A garota do Capuz escrita por Kampaki


Capítulo 8
Capitulo Final. Resultado.




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Estou cansada, meu corpo não aguentará muito mais.

– A quanto tempo estou aqui? A quanto tempo estou lutando? Por que estou lutando? Já não lembro mais. Não é melhor desistir? – Reflito. – Quem é essa mulher com quem estou lutando? O que a motiva? Por que ela luta?

Desvio de um ataque. – Não posso parar. Se parar ela me mata. Mas será que vale a pena lutar pela vida, se a minha vida é lutar? ...

Recebo um golpe em cheio, ela acertou minha barriga, sinto sua mão passar através das minhas entranhas e quebrar minha espinha.

– Desculpe Mariane. Não tive escolha. – Diz a mulher. Ela se vira e começa a andar.

– Espere. Estou aqui a tanto tempo, que já não sei quem sou. Mas pelo menos gostaria de saber o nome da pessoa que me libertou deste mundo branco.

– Anaxn é o meu nome. Um dia nós duas já fomos a mesma pessoa. Eu cheguei a gostar de você, mas pelo visto. Uma de nós estava fadada a morte desde o começo. Adeus Mariane. – O corpo da mulher começa a sumir, junto se vai minha consciência.

– Adeus Anaxn. Que consiga aquilo que tento desejas. Seja lá o que for.

Fico ali deitada, a dor vai passando aos poucos até que eu não sinto mais nada. Tento me levantar, mas não tem chão abaixo de mim, fico ali parada, não sinto dor, não sinto peso, não sinto remorso ou tristeza. Não sei se quer se eu realmente existo, se não foi tudo um sonho ou uma ilusão.

Não sei quanto tempo fiquei ali parada, mas sei que aos poucos, algo como um pequeno portal surgiu, através dele eu vi: Um grupo entrando em uma floresta, uma garota cavalgando, uma garota batalhando contra um grande grupo, e arrancando o coração deles, vi um livro com alguns desenhos que se pareciam com a marca em minha mão, vi uma mulher sendo morta e devorada. Tudo isto eu vi como se fossem imagens.

O pequeno portal se expande aos poucos, aumentando de tamanho e mostrando imagens completamente diferentes, um pequeno bebê, deitado em sua cama sendo cuidado de perto por sua mãe. O portal me mostrou este bebê crescendo e, antes que eu percebesse eu estava lá, de pé ao lado da pequena criança que tinha se tronado.

Fui observando toda a sua vida e, algumas vezes, participando dela sem que ela percebesse. A livrei de animais peçonhentos e predadores, até que um dia, quando ela já estava entrando na adolescência, sua mãe a pediu para ir um pouco longe, entregar umas compras.

No meio do caminho, na floresta, eu vi: um lobo iria ataca-la. Eu a salvei, mas meu corpo, saiu daquela dimensão especial através da qual eu a mantive a salvo, ela me viu. Meu corpo, deformado pela batalha contra Anaxn a assustou. Ela correu com todas as forças e eu a segui.

Enquanto ela corria, consegui perceber que eu não era a única pessoa que esteve o tempo todo junto aquela criança, alguém se rosto também nos acompanhava. Vejo a criança, em seu desespero tropeçar e cair, o lugar era rochoso, e com vários cogumelos alucinógenos.

Sangue escorria e sua cabeça, mas ela não percebia, se encostou em uma pedra e ficou gritando, imersa nos pesadelos que os cogumelos a haviam posto.

No chão, onde seu sangue caia, tem uma luz, luz que se estende, formando um grande círculo de invocação. Quanto mais sangue cai, maior fica o círculo. Quando ele já está grande o suficiente para o tamanho de dois ogros, começam a sair dele apodrecidos, lycans, vampiros, Ogros, Aranhas gigantes, e todos os monstros mais poderosos que eu conheço.

A criança, pela perda de sangue desmaia. Está fadada a morte, não tem nada que eu possa fazer, pois retornei para a dimensão em branco e vejo tudo através de um pequeno portal. Aos poucos me lembro que lugar é aquele, me lembro das pessoas que vi através do portal, me lembro que aquela criança, que eu cuidei e que, por acidente eu matei, era eu mesma.

– Tudo o que eu vivi era uma mentira? Todas as lutas, todas as ambições, todo o sofrimento que eu passei era mentira? Esse mundo foi apenas uma ilusão e eu estou morta? – Lagrimas começa a escorrer – Bem, não faz muita diferença mesmo. Eu morri. Fim. Não tem como discordar, ou mesmo com quem discordar.

Acordo em uma pequena cama simples. Tem faixas em volta da minha cabeça, meu corpo inteiro doí. Me levanto devagar.

– Até que enfim você acordou Mariane. – Vejo na minha frente um rosto familiar. – Você me deixou preocupada filha. Aqui beba isso. é para cortar o efeito do cogumelos.

Uma pessoa entra pela porta.

– Como ela está Joana? - Pergunta a pessoa.

– Bem, obrigada por salvar minha filha Senhora Jesephine.

– Não foi nada. - Quando me viro para ver a pessoa que está na minha frente, deixo o copo com o remédio cair.

–Anaxn? - O que ela faz aqui? Ela não estava no outro mundo? Não era apenas ilusão?

– Pelo visto você teve uma aventura e tanto garota. Que tal me contar?


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