dominar a sala, só o fato de mencionarem o nome de Aurora já causava essa sensação. Porém Mirella, que estava sentada em uma cadeira, levanta rapidamente desta. Seu olhar está atento, como se estivesse sentindo alguma coisa.

(Mu preocupado) - O que foi Mirella?

Porém ela nada respondeu. Mirella caminhou, em silêncio até a saída do templo e lá parou As demais pessoas a acompanharam com olhares curiosos. Mirella olhava para o céu e fechava os olhos, parecia sentir alguma coisa.

(Ariel curiosa) - Pelos deuses Mirella, o que está havendo?

(Mirella) - É ela... não pode ser. Mas só pode ser ela...

Nesse momento Mirella sai correndo e começa a descer as doze casas. Deixando todos ainda mais confusos e curiosos.

(Ariel) - Espere... ela quem? Vou atrás dela.

(Ártemis) - Vou junto.

(Donko) - Nesse caso é melhor irmos todos.

Todos concordaram e começaram a descer as escadarias das doze casas.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

No jardim do templo de Nike, Shaka e Aurora ainda estavam abraçados. Até que Aurora se separa do cavaleiro e rapidamente se levanta.

(Shaka confuso) - Algum problema Aurora?

(Aurora) - Todos estão vindo pra cá. Em direção ao templo.

A primeira pessoa que Aurora avista é Mirella. Quando a Caçadora avista a moça, seu rosto assume uma expressão de choque. Parece não acreditar no que vê, porém ela sai correndo e abraça Aurora com força e esta o retribui na mesma intensidade.

(Mirella chorando) - Eu senti a sua presença... mas não sabia se era realmente você. Eu não acredito que você conseguiu....

(Aurora delicadamente) - Agora eu estou aqui, com vocês. Como nos velhos tempos.

As duas permaneceram abraçadas, mas foi só uma questão de tempo até que os demais chegassem. E assim como Mirella, eles não acreditavam no que viam. Os cavaleiros se entreolhavam incrédulos. As Caçadoras precisaram se agachar, pois sentiam que seus joelhos vacilaram. Porém Ártemis era a que mais se emocionara. Tinha lágrimas grossas escorrendo de seus olhos, suas mãos tremiam, assim como o restante do seu corpo.

Aurora e Mirella desfizeram o abraço e quando a deusa da Vitória viu sua mestra. Abriu um largo sorriso e saiu correndo para abraça-la. Ártemis o retribuiu de imediato, ela acariciou os cabelos da moça e não a soltou, com medo de ser tudo uma ilusão. Sua menina estava finalmente em seus braços.

(Ártemis chorando) - Você conseguiu... está aqui... é realmente você....

As duas permaneceram assim por um tempo. Shaka se juntou aos demais cavaleiros. Aos poucos Aurora conseguiu abraçar e cumprimentar todas as pessoas.

Porém teve um momento em que Aurora sentiu a sensação de algo escorrendo em seu braço. Ela viu sangue escorrendo pelo seu braço e mão. E quando ela olhou para o chão, ela viu um braço decepado. Aurora sentiu o coração acelerar e o pânico dominar sua mente, seus joelhos falharam e ela caiu no chão.

As demais pessoas se assustaram, pois não havia nada. Nem sangue e nem braço. E depois de um tempo, Aurora percebeu isso. Shaka se agachou ao lado dela preocupado.

(Shaka preocupado) - Aurora, você está bem? O que houve?

(Aurora) - N-Não foi nada, só uma tontura. Eu estou bem.

Porém antes que Shaka pudesse ajuda-la a se levantar, Aurora sentiu um leve formigamento nas costas. Nesse momento Shaka e as demais pessoas foram obrigadas a se afastar. Pois nas costas de Aurora surgiram asas de anjo, lindas, enormes, douradas e impactantes. Juntamente com luzes douradas e as auroras boreais, que eram seu cosmo.

Juntamente com as asas, uns três metros a frente, surgiu uma luz dourada muito forte. Conforme a intensidade da luz foi diminuindo, foi possível identificar o que era.

Era a mais bela das armaduras que eles já tinham visto em todos os tempos. Possuía uma estrutura semelhante a de Atena. Porém na parte da '' saia '', era semelhante a uma pétala de rosa desabrochada. A armadura era inteiramente branca com detalhes em ouro. O elmo era uma coroa de louros dourada. Além de possuir uma espada cravejada de diamantes na mão direita e na mão esquerda havia uma tocha.

(Milo incrédulo) - Que armadura incrível, eu nunca vi nada parecido com isso.

(Bonnie sorrindo) - É a armadura sagrada de Nike.