Continue aqui escrita por Faon LV


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, estou fazendo uma contribuição pra esse fandon em desenvolvimento, pq neh, ta foda so ter quatro fic de kargisa ou yaoi desse anime nesse site e sendo br. Fora q eu estava necessitada de algo deles e ja li todas daqui e ja achei todas as fanarts q existem - q são pouquíssimas se quer saber.
Espero q o fandon yaoi cresça e q tenha tretas kkkk mentira. ou não.
De qualquer forma, fiz a fic pra agradar a mim e a @Millyin_ q estamos shippando esses dois com toda a força kkkk espero q goste miga.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/630677/chapter/1

Os sons dos pingos atingiam o chão lentamente.

– Se lembra da primeira vez? – disse o menor dos garotos sentado sobre o corpo do adulto.

O liquido vermelho parecia investia na direção do maior deles como se o culpasse pelo acontecido.

– Não tem como não lembrar. – respondeu dando de ombros enquanto o menor colocava a lamina do punhal abaixo da garganta do sujeito.

– Por favor...Não faça isso! – implorou o homem, mas o garoto sobre si apenas sorriu. Um sorriso doce que encheria seu coração de ternura em qualquer situação, mas não aquela, ver aquela expressão naquele momento o fez gelar até a alma, ele podia já sentir o gosto metálico de sangue na boca e jogou a cabeça para trás sabendo que era seu fim. Lagrimas descera por seu rosto. Era o fim. Não importava o que fizesse.

– Ele tocou você? – perguntou o maior voltando a olhar no mesmo instante em que o a lamina cortou o pescoço grosso do homem. Sangue foi jorrado novamente, o menor saiu de cima do corpo e se virou para o colega tirando o colete que agora estava manchado e escorrendo sangue.

– Tentou. – murmurou embolando a roupa e a jogando em uma sacola. – Mas você chegou na hora. – o maior acenou que sim se sentindo mais aliviado e começou a andar em direção a porta.

– Você já foi mais cuidadoso. – o menor deu de ombros prendendo os cabelos azuis grandes de mais para ser considerado um corte masculino em um rabo de cavalo.

– Você já foi mais violento. – respondeu dando um soco leve em seu peito. –As coisas mudam.

– Ainda sou violento, mas o motivo de eu te sido tanto antes já não existe. É quase chato. – o garoto menor riu.

–Desculpe por isso, Karma. – o mais alto sorriu com malicia.

– Neh, Nagisa, agora que acabamos o trabalho, vai continuar a fazer o papel de menina na escola? – o rosto do menor corou levemente e ele puxou a saia do uniforme colegial para baixo em uma tentativa de esconder sua verdadeira sexualidade. Não que ela estivesse dando algum indicio de aparecer.

– Claro que não! – respondeu virando o rosto e vendo a luz do flash da câmera do celular do colega piscar. – Karma! Eu já disse para parar com isso!

– Não dá, Nagisa como menina é algo que eu não posso deixar de registrar! – Nagisa escondeu o rosto em uma das mãos corando um pouco mais.

– Você sabe que eu sou um garoto. – murmurou ainda sem olhar o maior.

– Eu sei. – respondeu o outro colocando senha na foto para que não fosse excluída ou vista pela pessoa errada. – Mas eu já disse que eu pago a cirurgia pra você mudar!

– Vai tomar no cú, Karma! – irritou-se o garoto acelerando o passo. – Eu gosto de seu um homem! Okay? – Nagisa saiu pela porta e correu pelo corredor vazio por já ser noite. O maior dos garotos suspirou e se encostou no batente vendo o outro correr para longe.

– Seria tão mais fácil se ele fosse uma garota! – murmurou uma voz as suas costas e ele nem mesmo se deu ao trabalho de olhar para trás.

– Professora vadia, o que você quer? – a mulher piscou os olhos e depois bufou. Odiava o fato dos dois garotos não se surpreenderem com suas investidas, os dois sempre estavam um passo a frente, e no caso de Nagisa, até trabalhos que envolviam sedução ele estava conseguindo mais que ela. A idade finalmente a estava afetando? Ela negou coma cabeça, era uma mulher jovem ainda, era boa no que fazia, o Japão que tinha homens mais interessados na economia que em mulheres. – Você pensa de mais, fala logo o que quer!

– Mais respeito com sua professora, seu delinqüente juvenil de merda! – Karma a olhou pela primeira vez.

– Você jê não é minha professora há dois anos, vadia. – a mulher crispou os punhos. – E sobre o que disse antes, o que quis dizer?

– Francamente, você acha que engana quem? – ela se apoiou na parede. – Desde que vocês dois começaram a lutar para decidir a morte do polvo eu venho reparado no jeito que você trata ele. Admito que eu nem mesmo reparava em vocês dois juntos, mas quando brigaram me surpreendi por ser algo extremamente inesperado. Foi quase como se o mundo tivesse parado ou coisa do tipo.

– Que exagero. – murmurou o garoto e começou a se afastar.

– Falo serio, a batalha de vocês me fez reparar mais na relação que tinham. – continuou ela o acompanhando.

– Somos amigos. – respondeu o garoto parando e a olhando. – Todos sabem disso.

– Meu querido, você está falando com a assassina especializada em sedução e infiltração. Você acha mesmo que eu não conheço o tipo de olhar que você lança na direção dele vez ou outra? – Karma virou o rosto corando um pouco e acelerou o passo, a mulher não o seguiu, mas falou alto o bastante para que ele escutasse. – Mesmo que você queira que ele seja uma garota, não vai acontecer, Karma. Nagisa é um homem. E você insistir em travesti-lo só o fere. – o garoto parou de andar e crispou os punhos.

– Desde quando se importa com a gente? – a mulher o olhou como se ele fosse um idiota, depois de tudo o que eu passaram ele ainda falava aquilo? Ela deu as costas ao garoto jogando o cabelo e seguindo na direção contraria.

.....................................

– “Koro-sensei morreu pelas nossas mãos. Abraçado a todos da turma e com varias facas enviadas em seu peito.” – Murmurou Nagisa deitado de bruços na cama e lendo o bloco de notas que usava no fundamental. – “ Esperávamos ver sangue, mas ele apenas derreteu em nossos braços. Seu corpo liquidificado era quente como o por do sol na praia, o cheiro era doce como os que ele amava comer. Nossas lagrimas se misturavam ao liquido amarelo que ensopava nossas roupas.” – Karma pode ouvir o garoto fungar. – “Nosso professor estava finalmente morto. Conseguimos matá-lo. Depois de tanto tempo tendo idéias mirabolantes para tal, no fim...” – Nagisa fungou de novo e Karma parou de escrever o relatório para encará-lo. – “Depois de tantas tentativas, ele se deixou ser morto. Não foi um assassinato. Foi um presente, ele estava nos dando o mundo. Estava nos dando a vida...” – Nagisa abaixou a cabeça no travesseiro e Karma se sentou na cama ao seu lado. – O que eu estou fazendo com o presente que ele nos deu, Karma? O que estou fazendo com minha vida? – Karma tocou os cabelos soltos do amigo e fez um cafuné leve. Ele tinha se esquecido de esconder o maldito bloco de notas quando chegaram.

– Está ajudando outras pessoas. – respondeu o ruivo sem olhar par ao amigo, ele encarava a parede e o vazio.

– Matando?

– Eliminando quem não é hábito a viver em nossa sociedade...

– Quem é que julga quem é bom ou não para viver? – choramingou o garoto e Karma parou o cafuné.

– No nosso caso? O Karasuma. – Karma sabia que ele não ia rir daquilo. – Você tem de parar com isso.

– Não posso.

– Pode. Chorar assim só torna pior. Você é um assassino Nagisa, assim como eu. – o garoto de cabelos azuis se virou na cama para olhar o amigo. – Nós matamos quem faz mal as outras pessoas. É basicamente o que eu fazia por você no fundamental.

– Não é a mesma coisa...

– Eu batia em quem implicava com você. – Karma olhou para o amigo com seriedade. – Hoje matamos quem fere as outras pessoas. A diferença é que agora damos um fim definitivo à crueldade.

– Cometendo outra crueldade... – murmurou o garoto enfiando a cabeça no travesseiro novamente.

– Aquele homem era um estuprador de alunas e professoras, as chantageava para não contarem a ninguém usando a influencia como diretor. Achei justo o que fizemos. Salvamos vidas, vingamos mulheres indefesas. –Nagisa não disse nada. – acha que teria sido melhor se ele tivesse sido preso? – o garoto não respondeu. – ele teria saído em uma semana no máximo com a influencia e a falta de provas. – Nagisa continuou calado e Karma perdeu a paciência, usando a força o virou na cama para e ele o olhasse. – O Karasuma nos chama quando está de mãos atadas, sempre existiu isso em nossa sociedade, aqueles que não podem ser pegos pelas leis e autoridades, mas que podem ser pegos por assassinos. E nós SOMOS assassinos, Nagisa.

– Podiam ter mandado Irina... – disse ele fechando os olhos com força.

– Precisávamos de alguém mais sutil que ela. Precisávamos de provas, testemunhas. As meninas não iriam se abrir para uma professora novata, mas para uma amiga, nem que fosse para avisar do perigo?! Seria melhor fazermos utilizando alguém que pudesse se misturar com mais facilidade.

– Poderia ter mandado qualquer garota da nossa turma!

– Você acha que seria legal mandar alguma delas para o abatedouro? Para as mãos de um homem como aquele? – Nagisa fungou e se afastou de Karma, se sentando na cabeceira da cama e escondendo o rosto nos joelhos. – Você é o melhor de nós Nagisa. Com você fazendo o papel de estudante correríamos menos perigo da missão dar errado.

– Você não entende como eu me sinto. – murmurou ele ainda co o rosto escondido. – Você sempre gostou de machucar os outros, mas eu não.

– Nem que seja para proteger outros? – Karma deu um tapa no joelho do amigo e se levantou. – Se você realmente não quisesse essa vida ou tivesse aceitado o fardo de carregar a morte de alguém você não estaria nessa área até hoje. – Nagisa o olhou confuso e o maior sorriu. – Eu sei que você é gentil de mais para não sentir culpa após acabar um serviço. – Karma coçou a bochecha. – Acho que é por isso que eu... nós ... gostamos de você. – ele soltou o ar. – Mas ficar se martirizando por isso toda vez te faz mal. Não gosto disso. Então... Ponha na sua cabeça que você está fazendo algo que vai ajudar mais que fazer sofrer. E se mesmo assim você se sentir culpado, pode colocar a culpa em mim.

– Por que seria culpa sua? – Karma o olhou.

– Por que eu não sou bom o bastante para fazer o que você faz. Me culpe por não ser bom o bastante para te proteger mais. – Nagisa o olhou surpreso e Karma saiu do quarto levando consigo o maldito bloco de notas. – Vou te esconder onde ele jamais vai achar!

Nagisa encarava o colchão ainda processando o que Karma havia dito. Ele havia visto o outro pegar o bloco de notas quando pensou que ele não estava vendo e sorriu para aquilo. Algumas lagrimas caíram no lençol enquanto um sorriso tomava seus lábios. Karma podia não ser mais forte o bastante para protegê-lo do mundo, mas era ele quem o protegia de si mesmo, que o mantinha firme e bem com a própria existência, mesmo que suas mãos pesassem com o sangue que ele derramou nos últimos anos. Karma era, sem duvidas, sua ancora. Necessitava da presença dele em sua vida para não enlouquecer ou se deixar afundar na escuridão.

“Você diz que Karma não representa isso para você, ele diz o mesmo, mas dia apos dia vocês me provam o contrario.” Disse Nakamura no inicio do nosso primeiro ano no ensino médio. “Ele insiste em fazer os trabalhos do Karasuma-sensei com você e você não aceita nada onde o Karma não possa estar. Vocês não se desgrudam, e depois daquela briga, parece que isso ficou ainda mais evidente. Fora... você nunca gostou de ninguém Nagisa, mesmo a Kayano se declarando para você, você nada fez. Eu posso ser a única a reparar como você e Karma mudam quando estão perto um do outro, ele parece mais calmo e você mais aberto... Você pode não enxergar agora, mas vocês dois se gostam!”

Nagisa negou com a cabeça ao se lembrar daquilo, a conversa tinha sido há mais de um e meio , mas ele não se esquecia. Sempre que ele ficava sozinho com Karma aquilo voltava, era como se seu cérebro usasse as palavras que ela havia lhe dito naquele dia para ver se ele parava de fingir que não era verdade. Mas ele não queria que fosse verdade, não podia aceitar assim. Dos muitos motivos, do de serem dois homens ao se apegar a uma pessoa que sempre está em perigo de vida e que seria doloroso se a morte decidisse levá-la –esse ultimo já nem podia ser considerado como argumento, se Karma morresse naquele momento ou até antes da briga dos dois trás anos antes, Nagisa perderia totalmente o chão-, o que prendia o garoto a negação era a sua mãe.

Criado sob as garras da mãe, sendo agredido e forçado a parecer e se comportar como uma garota, tendo as ambições da mulher impostas a ele, ele tinha medo de que ficar com alguém como Karma – um homem forte, inteligente, bonito e com estabilidade financeira – fosse mais uma das ambições da mulher que acabou por serem passadas a ele. Pensar na possibilidade de gostar de Karma era quase doloroso por esse motivo, ele não queria mais fazer os caprichos da mãe, não queria ter a vida que a mulher sempre quis. Não queria ser ela. O fato de Karma demonstrar que parecia preferir vê-lo travestido só piorava a situação quanto a esse pensamento. Nagisa pensava que se Karma realemnte retribuísse seus sentimentos, ele iria preferir que ele aparentasse ser uma garota, agisse como uma. E isso, ele não iria fazer. Ele era um homem. Se sentia como um. Nasceu como um. Passou a vida inteira com esse pensamento na cabeça, de um dia se impor a sua mãe e se libertar, e agora que o tinha feito, ele não deixaria Karma fazer o mesmo com ele.

– Fiz chá para você. – Nagisa ergueu o rosto e se deparou com Karma com duas xícaras na mão, o rosto levemente corado pelo constrangimento. – Pensei que você fosse se sentir melhor com isso.

– Obrigado. – respondeu limpando os olhos e se levantando da cama, Karma lhe ofereceu a bebida e os dois saíram do quarto.

– Pare de chorar, parece uma garota. – Murmurou Karma e Nagisa não se incomodou tanto. Aquele era o jeito dele mostrar que se preocupava.

– Obrigado, de novo. – murmurou enquanto desciam as escadas para a sala da republica em que moravam.

– Somos amigos. – disse o ruivo passando um dos braços sobre seus ombros. – O quanto der eu vou tentar cuidar de você. – Nagisa soltou uma risada divertida. – Não ria!

– Desculpa, não dá. Isso não foi nada típico seu! – Karma tentou tirar o braço dos ombros do outro, mas Nagisa segurou sua mão. – Não quero que se afaste... – murmurou o mais baixo apertando a mão que estava entre as suas. – Não importa o que aconteça. – Karma sorriu e apertou uma das mãos que envolvia as suas.

– Minha diversão acabaria se eu me afastasse de você. – Nagisa o olhou e sorriu. Seria um momento perfeito para um beijo, Karma tinha certeza que se fizesse Nagisa não fugiria, mas ele preferiu sorrir de volta e eles desceram o resto das escadas para a sala, soltando as mãos segundos antes de os olharem.

.......................

– Me perdoem por ter enganado vocês! – disse Nagisa na frente da turma e abaixando a cabeça. – Eu me vesti de garota e enganei vocês, vocês se abriram e confiaram em mim. Me desculpem. – Karma revirou os olhos para aquilo enquanto assistia a tudo ao fundo da sala. Era obvio que Nagisa pediria desculpas, sem duvidas, mas se curvar daquela forma? Desnecessário.

– Nagisa-chan é um...menino? – perguntou uma das garotas com a mão sobre o peito. Nagisa ergueu o corpo e sorriu constrangido.

– Sinto muito. – respondeu e a menina, ao contrario do que ele esperava, sorriu de alivio, assim como algumas outras. Já os meninos... Karma pode ver vários olhando chocados para o garoto e outros haviam escondido o rosto nas mãos. Não dava para resistir a uma risada e provocação naquele momento.

– Rin-kun! – chamou Karma mais alto que o som das pessoas falando na sala e todos olharam para ele. O garoto chamado Rin já havia se encolhido. – Você não ia chamar a Nagisa-chan para sair hoje? – todos da sala olharam para o dito garoto, que estava vermelho e encarava Nagisa como se temesse que o garoto achasse aquilo ruim. Mas Nagisa, sendo quem era, apenas sorriu.

– Desculpe por ter te enganado Rin-kun... – o garoto chamado Rin se levantou da mesa ficando ainda mais vermelho.

– Isso não é justo! – ele correu para a porta e para os corredores, Karma se concentrava ao máximo para não parecer se divertir tanto e parecer surpreso.

– Opa... – murmurou sentindo o olhar repressor de metade dos alunos sobre si, mas um em especial o fez sentir a espinha gelar. – Que olhar é esse? – perguntou jogando as pernas sobre a mesa e encarando Nagisa. – A menininha quer mostrar que é homem agora?

– Karma, isso foi desnecessário, até mesmo você deveria saber que não deveria fazer isso! – disse uma das garotas, a representante de turma. – Nagisa teve de fazer isso para nos ajudar a pegar aquele homem sujo, ele desempenhou um bom papel, não é culpa do Tokinawa-san ter acabado gostando dele!

– Falou a garota que também se apaixonou pela amiga. – disse Karma com desdém. – Se sente melhor agora sabendo que ele é um cara? – Karma riu ao ver o rosto da garota corar, mas parou no mesmo instante em que Nagisa a tocou no ombro.

– Nagisa-cha...-kun... – murmurou ela e Nagisa também lhe abriu um sorriso antes de voltar a olhar para Karma.

– Vamos conversar lá fora. – disse serio, o olhar afiado, Karma podia sentir os pelos do braço se arrepiarem com aquilo e viu que não foi o único da sala a ter os instintos despertos. As garotas olharam Nagisa como se fosse outra pessoa, os garotos antes corados por pensar que estavam apaixonados por um cara agora estavam brancos enquanto viravam para olhar o valentão da turma que sorria de escárnio para o a garota que agora revelou ser um garoto.

– Quer enfrentar um homem agora? Serio? – disse se levantando. – Quer provar que realmente é um homem lutando comigo?

– Não vou lutar com você. – disse Nagisa saindo da sala. Karma deu um passo em direção a porta e sentiu alguém segurando seu braço. Olhou para trás e viu um dos garotos o olhando com fúria.

– O machuque, e eu acabo com você, Akabane. – Karma sentiu a raiva inexplicável lhe ferver o sangue. – Eu não ligo se Nagisa é homem ou mulher, o que eu sinto é de verdade. Machuque ele, e você verá comigo. – Karma puxou o próprio braço. As mãos tremendo.

– Se ele é um garoto que dê conta das próprias brigas. – respondeu entre dentes e saindo da sala em seguida. O garoto tentou segura-lo de novo, mas os amigos o impediram de ir atrás. Quando saiu da sala Nagisa estava olhando o pátio pela janela do corredor, os colegas estavam amontoados nas portas da sala. Karma colocou as mãos no bolso. – O que quer, mulherzinha?

– Quer começar de novo? – perguntou Nagisa se virando para ele, um sorriso afiando em seus lábios. – Odeio quando fica assim.

– E o que vai fazer a respeito? – perguntou ainda sentindo a raiva lhe atrapalhar os pensamentos. Sua vontade era de atacar Nagisa, o jogar no chão e o encher de socos.

– Da ultima vez tentei te mostrar a verdade entrando no seu jogo, mas você me venceu e acabamos brigando e entrando em uma guerra. – Nagisa levantou os ombros. – dessa vez só quero que me siga. – o garoto começou a se afastar em direção a escada do terraço e Karma o seguiu sentindo o corpo tremer. Os dentes apertados assim como os punhos. Nagisa o estava levando para uma armadilha, iria atacá-lo como uma cobra assim que ficassem longe de olhares curiosos. Ele sabia disso. Seus instintos avisavam para que ele ficasse atento a qualquer movimento do garoto.

Os dois subiram as escadas, Nagisa podendo sentir a sede se sangue de Karma atrás de si e tentando controlar seu próprio instinto de sair correndo ou lutar. Ele não ganharia de Karma no mano a mano nunca, seus corpos tinham uma diferença nítida de força bruta. Mas ele não estava assim tão preocupado em receber alguns golpes. O garoto abriu a porta do terraço e no mesmo instante se virou para o amigo, protegendo o peito com os braços em posição de cruz quando recebeu o chute que o jogou contra a parede que protegia o gerador de energia da escola. O ar lhe fugiu dos pulmões e seu corpo escorregaria pela parede se Karma não o tivesse segurado pela gola da camisa e o mantido de pé.

– Belo chute... – murmurou sentindo o gosto de sangue na boca, havia mordido a língua quando bateu conta a parede.

– Por que me chamou aqui menininha? Ficou bravo por eu ter exposto seu admirador secreto? Pois tinha outro que tava doidinho pra vir te proteger! – Nagisa limpou o sangue da boca sem saber o que poderia dizer, qualquer coisa errada iria fazer a situação ficar pior. Karma nesse estado não pensa direito. – Responde! Fala alguma coisa! – Karma empurrou o corpo de Nagisa mais contra a parede, fazendo sua cabeça bater.

– Você não deveria ficar com raiva por uma coisa dessas. – respondeu e levou um soco no rosto que o fez cair de joelhos no chão, mas ele aproveitou para dar uma rasteira em Karma, que caiu de costas, dando tempo para Nagisa o prender com um mata leão.

– Me solta! – chiou Karma esperneando o ar e apertando a canela de Nagisa, enfiando as unhas profundamente na pele para que o garoto cedesse o aperto.

– Karma, se aclama! – pediu apertando mais a cabeça do outro entre as penas. – Olha para sua mão! – o garoto ruivo não o ouviu. – Karma! – o maior sentia o ar lhe falar e levou a mão a garganta, nesse momento vendo a cor vermelha em seus dedos. Ele imediatamente parou e Nagisa o soltou. Nagisa se recuperou e se sentou atrás da cabeça do amigo, subiu a calça de uniforme para verificar a panturrilha ferida e vendo que ficaria roxo por um bom tempo. Karma encarava a mão com sangue com cara de paisagem e depois olhou as nuvens se moverem no céu.

– Eu fiz de novo. – murmurou deixando a mão cair sobre o peito.

– Já estou ficando quase acostumado. – Nagisa parecia estar quase se divertindo ao falar aquilo.

– Desculpe. – Karma fechou os olhos. – Perdi o controle de novo.

– Não é como se você controlasse isso, seus ataques de raiva são bem intensos para que você esteja ciente do que faz.

– Te machuco toda vez. – murmurou crispando as mãos, Nagisa viu as juntas do amigo ficarem brancas e se inclinou para frente, pegando a mão com sangue nas sua e a levando para o lado da cabeça de Karma, entrelaçando os dedos. Ficaram assim por um tempo, ouviram o sinal de inicio das aulas, mas não saíram do terraço. – Está cada vez mais difícil de controlar isso.

– Tenho sorte de você não ter tentáculos então. – Karma abriu os olhos e viu Nagisa o olhando de cima, ele ergueu um pouco a cabeça e o menor se aproximou mais para que ele deitasse a cabeça em seu colo. – Seu namoradinho vai querer me bater quando voltarmos. – murmurou tocando a boca de Nagisa, onde um filete de sangue coagulado estava.

– Não sei por que você fala essas coisas, não é como se eu correspondesse aos sentimentos de qualquer um deles. – disse tirando o sangue dali com a unha. – Por que surtou agora?

– Não sei. – Karma voltou a fechar os olhos. – Qualquer coisa que pareça minimamente capaz de me afastar de você me deixa com os nervos a for da pele. Até mesmo se você for a pessoa que quer me afastar...

– Nunca vou querer te afastar.

– Você não sabe o que pode acontecer. – Karma se sentou e soltou sua mão da de Nagisa. – Na primeira vez tinha medo de você não precisar mais de mim para te proteger e tentar me afastar, agora é por que achei que eles podiam te fazer querer ficar nessa escola, te fazer continuar fingindo que não me conhece e nos afastarmos. – Karma riu. – Acho que estou acostumado de mais a sua companhia que não quero nem mesmo imaginar um dia que não possa olhar para essa sua cara.

– Será que é só isso mesmo? – Karma se virou para olhar para ele e Nagisa encarava o chão.

– O que quer dizer? – o garoto ergueu os olhos e sorriu.

– Nada. – ele se levantou e ofereceu a mão a Karma, que a aceitou. – Vamos voltar para a nossa escola semana que vem, então não surte até lá. – Karma sorriu com malicia.

– Mas algumas pegadinhas terei de fazer! Principalmente com aqueles caras que parecem ter se apaixonado por você!

– Qual seu problema com eles? – perguntou rindo e Karma passou o braço sobre seus ombros.

– Sou o único cara que pode apreciar a imagem do Nagisa menina e ter a companhia do menino. Se algum deles quiser se aproximar de você agora vai ter de conviver comigo também! – Nagisa revirou os olhos.

– Como se eu fosse preferir a companhia deles a sua. – os dois sorriram e voltaram para a sala de aula, pedindo desculpas ao professor e ouvindo gritos dos colegas sobre o inchaço no rosto de Nagisa.

.......................................

– Às vezes me pergunto o porquê de você manter o cabelo grande assim. – disse Karma pegando uma mecha do cabelo do mais baixo entre os dedos.

– É meio que uma revolta contra minha mãe, ficar com o cabelo grande e mesmo assim parecer um garoto. – Karma sorriu de escárnio.

– Não está funcionando. – Nagisa bufou batendo a mão do amigo para longe e voltando a e concentrar no livro que lia. Estavam no quarto que dividiam na republica, Karma deitado na cama com a cabeça pendendo de um dos lados e Nagisa lendo na escrivaninha. – Ei, Nagisa, para de ler!

– Não.

– Estou entediado... – murmurou o ruivo jogando as mãos para o alto. – Preciso de uma missão.

– Acabamos de sair de uma. Eu matei um diretor e você só ficou assistindo.

– Por que a cena foi bela de mais para que eu não apreciasse. – Nagisa corou abaixando o rosto. – Você deveria ver a cara que fica quando vai matar alguém, eu fico sem saber o que fazer, meu corpo para, fico arrepiado... – Nagisa foi mudando de tom a cada palavra e Karma percebendo isso se sentou na cama e continuou a falar enquanto mexia no cabelo do amigo. – Parece uma cobra pronta para dar o bote, quando luta parece que está brincando com sua presa, eu nunca sei se devo correr para longe de você ou... – os dois coraram naquele ponto e os dedos de Karma fizeram uma singela caricia na nuca de Nagisa.

– Você me prefere como menino ou menina Karma? – perguntou Nagisa fechando o livro e suspirando pela caricia no pescoço que ainda recebia. Karma olhou para seu rosto.

– Eu não sei. – era a verdade, ele gostava de Nagisa como garoto, ele sabia que era apaixonado por ele, mas como garota... ver Nagisa travestido lhe dava uma sensação de desejo maior pelo outro. – Por que isso agora?

– Não sei. – respondeu se afastando do toque do outro e voltando a abrir o livro. Na verdade ele sabia sim o porquê de perguntar, ele queria saber o que o outro pensava, se gostava dele como era, ou só via uma garota onde não havia nenhuma. Nagisa quase estava decepcionado, só não estava por saber a muito tempo que Karma preferia mulheres.

– Mas sabe... – recomeçou Karma se inclinando na cama e abraçando Nagisa pelo pescoço. – Todas as sensações, as mais intensas, que tenho por você, são quando te vejo em ação, quando mostra sua sede de sangue. Eu não vejo um garoto ou garota, vejo alguém que eu quero... – Nagisa arregalou os olhos para aquilo. – Cansei de fingir Nagisa... Eu não sei se quero um cara ou uma garota, eu sei quero você. – Nagisa sentiu Karma apoiar a testa em sua cabeça. – Gosto de você. Como garoto, como garota, como assassino, como estudante... gosto de você de qualquer forma, me apaixono por cada uma de suas faces cada vez que as vejo... Se eu continuar a prender isso vou acabar saindo do controle de novo.

– Como você diz uma coisas dessas assim do nada? – perguntou o garoto calmamente, estava surpreso por ouvir, mas não é como se ele não soubesse desde o inicio sobre aquilo, só não esperava ouvir uma declaração. Não de Karma.

– Não é como se fosse alguma novidade. – Karma apoiou o queixo no tipo da cabeça de Nagisa e este levou a mão ate os braços que o envolviam, fazendo um carinho fraco ali. – Não quero te machucar de novo. Não quero ser afastado de você de novo. Se eu colocar tudo sobre a mesa, talvez eu consiga resolver esse problema.

– Não acho que seus ataques vão parar se começarmos a ter uma relação diferente.

– Também não acho que você vá parar de matar apesar de se sentir culpado. – Nagisa bufou. – Acho que se pelo menos sermos francos quanto ao que sentimos as coisas podem melhorar, nem que seja um pouco.

– Ou seja, vamos dividir a culpa? Dos seus ataques e da minha fraqueza? – Karma sorriu.

– Já fazemos isso, mas pelo menos agora... – os dedos do maior foram para o queixo de Nagisa, o erguendo até que tivesse o rosto abaixo do seu e beijando seus lábios. – Vamos poder ter mais liberdade sem se preocupar de ir longe de mais.

– Ou seja, você é um pervertido. – Nagisa voltou a olhar para o livro. Karma choramingou.

– Estou entediado! Não seja tão egoísta! – Karma virou a cadeira de Nagisa para que ele ficasse de frente a ele, o garoto de cabelos azuis suspirou e sorriu. – Não é como se fosse mudar muito o que fazemos... – murmurou fechando o livro. Karma não precisou de explicações para entender o que ele quis dizer, aquilo era um sim para serem francos quanto a relação que tinham. O que de fato não mudaria muita coisa. Karma levou a mão ao rosto de Nagisa o trazendo para perto, iniciando um novo beijo e logo o prendendo em um abraço esmagador.

– Isso é por hoje cedo! – disse apertando os braços ao redor do garoto. Nagisa jogou o corpo para o lado, fazendo Karma ficar sobre si, o garoto ruivo o soltou o bastante para olhá-lo de cima, Nagisa sorria com doçura, daquela forma tão característica dele. Karma riu tocando a boca do garoto onde mais cedo havia socado. – Se me trair ou se afastar eu vou te espancar! Não vou conseguir voltar atrás a partir de agora.

– Como se eu fosse fazer isso. Estamos nisso juntos. Continue ao meu lado até que tudo acabe, como amante ou amigo, eu só preciso de você por perto. – Karma deixou o peso de seu corpo cair sobre o do garoto, posicionando sua cabeça na curva de seu pescoço e sentindo seu cheiro.

– Só uma pergunta. – murmurou Karma ainda na mesma posição e Nagisa o olhou de canto de olho. – Pelo menos algumas vezes... você pode se vestir de empregada para mim? Tipo um fetiche? – o rosto de Nagisa voltou a ganhar uma coloração vermelha e ele começou a se debater sob o corpo de Karma.

– De jeito nenhum! Não vai acontecer! – reclamava enquanto o outro o abraçada com força. – O quanto você ainda quer abusar de mim?

– O quanto eu puder!

– Sai de cima Karma!

– Nunca. – disse ele divertido e beijando o rosto do outro, que com isso parou de se debater.

– Idiota. – bufou o abraçando pelo pescoço.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olhando agora parece drops, mas não é ta gente kkkk
Espero q tenham gostado e eu acho q é só.
Obrigada por lerem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Continue aqui" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.