Into The Dark escrita por sweetie


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic hannigram!!Sinceramente, espero que tenha ficado boa suficiente. E dedicando o capítulo a minha querida amiga Luiza, que também fez a linda capa da fic para mim ♥



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Hannibal estava na cozinha de seu restaurante, cozinhando mais um de seus pratos exóticos. Aquela carne tinha sido adquirida naquela manhã, ainda estava fresca e quase no ponto para ser saboreada.

Ele sorriu maliciosamente com a ideia de que em poucos minutos o grupo de policiais do FBI iriam provar de seu banquete humano, é claro, sem ter nenhuma ideia do que realmente estavam colocando na boca.

Seu restaurante era um dos mais prestigiados da cidade, todos apreciavam os seus maravilhosos dotes culinários, e quando era perguntando sobre o segredo por trás dos mesmos, ele respondia com um sorriso “Se eu lhe contasse, teria que matá-lo”.

Obviamente, Lecter trabalha sozinho, ele não poderia arriscar contratar outras pessoas, com jeitos tão peculiares de adquirir os seus ingredientes, e seria certo que os funcionários terminassem como a sobremesa no fim do dia. Embora ele secretamente desejasse ter um aprendiz, queria conhecer alguém que fosse bom suficiente para quem ele pudesse dar esse raro dom. Mas ainda não tinha acontecido.

...

Observando o lugar, e as pessoas chiques que o frequentavam, ouvindo a conversa animada e descontraída dos seus colegas de trabalho, Will se sentiu deslocado, como sempre. Nunca foi seu lugar, essas saídas para restaurantes, jogar conversa fora, ser sociável, simplesmente não era de sua natureza. Mas Jack tinha insistido tanto.

E ele queria muito que Will conhecesse o seu amigo, dono do restaurante, e ele suspeitava que fosse para que o outro fizesse uma analise psicológica sua. Ele odiava que o analisassem psicologicamente, embora se conhecesse pouco, o tanto que ele conhecia de si mesmo, bom, ele sabia que não gostariam dessa parte obscura.

Hannibal Lecter, era também psiquiatra, e foi recomendado por Alana como um dos melhores que ela conhecera, apesar de ele não exercer mais a função.

Will começou a se remexer na cadeira, um pouco desconfortável quando Jack disse que ia perguntar se ele já estava livre para se juntar ao grupo para o jantar. Seja quem fosse esse Hannibal, ele não queria ninguém invadindo a sua mente.

Se bem que esse Hannibal era estranhamente atraente. Will não normalmente achava homens atraentes, mas havia algo em sua postura, em seu jeito de andar, no modo como ele sorriu misteriosamente para Jack enquanto se aproximada, fez Will considerar por um momento a ideia de explorar aquela boca.

Mas por outro lado, a presença de Hannibal também fez com que ele se sentisse ameaçado, em um perigoso gostoso, mas do qual ele deveria fugir. Só que ele não correu, ficou parado esperando que o estranho se sentasse ao seu lado. Essa não seria a primeira vez que ele escolheria ficar, ao invés de fugir de Hannibal Lecter.

– Esse é Hannibal. – Jack o apresentou formalmente a todos, até que ele se sentou, justamente ao lado de Will.

– Você evita contato visual. – ele observou.

– Olhos são distrativos, você vê demais, você não vê o suficiente. – Will começou, e olhou brevemente para Hannibal. – E é difícil focar no que está pensando. “Ah, esses brancos são tão brancos” ou “Ele deve ter hepatite” ou “Isso é uma veia estourada?” – nesse momento Hannibal sorri em resposta. – Então sim, eu tento evitar contato visual sempre que possível.

Depois disso outro policial puxou assunto com Hannibal, algo irrelevante e Will não tinha interesse de participar, então esperou com que o Dr. Lecter trouxesse os pratos.

– Isso está magnifico. – comentou Will, depois de provar a comida.

– Talvez eu lhe ensine um dia como cozinhar tão bem assim.

– Isso é raro. – disse Jack. – Ele costuma guardar as receitas de seus pratos a sete chaves.

– Eu simpatizei com o bom Will. – respondeu Hannibal.

– Eu agradeço, mas não tenho talentos culinários.

– Will, o segredo não está só em preparar a refeição, e sim nos ingrediente. – disse Hannibal, e quando pareceu que ele ia acrescentar outra coisa, foram interrompidos.

– Essa carne está espetacular. – diz um dos policiais a Hannibal. – Você tem um ótimo açougueiro.

– Sim, de fato. – Hannibal responde. – O cordeiro deve ser bem abatido. Os órgãos, cozidos no mesmo dia. Sempre supervisiono esse processo pessoalmente.

Hannibal se deliciava ao fazer essas piadinhas, ninguém nunca percebia, porque ele era um mentiroso muito bom – talvez por todas elas serem compostas da maior quantidade de verdades possíveis, que logo, um pequeno detalhe omitido ou trocado não seria facilmente percebido.

Ele sorriu para Will, antes de colocar um pedaço de carne do “coelho” que não havia corrido rápido demais naquela manhã. Hannibal estava realmente aproveitando a companhia de Graham, ele tinha uma forte empatia, que poderia ser um dom raríssimo e um tanto perigoso, ainda mais se ele estivesse a facilidade de entender mentes tão complexas como a de Hannibal. E segundo Jack, essa era uma de suas habilidades.

“Ele tem um talento para os monstros” lhe disse Jack mais cedo, enquanto conversavam sobre o talentoso Will a quem queria que Hannibal avaliasse.

...

Quanto o jantar terminou, todos se despediram formalmente de Hannibal. Nesse momento, o restaurante já estava vazio. Na hora de cumprimentar Will, Hannibal colocou delicadamente um pedaço de papel dentro do bolso de sua jaqueta.

– Meu endereço, e telefone, Will. Caso queria aprender algo sobre culinária. Ou conversar com um amigo. – acrescentou, com aquele sorriso misterioso.

– Pensarei no assunto. Foi um prazer, Dr. Lecter. – ele disse, e pela primeira vez realmente quis dizer cada palavra.

– Igualmente Will e, por favor, me chame de Hannibal.

...

Deitado em sua cama naquela noite fria, Will considerava seriamente em ligar para Hannibal. Incrivelmente durante as poucas horas que ficou na presença do outro ele se sentiu bem, se permitiu realmente aproveitar o jantar delicioso na sua frente, e de fato, também aproveitou a conversa que estava tendo com o psiquiatra.

Apesar de ter a sensação de que ele estava o encarando por um longo período de tempo, e tinha quase certeza que Hannibal o cheirou ao se aproximar um pouco na despedida, mas preferiu não comentar nada em voz alta.

Um pouco relutante, Will tirou o papel que tinha deixado embaixo de uma caneta em cima da cabeceira e discou os números. Mas acabou apenas salvando o contato e mandando uma mensagem. Já era tarde, não queria incomodar.

(00h35min)

Talvez eu esteja interessado em aprender um pouco de cozinha.

A resposta veio rapidamente.

(00h38min)

Por que não passa aqui amanhã e eu poderei lhe ensinar uns truques básicos?

(00h40min)

Eu irei.

(00h45min)

Estarei esperando-o ás sete.

(00h48min)

Posso fazer uma pergunta um tanto pessoal? Minha curiosidade está me matando.

(00h50min)

A curiosidade é sempre um perigo, Will.

(00h51min)

Mas sim, você pode perguntar.

(00h53min)

Por que eu? Jack disse que não revela seus segredos culinários a ninguém. Não pode ter sido apenas por pura simpatia.

(00h55min)

Eu escolho com muito cuidado os meus relacionamentos, Will. Eu não quero ser modesto, mas tenho um bom gosto para relacionamentos. E você, em pouco tempo, se tornou um dos meus favoritos.

Will sorri no escuro ao ler a resposta, ele queria ter ouvido da voz de Hannibal tais palavras, e por um breve momento se arrependeu de não ter ligado, mas ele não o faria agora. Estava cansado, e por mais que também estivesse gostado imensamente da companhia de Hannibal, ele precisava de descanso. Um longo descanso.

Digitou uma resposta rápida.

(01h03min)

Acho que amanhã poderemos nos socializar como adultos.

A resposta o fez sorrir novamente.

(01h04min)

Deus não permita que nos tornemos amigos.

Era ironia, obviamente. Estava claro que Hannibal estava interessado na amizade de Will. Desligou o celular e foi dormir, pensando no misterioso homem que acabará de conhecer e no quanto estava ansioso pelo próximo encontro dos dois no dia seguinte.

...

Durante a manhã, Will cuidou de seus cães, os alimentou e deu banho, correu um pouco pelo quintal com eles. E depois se sentou na varanda da frente de sua casa, e tomou uma xícara de chá, esperando o dia passar, o relógio correr e ele ir a casa de Hannibal. Pensou em lhe mandar uma mensagem, mas ele não queria soar desesperado pela sua atenção, e faltavam apenas algumas horas.

Winston deitou a cabeça e seu colo, e ele acariciou os pelos do animal, sorrindo. Gostava desses momentos caseiros e calmos com seus cachorros.

...

Hannibal, por outro lado, tinha passado o dia atrás de seu “coelho”, afinal, ele talvez ensinasse um pouco de culinária a Will, mas os ingredientes já deveriam estar cortados, não era bom dizer que era carne humana logo no segundo encontro dos dois.

Quando o relógio marcou sete horas, ele deixou a mesa preparada com os dois pratos, as taças e a garrafa de vinho francês. Bebeu um gole e depois foi atender a porta. Seu convidado era pontual.

Will estava vestindo uma roupa mais casual do que no jantar na noite anterior, cheirava a colônia masculina e parecia ainda mais atraente do que o normal.

– Boa noite, Will. – disse Hannibal, sorrindo.

O outro retribuiu o sorriso. – Boa noite, Hannibal.

– Por favor. – este fez um gesto para que ele entrasse.

Will observou o lugar, a sala era ampla e tudo estava muito bem organizado e arrumado, ele pro algum motivo esperava que fosse assim. Tinha uma biblioteca em uma espécie de “segundo andar” no canto, e ele achou a ideia de decoração genial.

– Vamos para a cozinha?

– Sim. – Will respondeu, e o acompanhou.

Enquanto seguia Hannibal, ele pensava em o quanto a casa combinada com o dono e sua classe indescritível. A cozinha era igualmente ampla e tudo já estava preparado para o jantar.

– Ainda está interessado em aprender uns truques básicos? – perguntou-lhe Hannibal. – Ou você veio apenas para conversar com um amigo?

– Vim para os dois. – ele respondeu. – Mas por que não? Claro, devo avisar que sou um desastre na cozinha.

– Sorte sua que eu sou um bom professor.

E ele realmente era um ótimo professor. Explicou cuidadosamente, nos mínimos detalhes como a carne deveria ser temperada e cortada, e enquanto Will fazia o que lhe foi ordenado, Hannibal preparava o molho.

– Não Will, seja mais delicado. – Hannibal se aproximou do balcão, e segurou a mão do outro para demonstrar como se cortava a carne do jeito certo. – Viu?

– Você é muito minucioso.

– Não imagina o quanto. – sorriu. – E sempre se lembre de quando for cozinhar: culinária é arte, e uma das minhas preferidas.

...

Ao terminarem, eles sentaram-se à mesa e saborearam a deliciosa refeição. Hannibal considerava aqueles que ele permitia que provassem de sua comida, sortudos. Ele se sentia um deus poderoso, deixando que os meros mortais provassem de sua ambrosia.

– Você é um bom cozinheiro. – observou Will.

– Não posso levar o crédito sozinho. – ele sorriu para o outro. – Jack me disse que você está trabalhando em um caso complicado.

– Você e Jack têm conversado sobre mim?

– Como você é esperto, temo que já tenha percebido as intenções que ele tinha ao levar você para comer em meu restaurante, justamente quando eu poderia me juntar na mesa e conversar com você.

– Você está trabalhando em meu perfil?

– Não faria isso sem o seu consentimento.

Will pensou por um momento antes de responder. – Mas você esteve me analisando.

– Não posso negar. – disse Hannibal. – Observar é o que eu faço, Will. Faz parte da minha natureza, não posso calar-me mais do que você pode. Mas fique tranquilo, não contei ao Jack o que eu descobri sobre você até agora.

– E o que descobriu?

– Que o Jack vê você como uma xícara de chá frágil. A mais fica louça, usada apenas para convidados especiais. – Will sorri, e faz com que Hannibal sorria junto antes de completar. – E o que você tem é pura empatia.

– Acho que eu poderia deduzir isso sozinho.

– Também tenho certeza que sim.

– Como você me vê? – Will pergunta, curioso.

– O pequeno mangusto que eu quero debaixo da cama quando a cobra aparecer. – ele respondeu imediatamente. – Termine seu prato.

...

Os dois ficaram conversando por mais uma hora depois de terminarem a refeição, e então estava na hora de Will ir para casa. Ele já tinha se alimentado, agora precisava cuidar de seus cachorros.

– Foi um prazer recebê-lo, Will.

– Obrigado pelo jantar. – ele respondeu, enquanto o outro o acompanhava até a porta. – Talvez eu prepare o próximo.

– Próximo? – Hannibal ergueu a sobrancelha. – Então a minha companhia foi agradável?

– Definitivamente. – disse Will.

Hannibal pensou por um momento antes de tomar a iniciativa de beijar Will. Por mais atraído que ele estivesse se sentindo, ele não tinha certeza se envolver-se romanticamente com alguém era uma boa opção.

Você não controla por quem se apaixona, ele sabia disso e não queria se apaixonar por Will, porque sempre que se envolvia com alguém desse jeito, a vontade de devorar a pessoa em todos os sentidos aumentava gradativamente. Não que ele já não tivesse o desejo de provar Will... Mas Hannibal não queria estragar a amizade que estava começando a surgir entre os dois.

Mas dessa vez, resolveu arriscar.

Aproximou-se de Will, segurando o seu pescoço com uma das mãos, e deu um sorriso de lado antes de beijá-lo. O outro não tentou se afastar, e retribuiu no mesmo instante o beijo. A natureza de Will pedia algo mais apressado, e urgente, mas Hannibal fez com que fosse calmo e ele pudesse saboreá-lo – bom, de uma forma ou de outra – do melhor jeito possível.

Ao se separarem, Will estava sorrindo, e claro que Hannibal teve que retribuir. Mas Graham não estava satisfeito, o homem em sua frente era muito atraente, então o puxou delicadamente para si, o beijando novamente.

Dessa vez, os toques foram aumentando, as mãos de Will fecharam no cabelo de Hannibal, enquanto esse apertava o outro contra si. O beijo também foi um pouco mais intenso, agora que ambos sabiam que era bom, não tinham a intenção de parar.

Will se apressou para desabotoar um pouco da camisa de Hannibal, tendo o contato pela primeira vez com a pele macia do outro. Enquanto isso, Lecter deixava chupões e mordidas ao longo do pescoço de Will, se controlando avidamente para realmente não mordê-lo da maneira que queria.

Eles teriam continuado, e em poucos segundos estariam no quarto, mas Hannibal não tinha pressa alguma. Ele queria saborear Will com calma, conviver mais com aquele achado raríssimo, e então se separou, deixando o outro sem fôlego e com o cabelo todo bagunçado. Sorriu ao pensar que assim ele tinha ficado ainda mais atraente.

– Eu acho que é melhor pararmos por aqui, Will.

– Tem razão. – ele respondeu, passando a mão na cabeça. – Não deveria ter acontecido. Me desculpe.

– Não quis dizer isso... – Hannibal voltou a colocar a mão no rosto dele. – Apenas que, minha natureza existe que eu saboreie você sem pressa.

Will sorriu. – Se assim deseja, irei para casa.

– Nos vemos em breve?

– Em breve. – Will concordou, e depositou um beijo rápido em Hannibal antes de sair pela porta. Ele não via a hora para voltar a se encontrar com o seu mais novo... bom, não tinha certeza em como deveria classificar o relacionamento dos dois agora.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?

Se não quiserem virar meu jantar dessa noite, por favor, deixem um comentário. Mentira, piada sem graça, mas sério, eu adoraria saber o que vocês acharam, e não vai levar mais que cinco minutinhos para comentar...