Love is a Warm Gun escrita por carlasofb


Capítulo 2
Just a bit more




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No final dessa conversa, ficaste completamente espantada e vermelha como um tomate. Eu nem sequer entendia bem o que se tinha passado. Depois de pagar, regressei à mesa do cantinho e mal me sentei, comecei a rir baixo.

– Então, passou-se alguma coisa? Eu vi aquele gato a vir ter contigo, mas sinceramente não prestei muita atenção.

– Passou, sim. Aquele gato como lhe chamaste, é um membro da banda que andávamos à procura. Chama-se Paul McCartney.

– Ok, e daí? Porque ficaste assim vermelha? – não resisti a dar mais uma risada.

– Ele convidou-me para uma saída… - respondeste com alguma timidez.

– A sério?! Uau, que bom! Então aproveita para o conhecer. Pode ser que tenhas sorte.

– Eu não estava nada à espera disto. Ah, e ele falou num outro. Um tal de George. Disse-me que ele te tinha achado interessante.

– Eu troquei um olhar com um deles, mas não sei se é esse. Não importa, eles agora devem ir para outros lugares. Tens de te concentrar nesse encontro, foca-te!

– Achas que vai correr bem?

– Claro! Queres ficar mais um bocado?

– Pode ser, o ambiente agora está agradável. – respondeste, com um piscar de olho instantâneo.

Tudo correu bem, ainda tivemos mais algumas conversas engraçadas, e sabíamos que aqueles rapazes ‘especiais’ continuavam naquele mesmo recinto, a respirar o mesmo ar que nós. Que grande coincidência! O resto da multidão também se manteve no pub mais umas horas, para tentarem meter conversa com os prodígios. Havia imensos gritos e até choros, e nós pensávamos sinceramente que aquilo era demasiado. Talvez porque ainda não tínhamos o conhecimento inteiro do que eles implicavam… No entanto, sempre reparámos que eles eram muito cavalheiros e prestáveis, tendo toda a atenção para com os seus fãs.

– Aquele ali é giro. O que achas? – perguntei, de certa forma para ter alguma segurança. Embora eles fossem completamente platónicos, era bom sonhar.

– Qual? O baixinho? – apontaste assim para Ringo Starr. – Ele tem um grande nariz, já viste?

– Não, não estava a falar desse. O que é um bocado parecido com o tal Paul. O magro. – esclareci eu, tendo a certeza nos meus pensamentos que tinha sido aquele Beatle que me tinha lançado um grande olhar.

– Também tem boa aparência, sinceramente. Porquê?

– Bem… Foi com ele que eu troquei um olhar…

– Aaaaahh, tudo bem! Estás interessada naquele? Que engraçado, dois Beatles ao mesmo tempo!

– É claro que não estou! – afirmei eu, um pouco indignada, mas sabia que estava a mentir ao meu próprio coração. – Deixa-te disso. Fica mas é com o Paul, que no que depender de mim, ajudo-vos até ao fim! – disse, com um tom determinado.

Sem estar à espera, recebi um abraço teu bastante sentido. Para responder, apertei-te com mais força. Sabes como sou emocional…

– Bom, obrigada. Vamos para casa?

– Sim, estou um pouco cansada… - respondi eu, estando desapontada por não ter sido tão notada por um Beatle, qualquer que fosse.

Saímos da mesa calmamente, deixando as bebidas na mesma. Foi difícil passar pelo meio de todas as pessoas sem pisar ninguém. De repente, uma voz grita na nossa direção:

– Não te esqueças, sim? Amanhã às 3 horas, no parque aqui de Soho!! – só tivemos tempo de nos aperceber que Paul sorria intensamente.

Também sorrimos uma para a outra instintivamente. Que grande ocasião era esta! Chegámos a casa bem rápido, nuns 20 minutos. Nem sabíamos bem o que dizer, mas havia muito o que planear e preparar.

– Queres ajuda para o encontro de amanhã? Roupa? Maquilhagem? Vais levar comida contigo? – perguntei, com a esperança de poder contribuir nalguma coisa.

– Não, eu já sei como vou. Agora tenho é de me acalmar. Senão amanhã antes de ver o rapaz, dá-me um colapso. Ainda não posso acreditar nisto!

– É mesmo muito bom. Só te aconselho então a aproveitares cada momento.

E com estas palavras acabou o nosso dia. Cada uma se arranjou para dormir e eu fui ouvir música enquanto tu lias. Na manhã seguinte, foste a primeira a levantar-se, cheia de entusiamo (e nervosismo também, certamente). Realmente tinhas deixado a roupa pronta no dia anterior, era uma blusa descontraída cor-de-rosa com as costas em renda fina, umas bermudas pretas e uns sapatos fechados também pretos, com um leve salto alto. Era um bom conjunto para um encontro. Eu cá no fundo sabia que ia ser um sucesso. E estava a torcer por ti, claro.

– Estás bem? Nervosa? – tentei meter conversa.

– Sim, sim. Não, vai ser fixe. – lançaste um olhar de receio.

– Oh, vai tudo correr bem! Vai com o teu melhor sorriso e tudo será ótimo, acredita em mim.

– Ok, obrigada. É melhor ir, faltam 30 minutos para a hora combinada.

– Sim, não te atrases! Não deixes Mr. McCartney à espera! – comecei a rir, a tentar provocar, mas já estavas a sair a porta de casa.

“Boa… E eu fico aqui em casa sozinha, sem ninguém e sem nada para fazer. Mas estou contente por ela, vai à procura da felicidade. Eu devia fazer o mesmo… Mas nada… Enfim, vou ler mais um bocado para libertar as ideias tolas.”

Entretanto, no outro lado da história, tu ias com um passo super apressado para apanhar os transportes e chegar a horas. Sem querer, ias deixando cair o telemóvel e ias atropelando uma senhora velhinha no meio da rua. Mesmo assim, conseguiste a proeza de chegar ao parque 5 minutos antes da hora marcada. Andaste um bocado a fazer tempo, a ver se encontravas o rapaz. Só que nada. Nenhum vislumbre de fato ou daquele cabelo caraterístico.

– Muito bom dia! Já me estava a perguntar se me ias deixar pendurado! – uma voz masculina falou mesmo ao teu lado.

– Ahm… Olá. Não, eu já aqui estou há um bom bocado.

– A sério? Eu estava cá 10 minutos antes.

– E eu 5.

– Como é que não nos encontrámos antes?

– Não sei… Sabes, o parque é grande e eu não parei quieta, estava a andar a ver se te encontrava por aí.

– Compreendo. Onde queres ir? Queres passear aqui e ir ver o lago, lá mais à frente?

– Por mim, tudo bem. És o guia do caminho! – respondeste, com um sorriso a formar-se no rosto.

Paul ficou embevecido com esse movimento. Aproximou-se de ti, estando já mesmo tão perto que as vossas mãos quase se tocavam. Paul deu uma breve passagem com a mão nas tuas costas, como um apoio. Não falaste. Apenas apreciaste o momento. Agora, faltava um pouco de coragem para fazer o mesmo e avançar. Porém, o pensamento estava sempre presente: “Ele é inatingível. Como vais conseguir?”


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