Feche os olhos escrita por otomriddle


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

FELIZ ANIVERSÁRIO AMIGA SECRETA.Era isso mesmo.



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Tom e Abraxas haviam voltado no meio da tarde, liberados da última aula de Feitiços graças à um acidente envolvendo Potter e a sobrancelha esquerda do Professor Klaus. O sol lentamente fizera seu caminho pelo céu até se pôr, mas nenhum dos dois jovens fizera qualquer movimento para acender alguma luz, por isso o quarto estava envolto em sombras e escuridão. Ambos não trocaram uma palavra desde que voltaram - não devido à alguma briga ou desentendimento, mas apenas porque o silêncio era tão confortável quanto qualquer conversa que pudessem ter.
"Feche os olhos." Tom ordenou de repente, quebrando o voto de silêncio que mantiveram até então.
"Ora, para quê?" Abraxas inquiriu, franzindo o cenho mesmo que soubesse que Tom não seria capaz de ver o movimento.
"Porque tenho uma surpresa pra lhe mostrar!" O amigo disse, e Malfoy notou a silhueta do outro se levantando da cama ao seu lado.
"Bem, se eu estiver de olhos fechados, não vou poder ver a surpresa." Argumentou. Riddle bufou, o que fez Abraxas sorrir.
"Sim, quando for a hora, eu irei mandar você abri-los novamente. Mas, primeiro, você fecha os olhos para que eu posso pegar a surpresa."
"Prefiro que não, tenho medo do que você vá me mostrar. Além disso," Malfoy completou, pressentindo a irritação de Tom. "Está tão escuro que eu não veria nada."
"Feche os olhos." Tom repetiu, dessa vez espaçando as palavras. Abraxas fez um som com o fundo da garganta, se sentando, mas enfim fechou os olhos.
Ele pode ouvir como o outro se movimentava pelo quarto, mexendo em alguma gaveta. Viu a claridade por sob as pálpebras, indicando que Tom ligara a luz finalmente. Sentiu como a cama balançou levemente quando o amigo se sentou na outra ponta. E então:
"Tudo bem, pode abrir." A voz em sua frente disse, e Abraxas obedeceu de imediato.
Em sua frente, entre as mãos de Tom, se encontrava algo que lembrava um grande chumaço de cabelos negros humanos. Abraxas olhou de Tom para o chumaço e do chumaço para Tom, esperando algum tipo de explicação. No rosto do amigo, havia um grande sorriso de contentamento.
"Então?" Ele inquiriu, balançando a cabeça animadamente.
"Bem... Você cortou o cabelo?" Abraxas tentou, mas o amigo apenas ergueu uma sobrancelha, o sorrio se congelando em seu rosto. "É que... Eu não sei muito bem o que é isso? É cabel-"
Antes de terminar sua frase, a bola pareceu se mexer, e um grito escapou dos lábios de Malfoy. Tom rolou os olhos; cutucou o chumaço de cabelo, que imediatamente abriu dois pares de asas feitos da mesma estranha pelagem e começou a voar pelo quarto de forma um tanto torpe, batendo no teto e nos móveis aqui e ali.
"Mas que diabos é isso? Você roubou o cabelo de alguém e enfeitiçou?" Abraxas disse, sua voz baixa enquanto desviava da criaturinha, um tanto enojado.
"Eu não roubei nada!" Tom respondeu, semicerrando os olhos para o amigo. "Eu que criei isso. É um... Um... Bom, eu o criei, o trabalho criativo de nomeá-lo ainda não foi feito." Ele continuou, coçando o queixo enquanto seguia sua criação com o olhar.
Ambos ficaram em silêncio por um longo momento, apenas o som das asas da criatura ecoando no quarto.
"E esse negócio serve exatamente para que?" Abraxas inquiriu, não conseguindo evitar uma careta após uma batida especialmente forte do bicho contra a parede.
Tom se levantou de repente, puxando a varinha. Com um movimento fluído, a criatura, que até então estivera viajando aleatoriamente pelo quarto, voltou imediatamente para suas mãos.
"Você claramente não se importa." Ele disse, de costas para o outro. Andou à passos largos até seu malão, onde depositou sua criação cuidadosamente em uma caixa de vidro e a guardou.
"Óbvio que eu me importo, se não não haveria perguntado!" Abraxas rebateu, se aproximando de Tom e tentando enxergar por sob seu ombro, mas sem sucesso - o outro fechou o compartimento com um estalo seco que sobressaltou Malfoy.
"Não se importa, não! Eu estava aqui, lhe mostrando minha primeira criação, e você ficou com cara de nojo. Mas bem," Tom se sentou, finalmente encarando o amigo de frente, seu rosto totalmente sem expressão "Isso não importa. Já sei que você não dá a mínima para meus trabalhos. Da próxima vez, mostrarei apenas para Alphard. Ele sim mostrou interesse."
Abraxas inalou com força, colocando as mãos na cintura inadvertidamente, hábito que adquirira de sua mãe.
"Eu tenho interesse nas suas coisas! Por isso quero saber o que aquela coisinha faz de especial - porque eu tenho fé que o trabalho dela não deve ser, simplesmente, ser feia. Ah, não me olhe assim," Abraxas disse, apontando um dedo para Tom. "Você sabe que aquele negócio é horrível! Não tem estética, simetria alguma..."
"Ele não foi projetado para ser belo, mas para ser útil. Só que sua real função você nunca vai saber, porque eu não vou contar!" Tom completou. Puxou um livro, se apoiou na cabeceira, e começou a ler, seus olhos voando pelas páginas.
Abraxas ficou parado no meio do quarto, sem saber muito bem o que fazer. Finalmente, deu de ombros e se jogou na cama do amigo, deitando aos seus pés.
"Tudo bem, eu vou pegar seu diário depois sem que você saiba e descobrir o que aquilo faz, de qualquer forma." Comentou, puxando um fio de cabelo de suas roupas distraidamente. Sentiu a cama se mexer e, quando olhou para cima, viu que Tom ria baixo, tentando esconder o rosto atrás do livro. Foi a vez de Abraxas semicerrar os olhos. "O que você fez, seu desgraçado?"
Tom baixou o livro lentamente, e em seu rosto havia outro sorriso, muito diferente do primeiro.
"Eu descobri um jeito de impedir que você leia meu diário." Ele confessou, mal contendo as risadas. Abraxas arregalou os olhos, sua boca abrindo lentamente.
"Não acredito que você não confia em mim! Isso é um absurdo! Eu sou seu braço direito!"
"Você acabou de dizer que ia ler meu diário sem minha permissão!" Tom respondeu, levantando os braços.
"Apenas para fins filantrópicos!"
"Você é completamente maluco." Riddle comentou, mas lutava contra um sorriso enquanto pegava seu livro novamente.
Abraxas bufou e fechou os olhos.

"Tom, o que é que você está fazendo?" Abraxas inquiriu, se aproximando o máximo que podia do outro, semicerrando os olhos para tentar ver algo.
Estavam na Floresta Proibida. A lua que brilhava no céu de inverno estava escondida sobre as copas das altas árvores de aspecto antigo que permeavam o local, o que levou à mais completa escuridão. Mas o jovem, que tateava tentativamente à sua frente, sabia que o amigo estava em algum lugar próximo, pois ele mesmo lhe dissera que estaria ali. Também sabia que eles não estavam sozinhos, uma vez que podia ouvir a respiração ofegante de outra coisa em algum lugar à sua frente.
"Eu estou fazendo o que você devia ter feito e não foi competente o suficiente, meu caro!" A voz de Tom veio de algum lugar à esquerda de Abraxas, muito mais próxima do que ele julgava que estaria, o que lhe causou um sobressalto. Dedos frios lhe tocaram o pulso e lhe puxaram gentilmente até onde o corpo à eles ligado estava. Tom.
De repente, uma forte luz iluminou a Floresta, cegando Abraxas por um momento devido à intensidade. Ele piscou repetidamente até que se acostumasse com a claridade. Quando finalmente o fez, viu que a fonte da luz era a varinha de Tom, e que o amigo estava ao seu lado, olhando para algo no chão.
Ou melhor, alguém.
"Esse é Yaxley?" Malfoy perguntou, dando um passo incerto em direção ao outro, que respirava com dificuldade, o rosto virado para o chão enquanto suas vestes se embolavam no corpo magro e trêmulo. "Que diabos ele está fazendo aqui fora, e assim?"
"Bem, é uma história um tanto engraçada..." Tom comentou, passando a mão na nuca, parecendo, Abraxas deveria admitir, um tanto sem graça. "Ele recebeu uma mensagem de Elysa, dizendo que ela estaria na entrada da Floresta Proibida por volta das oito horas da noite, e que ele devia aparecer para que acabassem o que começaram terça-feira passada."
Abraxas sabia o que acontecera terça-feira passada, já que fora ele próprio quem informara à Tom do evento: a quase primeira-vez de Yaxley. Tudo muito amador e inconveniente. Tanto, mesmo, que não deu certo.
"E?" Ele continuou, erguendo uma sobrancelha enquanto voltava a observar Tom.
"E... Elysa deve estar no Castelo jantando agora, suponho." Riddle completou, sorrindo de lado. Abraxas bufou.
"Você enganou esse pobre miserável fazendo ele acreditar que faria sexo hoje para que, exatamente?"
Tom limpou a garganta. Depois mudou o peso de um pé para o outro.
"Para tortura ele, evidentemente."
O inverno daquele ano fora um dos mais amenos até então, mas Abraxas podia jurar que, após aquelas palavras, o ar à sua volta congelou. Tentou falar algo, mas apenas palavras desconexas saiam de sua boca. Tom observava tudo com o cenho franzido, esperando que Malfoy se recompusesse.
"Mas Tom... Eu ia conseguir a informação do jeito habitual!" Ele finamente conseguiu dizer, seu olhar vagando da varinha iluminada até Yaxley e então novamente para a varinha. Não viu, mas sabia que o amigo rolava os olhos.
"Sim? E em quanto tempo faria isso? Três anos, talvez quatro? Eu preciso da informação agora, Malfoy! Não posso esperar pelos seus joguinhos mentais. Além disso," Tom deu um passo em direção ao corpo no chão, que pareceu tremer mais diante da aproximação. "Eu não vou machucá-lo muito. Eu só quero que ele me diga onde descobriu aquele livro, e então eu vou deixá-lo ir livre e saudável... Ou quase."
Com isso, um gemido baixo veio de Yaxley e Abraxas segurou a respiração, esperando que o jovem revelasse logo a droga da informação e poupasse o sofrimento que, sabia, viria a seguir.
Mas o gemido acabou e nada veio além de mais tremores.
Tom suspirou.
"Sinceramente, Yaxley, eu achei que você fosse mais inteligente! Enfim, eu tentarei ser o mais gentil possível-"
"Você não pode torturar alguém com gentileza!" Abraxas interrompeu. Seu corpo balançou por um momento enquanto o jovem tentava decidir entre sair correndo, atacar Riddle ou simplesmente deixar o destino seguir seu curso.
Os olhos frios de Tom se chocaram com os seus, sem piscar ou demonstrar qualquer temor.
"Sim, eu posso." Ele respondeu, calmamente. Ergueu a varinha. Yaxley deixou escapar um choro baixo. Abraxas agarrou seu pulso.
"Thomas, por favor... Não posso ver isso!"
Tom olhou a mão que lhe segurava, seu maxilar tremendo por um momento. Voltou a atenção para Abraxas.
"Então feche os olhos." Mandou.
"O... O que?" Abraxas balbuciou, piscando lentamente. Seus dedos perderam força, mas ainda permaneceram no pulso de Riddle.
"Você disse que não podia ver isso. Então, feche os olhos." Repetiu o amigo. Tom se desvencilhou do toque e, com seus próprios dedos frios, tocou as pálpebras de Abraxas. O jovem deixou que seus olhos se fechassem, apenas distinguindo a claridade quase cegante da varinha de Tom.
E os sons de Yaxley, se contorcendo no chão.

Ninguém avisara Abraxas que a claridade podia machucar. As janelas de seu quarto estavam abertas, e uma leve brisa fazia as cortinas sussurrarem vez ou outra. O sol adentrava com força, fazendo com que as paredes brancas do quarto deixassem de ser tão sufocantes e passassem a ser apenas dolorosas de observar.
Pensou que talvez fosse por isso que Tom gostasse tanto da escuridão. Talvez ele soubesse o quanto a luz pode doer.
Estava na cama fazia dias. Meses, talvez. O homem morria tão vagarosamente que a Morte já era sua companheira de cabeceira, sua melhor amiga.
Ou quase. Tom ainda mantinha esse lugar, mesmo que estivesse ausente à algum tempo.
Enquanto se encontrava perdido em seus pensamentos, única distração que possuía ultimamente, ouviu uma batida suave na porta, quase como se quem estivesse do outro lado não tivesse certeza de querer entrar.
Lucius.
Seu filho lhe visitava de vez em quando. Sua esposa também, mas com menos frequência. Seu neto era jovem demais, sua saúde frágil demais para que arriscassem visitas. Mas Abraxas via fotos, é claro - a criança era linda.
"Entre." Ele tentou dizer, mas sua voz saiu em um grasnar quase incompreensível. Quem quer que estivesse lá, porém, pareceu entender. A porta se abriu vagarosamente. Mas não foi Lucius nem Narcissa que adentrou o quarto.
"Olá, Abraxas." Tom disse, sorrindo.
Malfoy se ergueu com dificuldade, apoiando as costas no respaldar alto de sua cama para poder observar o amigo melhor.
Fazia alguns meses que não se viam, mas Tom parecia ter mudado bastante desde então. O amigo sempre fora pálido, mas parecia ter atingido um novo estágio de branco agora - era quase possível ver suas veias sob a pele fina e transparente. Seus cabelos, que sempre foram abundantes, pareciam estar mais frágeis e em menor quantidade, ainda que estivessem tão bem arranjados que Abraxas quase perdeu esse detalhe.
Mas o que realmente mudara foram seus olhos.
Riddle sempre tivera olhos bonitos, de um cinza frio e profundo que fazia as pessoas se perguntarem o que ele estava pensando.
Agora, porém, era possível ver pequenas veias vermelhas por toda a extensão ocular (como se ele tivesse dormido muito pouco na noite anterior), e o vermelho do sangue parecia ter mesmo invadido sua íris, que agora era de um escarlate sobrenatural.
"Terminou a inspeção?" Tom voltou a perguntar, fechando a porta atrás de si e parando próximo à ela.
"Sim. Desculpe, tinha muito coisa para-" Abraxas foi interrompido por um acesso de tosse violento, que demorou alguns segundos para passar. "Muita coisa para notar." Completou finalmente, sem respiração.
"Eu andei fazendo alguns experimentos..." Tom respondeu simplesmente, se aproximando de Malfoy lentamente, parando a todo momento para observar uma pintura ou um livro ou como o sol iluminava a parede branca. "Estava longe, por isso fiquei sabendo apenas recentemente de sua... Condição." Ele terminou, lançando um olhar de soslaio para o amigo na cama, que sorria tristemente.
Sabia que sua aparência não era das melhores - quando há grandes pústulas rochas e ensanguentadas espalhadas pelo seu rosto, realmente, não há beleza que aguente. Talvez fosse por isso que seu amigo hesitava tanto em se aproximar. Ou talvez não.
Tom nunca tivera nojo nem medo de nada, afinal de contas.
"Bem, sim. Devo admitir que essa doença me pegou de surpresa também! Estava preparando uma viagem para as Bahamas e de repente, BANG!, estou morrendo e minha viagem está cancelada." Abraxas disse, sua voz perdendo força no final da frase enquanto ele fazia força para respirar. Não estava acostumado a falar tanto. As visitas do filho normalmente se resumiam à ele contar as novidades do mundo lá fora enquanto o pai o ouvia atentamente e, às vezes, lhe dava conselhos breves de como proceder. Não que Lucius alguma vez tivesse seguido tais conselhos.
"Que pena," Tom comentou, sorrindo abertamente e, finalmente, sentando na cama de Abraxas. "As Bahamas são muito bonitas. Você iria gostar."
"Não tenho dúvidas." O outro concordou.
Depois disso, o silêncio tomou o quarto novamente, sendo apenas possível ouvir o som dos pássaros lá fora e da morte lá dentro. Abraxas virou o rosto para a janela, vendo como as cortinas se movimentavam. Sentiu os dedos sempre frios de Tom lhe tocarem o pulso e deixou que eles ali ficassem, nenhum dos dois pronunciando palavra por um longo momento.
"Qual era a função daquele negócio?" Abraxas perguntou de repente, virando a cabeça rapidamente para Tom - o que lhe deixou tonto por alguns segundos.
"Função do que?" O amigo inquiriu, franzindo o cenho, provavelmente temendo que Malfoy tivesse perdido a sanidade.
Era uma possibilidade.
"Lembra-se que, certa vez, você criou uma criaturinha horrorosa, que parecia feita de cabelos?" Abraxas começou, parando momentaneamente para retomar a respiração. "Você disse que ela tinha uma função, mas não quis me contar qual. Agora, por favor, me fale?"
Tom observou algo em cima da cabeça de Abraxas, com o cenho ainda franzido. Então, começou a rir, fazendo a cama tremer levemente.
"Eu disse que não iria contar, não disse?"
"Ora essa!" Abraxas replicou, tossindo. "Considere isso meu último desejo! Eu podia pedir pela conquista da Rússia, mas estou aqui apenas requisitando uma informação-"
"Para fins filantrópicos." Tom completou, e Abraxas sorriu, ignorando a dor que o gesto lhe causou. "Bem...Foi minha primeira criação, então sua utilidade era, no mínimo, duvidosa. Aquela coisinha fazia os cabelos das pessoas crescerem sem controle e para sempre - ainda que essa parte do para sempre tenha sido mais um efeito colateral."
Abraxas piscou lentamente.
"Crescer cabelo?" Repetiu estupidamente o homem.
"Sim," Tom replicou, encolhendo os ombros enquanto parecia rir de uma piada particular. "Ou você realmente acha que Dumbledore queria ter aqueles cabelos que arrastavam pelo chão?"
Abraxas voltou a piscar lentamente. E então começou a rir, lágrimas escorrendo de seu rosto, tanto devido à risada quanto à dor que ela lhe causava.
"Você- Você que deixou os cabelos dele assim?" Consegiu dizer, por entre risadas.
"Bem, foi. Ele era muito ruim comigo, afinal." Tom comentou solenemente.
Abraxas finalmente conseguiu controlar a risada, mas toda a extensão de seu corpo parecia pulsar com dor. Com um movimento de varinha, Tom conjurou um pequeno cálice.
"Beba, vai fazer a dor sumir." Ele disse, entregando o mesmo nas mãos trêmulas do amigo.
Abraxas tentou segurar o cálice, mas estava fraco demais. Tom colocou suas próprias mãos saudáveis sobre as mãos machucadas do outro, o ajudando a segurar a poção, que era de uma cor dourada e brilhante.
"Tem certeza?" Abraxas inquiriu, olhando o amigo com olhos lacrimejantes.
"Tenho." Ele respondeu suvamente. Seus olhos brilharam por um momento no antigo cinza que Malfoy conhecia tão bem.
Então ele bebeu.
E fechou os olhos.
As mãos de Tom ainda estavam sobre as suas. Ele ainda podia distinguir a claridade cegante do quarto.
Mas isso tudo durou pouco.
Logo, ele não distinguia mais nada além da escuridão.


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